Por Mauro Ferreira Lima*
Recife vem sendo alvo de massiva divulgação nacional “negativa” motivada pelos sucessivos ataques de tubarões, pela flagrante decadência do seu centro histórico-comercial e pela insegurança urbana. Isto se reflete na real queda da presença turística na cidade. Segundo a Abih, a ocupação hoteleira local mal chega a 50% anualmente.
O turismo refluiu geral. O segmento de negócios, principalmente, por motivos diversos, puxou esta queda. Suape entrou em declínio nos últimos 10 anos, a pandemia aconteceu e a violência urbana avançou visivelmente. Tudo isto contribuiu para este declínio. Tais fatos refletiram-se diretamente, também, no turismo de lazer.
Leia maisA cidade, com um aeroporto que detém o maior número de embarques e desembarques no Nordeste, não consegue reter seus fugazes visitantes nem por um mínimo de 3 dias. Um mínimo para conhecer um pouco do tanto que a cidade oferece em termos históricos, culturais gastronômicos e de lazer de qualidade.
Turistas da classe média do Sudeste, aqui chegam e se dirigem para vans que seguem para Porto de Galinhas. Retornam dias após ao mesmo aeroporto para seus destinos de origem. E não ficam nem um dia no Recife.
Recife tem uma característica de dispersão do seu contexto de bares e restaurantes. Bem diferente da maioria de outras capitais que concentram em único amplo local, como a Savassi em BH, a maior parte desses espaços de lazer. Por aqui, Piedade (vizinha), Boa Viagem, Recife Antigo, Graças, Aflitos, Espinheiro, Casa Forte e Poço da Panela, incluindo Olinda, complementam este amplo universo disperso da oferta de lazer e de gastronomia local.
Tratando-se de Olinda, nenhuma capital no Brasil tem o privilégio de ser geminada a uma cidade que é Patrimônio Cultural da Humanidade. Esta germinação – pasmem – é desconhecida da grande maioria do povo brasileiro.
Alardear esse aspecto geográfico tão especial e de potencial tão singular, é estratégico para as duas cidades. Sem dúvidas estimularia a atração de maior fluxo turístico de negócios e de lazer para as duas cidades. Isto, tanto regional quanto nacionalmente.
Para que esta “ousadia promocional” possa acontecer “só” se faz necessário apenas visão de quem tem a responsabilidade de agir!
*Analista Econômico
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