Placa de carro: você quer a antiga de volta?
Parlamentares e gestores governamentais brigaram para trocar o modelo de placa dos nossos veículos sob a alegação de que a nova viria mais segura, seria integrada às dos demais países do Mercosul – e até ficaria mais bonita. Pois, bem: prepare-se. Tem senador querendo trazer de volta a antiga. Projeto de lei que está tramitando no Senado, de autoria do senador Esperidião Amin (PP/SC), prevê o retorno daquelas que tinham o nome da cidade e estado de registro – informações que, segundo ele, são necessárias para identificar infrações e outros crimes relacionados ao trânsito. Amin considera, no entanto, que a informação ostensiva do local de registro do veículo é importante para as autoridades de trânsito e de segurança pública conseguirem identificar com facilidade a origem de um automóvel em situações como infrações, roubos, furtos e outros crimes relacionados ao transporte.
“As polícias rodoviárias, agentes de tráfego e outros órgãos de fiscalização dependem dessa informação para realizar seu trabalho de forma eficiente e precisa”, argumentou Amin à Agência Senado. O senador destaca também um senso de “identidade regional” e “pertencimento” promovido pela identificação nas placas, o que ajudará a evitar acidentes decorrentes da não familiaridade com o trânsito local, bem como facilitar o levantamento de estatísticas turísticas. “Facilita a percepção pelos locais de que o ‘visitante’ passa por hesitações no tráfego em cidade que não é a sua. Por último, tornaria mais fácil o trabalho de levantamento de estatísticas de visitantes em cidades polo de turismo”, diz Amin na justificativa.

A proposta está na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) à espera de um relator. As novas placas foram adotadas em 2019, após ser adiada por seis vezes devido a disputas judiciais. Com fundo pintado na cor branca, o tipo de veículo é identificado pela cor da fonte: a pintura preta é utilizada para veículos de passeio, a vermelha para veículos comerciais, a azul para carros oficiais, a verde para veículos em teste, a dourada para os automóveis diplomáticos e a prateada para os veículos de colecionadores. No modelo antigo, a placa tinha a cor do fundo cinza. O novo modelo de placa padrão Mercosul conta ainda com itens de segurança, como um QR code presente no canto superior esquerdo, que dificultaria clonagens e falsificações.
A atual Placa de Identificação Veicular (PIV) foi criada com a intenção de dificultar falsificações e padronizar as placas dos países que integram o Mercosul. Uruguai adotou a placa em 2015, Argentina, em 2016, Brasil, em 2018 e Paraguai, em 2019. No entanto, a placa Mercosul só passou a ser obrigatória para todos os veículos novos no Brasil a partir de 2020. Para veículos usados, a placa Mercosul substitui a placa cinza em casos específicos, como transferência de propriedade e mudança de estado ou de município. Apesar de a cidade de origem do veículo não constar na placa Mercosul, um aplicativo oficial do governo federal chamado Sinesp Cidadão fornece essa informação, assim como a situação de regularidade do automóvel.

Fiat Strada turbinada – Depois de uma boa espera (ou demora, dependendo do ponto de vista), finalmente chega a Fiat Strada com motor 1.0 turbo, que gera até 130cv e 21,4 kgfm – e que já está no Pulse e no Fastback. Ele, junto com a transmissão CVT simulando 7 marchas, equipa as duas versões topo de linha (Ranch e Ultra). A Fiat divulgou os dados do Inmetro: o consumo é de 12,1 km/litro na cidade e 13,2 km/litro na estrada (gasolina); com etanol, 12,1 km/litro e 8,3 km/litro, respectivamente. A aceleração 0 a 100 km/h divulgada é de 9,8 segundos com gasolina. Para diferenciar a versão, a Stellantis criou um design exclusivo, com novo parachoque dianteiro e grade destacada, em formato de colmeia, e faróis de neblina em LEDs. Todas as versões da linha 2024 ganharam um novo volante. A versão turbo tem preço sugerido de R$ 133 mil. Veja os valores cobrados pelas demais versões:
- Strada Endurance CP 1.3 Flex MT: R$ 101 mil
- Strada Freedom CP 1.3 Flex MT: R$ 107 mil
- Strada Freedom CD 1.3 Flex MT: R$ 113 mil
- Strada Volcano CD 1.3 Flex MT: R$ 115 mil
- Strada Volcano CD 1.3 Flex CVT: R$ 121 mil
- Strada Edizione 25 CD 1.0 Turbo 200 Flex CVT: R$ 136 mil

Fastback fica mais sofisticado – O SUV cupê Fastback, da Fiat, ganhou novidades para a linha 2024. O modelo ficou, por exemplo, com visual mais sofisticado, tanto por dentro como por fora. Agora, o SUV coupé oferece um novo revestimento no painel interno, acabamento cromado e detalhes escurecidos no exterior. Além de novo pacote de opcionais. O upgrade vem com o painel de instrumentos, que recebeu um revestimento em couro nas versões Limited Edition Powered by Abarth e Impetus, e em tecido na Audace – sempre com costura dupla. Essa atenção aos detalhes continua no apoia-braço central e painéis das portas dianteiras, que agora apresentam também a costura dupla. Outro destaque é o acabamento ao redor das maçanetas internas das portas, que ficou mais agradável ao toque. Também há mudanças na parte externa. A Limited Edition Powered By Abarth, por exemplo, ganhou detalhes cromados no acabamento e badges. Além disso, os acabamentos inferiores, traseiros e dianteiros do para-choque são em Satin Chrome. Para completar, a versão sai da fábrica com rodas 18” diamantadas. Confira os modelos e valores:
- Fastback Turbo 200 AT: R$ 120 mil
- Fastback Audace: R$ 130 mil
- Fastback Impetus: R$ 151 mil
- Fastback Limited Edition by Abarth: R$ 162,5 mil

Silverado com novo motor V8 – A picape grande Chevrolet Silverado, próximo lançamento da marca no Brasil, será exposta ao público pela primeira vez na Expointer, feira agropecuária que acontece de 26 de agosto a 3 de setembro, em Esteio (RS). Ela será ofertada numa configuração High Country, exclusiva para o mercado brasileiro, e com motor V8 5.3 de última geração, capaz de otimizar a ativação do número de cilindros conforme a condição de rodagem. “Isso melhora a eficiência e o desempenho”, revela Chris Rego, diretora-executiva de Marketing da GM América do Sul. Este propulsor é da mesma família do que equipa o Camaro, mas com aperfeiçoamentos e recursos específicos para atender até mesmo necessidades extremas do consumidor de picapes grandes, como o transporte de cargas volumosas e o reboque de barcos ou trailers mais longos.
Com foco no melhor consumo de gasolina, ele adequa automaticamente a quantidade de cilindros ativos (de zero a oito) de acordo com a necessidade instantânea, otimizando a performance do motor e contribuindo também para o maior conforto acústico e de rodagem do veículo.

Audi Q8 elétrico: até R$ 712 mil – A marca alemã Audi acaba de anunciar o lançamento do Q8 e-tron, o novo utilitário 100% elétrico de alto luxo da marca das quatro argolas no país. O modelo está disponível nas versões Performance Black e Launch Edition, aos preços sugeridos de R$ 670 mil (SUV) e R$ 700 mil (Sportback) na versão Performance Black e R$ 682 mil e R$ 712 mil (Sportback) na versão Launch Edition. É a primeira atualização da linha e-tron desde 2019, quando ocorreu o lançamento global do modelo elétrico da marca.
O fracasso do Civic – O popular e até há pouco benquisto sedã da Honda, que sumiu e voltou ao Brasil, agora importado da Tailândia, tem sido um fracasso de vendas. Apenas 324 unidades foram emplacadas de janeiro a julho deste ano. Dá uma média de 46 veículos mensais. Levantamento do site AutoIndústria mostra que os licenciamentos vêm despencando para apenas 33 em abril, 7 em maio, cinco em junho e quatro em julho. O caríssimo esportivo Porsche 911 já teve 463 entregues a clientes finais, 51 só no mês passado. A versão única híbrida do Civic custa perto dos R$ 250 mil.O esportivo Civic Type R de 297cv custa, por sua vez, na faixa dos R$ 435 mil.

L200 Sertões – Como sempre acontece às vésperas do Rally dos Sertões, este ano na 31ª edição, a Mitsubishi Motors apresenta a série especial L200 Triton Savana Sertões. Ela é desenvolvida em parceria com os organizadores da prova e traz detalhes exclusivos que remetem à competição. O modelo só será produzido sob encomenda e o valor de venda parte de R$ 312 mil. A Savana Sertões oferece uma série de detalhes exclusivos que fazem alusão à competição. Por fora, a picape leva a cor cinza Concrete Spot com detalhes em laranja, cor usada no emblema oficial do Sertões em conjunto com o tom preto brilhante, o que oferece ao modelo um visual bastante esportivo.
Compass: 400 mil unidades – O Jeep Compass, produzido no Polo Automotivo Stellantis de Goiana (PE), chegou ao mercado em 2016 e logo virou protagonista no mercado brasileiro. Agora, ele acaba de alcançar, no início de agosto, 400 mil unidades comercializadas desde o lançamento. Em 2023, o Compass segue com sua liderança na categoria dos SUVs médios, com mais de 35 mil unidades comercializadas e 42,8% de participação na categoria no acumulado do ano. E isso há 6 anos.
Celular ao volante – Os brasileiros têm 240 milhões de aparelhos celulares. Porém, seu uso associado ao uso ao volante tem influenciado diretamente no aumento do número de acidentes. “Quando a pessoa fala ao celular, está dirigindo como se estivesse alcoolizada num nível de um grama por litro de álcool. No sangue, equivale a três, quatro doses”, diz Flávio Adura, diretor técnico da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramete), em conversa no Podcast “De olho na estrada” que trata de Segurança no Trânsito. A associação, que há 42 anos trabalha com o lema de “preservar vidas no asfalto”, desenvolve estudos com foco na melhoria do trânsito. Nesse período já contribuiu para importantes medidas de segurança, como a implementação da lei seca e a obrigatoriedade da cadeirinha. Agora faz um alerta sobre o uso crescente do celular no trânsito, muito acima do que se imagina. “Na base de dados do Registro Nacional de Infrações de Trânsito, que é coordenado pela Senatran, em 2021, pelo menos 250 mil condutores foram flagrados e multados por estarem falando ao celular. Esse dado é subestimado, porque só demonstra aqueles que foram multados. A prática de falar ao celular é crescente. Desde que se iniciou a telefonia celular, a cada mês, a cada dia, eu diria, é mais gente falando ao celular e dirigindo. Em janeiro de 2023, só janeiro, já foram multados 136 mil condutores falando ao celular e dirigindo”, diz ele. A Organização Mundial de Saúde (OMS) já classifica o celular como um dos fatores a serem combatidos para um trânsito mais seguro.
Qual a cor mais valorizada? – A Mobiauto fez uma pesquisa em sua base de dados para verificar o comportamento de preços dos modelos seminovos no país (2021, 2022 e 2023) separados por cores. Inicialmente, os pesquisadores apanharam cotações de centenas de marcas, modelos e versões no período de janeiro a junho de 2022 e, posteriormente, no primeiro semestre deste ano. Não foi a primeira vez que a Mobiauto havia realizado essa pesquisa, o que promoveu uma dupla surpresa na avaliação deste ano, pois os resultados foram bem diferentes do levantamento anterior, em 2021. A apuração considerou todas as marcas que compõem a base da plataforma. Para cada uma delas, os pesquisadores selecionaram a variação de preços das cinco cores mais comuns: branco, prata, cinza, preto e vermelho. Outras tonalidades mais raras, como amarelo, verde, azul ou marrom foram reunidas no famoso “outras”, por terem uma amostragem restrita.
Em 2021, a cor mais valorizada foi o vermelho. Agora, em 2023, a campeã foi bem diferente. Pela análise dos pesquisadores, os proprietários de carros cinza praticamente não viram seus veículos se desvalorizar nesse período, com variação ligeiramente positiva de 0,37%. Destacando o fato de que a média de depreciação de todo o mercado foi de 7,45%, o preto e as “outras” também ficaram acima desse patamar. O preto, inclusive, havia sido vice-campeão na pesquisa Mobiauto de 2021. Ninguém erra com o preto, portanto. Está sempre em alta. “Esperávamos que o branco fosse liderar a pesquisa, embora seu predomínio ocorra mais nos grandes centros urbanos – e a pesquisa foi nacional”, explica o economista Sant Clair de Castro Jr., consultor automotivo e CEO da Mobiauto. “Há um motivo justo para o ótimo resultado das cores mais raras, como amarelo, azul e verde, que foram agregadas como ‘Outros’: geralmente são modelos esportivos ou importados de alto luxo, onde essa quase exclusividade é melhor aceita. Mas o cinza como campeã foi uma surpresa”, revela. “Quesitos como estado de conservação, documentação, origem do veículo e até quilometragem continuarão sendo argumentos mais relevantes na formação dos preços de seminovos. Mas esse recorte de cores reafirma que os tons mais tradicionais, como cinza e preto, continuam em alta”, opina Sant Clair Castro Jr.
A ótima performance dos seminovos na cor cinza também está atrelada a outro aspecto: ela é mais comum em alguns nichos de mercado, o que ajudaria a valorizá-la. “Você vê muitos SUV´s e, principalmente, picapes desta cor. E esses carros são naturalmente muito procurados, o que pode ter ajudado no aumento de preços do cinza”, explica Castro Jr.
Outro fenômeno que ajuda a explicar essa valorização do cinza surgiu com uma tonalidade que virou febre no Brasil nos últimos anos. Ela surgiu com a Audi (Cinza Quantum) em 2018 e logo foi transferida para o VW Jetta GLI. Mas se massificou mesmo com o VW Nivus, rebatizada como Cinza Moonstone. Fiat, Jeep e outras marcas também incorporaram tonalidades semelhantes e o cinza voltou a bombar no país. Na outra extremidade, a cor prata também é referência tradicional dos modelos mais baratos, como hatches e sedãs de entrada, o que levaria à depreciação mais acentuada.
Mercado/seminovos – Carro novo mais barato? O pacote do governo para carros 0km ajudou a venda de seminovos e usados, segundo balanço da Fenabrave – a federação dos revendedores. O comércio desse segmento chegou a 905,3 mil unidades, num crescimento de 4,7% sobre junho – e de 3,9% ante julho de 2022. No acumulado do ano, a alta no segmento é de 5,3%. Os com até 3 anos de fabricação representaram 10,5% do total no mês e 9,5% no acumulado do ano – e esses são os mais usados na troca por um 0km, o que reforça a tese de que o pacote de incentivos do governo, com descontos de R$ 2 mil a R$ 8 mil para carros novos com preço até R$ 120 mil, acabou favorecendo o segmento de usados.
Mercado/marcas – A Stellantis começou o segundo semestre de 2023 mantendo sua liderança nos principais mercados da América do Sul. No Brasil, a empresa encerrou o mês de julho com 367 mil veículos comercializados no acumulado do ano – com uma participação de mercado de 31,9%. Em julho, a Stellantis emplacou 64.019 veículos no Brasil, representando um acréscimo de 4.825 unidades em relação ao mês anterior, e 29,7% de participação nas vendas. Entre os 10 modelos mais vendidos no acumulado do ano, quatro são da Stellantis: a picape Fiat Strada, que é o veículo mais vendido no Brasil, além dos Fiat Argo e Mobi e do Jeep Compass. No sétimo mês do ano, a Fiat liderou o mercado nacional, emplacando 44.393 unidades e garantindo 20,6% de market share.
Mercado/picapes – A Ford F-150 foi a picape grande mais vendida no mês de julho, com 249 unidades emplacadas e 25,5% de participação no segmento, segundo o Renavam. A sua concorrente mais próxima, a Ram 1500, registrou 204 unidades. As primeiras unidades da F-150 começaram a chegar ao mercado brasileiro em maio para atender os clientes que a adquiriram na pré-venda, em fevereiro. No total, o modelo soma hoje mais de 640 emplacamentos.
Mercado/financiamentos – As vendas financiadas de veículos em julho somaram 492 mil unidades, entre novos e usados, de acordo com dados da B3. O número, que inclui autos leves, motos e pesados em todo o país, representa um crescimento de 12,8% na comparação com o mesmo período de 2022 e de 1,5% em relação a junho de 2023. No segmento de autos leves, a alta foi de 11,2% ante julho do ano passado. Comparado com junho, o crescimento foi de 5%. Já o financiamento de veículos pesados caiu 6,6% na comparação com julho de 2022, mas registrou alta de 3,8% em relação ao mês passado. O segmento que mais cresceu em relação ao ano anterior foi o de motos. O número de financiamentos no mês foi 25,1% maior do que em julho de 2022, mas 9,6% menor do que junho. No acumulado do ano, as vendas financiadas de veículos somaram 3,2 milhões de unidades. O número representa alta de 6,7% em relação ao mesmo período de 2022, o que equivale a cerca de 205 mil unidades a mais.
Renato Ferraz, ex-Correio Braziliense, tem especialidade em jornalismo automobilístico.
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