Os Coelho, clã que se confunde com a história de Petrolina, têm sua origem no patriarca Quelé, que gerou grandes homens públicos. Nilo, o mais famoso, foi governador, senador e presidente do Congresso Nacional. Osvaldo Coelho, que Deus o chamou em 2015, faria hoje 93 anos.
Convivo com políticos e homens públicos há mais de 40 anos, no bom combate do jornalismo político. De Osvaldo, guardo a imagem de um homem que, no exercício dos seus sete mandatos na Câmara Federal, jamais confundiu o público com o privado.
Leia maisFoi extremamente zeloso na destinação de tantos recursos que fez chegar até a sua Petrolina, a maior paixão da sua vida. Osvaldo acordava e dormia com o coração, a alma, o espírito e os olhos esbugalhados para Petrolina.
Se na sua época existisse o deputado distrital, provavelmente sairia eleito apenas com o balaio de votos da sua Petrolina, onde reinava absoluto, porque havia uma relação de cumplicidade entre ele e seu povo. Amava tanto Petrolina que dava para desconfiar que não existia nada mais importante na sua vida, a não ser declarar, o tempo todo, a toda hora, o eterno amor ao seu solo sagrado, irrigado pelas águas do São Francisco, protegido de qualquer mal pelas carrancas de Ana das Carrancas.
Hoje, num emaranhado de políticos que não conseguem sequer tirar uma ficha corrida na polícia, fico a matutar com uma frase que ouvi do então governador Jarbas Vasconcelos sobre Osvaldo: “É o melhor dos Coelho. Nunca me pediu nada pessoal. Todas as vezes que esteve comigo, foi para pedir por Petrolina. Nunca vi um homem de tão elevado espírito público”.
Nunca esqueci isso. Osvaldo, como homem público, tinha uma essência especial: via em cada pai seu próprio pai, em cada mãe a sua mãe, em cada filho os seus e em cada ser humano o seu irmão. Para ele, honestidade não era virtude. Era obrigação.
Tinha tudo que se espera de um homem público: equilíbrio, serenidade, transparência, retidão e devoção ao povo. Tinha cuidado com o verbo e as verbas. Pensava no bem estar geral bem mais amplo do seu povo. Políticos, conheci e conheço muitos, mas homens de moral e caráter como Osvaldo Coelho são poucos
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