A valorização dos carros híbridos
A Mobiauto já havia desmistificado durante o período crônico da pandemia aquela “regra” do mercado brasileiro de seminovos que apontava para uma acentuada desvalorização dos importados de luxo. A empresa resolveu selecionar agora uma pequena, mas extremamente estratégica, fatia dentre esses modelos estrangeiros: os híbridos seminovos. Pelo que se conhecia, os importados perdiam rapidamente suas cotações. Startup do segmento automotivo, a Mobiauto mostrou que “não”. Eles já não perdem valor, inclusive porque, ancorados diretamente nos preços em dólar, esses importados viram seus preços de novos serem majoritariamente reajustados, o que puxou as cotações de seminovos também para cima.
Mas e os híbridos? De cara, o mercado de seminovos assusta-se com eles. Não é errado ficar receoso com o custo de manutenção oneroso, em razão da complexidade eletrônica desses modelos, que utilizam módulos sofisticados para gerenciar a propulsão do motor a combustão, a do elétrico… e a forma como as duas interagem.
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Ainda que esse custo de manutenção pareça mais alto que modelos convencionais, movidos apenas por motores térmicos, o fato é que essa realidade ainda não se aplica. Na pesquisa da Mobiauto, os dez modelos com maior volume de negociações no segmento de usados foram pesquisados, com unidades ano/modelo 2018 a 2022: BMW i3, 530e e X5, Ford Fusion, Lexus NX 300 e UX 250H, Toyota Corolla, Corolla Cross e RAV4, e Volvo XC60. Haveria diversos outros modelos a serem incluídos na pesquisa, mas a movimentação desses carros no mercado de seminovos é bem tímida.
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A Mobiauto apurou que, na média, esses dez veículos tiveram uma variação negativa de preços, no recorte de julho a setembro de 2021 versus os mesmos meses de 2022, de somente 0,42%.
“Poucas semanas atrás, nós fizemos uma pesquisa com os modelos hatches aventureiros do mercado nacional, enfatizando a variação de preços de Chevrolet Onix Activ, Fiat Uno Way etc. Bom, esses carros ganharam 3,61% no último ano. Ora, isso dá uma diferença média de cerca de 4% em relação aos híbridos, o que não é ruim”, compara Sant Clair Castro Jr., consultor automotivo e CEO da Mobiauto, que coordenou a pesquisa.
Dos dez modelos pesquisados, considerando alguns ano-modelos do mesmo veículo, a pesquisa apurou vinte cotações. Curiosamente, nove deles tiveram variações positivas, isto é, valorizaram no último ano. O campeão foi o Ford Fusion, que aumentou sua cotação em 16,79%! Veja o ranking dos nove modelos que se valorizaram de um ano pra cá.
Outro ponto mencionado por Sant Clair Castro Jr. diz respeito à variedade de opções listadas na pesquisa. “Você encontra modelos da Toyota, que é a marca com maior número de opções entre os melhores colocados, bem como importados de altíssimo luxo, caso da BMW, e até modelos fora de linha, que é até o campeão da pesquisa, o Ford Fusion”, diz Castro Jr.
“Quando modelos tão diversificados apresentam percentuais tão próximos, isso nos ensina que a compra de um carro híbrido seminovo, no Brasil, não tem ocorrido por essa característica técnica. E sim por outros atributos”, opina o consultor. Por essa razão, os híbridos estão indo bem.
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Energia solar e veículos urbanos – A Câmara dos Deputados tenta aprovar uma política de mobilidade urbana que usa metrôs, trens, trólebus, veículos leves sobre trilhos (VLT) e monotrilhos alimentados por energia solar. Um Projeto de Lei 6123/19, do deputado Rodrigo Agostinho (PSB-SP), em tramitação na Comissão de Viação e Transportes, propõe incentivos fiscais pelo prazo de cinco anos para quem usá-la. Para atender aos requisitos legais de adequação orçamentária e financeira das medidas, o texto prevê a maior incidência da Cide-combustíveis sobre o óleo diesel e a gasolina.
O relator da proposta na comissão, deputado Franco Cartafina (PP-MG), afirmou que a medida trará benefícios significativos para os usuários e para as cidades brasileiras. “Ao dispor sobre a incidência tributária no transporte urbano sobre trilhos, o projeto torna efetiva a priorização do transporte público, que é indispensável para a garantia da mobilidade urbana, especialmente em grandes centros”, disse ele à Agência Câmara de Notícias.
Pelo projeto aprovado, a eletromobilidade contará com alíquota zero das contribuições ao PIS e Cofins incidentes sobre a energia elétrica consumida. O segmento também poderá ser incluído no regime tributário Reporto, que assegura a suspensão de diversos impostos incidentes sobre máquinas, equipamentos, peças de reposição e outros bens.
E o transporte cicloviário? – A Comissão de Desenvolvimento Urbano da Câmara dos Deputados aprovou uma proposta para incluir o transporte cicloviário na lei que trata da política nacional de mobilidade urbana. “A proposta busca garantir meios que proporcionem melhoria na qualidade de vida ao oferecer ao transporte cicloviário prestígio e atenção”, diz o deputado Gustavo Fruet (PDT-PR), relator do substitutivo da Comissão de Viação e Transporte ao Projeto de Lei 2764/15, do Senado. “É uma condição essencial para o progresso das políticas públicas de uso da bicicleta nas cidades”, ressalta.
O substitutivo prevê a adoção de ciclovias ou ciclofaixas em projetos e obras de construção, ampliação ou adequação do sistema viário urbano, assim como da infraestrutura exigida (bicicletários, paraciclos e sinalização). Cidades com mais de 500 mil habitantes deverão prever a implantação gradual dessas medidas.
Ficarão excluídas das obrigações as cidades com relevo acidentado, impróprios para o uso de bicicletas, ou as vias cuja localização, característica histórica, função na hierarquia viária ou dimensões impeçam as obras necessárias.
A versão original da proposta, de autoria do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), delegava aos municípios a responsabilidade pela oferta de bicicletas públicas de uso compartilhado, que pudessem ser usadas por qualquer pessoa, por tempo determinado, gratuitamente ou mediante um pagamento módico.
Modais de transporte – Outra iniciativa interessante nesta questão de mobilidade urbana é a que trata do Estatuto da Cidade e da lei que institui o Programa Bicicleta Brasil. O Projeto de Lei 3598/19, do Senado, incentiva a prática do ciclismo e promove a integração de modais no transporte urbano e mantém nas diretrizes do PBB a conscientização da sociedade quanto aos efeitos da utilização do automóvel nas locomoções urbanas, em detrimento do transporte público e de alternativas não motorizadas. “A ideia é promover o desenvolvimento do ciclismo como forma de transporte individual e a integração dos modais de transporte urbano para garantir efetiva mobilidade na cidade”, disse a senadora Leila Barros (PDT-DF), autora do texto.
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Wrangler 2023: ótimo, mas nada de novo – A Jeep apresentou a linha 2023 do SUV Wrangler sem nenhuma mudança – ou mesmo sequer acréscimo de equipamentos (para quem gosta de SUV valente, isso já é excelente). Até os preços das versões Sahara (2 e 4 portas) e Rubicon, que vão de R$ 457 mil a R$ 482 mil, ficaram estáveis. Pelos valores cobrados, claro, o Wrangler tem um caprichado pacote de equipamentos: controles de estabilidade e tração, computador de bordo com tela TFT de 7 polegadas, faróis e lanternas em LED, frenagem automática de emergência, controle de cruzeiro adaptativo, câmera frontal off-road e por aí vai. A Rubicon, por sua, vez, vem com seletor de tração com reduzida e o sistema Off-road+, que troca alguns parâmetros do acelerador, controle de tração e as trocas de marcha são baseadas no terreno. O motor é um 2.0 turbo a gasolina com 272cv e 40,7kgfm de torque e transmissão automática de 8 marchas.
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Ford: fuga e aumento de lucros – A montadora norte-americana Ford, uma das mais tradicionais de todos os tempos em todo o mundo, deu um cavalo-de-pau no pior momento da pandemia de Covid-19 no Brasil: fechou fábricas, demitiu funcionários e passou a ser apenas importadora. Agora, anuncia que “reencontrou a lucratividade na América do Sul”: no acumulado de janeiro a setembro, os lucros somaram US$ 300 milhões. Vale lembrar: a companhia vinha fechando no vermelho desde 2013 – e por problemas de gestão, principalmente.
O que mudou? Seus executivos passaram a se concentrar em segmentos com bom desempenho na região, como é o caso das picapes, e no enxugamento do portfólio. “São cinco trimestres consecutivos de lucro e um portfólio focado em picapes, SUVs, veículos comerciais e ícones, como o Mustang,” comenta o presidente da Ford, Daniel Justo. E ele acaba de anunciar para o mercado brasileiro 10 novidades ao longo do ano que vem. A Maverick híbrida e a F-150 (esta, a grandona que briga com Ram e Chevrolet Silverado) estão na lista, claro. A primeira, com motor 2.5 a gasolina e outro elétrico, terá autonomia para 800km.
A veterana Ranger vai ganhar uma nova geração. Produzida na Argentina, terá motores diesel adequados às exigências legais e ambientais. A van/furgão Transit virá com uma opção automática. E, por fim, chegará mais para o fim de 2023 a E-Transit, com propulsão 100% elétrica e autonomia de 317km. Em relação aos esportivos, destaque o Mustang Mach-E – provavelmente com 465 cv e autonomia de até 480 km.
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GT de US$ 1,7 milhão – E por falar em Ford, o superesportivo GT, que havia ganho recentemente a última série especial feita para as ruas, agora teve apresentada nos Estados Unidos a sua versão final preparada exclusivamente para as pistas. Considerado o modelo mais radical já criado na linha, o Ford GT Mk IV 2023 tem motor EcoBoost biturbo especialmente projetado – e com mais de 800cv, transmissão de corrida, carroceria alongada de fibra de carbono e suspensão exclusiva.
As 67 unidades do Ford GT Mk IV serão construídas artesanalmente em Ontário, no Canadá. Esse número é uma homenagem ao ano em que o carro original venceu as 24 Horas de Le Mans. O modelo tem preço a partir de US$ 1,7 milhão (ou mais de R$ 9 milhões) e os interessados podem se inscrever pelo site da marca. O anúncio dos clientes selecionados será feito no primeiro trimestre de 2023, assim como o início das primeiras entregas. Quem se habilita?
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A chegada da Bajaj – A fabricante de motos indiana Bajaj anunciou esta semana sua chegada oficial ao país, com a inauguração de uma rede de concessionárias de cinco pontos. De cara, três modelos de motocicletas à venda: Dominar 400, Dominar 200 e Dominar 160. Os preços já estão definidos: a 160 custará R$ 18.680; a 200, R$ 19.637; e a 400 – R$ 24.200. Esta última, topo de linha no desembarque da Bajaj ao mercado nacional, é uma Sports Tourer, embora seu conjunto estilístico a insira no segmento de naked´s. Ela motor arrefecido a líquido de um cilindro, com 373,3 cm3, sistema de injeção eletrônica e ignição DTSi e rende 40 cv de potência e 3,569kgfm de torque. O tanque é de 13 litros.
Com uma história de 75 anos, a Bajaj foi fundada na Índia por Jamnalal Bajaj, o “quinto filho de Gandhi”. Hoje é uma empresa global, que figura na lista internacional da Forbes como uma das 100 companhias mais inovadoras do mundo. São mais de 40 empresas pertencentes ao grupo, que emprega 36 mil pessoas em todo o mundo. A Bajaj fatura US$ 4,13 bilhões e é a terceira maior montadora de motocicletas do planeta, com capacidade produtiva em torno de 7 milhões de unidades por ano em suas quatro unidades fabris espalhadas pela Índia. No segmento de triciclos, os mundialmente conhecidos “tuk-tuk´s”, a Bajaj é a maior fabricante do planeta.
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Preços do seguro de automóvel – Não é mole, não: a TEx, insurtech especializada em soluções online para o mercado segurador, acaba de divulgar que o Índice de Preços do Seguro Automóvel (IPSA) teve redução de 3,1% em novembro – no quarto mês consecutivo sem alta. Mesmo com a queda, o índice apresenta aumento de 23,5% quando comparado ao mesmo período do ano anterior. Para Emir Zanatto, CEO da TEx, a queda de 3,1% do valor do seguro em novembro demonstra que o mercado está no início de uma redução de preços. “A tendência pode se confirmar nos próximos meses se não houver aumento dos índices de roubo e furto”, explica o executivo. Seguindo o índice geral, o IPSA por gênero sofreu queda em ambos os sexos. Para o masculino houve queda de 4,4%, já no feminino a redução foi de 1,7%.
A região onde o segurado reside é um fator muito importante na precificação do seguro – e isso, desgraçadamente, está diretamente ligado às taxas de roubo e furto. “Rio de Janeiro, Fortaleza e Curitiba ficaram estáveis. Enquanto Belo Horizonte teve aumento de 2%”, diz Zanatto. Vejam a cidade de São Paulo, por exemplo: o seguro na zona leste é 64,7% superior à região central. Já na capital fluminense, a zona norte segue com o maior índice, sendo 84,8% maior na comparação com a zona sul.
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Dicas para economizar no seguro – E por falar em proteção para o seu carro, que tal prestar atenção a alguns detalhes na hora de escolher – ou renovar – o seu? Como todo mundo sabe, é um serviço importante para o automóvel – e que muitos motoristas escolhem não contratar especialmente por causa do custo: a Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais (CNseg) revela que apenas 30% da frota de automóveis no Brasil possui seguro. É uma falha grave: ele cobre as despesas necessárias e imediatas em casos de sinistro (quando o bem segurado sofre um acidente ou prejuízo material) ou mesmo de roubo. E ainda oferece métodos de pagamento bastante flexíveis. Por isso, a Zapay, startup de tecnologia voltada a esse segmento, traz quatro dicas para ajudar você a economizar na hora de contratar esse serviço.
1. Seja um bom motorista – As seguradoras conseguem analisar o seu histórico de motorista e usam essa informação para calcular o valor que será cobrado do seguro. Portanto, evite se envolver em sinistros e multas, pois isso vai ajudar a economizar um bom dinheiro.
2. Busque várias opções – O segredo para encontrar um bom seguro para o seu veículo é ter muitas opções. Pesquise todas as informações sobre as coberturas e faça cotações para saber o orçamento mais compatível com a sua renda. Outra dica importante é reduzir as três melhores opções e negociar com as seguradoras para descobrir se alguma está disposta a cobrir a oferta da concorrência.
3. Tenha calma para escolher – Leve em consideração o seu perfil como motorista e o seu estilo de vida. O ideal é ter um pacote com a maior cobertura de assistências possível, para evitar qualquer prejuízo financeiro no futuro. Portanto, pese na balança as suas necessidades e se organize financeiramente para a contratação do seguro.
4. Reflita sobre a franquia – É o valor adicional a ser pago pelo segurado em situações em que ele próprio foi responsável pelo dano ao carro. Pensando nisso, se não for necessário pagar a franquia, o motorista sairá economizando no preço do seguro. Tudo depende do quanto você utiliza o seu veículo e do seu estilo de direção. Afinal, se a franquia for necessária em algum momento, essa dica não irá compensar.
Renato Ferraz, ex-Correio Braziliense, tem especialidade em jornalismo automobilístico.
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