O Padre Antônio Maria, cantor e fundador das Obras do Novo Caminho, participará das celebrações da 55ª Missa do Vaqueiro, em Serrita, no próximo dia 27 de julho. O sacerdote foi convidado para o evento pelo empresário pernambucano Antônio Souza.
O Padre Antônio Maria, cantor e fundador das Obras do Novo Caminho, participará das celebrações da 55ª Missa do Vaqueiro, em Serrita, no próximo dia 27 de julho. O sacerdote foi convidado para o evento pelo empresário pernambucano Antônio Souza.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) defendeu, neste domingo (13), que a anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023 é o caminho para barrar o aumento das tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a produtos brasileiros.
Nas redes sociais, Bolsonaro afirmou que a decisão de Trump “tem muito mais, ou quase tudo a ver com valores e liberdade, do que com economia”, e que não “se alegra” em ver as sanções econômicas impostas pelo norte-americano. As informações são do portal g1.
Leia mais“O tempo urge, as sanções entram em vigor no dia 1° de agosto. A solução está nas mãos das autoridades brasileiras. Em havendo harmonia e independência entre os Poderes nasce o perdão entre irmãos e, com a anistia também a paz para a economia”, escreveu nas redes sociais.
A anistia “ampla e irrestrita”, que tem sido defendida por aliados do ex-presidente como resposta ao tarifaço, beneficiaria o próprio Bolsonaro, alvo de uma ação penal no Supremo Tribunal Federal (STF) que investiga uma trama golpista para manter o ex-presidente no poder.
Na última semana, Trump anunciou que irá impor uma taxação de 50% sobre os produtos brasileiros importados em território norte-americano, a partir de 1º de agosto.
O republicano informou a imposição das novas taxas em uma carta, na qual citou os processos aos quais o ex-presidente Bolsonaro responde na Justiça, além de outras decisões judiciais do Brasil contra big techs norte-americanas.
A questão gerou uma reação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que defendeu a soberania nacional. O próprio presidente afirmou que o país não aceitará ser “tutelado” por ninguém, e que pretende reagir caso as taxas sejam, de fato, aplicadas.
Leia menosPor Nayara Felizardo
Do g1
Quem ouviu Wesley Safadão cantando “Quatro semanas de amor” em seu último álbum, lançado em junho, também escutou o cantor dizer no meio da regravação uma frase de patrocínio se referindo a uma casa de apostas esportivas.
Safadão é um dos garotos-propaganda mais famosos da Betvip, mas não é o único. Vaqueiros do Nordeste, que há poucos anos só conquistavam prêmios com vaquejadas, passaram a receber dinheiro da empresa e de outras bets que fazem parte dos grupos Pixbet e Betesporte.
Leia maisEm troca do patrocínio, os vaqueiros se engajaram em outra atividade: ser influencers de jogos de azar. Agora, além de derrubar boi na pista, trabalham divulgando casas de apostas.
As bets ainda apoiam financeiramente eventos, campeonatos e sites especializados em vaquejadas. A influência é tão grande que o esporte tradicional no Nordeste ganhou um novo formato nos últimos dois anos, o X1 Vaquejada.
Nathan Queiroz, conhecido como Capa Loka, é um dos vaqueiros com mais seguidores no Instagram, são 2,1 milhões. Em quase todas as publicações, ele aparece com a camisa da Betesporte e o boné da Lance de Sorte. As duas bets fazem parte do mesmo grupo.
Outros exemplos de vaqueiros influencers são Raimundo Edvando Silva Souza, conhecido como Peixe da Lama ou Peixão, e Geraldo José De Moraes Guerra Neto, o Gera Guerra.
Peixão tem mais de 500 mil seguidores no Instagram e também é patrocinado pela Betvip. O Gera, assim como o Capa Loka, é patrocinado pela Betesporte. Ele tem cerca de 300 mil seguidores.
Esses e outros vaqueiros influencers de jogos de azar aparecem quase sempre nos stories e nas vaquejadas exibindo a marca das bets que os patrocinam. Os vídeos que postam, geralmente, têm links personalizados que direcionam para os sites. Caso o seguidor faça uma aposta, a empresa saberá quem o influenciou a chegar até ali.
Vaquejada: cultura e esporte
De tradição popular no Nordeste, a vaquejada é reconhecida por lei, desde 2016, como manifestação cultural nacional. Em 2025, o Ministério do Esporte a incluiu na lista de modalidades esportivas que podem ser objeto de apostas de quota fixa.
Segundo Leonardo Dias, presidente da Associação Brasileira de Vaquejada (Abvaq), as bets ajudaram a movimentar economicamente o esporte. Embora veja isso como positivo, ele ressalta sua preocupação com possíveis manipulações dos resultados, principalmente por meio dos juízes. Não, há, contudo, registros de casos, de acordo com o presidente.
“A Abvaq qualifica esses profissionais para que eles conheçam o regulamento, mas os juízes fazem contratos particulares com os promotores dos eventos. Então, a gente se preocupa com a manipulação dos resultados, mas não temos controle sobre isso”, afirmou Dias.
De acordo com a Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda, o reconhecimento da vaquejada como modalidade esportiva equestre contribui para afastar o risco das apostas em sites ilegais.
Disputa de bets na vaquejada
Com a influência das bets, a vaquejado ganhou um novo formato, o X1. Nessa modalidade, um vaqueiro enfrenta o outro. Isso facilita as apostas, porque ganha quem derrubar mais bois, como em uma disputa de pênaltis. A competição também se encerra mais rápido.
No formato tradicional, diversos vaqueiros participam das disputas. Quem for derrubando os bois, vai passando para as etapas seguintes, nas quais os animais são maiores. Ganha quem ficar até o fim e somar o maior número de bois derrubados. A competição pode levar mais de um dia.
As bets também promovem apostas nesse formato tradicional, mas a disputa entre dois vaqueiros é que movimenta as redes sociais, gera expectativa e, claro, estimula mais apostas.
Um dos X1 de maior repercussão aconteceu entre Capa Loka e Peixe da Lama. Eles se enfrentaram em junho de 2025, em Campina Grande, na Paraíba. Cerca de 300 mil pessoas acompanharam a transmissão ao vivo pelo Youtube.
Na prática, era uma disputa entre a Betesporte e a Betvip. O duelo foi amplamente divulgado, com grande estímulo às apostas. Antes da competição, as provocações entre os vaqueiros renderam muito conteúdo nas redes sociais.
Enquanto Capa Loka era o favorito, Peixe da Lama era o considerado azarão. Por isso, tinha a cotação da aposta — a odd — mais alta. O apostador que confiou na vitória dele se deu bem. Peixão derrubou mais bois e levou a competição.
Para Fábio Leal, diretor presidente do Portal Vaquejada, que organiza um dos mais importantes campeonatos do Nordeste, as bets ajudam não só financeiramente os eventos e os vaqueiros, como tornam a vaquejada mais conhecida.
“A audiência aumentou com os influenciadores e, agora, alguns artistas estão praticando e divulgando o esporte”, disse Leal. Ele se refere a Cristian Bell, humorista, cantor e influenciador digital com mais de 5,5 milhões de seguidores.
Bets nordestinas
Cinco bets promovem apostas em vaquejadas atualmente: Pixbet, Flabet, Betvip, Betesporte e Lance de Sorte. Todas têm CNPJ em estados do Nordeste.
A Pixbet e a Flabet pertencem ao mesmo grupo. Elas são registradas na Paraíba, em nome de Diomar Tadeu Dantas de Farias e Ernildo Junior de Farias Santos.
A Betvip tem outro número de CNPJ, mas está registrada no mesmo endereço da Flabet. Em um cadastro anterior, uma empresa de mesmo nome que atualmente consta como inativa, também pertencia a Diomar e Ernildo.
Já a Betesporte e a Lance de Sorte fazem parte do mesmo grupo, registrado em Pernambuco. Os donos são Marcos Vinícius Pereira, Antonio Vinícius Nogueira Junior, Danylo de Castro Campos, Emerson Kelvin Pereira Bezerra, Rodrigo Manguinho Costa e Thiago Carvalho Pereira da Silva.
Segundo Fábio Leal, as bets que promovem apostas em vaquejadas fazem isso porque são do Nordeste e têm relação com o esporte. “O volume de apostas não é tão grande como no futebol. A rentabilidade, às vezes, não é o esperado, mas são pessoas ligadas à cultura da vaquejada”, disse.
Para Leonardo Benites, diretor de comunicação da Associação Nacional de Jogos e Loterias, a indústria de apostas tem grande relevância para todos os esportes. “Com a vaquejada não seria diferente, por ela não ser somente um esporte, mas estar ligada culturalmente ao Nordeste”.
Os mesmos vaqueiros que lucram com o incentivo a apostas também divulgam o Pix do Milhão, uma plataforma que promove sorteios com prêmios semanais de até R$ 1 milhão. A plataforma não é uma bet, é uma empresa que vende títulos de capitalização na modalidade incentivo, regulada pela Superintendência de Seguros Privados (Susep).
Quase diariamente, Gera Guerra e Peixe da Lama divulgam links personalizados e incentivam os seguidores a clicarem para terem a “oportunidade de mudar de vida” ou “ser o novo milionário”.
O g1 tentou falar com todas as bets citadas, mas nenhuma respondeu. Os vaqueiros citados também não responderam às solicitações de entrevista.
Leia menosDo Estadão Conteúdo
A cabeça por trás da campanha “nós contra eles”, do PT, que usa vídeos feitos com inteligência artificial (IA), é a do jornalista Otávio Antunes, 47, marqueteiro de ascendência metalúrgica de São Bernardo do Campo (SP) que tem se destacado na comunicação política do partido na esteira do espaço deixado por João Santana, saído de cena após a Lava Jato. Procurado, ele não quis dar entrevista.
A estratégia foi classificada como bem-sucedida em pesquisas sobre métricas de alcance e vista por integrantes do partido como politicamente exitosa porque, “pela primeira vez, tirou o PT das cordas” na disputa política digital com o bolsonarismo.
Leia maisO mote da “justiça tributária” das peças busca isolar os “99% da população”, incluindo a classe média, dos super-ricos e sugerir que o Congresso está a favor deste 1%.
A ideia é ajudar o governo a ganhar apoio ao projeto de lei que aumenta alíquotas do IOF. O Congresso derrubou a medida e o Executivo recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro do STF Alexandre de Moraes marcou uma audiência de conciliação para a próxima terça-feira (15).
Membros do partido explicaram que o plano adaptou linhas de raciocínio do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a uma nova linguagem. Antes de sobressair com a inteligência artificial, o PT tentou emplacar “cortes” de discursos de Haddad, que não viralizaram a contento.
O ministro defende, por exemplo, a taxação dos “super-ricos” e a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil.
O jogo virou quando a equipe de Otávio Antunes transformou as mensagens de Haddad em histórias contadas com inteligência artificial por personagens falsos que simulam pessoas reais insatisfeitas com injustiças. A avaliação interna foi a de que a estratégia rapidamente quebrou uma “resistência automática” ao ministro e ganhou espaço fora das bolhas petistas.
Uma motivação em favor da estratégia de comprar briga com o topo da pirâmide econômica veio dos Estados Unidos, precisamente do novo fenômeno da esquerda na política norte-americana que já incomoda o presidente Donald Trump.
Com uma forte campanha na internet, Zohran Mamdani, de 33 anos, surpreendeu nas prévias democratas no mês passado e será o candidato do partido na próxima eleição a prefeito de Nova York. A campanha do deputado estadual em primeiro mandato, explorou propostas que vão do congelamento de aluguéis à gratuidade no transporte público.
Para bancar os benefícios, prometeu sobretaxar nova-iorquinos que ganham mais de US$ 1 milhão por ano. O discurso levou a uma vitória retumbante sobre o veterano Andrew Cuomo, 67 anos.
De perfil discreto e indisposto a entrevistas, Otávio Antunes presta serviços ao PT e responde ao deputado Jilmar Tatto (SP), secretário de comunicação da sigla. O marqueteiro é fruto de uma mudança que Tatto impôs na comunicação profissional do partido. Em vez de agências com vínculo meramente contratual, ele preferiu lastrear a comunicação na vida política e partidária.
O histórico de Antunes contempla as duas coisas. Filho de metalúrgico do ABC, viveu breve período em Bofete, pequeno município agrícola do interior de São Paulo, e embrenhou-se na vida partidária em Campinas, ainda nos anos 1990. No início dos anos 2000 tentou ser vereador pelo PT na cidade.
Jornalista formado pela PUC de Campinas, passou por cargos de indicação partidária até ir migrando aos poucos para o marketing político. Fundou a Urissanê em 2017 e já no ano seguinte entrou em grandes campanhas.
Nos pleitos de 2018, 2020 e 2024, assumiu algumas das principais candidaturas do PT e amealhou cerca de R$ 40 milhões pelos serviços prestados no período. Em 2025, já recebeu R$ 800 mil do partido.
Interlocutores do marqueteiro afirmam que ele é um produto de João Santana, um dos mais bem sucedidos marqueteiros da história política do Brasil, de quem Antunes sempre nutriu grande admiração profissional.
Em 2017, Santana foi condenado no âmbito da Operação Lava Jato por caixa 2 em campanhas – a condenação foi anulada pela Suprema Corte no ano passado. A baixa abriu o mercado para novos profissionais em ascensão. Um deles é Otávio Antunes.
Em pouco tempo no mercado, ele trabalhou na campanha de Fernando Haddad, em 2018. Apesar do revés para Jair Bolsonaro (PL), os resultados abriram — e mantêm abertos — espaços para o marqueteiro no mercado da comunicação política da América do Sul. No PT, Otávio Antunes trabalha alinhado com Jilmar Tatto, para o qual também fez a campanha de senador, em 2018, e a de prefeito, em 2020.
A nova frente da equipe de Otávio Nunes para o PT é com a campanha “Defenda o Brasil”, lançada nesta sexta-feira (11), com uma série de peças para atribuir a Jair Bolsonaro a responsabilidade pela decisão de Donald Trump de taxar produtos brasileiros em 50%.
Os materiais passaram pelas mãos de Halley Arrais, sócio de Otávio Antunes na Urissanê, e pela Pocotó Filmes, de Pablo Pinzan. Um vídeo feito com inteligência artificial, a campanha diz que Bolsonaro e aliados “usaram nossa bandeira para esconder traição” e que são “falsos patriotas”.
Leia menosDo g1
Um avião de pequeno porte caiu neste domingo (13) após decolar do aeroporto de Southend, a 56 km de Londres. Uma bola de fogo foi vista no local após a decolagem da aeronave, segundo imagens e vídeos publicados em redes sociais.
A polícia de Essex confirmou que o acidente aconteceu por volta das 16h (horário local, 12h em Brasília) e que os serviços de emergência estão no local.
Um avião de pequeno porte caiu no aeroporto de Southend, nos arredores de Londres, logo após decolar neste domingo (13/07). Em vídeos compartilhados nas redes sociais, é possível ver uma coluna de fumaça preta se erguendo próximo à pista do aeroporto.
— O Tempo (@otempo) July 13, 2025
Confira: pic.twitter.com/6dK07DMJ9X
A aeronave Beech B200 Super King Air tinha como destino a cidade de Lelystad, nos Países Baixos. Ainda não há informações sobre quantos ocupantes estavam no avião ou sobre vítimas do acidente.
As autoridades locais pediram ao público para evitar a região durante o trabalho das equipes de resgate. Um clube de golfe e um de rugby, próximos ao aeroporto, foram evacuados de forma preventiva. O site do aeroporto de Southend mostrava, na tarde de domingo, cinco voos internacionais cancelados após o acidente.
Meu livro “Os Leões do Norte”, editora Eu Escrevo, já pode ser encontrado também na livraria Leitura, do Riomar, uma das maiores e mais frequentadas pelo público-leitor do Recife. Ocupa o estande dos livros “Mais vendidos”, logo na entrada.
Também está à venda nas livrarias da Rede Imperatriz e Rede Jaqueira. Em Caruaru, na livraria Leitura e outro ponto, este com recorde de vendagens, é o da loja de conveniência do posto Cruzeiro, em Arcoverde, e no restaurante Cruzeiro, em Tacaimbó. Em Serra Talhada, por sua vez, na livraria Universitária, no shopping Serra Talhada.
Leia maisCaso deseje adquirir o livro “Os Leões do Norte” online, é possível realizar a compra diretamente no site da Editora Eu Escrevo, clicando neste link: https://www.euescrevoeditora.com/os-le%C3%B5es-do-norte.
Clicando no ícone do PagBank, ao lado da capa do livro, você será redirecionado para iniciar a compra.
Em breve, o livro também estará disponível para venda na Amazon.
Leia menosDo jornal O Globo
A primeira-dama Janja da Silva publicou um vídeo neste domingo (13) em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva colhe e oferece jabuticabas a Donald Trump. Na publicação, Lula diz que a fruta é genuinamente brasileira e dará ao presidente norte-americano contra o mau-humor.
— Eu vim chupar jabuticaba de manhã, porque eu duvido que alguém que chupe jabuticaba fique de mau humor. Eu vou levar jabuticaba para você, Trump — diz o presidente, e depois complementa sobre o tarifaço imposto pelo governo dos EUA sobre o Brasil. — E você vai perceber, sabe, que o cara que come jabuticaba de manhã, num país que só ele dá jabuticaba, não precisa de briga tarifária. Precisa de muita união, e de muita relação diplomática.
Trump enviou uma carta a Lula anunciando uma sobretaxa de 50% aos produtos nacionais, defendendo o ex-presidente Jair Bolsonaro, réu por tentativa de golpe de Estado, e criticando o Judiciário brasileiro.
A postagem segue o novo roteiro do governo de defesa da soberania, discurso que ganhou fôlego num momento que o petista enfrenta baixa popularidade. Essa semana, os governistas superaram a oposição no embate nas redes sociais sobre a taxação de 50% determinada por Trump. O perfil oficial do governo, por sua vez, lançou uma campanha: “Brasil com S de Soberania”.
Jorge Henrique Cartaxo e Lenora Barbo*
Do Correio Braziliense
“Tem a mais sólida, a mais robusta têmpera essa gente indomável! Os prisioneiros feitos revelam-na de uma maneira expressiva.
Ainda não consegui lobrigar a mais breve sombra de desânimo em seus rostos, onde se desenham privações de toda sorte, a miséria mais funda; não tremem, não se acobardam e não negam as crenças mantidas pelo evangelizador fatal e sinistro que os arrastou a uma desgraça incalculável.
Leia maisAs mulheres aprisionadas na ocasião em que os maridos caíam mortos na refrega e a prole espavorida desaparecia na fuga, aqui têm chegado — numa transição brusca do lar mais ou menos feliz para uma praça de guerra, perdendo tudo numa hora — e não lhes diviso no olhar o mais leve espanto e em algumas mesmo o rosto bronzeado de linhas firmes e iluminado por um olhar de altivez estranha e quase ameaçadora. Uma delas acaba de ser conduzida à presença do general. Estatura pequena, rosto trigueiro, cabelos em desalinho, lábios finos e brancos, rugados aos cantos por um riso doloroso, olhos vesgos, cintilantes, traz ao peito, posta na abertura da camisa, a mão direita, ferida por um golpe de sabre.
— Onde está teu marido?
— No céu.
— O que queres dizer com isto?
— O meu marido morreu.
E o olhar correu rápido e fulgurante sobre os circunstantes sem se fitar em ninguém”.
O relato de Euclides da Cunha, no seu diário da chacina de Canudos, no interior da Bahia, do dia 26 de setembro de 1897, que inspirou o clássico da literatura brasileira “Os Sertões”, publicado em 1902 — o épico pungente da realidade tenebrosa do interior do país de então, o esplendor da nossa miséria, o afresco dos céus da Capela Sistina dos sertões brasileiros — emudeceu os humanos e assustou os insensíveis!
Quinze anos depois, agora no governo do general Hermes da Fonseca — o oitavo presidente da República e o terceiro militar — uma nova revolta camponesa (1912-1916) explodiu, desta vez no sudoeste do Paraná e noroeste de Santa Catarina: a região do Contestado, que deu nome à grande batalha, onde havia uma disputa territorial entre os dois estados.
Famintos, desesperados, expulsos das suas terras pela Brazil Railway — responsável pela construção da estrada de ferro que ligaria São Paulo ao Rio Grande do Sul — e a madeireira Southern Lumber & Colonization, que veio logo em seguida em busca dos pinheirais e da erva-mate que brotava na região, de certo modo tentou escravizar aquela gente.
Liderados pelo místico José Maria — um similar do sul de Antônio Conselheiro, de Canudos. Com a morte de José Maria, Maria Rosa, de 15 anos; e o menino Deus, Joaquim, com 11 anos — este, porta-voz de José Maria — por meio de mensagens vindas do além, lideraram um exército de cinco mil sertanejos vencendo sete expedições militares. Claro, foram dizimados!
Teríamos mais! Em janeiro de 1912, numa violenta disputa entre as oligarquias da Bahia, Hermes da Fonseca — eleito presidente em 1910 —, atendendo a uma solicitação judicial, decretou intervenção no estado. Canhões do forte São Marcelo dispararam contra o Palácio Conde dos Arcos, que abrigava o arquivo e a biblioteca pública, destruindo mais de 30 mil documentos. Dos fortes de São Pedro e Barbalho, novos disparos atingiram o Palácio do Governo, a Câmara Municipal e a esquina da Sé. A Polícia Militar, o Exército e populares se engalfinharam na Praça Castro Alves e na Praça Municipal.
A República nunca teve exatamente ordem e menos ainda foi pacífica. Mas algo estava demasiadamente errado! O primeiro novo olhar foi para os sertões, “Os Sertões” revelados por Euclides da Cunha. O Brasil percebido, até então, era o Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais e a convergência simbólica do Rio de Janeiro. O Brasil profundo, a verdadeira nação desconhecida sinalizava e “exigia” a sua presença e atenção. A sua identidade nacional!
Naquele mesmo tenso 1912, Arthur Neiva e Belisário Penna, médicos-sanitaristas do Instituto Oswaldo Cruz, fizeram uma viagem científica por uma região do interior do Brasil: norte da Bahia, sudoeste de Pernambuco, sul do Piauí e de norte a sul de Goiás. O relatório dessa expedição, naquele momento mais percebido e divulgado do que os relatórios da Comissão Cruls (1892-1896), — até porque tinham objetivos distintos —, de algum modo, demonizou a realidade de interior do país, inclusive, a do Planalto Central do Brasil, incluindo o Quadrilátero Cruls, onde seria edificada a nova capital do Brasil.
“(…) Enfim, a solidão, a miséria, o analfabetismo universal, o abandono completo dessa gente, devastada moralmente pelo obscurantismo, pelas abusões e feitiçarias, e física e intelectualmente por terríveis moléstias endêmicas. A raça atual dessa região é inaproveitável. É habitual dizer-se, e nós mesmo já temos cometido esse pecado, que o povo sertanejo é indolente e sem iniciativa. A verdade, porém, é outra. Ausência de esforço e de iniciativa dessa pobre gente é proveniente do abandono em que vive, e da incapacidade física e intelectual, resultante de moléstias deprimentes e aniquiladoras, cabendo nessas regiões, à moléstia de Chagas, à primazia desse malefício (…) falsas [as] informações dos que viajam por essas regiões, pintando em linguagem florida e imaginosa, quadros de intensa poesia da vida bucólica, feliz e farta. Nós, se fôramos poetas, escreveríamos um poema trágico, como a descrição das misérias dos infelizes habitantes sertanejos, nossos patrícios”, escreveram em seu relatório Belisário Penna e Arthur Neiva, divulgado em 1916.
O documento, de fato, chamava atenção para os desafios, por exemplo, que Canudos e Contestado mostraram ao país. Entretanto, ele sugeria uma generalização de problemas sanitários, endêmicos e de salubridade que não se aplicava exatamente, por exemplo, ao Planalto Central do Brasil e, em particular, às regiões distintas que integravam o amplo estado de Goiás. As conclusões dos dois médicos-sanitaristas confrontavam o trabalho da equipe de Luiz Cruls, integrada por pesquisadores célebres e respeitados. O Planalto Central ali descrito, com elogiado rigor cientifico, não se coadunava com as compreensões de Penna e Neiva. Até porque eles não estiveram na região que ficou definida como o Quadrilátero Cruls.
O desconforto e o impacto do relatório dos pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz, tiveram, entretanto, um outro efeito político. Mobilizou e organizou, pela primeira vez, a elite politica do estado de Goiás. Henrique Silva, militar e ex-integrante da Comissão Cruls, nascido em Bonfim (hoje Silvânia), já aposentado em 1917, fundou com o então deputado Americano do Brasil — de Bonfim como Silva — a revista A Informação Goyana.
Americano do Brasil, à época deputado federal por Goiás, ficou apenas um ano na direção da publicação com o seu conterrâneo. Em 1918, foi convidado pelo então presidente do estado de Goiás, João Alves de Castro, para ser secretário de Interior e Justiça. Mas continuou parceiro e colaborador do projeto até o seu falecimento em 1932.
Impressa e divulgada a partir do Rio de Janeiro, A Informação Goyana foi publicada, mensalmente, até 1935, quando faleceu Henrique Silva. A revista tinha como objetivo defender e divulgar a cultura, as tradições e as possibilidades econômicas do Brasil Central, de um modo geral, e do estado de Goiás, em particular. Havia um foco permanente na divulgação dos relatórios da Comissão Cruls, nas determinações constitucionais para a mudança da capital e no esclarecimento e defesa da salubridade, da qualidade climática, da qualidade das águas, da fauna e da flora do Brasil Central. Colaboraram com a revista Eduardo Sócrates, Campos Curado, Moisés Santana, Cora Coralina, Colemar Natal, José Carlos de Carvalho, Victor de Carvalho, Mário Vaz, Hélio Seixo, Jorge Maia, Francisco Ayres da Silva, Antônio Euzébio de Abreu, entre outros.
Alguns acontecimentos marcaram o Centenário da Independência do Brasil em 1922. A semana de Arte Moderna, em São Paulo, um dos eflúvios também de “Os Sertões”, de Euclides da Cunha. A Exposição Comemorativa do Centenário da Independência, que foi visitada por mais de três milhões de pessoas e que foi montada na esplanada que surgiu no lugar do histórico Morro do Castelo. O ex-anarquista Astrogildo Pereira, numa cerimônia “secreta” na casa dos seus familiares em Niterói, fundou o Partido Comunista do Brasil.
Curiosamente, ou coincidentemente, 48 horas depois da fundação do potentado marxista, no dia 12 de maio, foi criado o Centro D. Vital, o maior e mais organizado centro de pensamento de direita no Brasil. Os deputados Americano do Brasil (GO) e Marcelino Rodrigues (MA), em 1921, apresentaram uma proposição legislativa determinando a edificação e lançamento da pedra fundamental da capital federal, no Planalto Central do Brasil, a ser inaugurada em 7 de setembro de 1922. Aprovada a proposta, foi devidamente acolhida pelo presidente Epitácio Pessoa.
O debate sobre a mudança da capital, independentemente dos relatórios da Comissão Cruls, do Instituto Oswaldo Cruz e da revista A Informação Goyana, pelo menos até a década de 1940 do século 20, nunca teve uma prioridade exatamente visível no debate público do país. Ele sempre existiu, sobretudo depois da República, no Congresso, nas instituições governamentais e em alguns espaços dos meios de comunicação de então.
*jornalista e Diretor de Relações Institucionais do IHGDF e arquiteta e diretora do Centro de Documentação do IHGDF
Leia menosO vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou hoje, em São Paulo, que as tarifas impostas pelos Estados Unidos prejudica o “consumidor norte-americano”. A declaração ocorre após o governo dos EUA anunciar tarifa de 50% sobre produtos brasileiros.
“Não tem sentido essa tarifa, inclusive ela prejudica o consumidor norte-americano”, disse Alckmin. O vice-presidente ainda afirmou que a resposta à decisão dos Estados Unidos virá por meio do decreto que regulamenta a Lei de Reciprocidade Econômica, que deve ser publicado até terça-feira (15). As informações são da CNN Brasil.
Leia mais“O Congresso Nacional aprovou a Lei da Reciprocidade, que determina: se houver tarifa lá, haverá tarifa aqui. A regulamentação, que é por decreto, sai amanhã ou até terça-feira”, afirmou Alckmin. “O governo vai trabalhar porque entendemos que essa medida é inadequada, não se justifica e vamos recorrer à OMC (Organização Mundial do Comércio).”
Alckmin declarou também que vai trabalhar “para reverter” as tarifas, além de mencionar que os Estados Unidos mantêm um superávit comercial com o Brasil, tanto na balança de bens quanto de serviços, e não há justificativa econômica para o chamado “tarifaço”.
“Em reação às tarifas americanas, o Brasil não é problema para os EUA. Os EUA têm um superávit conosco, tanto de serviços quanto de bens. O déficit comercial deles no ano passado foi de US$ 1,2 trilhão, mas não com o Brasil. O Brasil é superavitário para eles”, disse.
O mercado dos EUA é o segundo principal destino das vendas externas do Brasil, atrás apenas da China, com o petróleo tendo maior participação em receitas nas vendas para o país norte-americano.
O governo tem até o dia 1º de agosto para tentar mudar o cenário da sobretaxa, visto que Donald Trump afirmou que a imposição das tarifas de 50% dos produtos brasileiros acontecerá a partir desta data.
Leia menosEditorial do Estadão
A direita brasileira que se pretende moderna e democrática, se quiser construir um legítimo projeto de oposição ao governo Lula da Silva, precisa romper definitivamente com Jair Bolsonaro e tudo o que esse senhor representa de atraso para o Brasil. Não se trata aqui de um imperativo puramente ideológico, e sim de uma exigência mínima de civilidade, decência e compromisso com os interesses nacionais.
O recente ataque do presidente americano, Donald Trump, às instituições brasileiras, supostamente em defesa de Bolsonaro, é só uma gota no oceano de males que o bolsonarismo causa e ainda pode causar aos brasileiros. A vida pública de Bolsonaro prova que o ex-presidente é um inimigo do Brasil que sempre colocou seus interesses particulares acima dos do País. A essa altura, portanto, já deveria estar claro para os que pretendem herdar os votos antipetistas que se associar a Bolsonaro, não importa se por crença ou pragmatismo eleitoral, significa trair os ideais da República e arriscar o progresso da Nação.
Leia maisPor razões óbvias, Bolsonaro não virá a público condenar o teor da famigerada carta de Trump a Lula. Isso mostra, como se ainda houvesse dúvidas, até onde Bolsonaro é capaz de ir – causar danos econômicos não triviais ao País – na vã tentativa de salvar a própria pele, imaginando que os arreganhos de Trump tenham o condão, ora vejam, de subjugar o Supremo Tribunal Federal e, assim, alterar os rumos de seu destino penal.
Nesse sentido, é ultrajante a complacência de governadores como Tarcísio de Freitas (SP), Romeu Zema (MG) e Ronaldo Caiado (GO) diante dos ataques promovidos pelo presidente dos EUA ao Brasil. As reações públicas dos três serviram para expor a miséria moral e intelectual de uma parcela da direita que se diz moderna, mas que continua a gravitar em torno de um ideário retrógrado, personalista, francamente antinacional e falido como é o bolsonarismo.
Tarcísio, Zema e Caiado, todos aspirantes ao cargo de presidente da República, usaram suas redes sociais para tentar impingir a Lula, cada um a seu modo, a responsabilidade pelo “tarifaço” de Trump contra as exportações brasileiras. Nenhum deles se constrangeu por tergiversar em nome de uma “estratégia eleitoral”, vamos chamar assim, que nem de longe parece lhes ser benéfica – haja vista a razia que a associação ao trumpismo provocou em candidaturas mundo afora.
Tarcísio afirmou que “Lula colocou sua ideologia acima da economia, e esse é o resultado”, atribuindo ao petista a imposição de tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras aos EUA – muitas das quais saem justamente do Estado que ele governa. Classificando, na prática, a responsabilidade de Bolsonaro como uma fabricação, o governador paulista concluiu que “narrativas não resolverão o problema”, como se ele mesmo não estivesse amplificando uma narrativa sem pé nem cabeça.
Caiado, por sua vez, fez longa peroração, com direito a citação do falecido caudilho venezuelano Hugo Chávez, antes de dizer que, “com as medidas tomadas pelo governo americano, Lula e sua entourage tentam vender a tese da invasão da soberania do Brasil”. Por fim, coube a Zema encontrar uma forma de inserir até a primeira-dama Rosângela da Silva no script para exonerar Bolsonaro de qualquer ônus político pelo prejuízo a ser causado pelo “tarifaço” americano se, de fato, a medida se concretizar.
O Brasil não merece lideranças que relativizam os próprios interesses nacionais em nome da lealdade a um projeto autoritário, retrógrado e personalista. Até quando a direita brasileira permitirá ser escrava de um desqualificado como Bolsonaro? Não é essa a direita de um país decente. Não é possível defender o Estado Democrático de Direito e, ao mesmo tempo, louvar e defender um ex-presidente que incitou ataques às urnas eletrônicas, ameaçou as instituições republicanas, sabotou políticas de saúde pública e usou a máquina do Estado em benefício próprio e de sua família ao longo de uma vida inteira.
O Brasil precisa, sim, de uma direita responsável, madura e comprometida com o futuro – não de marionetes de um golpista contumaz.
Leia menosDo Estadão Conteúdo
A um ano e três meses das eleições de 2026, o governo Lula vai mudar o slogan, na tentativa de mostrar que sua identidade não pode ser confundida com a do Centrão. O mote “União e Reconstrução” será substituído agora pela ideia de que o terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem lado.
A estratégia para recuperar a popularidade perdida consiste em focar a propaganda oficial na seguinte mensagem: combater privilégios significa abrir espaço para que mais gente prospere na vida. Na prática, o governo quer ir além da toada “ricos contra pobres”.
Leia maisA ordem é bater na tecla de que programas lançados recentemente, como os que preveem linhas de crédito mais baratas para a reforma de casa e para microempreendedores, também beneficiam a classe média.
Ministros têm sido orientados a destacar em entrevistas que o principal adversário do País é o sistema de desigualdade, montado para favorecer 1% da população contra 99%. Para exemplificar esse raciocínio, devem dizer que, enquanto a maior parte dos brasileiros enfrenta uma jornada pesada, fila de ônibus e trânsito, impostos que levam mais de 20% dos salários de professores e até de pequenos comerciantes aliviam a carga de quem nasceu cercado por privilégios.
O Palácio do Planalto encomendou pesquisas qualitativas, que medem as percepções dos eleitores, para definir o novo slogan do governo e as consultas ainda estão em andamento. Já se sabe, porém, que o lema vai misturar os conceitos de trabalho, justiça social e enfrentamento aos privilégios com a defesa do Brasil. O toque nacionalista ganhou força após a ofensiva do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o País.
O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Sidônio Palmeira, tem conversado com os colegas sobre essa nova linha, que recebeu sinal verde de Lula. Nos bastidores, auxiliares do presidente afirmam que um governo de coalizão — no qual cada um puxa para um lado — acaba sem identidade. É por isso que, hoje, todas as iniciativas de ministros têm de passar pelo crivo da Secom.
Levantamentos do Planalto e do PT revelam que eleitores estão desencantados porque esperavam mais de Lula do que a reedição de programas como o Bolsa Família, o Farmácia Popular e o Minha Casa, Minha Vida. No diagnóstico dos entrevistados, essas ações já “fazem parte da paisagem” e é preciso ir muito além disso.
A troca do slogan “União e Reconstrução” por um mote que indique o rumo da segunda metade do governo e aponte para 2026, quando o presidente deve disputar novo mandato, já vinha sendo planejada por Sidônio.
Tudo foi acelerado, no entanto, após a crise entre o governo e o Congresso por causa do decreto que prevê o aumento de alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Partidos que ocupam 14 ministérios e não pretendem apoiar o PT nas eleições de 2026 — a maioria deles do Centrão — ajudaram a derrubar o decreto de Lula, que, por sua vez, recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, alega que a equipe econômica precisa dos R$ 10 bilhões previstos com as mudanças no IOF para fechar as contas públicas.
Uma audiência de conciliação entre as partes foi marcada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes para terça-feira, 15. O magistrado suspendeu todas as decisões tomadas até agora. O imbróglio estremeceu a relação entre Lula e a cúpula do Congresso, principalmente com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).
Nessa queda de braço, uma campanha do PT nas redes sociais martelou que Lula quer cobrar mais tributos do “andar de cima”, chamado agora de BBB (Bilionários, Bancos e Bets), para levar adiante a proposta de isentar quem ganha até R$ 5 mil do Imposto de Renda. Monitoramentos feitos pelo Planalto indicaram que a tática foi bem-sucedida.
Na quarta-feira, 9, após Trump anunciar a taxação de 50% sobre produtos brasileiros e justificar a medida sob a alegação de que o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe não deveria ocorrer, Lula voltou a usar o boné com o slogan “O Brasil é dos brasileiros”.
Publicitário que comandou a campanha petista, em 2022, Sidônio completa seis meses à frente da Secom na segunda-feira, 14. Neste período, enfrentou uma crise atrás da outra, atuou como bombeiro, mas também comprou muitas brigas, até mesmo com Haddad.
O chefe da equipe econômica não queria, por exemplo, revogar a norma da Receita Federal que ampliava a fiscalização de transações financeiras, incluindo o Pix.
À época, um único vídeo do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), com informações distorcidas sobre a operação, ultrapassou 200 milhões de visualizações. Haddad resistiu muito antes de recuar, mas acabou vencido.
“Eu vim aqui para fazer um doutorado. Estou ministro hoje e amanhã posso não estar”, disse Sidônio ao Estadão. “Não tenho interesse político”.
Em janeiro, quando assumiu a Secom no lugar de Paulo Pimenta (PT) — que foi demitido por Lula e voltou para a Câmara dos Deputados —, o marqueteiro prometeu recuperar a aprovação de Lula e do governo em três meses. Não foi o que ocorreu.
Até agora, o chefe da Secom não conseguiu fazer com que Lula resgatasse a popularidade. Pior: o presidente perdeu apoio no Nordeste, região que sempre foi reduto eleitoral do PT, e entre os mais pobres.
Pesquisas em poder do Planalto indicam que Lula começou a se levantar, mas ainda de forma lenta. As sondagens também mostraram que, na opinião dos eleitores, ele precisa falar mais com a população.
Lula não quer aumentar o número de entrevistas, mas Sidônio insiste. “Sou uma pessoa determinada”, garante o ministro franzino, que não come doce, só toma café amargo, mas diz estar disposto a fazer do limão uma limonada.
Foram tantas as turbulências enfrentadas por Sidônio desde janeiro que seus auxiliares até fizeram uma planilha. Nela, contabilizaram 12 crises em seis meses: de boatos infundados sobre a taxação do Pix a descontos indevidos de aposentados do INSS, passando pelo preço dos alimentos e a queda do então ministro Juscelino Filho.
“Comunicação é sempre um desafio, mas o Sidônio tem experiência, sensibilidade e vai avançar mais ainda”, afirmou ao Estadão o vice-presidente Geraldo Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.
Se depender da oposição, no entanto, o ministro entregará os pontos. Irritados com postagens nas redes sociais que se referem ao Legislativo como “Congresso da mamata” e atacam Hugo Motta, deputados convocaram Sidônio para explicar as últimas campanhas da Secom.
O ministro garante que essas mensagens não têm a digital do Planalto e conseguiu adiar sua ida à Câmara para agosto, depois do recesso parlamentar. Até lá, o novo slogan do governo já deve estar na praça.
Leia menosPor Tales Faria
Do Correio da Manhã
Quando deputado federal, Miro Teixeira costumava contar uma história bastante interessante. Envolvia seu amigo e então diretor de Redação do jornal o Globo, Evandro Carlos de Andrade, e o então senador pela Bahia Antônio Carlos Magalhães.
ACM era considerado um dos políticos mais fortes do país, à frente do PFL (ex-Arena e atual centrão), capaz de ameaçar e fazer tremer presidentes da República.
Leia maisMas também usava de sua força para alguns blefes, como aquele em que anunciou possuir um dossiê com “provas de corrupção” envolvendo o ministro do governo Itamar Franco, Jutahy Junior, do Bem-Estar Social, seu adversário na Bahia.
Itamar convocou ACM para apresentar pessoalmente o dossiê. O senador adentrou ao Palácio do Planalto cercado de repórteres com as supostas provas debaixo do braço.
Itamar sabia que, após um encontro reservado, o senador sairia contando vantagens sobre “as provas” que teria entregado. Mandou então os repórteres participarem da audiência. Ao abrir-se a papelada, o que toda a imprensa viu era apenas um monte de recortes de jornais. O dossiê virou pó. Era blefe.
Parte da força política de ACM, na verdade, vinha de sua amizade pessoal com Roberto Marinho, o dono do grupo Globo de Comunicação. Amizade esta fortalecida quando o baiano assumiu como ministro das Comunicações do governo de José Sarney.
ACM foi indicado ministro por Roberto Marinho a Tancredo Neves. Conta-se que Ulysses Guimarães chegou a protestar contra a escolha do político baiano, ao que Tancredo respondeu: “Meu amigo, eu posso até brigar com o papa, mas não vou arrumar confusão agora com o Roberto Marinho.”
E qual a história que Miro Teixeira contava?
Segundo o então deputado, por conta de uma informação que o Globo publicou e que desagradava a ACM, o poderoso político enviou a Evandro Carlos de Andrade um fax (naquele tempo não havia Whatsapp. O fax era uma reprodução fac-símele de uma mensagem transmitida por linha telefônica).
Evandro Carlos de Andrade é citado no livro biográfico “Roberto Marinho — o poder está no ar”, escrito por Leonêncio Nossa, como o homem que operou a grande renovação de O Globo, onde chegou em 1971.
Evandro pegou o jornal em decadência e ajudou a torná-lo líder de vendas durante sua gestão. Foi o único não Marinho a encabeçar a primeira página do Globo por quase 25 anos.
A mensagem via fax chegou a Evandro no melhor estilo ACM: agressiva, deselegante, meio que se baseando nos seus fortes laços com o dono do Globo e patrão do chefe da Redação.
Segundo Miro Teixeira, Evandro pegou o tal fax e determinou que ele fosse imediatamente devolvido ao mesmo número de telefone que o enviou. Mas, com um recado que rabiscou à mão, dizendo algo mais ou menos assim: “Deve ter havido algum engano na escolha do destinatário. Ponto.”
Pois é. Foi algo semelhante que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez com a carta que o presidente dos Estado Unidos, Donald Trump, vazou como tendo sido enviada ao mandatário brasileiro no último dia 9.
Não veio por fax. Então, por ordem de Lula, a embaixadora responsável no Itamaraty pela América do Norte e Europa, Maria Luisa Escorel, convocou o encarregado de negócios dos EUA no Brasil, Gabriel Escobar, a confirmar a tal carta, já que o governo do Brasil só soube da sua existência pela imprensa.
Escobar confirmou. Então a diplomata respondeu que, como o Brasil não havia recebido de fato o documento, desde já o devolvia, mesmo que simbolicamente, por não reconhecer legitimidade nos argumentos de Trump.
Sem legitimidade em relação à ingerência nos assuntos internos do país, e sem legitimidade quanto à afirmação de que há déficit comercial dos EUA com o Brasil.
Lula, no final das contas, imitou Evandro Carlos de Andrade: devolveu o fax. Não se sabe se ele já sabia da história do diretor de Redação do Globo com ACM.
Leia menosA Secretaria de Desenvolvimento Profissional e Empreendedorismo de Pernambuco (Sedepe), junto com seus órgãos vinculados, a Agência de Empreendedorismo de Pernambuco (AGE) e a Junta Comercial de Pernambuco (Jucepe), desembarcará, em Serra Talhada, nos próximos dias, com diversos atendimentos voltados à população. A ação, fruto de articulação do deputado federal Waldemar Oliveira e de Sebastião Oliveira, se dá na 25ª Exposerra, que acontece entre os dias 17 e 19 deste mês.
Durante o evento, a Sedepe, comandada por Manuca (Avante), apresentará o Programa de Qualificação Profissional do Estado (Qualifica PE) e o Programa ALI Produtividade, além disso, dará atenção especial ao Microempreendedor Individual (MEI), prestando atendimentos especializados, que incluem a verificação sobre parcelamento de débitos e esclarecimentos sobre regularização empresarial. Já a Jucepe vai orientar sobre abertura de empresas de portes variados, emissão de certidões e consultas e serviços digitais.
Por sua vez, na terça e quarta-feira (15 e 16) a AGE levará ao município a sua “Caravana do Crédito”, voltada a alavancar o empreendedorismo no Estado, por meio de linhas de créditos que oferecem tarifas especiais para atender empreendedores formais e informais. Na Exposerra, a Agência realizará uma palestra sobre “Empreendedorismo”. “O Governo de Pernambuco tem tido um olhar diferenciado para as áreas da qualificação e empreendedorismo. Conseguimos articular essa iniciativa que vai ofertar oportunidade para nosso povo trabalhador”, destacou Sebastião Oliveira. “São duas pautas muito importantes para o desenvolvimento de Pernambuco, sobretudo, do Sertão, e prioridades do meu mandato”, ressaltou Waldemar Oliveira.