Faleceu nesta quinta-feira (12), aos 88 anos, a escritora e pianista Elyanna Caldas, internada no Hospital Memorial São José, no Recife. Reconhecida por sua genialidade, erudição e contribuição à música brasileira, Elyanna ocupava a Cadeira nº 14 da Academia Pernambucana de Letras, que divulgou nota de pesar destacando sua trajetória como uma das mais notáveis representantes da música instrumental do país, com reconhecimento nacional e internacional. Leia a homenagem na íntegra:
É com profundo pesar que a Academia Pernambucana de Letras comunica o falecimento da ilustre acadêmica, mestra e artista Elyanna Caldas, ocorrido nesta quinta-feira. Ocupante da Cadeira nº 14, Elyanna foi uma das mais brilhantes expressões da arte musical brasileira, reconhecida nacional e internacionalmente por seu talento, erudição e dedicação incansável à música.
Desde que, aos 21 anos, venceu o prestigiado concurso Magda Tagliaferro, no Rio de Janeiro, e obteve o diploma profissional pela École Normale de Musique de Paris, Elyanna construiu uma trajetória marcada pelo virtuosismo ao piano e pelo compromisso com a formação musical no Brasil. De volta a Pernambuco, foi uma das fundadoras do curso de música da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), nos anos 1960, deixando um legado formativo que se estende por gerações.
Foram mais de oito décadas dedicadas à música instrumental com paixão, disciplina e sensibilidade, sempre sem jamais cogitar o silêncio. Pernambuco, que tantas vezes foi o palco privilegiado de suas apresentações, orgulha-se de tê-la como filha e embaixadora da cultura.
A Academia se solidariza com familiares, amigos, alunos e admiradores da imortal Elyanna Caldas, cuja arte permanecerá viva entre nós.
No programa de hoje, analisei os obstáculos que o governo Lula terá para aprovar seu pacote fiscal. O conjunto, anunciado ontem (11) via MP, propõe novas fontes de arrecadação — como a tributação de aplicações financeiras, fintechs e títulos isentos — para compensar o recuo no aumento do IOF. No entanto, economistas alertam que não há medidas estruturais de corte de despesas, o que resultou em forte resistência tanto do mercado quanto de partidos da base, como União Brasil e PP, e do presidente da Câmara, Hugo Motta. Em reação, o Congresso já articula para votar em regime de urgência um projeto que anula parte do pacote, dificultando a tramitação e exigindo do governo um esforço adicional de articulação e negociação para evitar que o pacote seja engavetado.
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Uma declaração da governadora Raquel Lyra (PSD) à coluna de Igor Gadêlha, no portal Metrópoles, gerou reação do presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo.
Após a governadora ter dito que deixou o ninho tucano para ter segurança e estabilidade, o cacique contestou a versão, afirmando que o motivo real para a saída da legenda foi o desejo de que o partido passasse a integrar a base do presidente Lula (PT).
“A governadora Raquel Lyra deixou o PSDB porque queria que o partido migrasse para a base do governo federal, algo impossível. O PSDB sempre foi antagonista do ‘lulopetismo’ (sic) e mantém sua coerência histórica. Outros motivos, se houverem, nunca foram manifestados ao PSDB”, disparou o líder do partido.
Na entrevista, concedida ainda na terça-feira (10), Raquel Lyra mostrou proximidade com o governo Lula, afirmando que sua equipe trabalha em sintonia com a equipe do presidente. Ela declarou também que o Governo Federal tem olhado com atenção para as demandas de Pernambuco e agradeceu aos ministros pelas ações destinadas ao estado.
“No primeiro momento que encontrei com ele (Lula), houve uma fala muito firme no sentido que Pernambuco seria olhado com atenção, e assim está sendo. Quero agradecer aos ministros Rui Costa (PT, da Casa Civil), Jader Barbalho (MDB, das Cidades), Renan Filho (MDB, dos Transportes), Valdez Góes (PDT, da Integração). Grande parte do que a gente está fazendo por Pernambuco vem das nossas equipes sintonizadas, da capacidade de trabalho das equipes do Governo Federal”, afirmou a governadora.
Quando questionada sobre a possibilidade de apoio do presidente Lula à sua reeleição em 2026, a governadora afirmou que não conversou com o petista sobre a eleição e que ele, assim como Raquel, está focado nas entregas.
Acordei com a frase inteira dentro de mim. Não era sonho nem pensamento solto: era palavra viva, pulsando no limite do indizível, como se tivesse vindo de um lugar anterior à linguagem — talvez de um tempo em que o verbo ainda era silêncio e o sentimento era o único idioma.
Demorei alguns minutos, talvez horas, para entender o que me dizia aquela sentença que não me pediu permissão para nascer. Ela não era uma frase qualquer: era um sussurro de urgência, um pedido íntimo, um grito calado. Era como se o próprio coração, esse órgão insubmisso e rebelde, tivesse encontrado voz para dizer que já não aguenta mais sobreviver sem sonho.
Porque tem dias que o mundo se apresenta árido demais. As manchetes escorrem sangue, os sorrisos vestem máscaras, as mãos hesitam, e os abraços se escondem entre o medo e o protocolo. Tem dias que até a beleza parece pedir licença para existir. Nesses dias, a esperança se torna um bem escasso. E é exatamente nesse vácuo , entre o cansaço e o desencanto, que a utopia se ergue, não como luxo, mas como necessidade vital.
Aos poucos, como se fosse manhã abrindo as janelas do tempo, eu entendi: não era só pensamento. Era confissão. Era defesa. Era sobrevivência. E como um eco saía de dentro de mim: Não tirem a utopia, preciso do coração para viver.
A utopia que me sustenta não é fuga. É fôlego. Não é ilusão. É farol. Ela não se propõe a ser alcançada, sua missão é manter-nos caminhando. Ela não promete chegada: oferece sentido. E sentido, nestes tempos, é mais valioso que vitória.
Para quem sente demais — e eu sou feito dessa matéria, a utopia é bússola no caos, é música no silêncio, é ternura viva diante da brutalidade programada. Arrancar a utopia de alguém que ama profundamente é empedrar-lhe o peito. E um peito endurecido é a antessala do fim.
Já vi gente demais desistir de sonhar para não sofrer. Mas eu sei, e você também sabe, no fundo, que há dores que só a utopia consola.
Não tirem de mim o dom de me encantar com a gentileza, de me ferir com a injustiça, de me emocionar com o voo de um pássaro ou com o riso de uma criança. Não me supliquem que eu abra mão do ideal de um mundo mais justo, mais terno, mais habitável. Porque viver, para mim, nunca foi apenas respirar, cumprir metas ou atravessar calendários.
Viver é pulsar com o outro. É chorar pelo que ainda não chegou. É desejar a beleza como quem deseja abrigo. É lutar com ternura. Amar com coragem. Resistir com poesia.
Não me peçam que eu viva sem sonho. O coração ainda é meu último território. E sem ele, tudo vira exílio. Tudo se torna deserto.
Mas mesmo no deserto, ainda é possível levantar uma tenda de esperança. Uma flor teimosa pode nascer entre as pedras. E eu continuo aqui, respirando fundo, como quem acredita que ainda vale a pena ser abrigo para o que não morreu. E também para o que morreu, porque até o que foi sepultado merece uma vigília de afeto, um gesto de memória, um último aceno de luz.
*Jornalista, poeta, escritor e membro da Academia Pernambucana de Letras. Foi Delegado Federal/Minc
Réus podem mentir. E foi o que fizeram os réus do núcleo crucial da ação penal sobre a tentativa de golpe no Brasil. Uns mais que outros. Mas não apresentaram elementos para destruir o conjunto probatório que há contra eles, até porque confirmavam a acusação nos muitos atos falhos.
“Não tinha clima”, admitiu Jair Bolsonaro. “Não havia possibilidade”, afirmou o general Augusto Heleno. Não é que o golpe não foi tentado. Ele foi. Só não foi concluído. Os réus mentiram, omitiram, minimizaram atos, alteraram a natureza das reuniões, mas confirmaram todo o roteiro do que foi tentado ao fim do governo Bolsonaro, antes de decidirem “entubar” o resultado eleitoral.
Por uma “fatalidade”, a minuta de um decreto de golpe de Estado foi parar junto às fotos da família do ex-ministro da Justiça Anderson Torres. Ele usou essa palavra para explicar o motivo de o documento estar ali. “Tinha muitos erros de português”, reclamou Torres. Ele só pôs reparos nos atentados ao vernáculo. Os maiores ataques do texto eram à democracia. Por que o então presidente Bolsonaro chamou os comandantes militares para uma reunião, por não ter se conformado com o resultado eleitoral? “É a minha formação militar”, disse Bolsonaro. Por que o general Braga Netto falou com uma apoiadora que “alguma coisa” aconteceria? “Eu me referia ao recurso do PL ao TSE”.
Os réus pediram desculpas. O ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira havia chamado o TSE de “inimigo”. Ele se penitenciou pelo que disse. Bolsonaro acusou três ministros do Supremo, numa reunião ministerial, de receberem milhões de dólares para fraudarem o resultado eleitoral. “Que indícios o senhor tem?”, perguntou Alexandre de Moraes. “Não tenho indício nenhum, me desculpe. Era uma reunião para não ser gravada. Eu não tive intenção de acusar de desvio de conduta dos senhores”, disse Bolsonaro. Só nessa resposta o ex-presidente já admitiu crime de calúnia e difamação.
Ao longo do interrogatório, ele repetiu essa bizarra explicação. O problema não foi uma reunião ministerial, de julho de 2022, em que todos estavam, por ação ou omissão, em conluio contra a democracia. O único problema foi a reunião ter sido gravada. Quem gravou? Ora, ele mesmo, Bolsonaro mandava gravar reuniões para depois fazer cortes para a internet, como admitiu ter feito em outros momentos.
O general Braga Netto escreveu em mensagens de WhatsApp que deveriam ser disparados ataques nas redes sociais contra seus colegas de farda. Por que escreveu isso? “Não me lembro”; “São mensagens fora do contexto”; “Não escrevi”. Estava lá escrito no seu próprio aplicativo de mensagens, mas o general nega.
Bolsonaro repetiu várias vezes que “nunca se falou em golpe”. A questão é que é preciso entender o que é golpe para ele. Segundo ele, “a questão de 64 que a esquerda chama de golpe teve o apoio do Congresso, da imprensa, da Igreja”. Ele preparava um golpe, só não o chamava pelo nome próprio.
Em momento do interrogatório que se fosse filme pareceria exagero, o ministro Moraes perguntou a Walter Braga Netto. “O senhor já foi preso, alguma vez”? “Eu estou preso, senhor presidente”. “Eu sei que o senhor está preso, eu que decretei”, responde Moraes. Esse diálogo meio non sense serve para iluminar uma questão importante do processo. Os advogados de Braga Netto pediram o relaxamento da prisão, dado que já se encerrou a fase de instrução penal. O ministro Alexandre deveria atender aos advogados. Seis meses de prisão preventiva e encerrado o interrogatório dos réus não faz mais sentido manter a prisão. Há fortes provas de que ele esteve presente no planejamento do golpe e é acusado de ter estado também na parte operacional, mas o motivo da preventiva não existe mais.
As cenas que o Brasil viu essa semana foram inéditas. Já houve militar preso como o marechal Hermes da Fonseca numa prisão relâmpago. O Marechal Rondon foi preso durante a Revolução de 1930. Mas a cena de três generais quatro estrelas, um almirante e um ex-presidente respondendo como réus por tentativa de golpe de Estado é inédita. O Brasil atravessa terreno desconhecido, portanto. Ao fim da ação penal 2668 quando eles forem para a prisão, o que parece ser a tendência mais provável, o país terá a chance de atravessar a fronteira para longe da sina de país sempre assombrado pelas armas dos militares.
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) pode ser presa a qualquer momento na Itália, segundo o embaixador brasileiro no país, Renato Mosca.
“Evidente que há uma mobilização para deter deputada porque ela está na lista de difusão vermelha da Interpol. As autoridades judiciais italianas acataram o pedido e, hoje, ela poderá ser presa a qualquer momento”, disse em entrevista ao Estúdio i. Segundo ele, desde o momento em que as autoridades italianas validaram o pedido da inclusão na lista vermelha da Interpol, o paradeiro da deputada, considerada foragida da Justiça brasileira, tem sido buscado. As informações são do g1.
“As forças policiais italianas estão na investigação e na localização dessa foragida para efetuar a prisão”.
Mosca explica que não há uma operação ou mandado de busca e apreensão. Segundo as leis italianas, afirma o embaixador, “ela não pode ser presa dentro do que é considerado um domicílio dela”, como uma casa ou um hotel. “Mas há um mandado de prisão provisória para fins extradicionais que é o mandado a partir do pedido da Interpol solicitado pelo governo brasileiro que foi referendado pelas autoridades judiciais italianas.”
“Ela pode ser presa em qualquer lugar que não seja inviolável, como a residência dela.”
Constituição italiana permite extradição de Zambelli O embaixador afirma que a constituição italiana prevê a extradição de brasileiros com nacionalidade italiana (ítalo-brasileiros) por meio de um tratado entre Brasil e Itália. “Nossa cooperação [entre Brasil e Itália] penal e jurídica é muito eficaz. Temos, hoje, 14 pedidos de extradição de brasileiros, sendo que quatro deles são ítalo-brasileiros. Em 2025 tivemos a extradição de um ítalo-brasileiro”, afirma.
“Não há impeditivo [de extradição de um ítalo-brasileiro], mas é uma decisão soberana e autônoma da justiça e do governo italiano. Mas a constituição do país não veda totalmente a extradição, tanto que há jurisprudência”.
O pedido de extradição foi formalizado e encaminhado ao governo italiano nesta quinta-feira (12) e, agora, a Itália cumpre a solicitação da Interpol de captura de uma foragida. Mosca explica que, com essa entrega, o pedido passa a tramitar imediatamente na justiça italiana.
“Como um processo extradicional é um processo jurídico e político, nesse momento estamos mobilizados com a polícia italiana na localização da deputada, na sua prisão. Posteriormente, o judiciario italiano fará a avaliação e ela terá amplio direito de defesa. O tempo para a deputada ser extraditada, segundo o embaixador, pode levar menos de um ano.
A Advocacia-Geral da União apresentou ao Supremo Tribunal Federal um pedido para que a Corte suspenda todas as decisões judiciais que vêm condenando o INSS à restituição dos descontos, além da suspensão da prescrição dessas ações. A AGU também solicita a abertura de um crédito extraordinário para custeio do ressarcimento das vítimas de fraudes no INSS, sob alegação de que há imprevisibilidade no desenrolar do caso e que pretende fazer a restituição de modo célere.
Nesta semana, o Partido Progressistas (PP) entrou com uma ação no STF na qual a legenda pede ao Judiciário que determine ao INSS “a restituição integral dos valores descontados indevidamente com a concreta indicação dos valores estimados e da respectiva fonte de custeio”. As informações são da CNN Brasil.
Na manifestação, A AGU diz que “pretende enfrentar as causas que têm dificultado a estabilização de uma sistemática célere e segura de restituição de valores indevidamente descontados, dentre eles a existência de decisões judiciais com interpretações conflitantes a respeito dos requisitos de extensão de responsabilidade estatal pelos danos aos segurados e as contestações que têm sido lançadas em face do teor da instrução normativa de maio de 2025, tendo como preocupação central a preservação de preceitos fundamentais da segurança jurídica e da integridade do sistema previdenciário”.
A AGU diz que essas demandas “compartilham um inegável quadro de controvérsias constitucionais comuns, que decorrem dos empecilhos encontrados para a restituição adequada” e que “por imperativos de racionalidade processual, delas devem tramitar sob supervisão unificada”.
“Enquanto o governo federal adotava todas as providências para a solução administrativa do problema, buscando medidas aptas ao bloqueio de bens dos fraudadores e adotando medidas para restituição das vítimas, foi impacto com a notícia de uma judicialização sem precedentes que está inundando o Poder Judiciário com ações das mais diversas, além de notícias sobre litigância abusiva, que está a prejudicar ainda mais os aposentados e colocar em grave risco a previdência pública”, diz a ação da AGU.
O movimento de recuperação na avaliação do presidente Lula (PT) foi interrompido, aponta nova pesquisa do Datafolha.
Segundo o instituto, reprovam o petista 40%, ante 28% que o aprovam —mantendo, em relação ao índice de ruim ou péssimo, o pior patamar registrado pelo petista em seus três mandatos.
Na rodada anterior, no começo de abril, 38% reprovavam Lula, ante 29% que o julgavam ótimo ou bom. Era uma boa notícia para o governo, diante da sangria registrada no tombo de fevereiro, quando o Datafolha havia aferido 41% de reprovação e 24% de aprovação. As informações são da Folha de S. Paulo.
O principal fato político de lá para cá foi a crise do INSS, que tem amplo impacto na imagem do governo.
Agora, as curvas voltam a se inverter, dentro da margem de erro de dois pontos percentuais de todo modo. Dado o estrago que o escândalo vem fazendo, o Planalto poderá até celebrar que não houve uma queda acentuada.
O índice daqueles que veem o trabalho do presidente como regular passou de 32% nos levantamentos anteriores para 31% agora. Não souberam avaliar 1% dos entrevistados.
A margem de erro da pesquisa é de dois pontos para mais ou menos. O Datafolha ouviu 2.004 eleitores em 136 municípios do país nesta terça (10) e quarta-feira (11).
O Datafolha também questionou os entrevistados se eles aprovam ou desaprovam o trabalho de Lula como presidente. O índice dos que aprovam é de 46% (eram 48% em abril), e o dos que desaprovam é de 50% (eram 49%). O cenário aqui também é de estabilidade dentro da margem de erro.
A situação do governo se complicou de vez a partir do dia 23 de abril, quando a Operação Sem Desconto da Polícia Federal revelou que cerca de R$ 6 bilhões foram desviados na forma de descontos ilegais de aposentadorias para favorecer entidades ligadas a políticos.
A fácil leitura do “roubo de velhinhos” colou, e o governo inicialmente tentou transferir a questão para a gestão Jair Bolsonaro (PL), já que o esquema apurado começou em 2019. Mas ele estendeu-se até o ano passado, já com dois anos de Lula no poder, e a reação foi lenta e confusa.
A crise derrubou o ministro Carlos Lupi (Previdência Social) e colocou instâncias do governo apontando o dedo uma para outra. Na prática, a corrosão de imagem já estava em curso, particularmente nos segmentos usualmente mais simpáticos a Lula.
Entre os mais pobres, aqueles ouvidos que ganham até 2 salários mínimos, a reprovação passou de 36%, em abril, para 33%, agora, enquanto a aprovação foi de 30% para 32%. Neste grupo, a margem de erro é de três pontos para mais ou menos.
Em termos numéricos, a maior oscilação foi no segmento daqueles que dizem ter ensino superior. A aprovação nesse núcleo foi de 31% em abril para os atuais 25%, mas a margem de erro é maior, de 12 pontos.
Os números mostram a dificuldade de o governo Lula-3 em lidar com crises. A queda abrupta de avaliação registrada de dezembro para fevereiro, quando o ótimo/bom do presidente foi de 35% para 24%, ocorreu em meio aos erros acerca do anúncio da fiscalização do Pix, que obrigaram a Fazenda a recuar da medida.
De lá para cá, Lula trocou o comando de sua comunicação, colocando o marqueteiro Sidônio Palmeira à frente dela. Parecia ter dado algum resultado na pesquisa passada, mas o impacto do INSS parece difícil de mitigar, ainda que parcialmente.
Houve outros episódios envolvendo a imagem do governo, como quando a primeira-dama Janja da Silva causou incômodo durante viagem à China ao interpelar o líder Xi Jinping acerca do TikTok, e no vaivém da elevação do IOF.
Esses são casos com impactos diversos. Janja, apontam pesquisas qualitativas de partidos, influencia na imagem do marido, enquanto o IOF é um problema que diz mais ao mercado e aos políticos. Nada se compara, em escopo, ao escândalo do INSS.
Ainda na estrada rumo a Arcoverde, aproveitei uma parada para abastecer no Posto Cruzeiro, em Tacaimbó, e deixei alguns exemplares do Os Leões do Norte à venda por lá. Fui surpreendido pela chegada do leitor Edilson Moura, de Belo Jardim, que soube da novidade e não perdeu tempo: foi o primeiro a comprar o livro no local.
Mesmo tendo sido reeditado pelo governo federal, a Câmara dos Deputados decidiu pautar na próxima segunda-feira (16) a urgência do projeto de decreto legislativo (PDL) que pode derrubar o decreto presidencial publicado ontem, que mexe no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A nova publicação do Executivo reduziu o impacto das mudanças do IOF que tinham sido feitas no final de maio.
“Conforme tenho dito nos últimos dias, o clima na Câmara não é favorável para o aumento de impostos com objetivo arrecadatório para resolver nossos problemas fiscais”, informou o presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), nesta quinta-feira (12).
O governo elevou algumas alíquotas do IOF para cumprir a meta fiscal de 2025, tendo em vista que o Executivo já havia bloqueado ou contingenciado mais de R$ 30 bilhões do orçamento deste ano. As informações são da Agência Brasil.
A votação marcada para a próxima semana vota a urgência da análise do decreto do IOF. Não foi discutida, por enquanto, a votação do mérito. Ainda que o PDL 313 seja aprovado no mérito, volta a valer o decreto anterior sobre o IOF, que tem efeitos ainda maiores sobre a arrecadação.
O líder do governo no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), disse que não restaram nem 20% do decreto original e que as mudanças foram feitas ouvindo os parlamentares.
“O que remanesceu no texto é algo que se reporta exclusivamente a operações do mercado financeiro que representam 2% ou 3% das mobilizações em relação a isso. O governo entende a posição adotada por parte da Câmara, mas nós vamos buscar votos para a manutenção dos termos de decreto porque o que ficou do decreto já resulta de um conjunto de diálogos com o ministro Haddad, que o governo teve tanto com a Câmara quanto com Senado”, explicou o líder governista.
O governo editou nova MP para ser uma alternativa ao decreto do IOF, que foi criticado pela maioria do Parlamento. Porém, o Executivo manteve parte do decreto do IOF, ainda que com impacto menor.
O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), disse que o objetivo é derrubar os dois decretos, o novo e o anterior.
“Estamos vendo com a assessoria da Câmara se seria possível uma apensação para, em uma votação só, derrubar os dois. Não sendo possível, nós votaremos um depois o outro”, ponderou o parlamentar.
Se aprovado na Câmara, os PDLs precisariam ainda ser aprovados pelo Senado.
O líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias, defendeu à imprensa que a decisão de pautar o PDL é incompreensível.
“Houve uma tentativa de partidos da oposição de marcar uma posição contra o governo. O decreto novo, ao você revogar, volta com o decreto anterior [que tem alíquotas maiores]. Não tem alternativa ao IOF que não a Medida Provisória (MP)”, disse.
Entenda Para se alcançar o teto de gastos definido pelo arcabouço fiscal, o Executivo anunciou um contingenciamento e bloqueio de recursos de mais de R$ 30 bilhões. Além disso, propôs mudanças no IOF para aumentar a arrecadação em cerca de R$ 20 bilhões.
O aumento do IOF foi criticado pela maioria do parlamento, que ameaçou derrubar o decreto presidencial. Após negociações, o governo editou nova MP com medidas para substituir a arrecadação do IOF e reeditou o decreto anterior reduzindo o impacto arrecadatório do imposto.
Apesar das mudanças, a Câmara decidiu pautar urgência para sustar o novo decreto. O governo alega que já fez um grande esforço de corte de gastos e que novos contingenciamentos vão prejudicar o funcionamento da máquina pública, com impactos sobre serviços de saúde e educação. Já lideranças parlamentares cobram mais corte de despesas em vez de medidas de arrecadação tributária.
O embaixador do Brasil na Itália, Renato Mosca, entregou ao Ministério das Relações Exteriores da Itália o pedido de extradição da deputada federal licenciada Carla Zambelli. Segundo interlocutores do Itamaraty, a solicitação foi encaminhada a Roma nesta quinta-feira.
Na quarta-feira, o Ministério da Justiça enviou ao Itamaraty o pedido de extradição, após determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Agora, o governo italiano passa a analisar o caso, antes de tomar uma decisão. A área diplomática da Itália encaminhará o pedido ao Ministério da Justiça que, em seguida, o enviará para o Judiciário do país europeu, que tomará a decisão final. As informações são do Jornal O Globo.
Zambelli foi condenada a dez anos de prisão e à perda do mandato, por ter invadido o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A decisão foi tomada por unanimidade na Primeira Turma da Corte.
Incluída na lista de foragidos internacionais pela Interpol, Zambelli deu entrada na Itália com seu passaporte italiano, no último dia 5. Ela deixou o Brasil após a condenação.
A gestão da governadora Raquel Lyra (PSD) vai fechar mais uma estrutura da rede pública de saúde. Desta vez, é a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Pediátrica do Hospital Correia Picanço, no Recife, referência estadual em meningites, meningoencefalites e doenças neuroinvasivas. A medida mobilizou membros da equipe do hospital, que chegaram a gravar vídeos e divulgar uma carta aberta com preocupações sobre possíveis prejuízos decorrentes da decisão.
“O fechamento ou enfraquecimento desse serviço teria consequências gravíssimas para a saúde pública de Pernambuco, uma vez que o Correia Picanço é o único hospital público pediátrico do Estado com UTI especializada em meningites e leitos de isolamento, essenciais para evitar surtos e garantir tratamento seguro”, afirma o documento, que elenca como possíveis prejuízos o aumento da mortalidade, a apresentação de sequelas nos pacientes e a sobrecarga de outras unidades de saúde.
O Governo do Estado vem justificando a medida como necessária para transferir os serviços para o Hospital Barão de Lucena, também no Recife, tendo em vista a maior demanda por leitos pediátricos em meio à sazonalidade de doenças respiratórias. O argumento é de que, no Correia Picanço, não há espaço para ampliação. A equipe da unidade afetada, porém, defende que o ideal seria manter os cinco leitos ativos no Correia Picanço e implantar outros no Barão de Lucena.
Em vídeo divulgado nas redes sociais, o enfermeiro Victor Cabral, que trabalha no Correia Picanço, explica que a elevada taxa de sucesso da equipe é decorrente do atual dimensionamento, com cinco leitos. Isso leva em conta que as doenças meningocócicas, por sua gravidade e natureza infecciosa, requerem equipes dedicadas a menos pacientes. Significa que a concentração de uma só equipe para atender dez leitos no Barão de Lucena pode afetar a efetividade dos atendimentos.
“Venho manifestar preocupação com o possível desmonte e fechamento da nossa UTI Pediátrica. Atualmente, nossa UTI conta com cinco leitos especializados, leitos com pressão negativa, porque lidamos com doenças infectocontagiosas. Quando a UTI foi projetada, entendeu-se que não era possível atender uma criança com meningite grave com um dimensionamento superior a esse. E o Estado, em uma tentativa incorreta, quer realocar as equipes para aumentar o número de leitos”, afirmou.
A equipe signatária da carta conclui que “o fechamento do serviço de UTI Pediátrica/Pediatria do Hospital Correia Picanço seria um retrocesso e uma tragédia para a saúde das crianças de Pernambuco”. Avalia ainda que não se pode permitir que “uma geração inteira fique desassistida” e que é fundamental “garantir que os pacientes pediátricos tenham acesso a atendimento especializado e de alta qualidade para condições graves como a meningite”.
O fechamento de unidades ou serviços de saúde não é novidade no Governo Raquel Lyra. Em junho de 2023, a atual gestão desmobilizou o Hospital de Retaguarda em Neurologia, no Recife, o que gerou sobrecarga no Hospital da Restauração, maior emergência pública do Norte/Nordeste. Já no último dia 30 de maio, diversos contratos do Hospital Jesus Nazareno, em Caruaru, no Agreste, foram extintos, passo crucial para a desativação da unidade.
A caminho de Arcoverde, fiz uma parada em Caruaru para deixar os primeiros exemplares do meu novo livro, Leões do Norte, na livraria Leitura, no Shopping Caruaru. Lançado na última segunda-feira (9), no Recife, o livro começa agora sua circulação pelo interior de Pernambuco. Para minha surpresa, ao chegar à livraria, encontrei o casal Solange e Paulo já aguardando, ansiosos para adquirir a obra. Foram os primeiros leitores a comprar OsLeões do Norte em Caruaru.
Um artefato explosivo foi localizado na manhã desta quinta-feira (12) na Rua Estudante Jeremias Bastos, no bairro do Pina, Zona Sul do Recife. A ocorrência mobilizou o 19º Batalhão da Polícia Militar, que isolou a área por volta das 11h30.
Equipes do Esquadrão Antibombas do Bope foram acionadas e iniciaram o trabalho de identificação e desativação do objeto suspeito. O local fica nas proximidades do Empresarial Moura Dubeux. As informações são do Diario de Pernambuco.
Em meio à antecipação dos debates eleitorais de 2026 na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), a base governista tem endurecido o tom contra a oposição. A deputada Débora Almeida (PSDB), aliada da governadora Raquel Lyra (PSD), afirmou, em entrevista à Rádio Folha 96,7, nesta quinta-feira (12) que opositores adotam uma estratégia de protelação para projetos do Executivo estadual, enquanto aceleram matérias de interesse do grupo político ligado à antiga gestão.
Para a parlamentar, a diferença de tratamento revela falta de equilíbrio.
“O empréstimo, que é para conseguir recursos para obras estruturadoras para Pernambuco, está sendo protelado porque, dizem, precisa de mais informações. Mas as contas de seis anos de um governo estadual são apresentadas, distribuídas e discutidas na hora. Eu vejo ali dois pesos e duas medidas”, disparou Débora Almeida.
A principal crítica da deputada foi à demora na tramitação do projeto que autoriza um novo empréstimo de R$ 1,5 bilhão solicitado pelo governo Raquel Lyra. Segundo ela, a proposta já está há 84 dias em análise na Alepe.
“Pela Constituição estadual e o Regimento, um projeto em regime de urgência deve ser decidido em 45 dias. Já passamos quase 40 dias desse prazo”, afirmou.
A tucana atribui a lentidão a sucessivos pedidos de vista e solicitações de informações técnicas por parte da oposição, o que, para ela, tem protelado o trâmite.
Comparação A deputada também comparou a situação com a agilidade na apreciação das contas do ex-governador Paulo Câmara (PSB), relativas aos anos de 2016 a 2022. Ela destacou que o processo, mesmo sendo “extremamente técnico” e contando com parecer do Tribunal de Contas recomendando aprovação com ressalvas, foi analisado de forma apressada.
“Foram distribuídas e discutidas no mesmo instante. Nem deu tempo de ler os pareceres”, criticou.
O posicionamento da deputada ocorre em um contexto de comparações entre a gestão estadual e a da Prefeitura do Recife, comandada por João Campos (PSB), possível adversário de Raquel Lyra em 2026.
Na sessão de terça-feira (10), a líder do governo na Alepe, Socorro Pimentel (União), já havia criticado a diferença nos percentuais de reajuste do piso da educação entre o Estado e o Município, o que acirrou ainda mais os embates no plenário.
Diante da demora na tramitação do projeto de empréstimo, Débora sugeriu que o presidente da Alepe, deputado Álvaro Porto (PSDB), poderia levá-lo diretamente ao plenário, mesmo sem os pareceres das comissões.
Ela citou a Constituição, nos artigos 21 e 22, que estabelece o prazo de 45 dias para projetos em regime de urgência.
“Qualquer deputado pode pedir que vá a plenário. Eu peço isso todos os dias. Essa proposta é muito importante para Pernambuco, para obras como o Arco Metropolitano e a BR-232. O presidente pode pautar na segunda-feira, independentemente dos pareceres”, defendeu.
Nos bastidores, integrantes da base governista observam uma aproximação crescente entre Álvaro Porto e João Campos. A troca de partido da governadora, que deixou o PSDB e passou a integrar o PSD, também é apontada como um fator que acentuou o distanciamento político entre ela e o presidente da Casa, hoje considerado um opositor declarado.
A conselheira da Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros (Abrati), Letícia Pineschi, que também é executiva do setor, marcará presença na cidade de Patos (PB) para os festejos de São João, que acontece entre os dias 19 e 23 de junho. A festança terá atrações de artistas renomados como Wesley Safadão, Nattan, Jorge e Mateus, e Henrique e Juliano.
A empresa de transporte rodoviário Guanabara, associada da Abrati, é uma das patrocinadoras da festa junina. O arraiá montado na cidade abre, mais uma vez, espaço aos talentos locais, como Cicinho Lima, Isabela Fernandes, Markito, Hudson, Rafael Dono, Gustavinho, Sanara, Hanny Mendonça, Henio Barão e Mariah Sanfoneira.
No ano passado, a festa teve shows de Gusttavo Lima, Bell Marques, Leonardo e Simone, entre outros nomes nacionais. A prefeitura de Patos conta com a presença de festeiros mais que o dobro de anos anteriores, tanto que ampliou espaço de 200 mil m2 para cerca de 400 mil m2.
O presidente do Banco do Nordeste (BNB), Paulo Câmara, anunciou, ontem, um conjunto de ações estratégicas para impulsionar o agronegócio na sua área de atuação, que engloba estados nordestinos e parte de Minas Gerais e Espírito Santo. Durante evento da instituição dentro da Bahia Farm Show, ele destacou a participação do BNB no setor, especialmente nas áreas da Bahia, Sergipe e Alagoas.
Entre as medidas anunciadas pelo presidente do Banco do Nordeste estão o aumento do limite do Cartão BNB de R$ 10 milhões para 30 milhões e a criação de uma central de análise de crédito exclusiva para os produtores do agronegócio.
“Estamos seguindo a orientação do presidente Lula que é de ampliar o apoio às atividades produtivas e o Agronegócio é um dos príncipes setores da nossa economia. Devemos financiar mais de R$ 11 bilhões para a agricultura empresarial no Plano Safra 25/26, 15% a mais do que no exercício anterior”, afirmou o presidente do Banco do Nordeste, Paulo Câmara.
O encontro com produtores e parceiros realizado no auditório da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) contou com a participação dos diretores Financeiro e de Crédito, Wanger Alencar; de Negócios, Luiz Abel Amorim; do superintendente de Agronegócio, Luiz Sérgio Machado; e do superintendente estadual do BNB na Bahia, Pedro Lima Neto.
O BNB também lançou oficialmente o Giro Flash Agro, um capital de giro com contratação simplificada, destinado aos produtores do setor e com crédito pré-aprovado. “O Giro Flash Agro é uma resposta a um setor que opera com alta tecnologia e precisa de crédito rápido, confiável e personalizado. Estamos reforçando nossa atuação com produtos sob medida para o agronegócio”, destacou Pedro Lima Neto.
Até esta quarta-feira, o BNB já havia realizado o mesmo volume de negócios da edição da feira no ano passado, quando contratou R$ 280 milhões. A expectativa é de, até sábado, alcançar 50% de incremento em relação a 2024. “Temos buscado parcerias para superar os desafios que são específicos do agronegócio e fazer cada vez mais. A Bahia Farm Show é o maior evento do agronegócio na nossa área de atuação e ficamos muito felizes em trazer tantas novidades nessa edição”, reforçou o superintendente estadual.