María Corina afirma que proposta de Lula para uma nova eleição na Venezuela é uma “falta de respeito”

A líder opositora da Venezuela, María Corina Machado, qualificou, nesta quinta-feira (15), como “uma falta de respeito” a proposta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de que haja uma nova eleição na Venezuela. Ela ressaltou que a oposição correu riscos no processo eleitoral e concluiu: “As eleições já aconteceram”.

“Vamos para uma segunda eleição, se não gostam dos resultados, vamos para uma terceira? Uma quarta? Uma quinta? Até que Maduro goste dos resultados? Aceitariam isso em seus países? Que se o resultado não é satisfatório, repetem as eleições?”, questionou Corina em coletiva a um grupo de jornalistas, da qual a CNN participou.

A ex-deputada disse que a oposição participou do pleito “com as regras da tirania”, correndo riscos, que venezuelanos foram presos e houve mortes registradas. “Considerar não conhecer o ocorrido em 28 de julho para mim é uma falta de respeito com os venezuelanos que deram tudo e expressaram a soberania popular. A soberania popular se respeita e as eleições já aconteceram”, rebateu.

A líder opositora também descartou a proposta de Lula sobre a formação de um governo de coalizão. “Tem que ter muito cuidado, porque os exemplos aos quais se faz referência são nos quais teve diferenças de ordem política de grupos em conflito, mas grupos democráticos ou pelo menos não envolvidos em atividades criminosas, e este não é o caso”, disse.

Da CNN

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Da CNN Brasil

O Brasil e a China têm se aproximado e estreitado laços comerciais no momento em que escala a guerra comercial entre Pequim e Washington. Diversas sinalizações nesse sentido foram dadas nos últimos meses. Algumas antecedem a disputa tarifária promovida por Donald Trump.

De janeiro a março, a corrente de comércio entre Brasil e China bateu recorde para o período e ultrapassou os US$ 38,8 bilhões, com US$ 19,8 bilhões em exportações brasileiras e US$ 19 bilhões em importações.

As importações brasileiras vindas da China aumentaram 35% no primeiro trimestre. Um dos principais responsáveis por esse salto foi o grupo “Plataformas, embarcações e outras estruturas flutuantes”, que, sozinho, movimentou US$ 2,7 bilhões – valor significativamente superior aos cerca de US$ 4 milhões registrados em 2024.

O Brasil não comprava plataformas de perfuração da China desde 2020, segundo dados do Comex Stat, portal oficial do governo brasileiro que disponibiliza dados detalhados sobre as exportações e importações do país.

Na última sexta-feira (18), os Estados Unidos anunciaram novas tarifas portuárias sobre navios chineses, alegando a necessidade de reativar a indústria naval norte-americana frente ao domínio chinês no setor.

No setor do agronegócio, o governo brasileiro já reconhece oficialmente que a disputa comercial entre China e EUA pode abrir novas oportunidades. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que a tensão entre os dois países têm acelerado algumas negociações com Pequim. “Há sim a expectativa de ampliação dos negócios com a China”, disse Fávaro, na última quinta-feira (17).

Na última semana, representantes do ministério da Agricultura da China estiveram no Brasil e se reuniram com autoridades brasileiras. No próximo dia 22, o ministério da Agricultura do Brasil se reúne com integrantes do GACC, o departamento alfandegário chinês, responsável pelas regras de importação.

O principal objetivo do governo brasileiro nessas reuniões é reduzir a burocracia nos processos de aprovação de importação de produtos biotecnológicos, como sementes geneticamente modificadas e alimentos com edição gênica.

O Brasil também está enviando seu alto escalão para a China. Como parte da preparação para a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a Pequim, prevista para maio, uma comitiva brasileira já está em solo chinês para abrir caminho nas negociações e organizar os encontros bilaterais.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, já desembarcou no país asiático. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, deve chegar em Pequim no fim de abril – algumas semanas antes da chegada de Lula.

Outra novidade aconteceu no setor portuário. Na última quinta-feira, foi inaugurada uma nova rota marítima direta entre a China e o Brasil. A nova rota liga o Porto de Gaolan, na cidade de Zhuhai, e os portos brasileiros de Santana (AP) e Salvador (BA). Segundo o ministério de Portos e Aeroportos, o novo corredor marítimo atende diretamente zonas estratégicas de produção agrícola e mineral.

Brics fortalecido

Outro movimento com potencial de incomodar os Estados Unidos ocorreu em Brasília, na última quinta-feira, durante a principal reunião do Grupo de Trabalho de Agricultura do Brics.

Os países do Brics declararam apoio formal à proposta da Rússia de criar uma “Bolsa de Grãos do Brics”, iniciativa que tem como objetivo facilitar o comércio agrícola entre os membros do bloco e reduzir a dependência do dólar nas transações internacionais.

A justificativa é que a nova bolsa funcionaria como uma alternativa às tradicionais CBOT (Chicago Board of Trade) e KCBT (Kansas City Board of Trade), duas das principais referências no comércio de commodities agrícolas, ambas sediadas nos Estados Unidos.

A declaração conjunta também prevê o fortalecimento da cooperação entre os países do bloco em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), com foco na inovação e na fabricação de maquinários adaptados às realidades locais.

Dulino Sistema de ensino

Do g1

Jornais peruanos criticaram o governo do Brasil por conceder asilo à ex-primeira-dama do Peru, Nadine Heredia, após a condenação de seu marido a 15 anos de prisão por um escândalo relacionado à Odebrecht. A muher do ex-presidente Ollanta Humala chegou na última quarta-feira (16) a Brasília após obter um salvo-conduto do governo peruano para se refugiar no país. Humala governou o Peru entre 2011 e 2016.

Heredia foi condenada na terça-feira (15) a 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro da construtora brasileira e pelo governo do ex-presidente venezuelano Hugo Chávez. Mas, ao contrário de Humala, a ex-primeira-dama não foi presa após condenação. Ela se refugiou na Embaixada do Brasil em Lima e, de lá, recebeu o salvo-conduto de seu governo e o asilo de Brasília.

Os jornais peruanos não pouparam críticas ao presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Entre corruptos, se protegem”, diz a manchete do jornal “Diario Trome” de quinta-feira (17). “Qualificam como vergonhoso que Lula dê asilo a Nadine logo após ser condenada a 15 anos por lavagem de dinheiro”, afirma a capa do periódico.

Já o diário “El Comercio” da última sexta (18) destaca o ex-chanceler Francisco Tudela, o qual afirma que a ex-primeira-dama não deveria ter o benefício concedido por Brasília: “O asilo do Brasil a Nadine Heredia é irregular, foi outorgado a quem não se qualifica”.

O “Correo”, por sua vez, considerou o asilo de Heredia um ato de zombaria em relação à decisão judicial: “Uma ri da justiça e outro vai para a prisão”, diz a chamada, referindo-se ao casal.

O chanceler brasileiro, Mauro Vieira, afirma que o asilo foi concedido por razões humanitárias.

Refúgio no Brasil

De acordo com um dos advogados de Humala no Brasil, Marco Aurélio de Carvalho, Heredia tem câncer e já havia solicitado permissão para viajar ao Brasil para tratamento, mas o pedido foi negado na ocasião.

Isso porque o julgamento da ex-primeira-dama estava ainda em andamento — o processo, no total, durou três anos, entre a investigação e a sentença final, lida pelo juiz responsável pelo caso em tribunal. Heredia, que respondia ao processo em liberdade ao lado de seu marido, não apareceu para a leitura da sentença na terça-feira (15).

Após uma operação de busca e apreensão em sua casa, policiais constataram que ela estava na Embaixada do Brasil na capital peruana. Seus advogados afirmaram ainda que, como seguia tentando autorização para viajar ao Brasil e ser submetida ao tratamento, Heredia optou por buscar refugio no edifício do governo brasileiro. Além dela, o Brasil concedeu asilo diplomático a seu filho mais novo.

O governo peruano concedeu o salvo-conduto com base na alegação de doença e também afirmou que daria garantias para a transferência dos dois ao Brasil.

Já Humala, que além de ex-presidente é militar aposentado, foi levado para cumprir pena em uma base policial construída especialmente para abrigar ex-líderes peruanos presos — o Peru tem um histórico de ex-presidentes presos por corrupção. Os ex-presidentes Alejandro Toledo e Pedro Castillo, ambos presos, cumprem pena na mesma base policial. Já Alberto Fujimori, também condenado, permaneceu lá até sua libertação, em 2023.

Por que Heredia foi condenada junto do marido?

Nadine foi acusada de atuar ativamente em atividades ilícitas do Partido Nacionalista Peruano, que ela ajudou a fundar ao lado do marido. A ex-primeira dama chegou a ser vice-presidente da sigla.

Durante o mandado presidencial de Humala, ela também participou da arrecadação ilícita de fundos e em esquemas de lavagem de dinheiro, ainda de acordo com a acusação. Ela nega.

Além do casal, o irmão de Nadine, Ilán Heredia, cunhado de Humala, também foi condenado a 12 anos de prisão no mesmo processo. Os promotores alegaram que Humala recebeu os fundos ilícitos em sua campanha de 2011 contra Keiko Fujimori – a filha do outro ex-presidente – por meio do Partido Nacionalista de Humala.

“Delegações peruanas estiveram no Brasil para mostrar semelhanças no processo, e nós confirmamos que, de fato, os procedimentos são rigorosamente iguais. Os promotores e os juízes de lá, infelizmente, adotaram os mesmos métodos ilegais adotados no Brasil pelo ex-juiz Sergio Moro e pelos promotores da Operação Lava Jato”, disse a defesa do ex-presidente.

Sua prisão entrou em vigor de forma imediata, mesmo que ele recorra da condenação. O tribunal deve continuar lendo a sentença completa nos próximos dias.

O advogado de Humala, Wilfredo Pedraza, classificou a sentença como “excessiva”, afirmando que os promotores não conseguiram provar a origem ilegal dos fundos. Ele disse que a defesa planeja recorrer assim que a decisão final for proferida em 29 de abril.

Quem é Nadine Heredia?

A ex-primeira-dama, de 48 anos, sempre esteve envolvida com a política ao longo da vida adulta. Nascida em uma família rica, ela foi criada com uma educação que valorizava a importância do império Inca na história do Peru, segundo a imprensa local.

Heredia cursou Comunicação Social e se especializou em Sociologia, mas acabou migrando para a política. Durante a gestão de seu marido no Peru, participou ativamente de atividades presidenciais e gerou especulações de que ela também poderia concorrer à eleição. Ela nunca se pronunciou sobre o rumor.

Em paralelo, Heredia trabalhou em ONGs e em agências de ajuda humanitária, como a USAID, a agência de ajuda humanitária dos Estados Unidos que ganhou holofotes do mundo este ano, após Donald Trump anunciar que encerraria a maioria de suas atividades e demitiria quase a totalidade dos funcionários.

Depois de seu marido deixar o poder, em 2016, ela chegou a assumir a diretoria no Peru da agência da ONU para a Alimentação e a Agricultura (FAO, na sigla em inglês), mas deixou o posto depois de um ano por conta das acusações de corrupção.

A Promotoria peruana acusou Heredia de ter, entre outros crimes, gerido o pagamento ilegal de quantias enviadas ao governo peruano pelo governo venezuelano, à época sob comando de Hugo Chávez.

A imprensa peruana também apontou que a ex-primeira-dama viajava à Europa e comprava artigos de luxo com propinas venezuelanas quando seu marido era presidente. Ela também nega. Heredia é casada com Humala desde 1996, com quem tem três filhos.

Salvo-conduto

A presidente do Peru, Dina Boluarte, concedeu salvo-conduto para permitir que a ex-primeira-dama Nadine Heredia fosse ao Brasil. Mais tarde, o Ministério das Relações Exteriores do Peru afirmou que o Brasil concedeu asilo diplomático a Nadine.

A Chancelaria do Peru informou que o pedido de asilo foi feito “em conformidade com o estabelecido na Convenção sobre Asilo Diplomático de 1954, da qual o Peru e o Brasil são signatários.”

A Justiça peruana condenou Humala e Nadine após investigações que apontaram que o ex-presidente recebeu US$ 3 milhões da Odebrecht e outros US$ 200 mil de Chávez para financiar suas campanhas presidenciais de 2006 e 2011.

Humala foi eleito presidente em 2011 e permaneceu no cargo até 2016. Ele e a mulher chegaram a ser presos em 2017, no âmbito das investigações. Naquele ano, o ex-diretor da Odebrecht no Peru afirmou que a empresa fez doações a Humala a pedido do PT.

Ao final do julgamento, Humala foi detido pela polícia e levado à prisão. Uma ordem de prisão também foi expedida contra Nadine, que não compareceu à audiência. Além da pena de prisão, Humala terá que pagar uma multa de 10 milhões de soles (cerca de R$ 15,7 milhões).

O caso

Humala foi o primeiro ex-presidente peruano a ser julgado no escândalo de corrupção da Odebrecht, que envolveu também outros três ex-mandatários do país:

  • Alan García se suicidou em 2019, quando a polícia chegou a sua casa para prendê-lo.
  • Alejandro Toledo foi condenado a 20 anos de prisão por receber propinas em troca de contratos com o governo.
  • Pedro Pablo Kuczynski está em prisão domiciliar enquanto aguarda a conclusão das investigações.

Humala venceu a eleição de 2011 ao derrotar Keiko Fujimori, filha do ex-presidente Alberto Fujimori. Keiko também chegou a ser presa por mais de um ano em um processo ligado à Odebrecht, posteriormente anulado pela Justiça.

Em entrevista à agência de notícias espanhola EFE em fevereiro deste ano, Humala negou ter recebido propina da construtora e sugeriu que o dinheiro poderia ter sido desviado pelo ex-diretor da empresa no Peru, Jorge Barata.

“Se essa tese de que, efetivamente, Marcelo [Odebrecht] teria arranjado para que Barata [enviasse dinheiro para sua campanha], o que eu acho, primeiro, [é que] não acredito que isso tenha acontecido, mas, se aconteceu, Barata roubou o dinheiro”, disse.

Petrolina - O melhor São João do Brasil

Na próxima quarta-feira, o líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ), participa do meu podcast “Direto de Brasília”, em parceria com a Folha de Pernambuco. Pastor evangélico, Sóstenes está no seu terceiro mandato federal e como líder foi responsável pela recente mobilização na Casa que alcançou, em tempo recorde, as 257 assinaturas necessárias ao requerimento para colocar em discussão e votação, em caráter emergencial, o projeto de anistia aos envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 22.

Sóstenes conseguiu a assinatura de 262 parlamentares para protocolar a urgência do Projeto de Lei, inclusive de deputados que fazem parte da base governista, o que causou uma repercussão negativa no Governo. O presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), disse que não toma decisões de forma isolada, mas em conjunto com o colégio de líderes na Casa.

Ao vivo, o programa vai ao ar das 18h às 19h, com transmissão pelo YouTube da Folha, deste blog e pela Rede Nordeste de Rádio, formada por 48 emissoras em Pernambuco, Alagoas e Bahia, tendo como cabeça de rede a Rádio Folha 96,7 FM. A transmissão também será realizada no Instagram e no Facebook deste Blog.

Entram como parceiros na transmissão a Gazeta News, do Grupo Collor, em Alagoas, a Rede Mais Rádios, com 25 emissoras, na Paraíba, e a Mais-TV, do mesmo grupo, sob o comando do jornalista Heron Cid. Ainda a Rede ANC, do Ceará, formada por mais de 50 emissoras naquele Estado.

Ipojuca - IPTU 2025 - Vencimento 30 Abril

Do Estadão

Enquanto a negociação pela anistia dos envolvidos no 8 de Janeiro ganha terreno na Câmara, o governo Lula aposta numa promessa feita por Davi Alcolumbre de barrar o projeto no Senado caso ele seja aprovado na outra Casa. O senador pelo União Brasil do Amapá, no entanto, vem cobrando a fatura.

Alcolumbre não só aumentou a pressão para que Lula substitua o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, como tem tentado emplacar uma nova diretoria no Banco do Brasil.

As diretorias de agências reguladoras são outro motivo de divergência entre Alcolumbre e Silveira. O presidente do Senado não abre mão de indicar diretores da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) e ANM (Agência Nacional de Mineração), mas o ministro vem resistindo à ofensiva.

A briga se agravou em meados do ano passado porque, para se eleger ao comando do Senado, Alcolumbre prometeu a alguns colegas, como Eduardo Braga (MDB-TO) e Otto Alencar (PSD-BA), indicações em algumas agências. Com isso, os dois desistiram de se candidatar ao cargo, mas agora Silveira se coloca como obstáculo às promessas.

Ex-senador, Silveira foi indicado ao cargo pelo então presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que chegou a comunicar ao Palácio do Planalto, no fim de seu mandato, que o ministro já não contemplava mais sua escolha. Silveira se aproximou de Lula e da primeira-dama Rosângela da Silva nos últimos dois anos — e agora é tido como alguém da cota pessoal do presidente.

O amapaense também fez um acordo para segurar a instalação de uma CPI (comissão parlamentar de inquérito) contra os Correios no Senado depois que conseguiu nomear um apadrinhado para a Diretoria de Negócios da estatal, dizem seus aliados.

O apadrinhado de Alcolumbre, Hilton Rogério Maia da Costa, foi superintendente da Codevasf no Amapá, terra do senador. O movimento estancou a pressão pela investigação contra os Correios, que vêm sendo alvo de críticas por conta de suas dívidas. A estatal de entrega de correspondências registrou o maior déficit entre as empresas federais, segundo dados divulgados pelo Banco Central em janeiro. Do saldo negativo total de R$ 8,07 bilhões entre as 20 estatais contabilizadas, R$ 3,2 bilhões foram dos Correios.

Questionado se acha que a CPI possa ser enterrada de vez por conta dessa nomeação, o senador Márcio Bittar (União-AC), vocal defensor de uma investigação contra os correios, limitou-se a dizer: “Tenho relação de amizade com Davi, mas isso não muda nada”.

A indicação era sensível uma vez que avançava num terreno sob influência da esquerda. O presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, foi indicado pelo Prerrogativas, grupo de advogados progressistas que se empenhou por Lula na campanha presidencial de 2022. Além disso, a estatal tem uma série de superintendências estaduais – muitas vezes de indicações de deputados e senadores da base de apoio ao governo.

Alcolumbre voltou em fevereiro à presidência do Senado, que havia ocupado entre 2019 e 2021, alçado pela reputação de cumpridor de acordos. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem se aproximado do senador visando a governabilidade que ele deve dar ao Planalto. Nos bastidores, governistas dizem que “mais vale um Alcolumbre aliado na mão do que toda a bancada do União Brasil voando”.

Senadores da oposição, alguns deles ouvidos sob reserva pelo Estadão, afirmam não acreditar numa “virada de costas” do presidente da Casa em relação à anistia. Eduardo Girão (Novo-CE) diz que “pode ser que ele (Alcolumbre) trave” a proposta, e pede pressão da oposição e das ruas para levar o texto a votação caso ele chegue ao Senado.

“A minha preocupação é com relação a acordões que foram feitos (por Alcolumbre), não apenas esse do Lula, mas esperar que o PL, que o apoiou em peso, tenha pelo menos pedido a neutralidade, a imparcialidade dele. Ou seja, que ele coloque (o projeto da anistia) em pauta”, diz Girão.

Na última segunda-feira, 14, o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), protocolou um requerimento de urgência para a tramitação da proposta de anistia após reunir 262 assinaturas — pouco mais do que as 257 necessárias. O presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), no entanto, tem dito que não vai decidir o avanço da pauta sem antes ouvir os outros líderes. A deliberação deve ficar para semana que vem.

Influente desde sua primeira passagem pela presidência do Senado, Alcolumbre tinha em sua conta duas indicações na Esplanada antes mesmo do retorno à cadeira: os ministros Waldez Góes (Integração Nacional) e Juscelino Filho (Comunicações), que demitiu-se após ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por suspeita de corrupção com emendas parlamentares.

O Palácio do Planalto aposta agora na influência de Alcolumbre para resolver o impasse sobre a sucessão de Juscelino, uma vez que parte da bancada do União defende desembarcar de vez do governo. O senador agiu rápido para emplacar um novo indicado no Ministério das Comunicações, o deputado Pedro Lucas (MA) com receio da cobiça de outros partidos.

Caruaru - São João na Roça

Do jornal O Globo

Partidos de centro que indicaram ministros para o governo reduziram o índice de apoio ao Palácio do Planalto nas votações entre o primeiro e o segundo ano do mandato de Lula. No comando de dez ministérios, PSD, União Brasil, PP e MDB registraram um declínio por parte de suas bancadas no compromisso de acompanhar a gestão petista na Câmara. Apenas o Republicanos, que emplacou um integrante de primeiro escalão, passou a ser mais fiel entre 2023 e 2024, indica levantamento do GLOBO.

A análise leva em consideração as votações em plenário em que houve orientação do governo. Neste universo, a taxa de fidelidade representa o apoio anual de cada bancada partidária às posição do Executivo. Foram 224 votações no ano passado e 238 em 2023.

O GLOBO não incluiu 2025 no levantamento, já que a base do governo ainda não foi testada e apenas projetos de consenso têm sido colocados em votação na Câmara. Ainda assim, o requerimento de urgência à proposta que anistia os envolvidos nos ataques de 8 de janeiro escancarou a fragilidade do suporte dado ao Planalto.

Quando analisada a variação do apoio entre 2023 e 2024, a maior queda ocorreu a partir do posicionamento da bancada do PSD na Câmara. No primeiro ano de gestão petista, o partido tinha índice de apoio ao governo de 86%, mas em 2024 foi de 77%, diminuição de nove pontos percentuais.

A legenda tem se rebelado contra o Planalto por considerar que está sub-representada na Esplanada dos Ministérios. Apesar disso, o partido tem o comando das pastas de Agricultura, Minas e Energia e Pesca.

Os deputados do PSD reclamam de terem ficado com o Ministério da Pesca, que é de menor expressão. Há uma reivindicação para que um deputado do partido assuma o comando do Turismo, mas a pasta está com o União Brasil, que resiste a entregá-la.

— O governo não vai bem na economia, o que gera uma expectativa de derrota na eleição ano que vem. Isso causa um distanciamento. Além disso, não existe diálogo entre a Secretaria das Relações Institucionais e os parlamentares — pontua o deputado Reinhold Stephanes (PSD-PR), vice-líder do partido e um dos signatários do pedido de urgência para o PL da anistia ao 8 de Janeiro.

Já o União Brasil registrava 71% de taxa de apoio em 2023 e passou a ter 67% no ano seguinte, o menor patamar de apoio ao governo entre os partidos de centro.

Embora a variação negativa seja de apenas quatro pontos percentuais, parlamentares indicam que o ambiente na bancada é de disputa interna e insatisfação em relação ao governo. O calendário para 2026 também desperta tensões, com parte dos deputados pressionando pela saída da base.

— A pauta econômica nos une, a dos costumes nos separa. (Nossa posição) depende do que vem (para ser votado) — afirma Elmar Nascimento (União-BA).

Mesmo sendo vice-líder do governo, o deputado José Nelto (União-GO) reclama do Palácio do Planalto. Assim como Stephanes, ele foi um dos que assinaram o pedido de urgência para a anistia:

— O governo está meio desorganizado, não articula. A coordenação política e o atendimento nos ministérios é muito ruim.

O debate sobre a anistia e a adesão de partidos da base ao pedido de urgência fez com que a equipe da ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, atuasse para tentar repactuar os acordos políticos com as siglas, inclusive com a redefinição de cargos de segundo escalão.

Protocolado, mas ainda não deliberado, o requerimento conta com 262 assinaturas, cinco a mais do que o mínimo necessário. Do total de apoios, 146 são de deputados de partidos com cargos no governo. Se aprovado, o instrumento permite que o texto seja votado diretamente no plenário, sem passar pelas comissões.

‘Gradativo abandono’

No levantamento feito pelo GLOBO, o MDB também aparece com uma redução na taxa de fidelidade ao governo: passou de 81% em 2023 para 77% em 2024, uma diminuição de quatro pontos.

Já o PP recuou um ponto, de 76% para 75%. O líder da bancada na Câmara, Doutor Luizinho (RJ), minimizou a variação de um ano para o outro:

— É margem de erro. Não vejo qualquer problema.

A exceção foi o Republicanos, que passou de 77% para 81%, com quatro pontos a mais na taxa de apoio. O partido indicou Silvio Costa Filho para o Ministério de Portos e Aeroportos, político com boa interlocução com a bancada.

União Brasil e PP fizeram acordos para entrar no governo ainda na transição e ocupam pastas desde o início do governo. Já PP e Republicanos só aderiram à base em agosto de 2023.

Leandro Consentino, professor do Insper, avalia que o tempo é exíguo para o governo contornar a situação. Isso porque as legendas já estão debatendo o cenário político e apoios para 2026: — É um gradativo abandono de parte dos parlamentares do Centrão com relação ao governo. Isso denota que a articulação política ainda está ruim. Havia uma reforma ministerial prometida para o início deste ano que segue em compasso de espera, e a expectativa era de que esses partidos tivessem mais espaço.

Para o cientista político Aldo Fornazieri, da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, a base de Lula é volátil e frágil. As razões passam pela falta de identificação com o governo por parte dos partidos e, sobretudo, pela falência do chamado presidencialismo de coalizão.

— O sistema que vinha funcionando era o do presidencialismo de coalizão, um jogo em que preponderava o Executivo na relação com o Legislativo, com uma relação bastante fisiológica. Desde o governo (Michel) Temer, houve um crescente deslocamento do eixo do poder para o Legislativo, que se acentuou com as emendas impositivas. O Legislativo ganhou autonomia em relação ao Executivo e tornou-se mais difícil formar uma base fiel — conclui Fornazieri.

Derrotas emblemáticas

Desde o início do terceiro mandato de Lula, o governo colheu derrotas emblemáticas, como na votação que acabou com a saída temporária de presos, as chamadas saidinhas, e a proposta que instituiu o marco temporal para a demarcação de terras indígenas. Congressistas também mantiveram, em maio do ano passado, veto do ex-presidente Jair Bolsonaro que dificulta punição à disseminação de fake news. A aprovação de todas essas matérias só foi possível com o apoio de partidos que comandam ministérios.

Ainda que o segundo semestre de 2024 tenha registrado a aprovação de itens da pauta econômica do governo, com compromisso de apoio desses partidos, isso não foi o suficiente para que as quatro siglas melhorassem a adesão em relação ao ano anterior.

O governo não conseguiu votar nenhuma pauta de sua lista prioritária neste ano, como a regulamentação das redes sociais, isenção do Imposto de Renda e o Plano Nacional de Educação. Outra dificuldade é emplacar a Proposta de Emenda à Constituição da Segurança Pública, que amplia os poderes da União.

Votações importantes em que o Planalto saiu derrotado:

‘Saidinha’ de presos: Com forte ajuda das siglas de centro que compõem a base, a Câmara derrubou, em maio do ano passado, o veto do Planalto ao projeto que proíbe a saída de presos em datas comemorativas. O veto havia sido orientado pelo Ministério da Justiça, que considerou a proibição contrária ao princípio da dignidade humana que está na Constituição.

Marco temporal: Em maio de 2023, a Câmara impôs derrota ao governo ao derrubar o veto de Lula contrário ao marco temporal das terras indígenas. Com isso, passou a valer a tese de que os povos originários só têm direito à demarcação de terras que já eram ocupadas por eles no dia da promulgação da Constituição, em 5 de outubro de 1988.

Fake news eleitorais: O Congresso manteve, em maio de 2024, vetos do ex-presidente Jair Bolsonaro a trechos da Lei de Segurança Nacional (LSN), entre eles, um que trata da criminalização de fake news eleitorais. Foram 139 votos para derrubá-lo, e 317 para mantê-lo. O artigo visava a combater a disseminação em massa por aplicativos de mensagem.

Camaragibe - Cidade trabalho 100 dias

Foi encerrada ontem a 5ª edição do Festival de Queijos, Vinhos e Delícias, que acontece em Triunfo, no Sertão de Pernambuco. Realizado no Pátio de Eventos Maestro Madureira, o encontro reuniu visitantes de várias regiões em torno da produção gastronômica local e nacional. Com entrada gratuita, o evento teve apoio da Prefeitura de Triunfo, da Secretaria de Turismo, do Sebrae e de representantes do trade turístico da cidade.

A programação incluiu expositores de vinhos, queijos artesanais, cafés, chocolates e pães especiais, vindos de diferentes partes do Brasil e de fora, como a Vinícola Morandé, do Chile. O festival também contou com atrações musicais que circularam entre repertórios populares, eruditos e autorais, como Gilson Malaquias, Maestro Chagas, Gerson Miller e Tenor Igor Alves. A curadoria foi de Andréa Martins, que organiza o festival desde sua primeira edição, em 2019.

Em meio ao clima serrano e à paisagem de Triunfo, a edição deste ano reforçou a proposta de movimentar o turismo e a economia da região, a partir da articulação entre cultura e gastronomia. O festival já integra o calendário local e se coloca como vitrine para pequenos produtores, embora ainda dependa fortemente do apoio institucional para manter o formato gratuito e a infraestrutura atual.

Cabo de Santo Agostinho - IPTU 2025 prorrogado

Do Blog da Folha

O PSDB e o Podemos fecharam acordo e programaram para o próximo dia 29 o anúncio da fusão entre os dois partidos. A informação foi divulgada pela Coluna do Estadão, assinada pela jornalista Roseann Kennedy. As duas siglas, que não apoiam o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), devem sair fortalecidas nacionalmente.

Com a fusão, os partidos terão juntos 33 deputados federais (13 do PSDB de Marconi Perillo; 15 eleitos pelo Podemos e mais cinco do PSC que se incorporaram à legenda de Renata Abreu). Consequentemente ganharão mais tempo de TV, e o valor do fundo partidário será ampliado.

Em Pernambuco, o cenário é um pouco diferente. As legendas estão em campos opostos e a dúvida é sobre quem vai responder pelo novo partido quando houver a fusão. O Podemos, comandado pelo presidente da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe) e ex-prefeito de Paudalho, Marcelo Gouveia, apoia a governadora Raquel Lyra (PSD).

À frente do PSDB, está o presidente da Assembleia Legislativa, o deputado Álvaro Porto, que, embora não tenha anunciado oficialmente, está cada vez mais próximo ao prefeito do Recife, João Campos (PSB).

Bons olhos

O nome de Álvaro Porto foi uma indicação da Executiva nacional do PSDB, que decidiu intervir na legenda no começo deste mês, depois de a governadora migrar para o PSD e sinalizar a disposição de manter o controle do ninho tucano.

“Estou muito tranquilo e muito animado. Vejo com bons olhos a possibilidade de fusão com o Podemos. As perspectivas são muito positivas”, declarou Álvaro Porto, na última sexta-feira (18).

O deputado se reuniu com o presidente nacional do PSDB, o ex-governador de Goiás Marconi Perillo, e o ex-ministro Bruno Araújo, na última quarta-feira (16), em Brasília.

Segundo Álvaro Porto, na divisão sobre quem administrará os diretórios estaduais, PSDB e Podemos já definiram que cada um terá a mesma quantidade de unidades federativas. Pernambuco deverá ficar sob a responsabilidade dos tucanos. “Os partidos nacionalmente já definiram tudo”, sustentou o presidente do PSDB em Pernambuco.

Reunião

Marcelo Gouveia também esteve em Brasília e no último dia 9 se reuniu com a presidente nacional do Podemos, Renata Abreu, e o ex-presidente do partido em Pernambuco Ricardo Teobaldo. Ele preferiu não posicionar-se sobre uma possível fusão. “Se ela for mesmo anunciada no dia 29, no dia 30 eu falo”, sustentou o presidente estadual do Podemos.

Adiantou apenas que, independentemente do rumo que a legenda tomar, estará ao lado da governadora.

Espaço

O Podemos vem ganhando mais espaço na gestão de Raquel Lyra. Tem, desde fevereiro do ano passado, Cícero Moraes à frente da Secretaria de Desenvolvimento Agrário, Agricultura, Pecuária e Pesca.

No mês passado, ocupou a presidência do Instituto de Pesquisas Agropecuárias (IPA), com o advogado sertanejo Miguel Duque, que presidia o Podemos Jovem no estado e é filho do deputado Luciano Duque (Solidariedade).

Em uma articulação recente entre o ex-senador e ex-ministro Armando Monteiro Neto (Podemos) e a governadora, o partido conquistou um dos órgãos mais cobiçados do estado: o Complexo Portuário de Suape.

O advogado Armando Monteiro Bisneto será o presidente do porto e toma posse na próxima sexta-feira (25).

Definição

Na próxima semana, os dirigentes nacionais se encontram mais uma vez para definir o nome e o número da nova legenda junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Não descartam a hipótese de fazer uma pesquisa juntos aos eleitores para poder definir.

O outro imbróglio é impedir que o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, deixe o PSDB e, assim como Raquel Lyra, vá também para o PSD. O gaúcho não esconde seu desejo de candidatar-se à Presidência da República.

Recursos

Nas eleições municipais do ano passado, o Podemos recebeu do fundo de campanha R$ 236,66 milhões e o PSDB, R$ 147,95 milhões. Com a fusão, terão R$ 381.18 milhões.

Outro montante que pesa na decisão de unir as duas legendas é o fundo partidário. No ano passado, o Podemos recebeu R$ 57,2 milhões e o PSDB, 33 milhões.

Juntos, vão contabilizar o quinto maior valor do fundo partidário: mais de R$ 90 milhões, superando Republicanos (R$ 83,6 milhões), MDB (R$ 81,3 milhões) e PSD (R$ 80 milhões).

O Podemos, com 2.330 vereadores, e o PSDB, com 3 mil, terão o quinto maior número de vereadores do Brasil: 5.330, e vão governar 401 prefeituras: 274 do PSDB e 127 do Podemos.

Toritama - FJT 2025

Do jornal O Globo

A cantora e compositora Cristina Buarque morreu na manhã de hoje, aos 74 anos. A informação foi confirmada pelo filho da artista, Zeca Ferreira, nas redes sociais.

Filha do historiador Sérgio Buarque de Hollanda e da intelectual e pianista Maria Amélia Buarque de Hollanda, Cristina era irmã de Chico Buarque, Miúcha e Ana de Hollanda. Ela lutava contra um câncer de mama há um ano e deixa cinco filhos: Ana (52), Zeca (51), Paulo (49), Antônio (48), Maria do Carmo (46).

O velório acontecerá amanhã e logo será marcado um gurufim, despedida regada à música.

Nascida em São Paulo no ano de 1950, Maria Christina Buarque de Hollanda gravou, em 1974, a canção “Quantas Lágrimas”, de Manaceia, no álbum “Cristina”, que a tornou nacionalmente conhecida. Avessa aos holofotes, jamais usou a fama de “irmã de Chico”.

Era chamada pela turma do samba de “Chefia” e considerada uma enciclopédia do gênero musical, pescadora de verdadeiras pérolas da música brasileira. Formou gerações com suas gravações e repertório. Era farol e referência para colegas como Marisa Monte e Mônica Salmaso.

Com humor sacana e ácido, adorava uma conversa de bar. Nos últimos anos, capitaneava uma famosa roda de samba na Ilha de Paquetá, no Rio de Janeiro, onde morava.

O filho da artista, Zeca Ferreira, compartilhou um post nas redes sociais com a seguinte legenda:

“Uma cantora avessa aos holofotes. Como explicar um negócio desses em qualquer tempo? Mas como explicar isso nesse tempo específico? Mas foi isso a vida inteirinha dessa mulher que tivemos, nós 5, a sorte grande de ter como mãe. Uma vida inteira de amor pelo ofício e pela boa sombra. ‘Bom mesmo é o coro’, ela dizia, e viveria mesmo feliz a vida escondidinha no meio das vozes não fosse esse faro tão apurado, o amor por revirar as sombras da música brasileira em busca de pequenas pérolas não tocadas pelo sucesso, porque o sucesso, naqueles e nesses tempos, tem um alcance curto. É imagem bonita e nítida mas desfoca as outras belezas que se perderiam na sombra não fossem essas pessoas imunes ao imediato. Ser humano mais íntegro que eu já conheci. Farol, chefia, braba, a dona da porra toda. Vai em paz, mãe”.

Sobrinha de Cristina, Silvia Buarque também celebrou a tia em seu perfil, onde escreveu: “Minha tia Christina, meu amor. Para sempre comigo”.

Trajetória

Cantora de origem paulistana e criação carioca, Cristina estreou em 1967, como convidada do compositor Paulo Vanzolini no disco “Onze sambas e uma capoeira” (1967), quando gravou o samba “Chorava no meio da rua”.

Depois, dividiu com o irmão Chico a interpretação de “Sem fantasia” (1968) no terceiro álbum do cantor. A partir daí, trilhou o próprio caminho. Lançou seu primeiro disco “Cristina” em 1974, dando voz a sambas de Cartola, Manacéia, Noel Rosa, Ismael Silva, Ivone Lara, entre outros.

Foi por ela que o Brasil conheceu “Quantas lágrimas”, de Manacéia, também autor de “Sempre teu amor”, cantado por Cristina em seu segundo álbum, “Prato e faca”. Foi nesse disco que Marisa Monte ouviu “Esta melodia” (Bubu da Portela e Jamelão), samba que gravou em “Verde, anil, amarelo, cor-de-rosa e carvão”. “Arrebém”, “Vejo amanhecer”, “Cristina” e “Resgate” são outros álbuns de Cristina.

Em 1995, Cristina gravou com o músico Henrique Cazes um disco com canções de Noel Rosa, e incorporou o famoso sobrenome Buarque à identidade artística.

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Do Estadão Conteúdo

O incêndio em uma lancha em Maragogi deixou 10 feridos na última sexta-feira (18), no litoral norte de Alagoas. Do total, ao menos cinco pessoas precisaram ser encaminhadas para atendimento em hospitais da região após os primeiros socorros na UPA do município.

Dentre os feridos, estavam duas gestantes e uma criança de três anos, além de mais duas mulheres e cinco homens. A lancha estava regular, de acordo com a Prefeitura de Maragogi, que informou que os envolvidos eram visitantes do Estado de Goiás. O município é um dos principais destinos turísticos de Alagoas.

Ao menos quatro pessoas seguem internadas. São elas: um homem de 27 anos com queimaduras em cerca de 30% do corpo; um homem de 28 anos com queimaduras em 25% da área corpórea; outro homem de 25 anos com 16% da pele queimada; e, por fim, uma mulher de 27 anos ferida em 17% do corpo.

Os quatro estão internados no Hospital Geral do Estado, em Maceió, a cerca de 100 quilômetros de Maragogi. Dois dos atingidos foram transportados para o local em helicópteros, devido à gravidade dos ferimentos.

O estado de saúde atual é estável, de acordo com a Secretaria da Saúde de Alagoas. Uma mulher de 24 anos também chegou a ser internada, mas recebeu alta, segundo o boletim médico de ontem.

Em nota, a Prefeitura de Maragogi informou que a lancha estava “devidamente regularizada” e em conformidade com todas as exigências da Capitania dos Portos de Alagoas. “A embarcação possui autorização para operar na região e está vinculada a uma permissão válida para atuação nas piscinas naturais, ponto turístico amplamente visitado por turistas de todo o Brasil”, completou.

Ainda segundo a Prefeitura, os feridos eram turistas de Goiás. Uma apuração detalhada dos fatos está em andamento, em colaboração com os órgãos competentes, a fim de esclarecer as causas do ocorrido e, se necessário, adotar medidas preventivas adicionais”, destacou.

A Auto Viação Progresso adquiriu 40 novos ônibus do modelo Marcopolo Geração 8 (G8), com previsão de entrega para o primeiro semestre de 2025. As primeiras imagens dos veículos em fase de finalização foram divulgadas ontem, direto da fábrica da Marcopolo, em Caxias do Sul (RS). A compra faz parte de um processo de renovação da frota da empresa, que atua no transporte rodoviário de passageiros em Pernambuco.

Os novos ônibus são do tipo Double Decker (dois andares) e contam com assentos Semi-Leito no piso superior e Leito no inferior. A configuração é voltada a viagens de média e longa distância, e representa uma mudança em relação aos veículos atualmente em circulação. Com a chegada dos novos modelos, todas as linhas operadas pela Progresso devem passar por substituição de frota.

Do Poder360

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), 79 anos, não conseguiu estancar a piora nas taxas de aprovação do seu governo e em outros indicadores. Quase tudo ficou um pouco pior de janeiro para março, embora as oscilações estejam dentro da margem de erro da pesquisa, de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos.

O levantamento do PoderData foi realizado de 15 a 17 de março. Mostra que o governo é desaprovado hoje por 53% dos eleitores. A taxa oscilou para cima em 2 pontos percentuais em dois meses. No mesmo período, a aprovação variou de 42% para 41%.

A Secom (Secretaria de Comunicação) do Palácio do Planalto tem dito em conversas reservadas que a queda da aprovação teria sido estancada. Pelos resultados do PoderData, isso ainda não fica claro. Nos últimos dois meses, sob orientação do marqueteiro Sidônio Palmeira, novo ministro chefe da Secom, Lula tem tentado ser mais espontâneo em seus discursos.

Com a desaprovação em alta há alguns meses, como mostram as curvas do gráfico acima, Lula no final de 2024 havia atribuído a baixa do índice à falta de comunicação do governo. Demitiu o então chefe da Secom, Paulo Pimenta. O novo titular, Sidônio Palmeira, reformulou a estratégia e decidiu que seria bom o presidente falar mais.

A ideia é que o próprio Lula pudesse divulgar o que considera realizações do governo. O método não foi eficaz. O presidente acabou cometendo mais gafes, com frases em alguns casos consideradas preconceituosas. Apesar disso, a avaliação do Planalto é que o prejuízo com as controvérsias é compensado pelos resultados positivos da exposição de Lula.

O que os resultados desta pesquisa indicam é que, diferentemente do que pensa o Planalto, as derrapadas verbais de Lula ainda pesam na avaliação que o eleitorado faz do governo e do próprio presidente. Os percentuais nos recortes demográficos do levantamento indicam que o presidente tem perdido apoio, em especial, de grupos afetados por suas falas ambíguas e controversas.

Ao falar sobre a alta nos preços dos alimentos, Lula declarou que uma forma de frear a carestia seria a população deixar de comprar o que está caro. Eleito com apoio da população mais pobre, o petista tem perdido apoio neste estrato.

Recentemente, afirmou que pôs uma “mulher bonita” na articulação política e chamou o líder do Governo na Câmara de “cabeçudão do Ceará“. A avaliação positiva do trabalho pessoal do presidente entre as mulheres despencou de 45%, em janeiro de 2023, para 21% agora. No Nordeste, considerado reduto eleitoral histórico do petista, o gap entre os que apoiam e rejeitam o presidente, que era de 20 pontos percentuais em 2023, caiu para 4 pontos percentuais nesta rodada.

A pesquisa foi realizada pelo PoderData, empresa do grupo Poder360 Jornalismo, com recursos próprios. Os dados foram coletados de 15 a 17 de março de 2025, por meio de ligações para celulares e telefones fixos. Foram 2.500 entrevistas em 198 municípios nas 27 unidades da Federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais. O intervalo de confiança é de 95%.

Para chegar a 2.500 entrevistas que preencham proporcionalmente (conforme aparecem na sociedade) os grupos por sexo, idade, renda, escolaridade e localização geográfica, o PoderData faz dezenas de milhares de telefonemas. Muitas vezes, são mais de 100 mil ligações até que sejam encontrados os entrevistados que representem de forma fiel o conjunto da população.

Estratificação

Os dados estratificados por região mostram que só na região Nordeste o governo é aprovado por 50% dos eleitores. No Sul e no Centro-Oeste, a gestão petista é desaprovada por 62%.

Eis os resultados da aprovação do governo por recortes demográficos (sexo, idade, escolaridade e renda):

Católicos & evangélicos

Os fiéis das duas maiores religiões do país se mantêm em polos opostos quanto à avaliação do governo: 48% dos católicos dizem aprovar o governo, enquanto 69% dos evangélicos declaram desaprovar.

Trabalho pessoal de Lula

O PoderData também perguntou aos entrevistados sobre a avaliação que fazem do desempenho pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Os resultados também não são positivos para o Planalto. A taxa dos que consideram o trabalho pessoal do presidente “ótimo/bom” caiu 21 pontos percentuais desde a posse. Eram 43% em janeiro de 2023. Agora, são 22%. Os percentuais dos que acham o trabalho do petista “ruim/péssimo” subiu de 35% para 41% no período.

Eis os resultados por faixas demográficas:

Eis o perfil dos entrevistados:

Do jornal O Globo

O militante do Movimento Brasil Livre (MBL) que teria sido chutado pelo deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) em confusão na Câmara no ano passado criticou a decisão do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), de frear o processo de cassação do psolista. Após Glauber fazer uma greve de fome por oito dias, Motta fez um acordo: prometeu não pautar a cassação no plenário por 60 dias, dando tempo de defesa ao parlamentar.

Nas redes sociais, Costenaro afirmou que a movimentação política criou um “precedente” de como conseguir as coisas no Congresso Nacional. “Faz merda e quer adiar uma cassação? É só dormir no Salão Verde e falar que também fará uma greve de fome”, escreveu o militante. Em outra publicação, escreveu que a greve de fome foi a solução para “inocentar um deputado que iniciou e provocou tudo que aconteceu”.

Entre o dia 9 e última quinta-feira (17), Glauber fez greve de fome. A decisão ocorreu logo após a Comissão de Ética aprovar o parecer favorável à sua cassação: ele deixou de se alimentar, consumindo apenas soro, água e isotônicos, e dormiu esses dias no Anexo 2 da Câmara, onde sua esposa, a deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP), providenciou um colchão e uma cobertura.

Glauber responde a um processo disciplinar após ter chutado Gabriel Costenaro durante uma discussão em abril de 2024. Na ocasião, a discussão seguiu para o exterior da Câmara e precisou ser apartada por policiais legislativos, que conduziram os dois para prestar depoimento no Departamento de Polícia Legislativa (Depol) da Câmara.