O tigre e o amor

O Natal de 2022, o Ano do Tigre no calendário chinês, de quatro mil anos de história, chegou. Deve ser celebrado com a energia do Tigre, segundo os chineses. Se a referência de calendário é a China, 2022 não acaba em 31 de dezembro.

O Ano Novo Chinês começa oficialmente em 1º de fevereiro e termina em 21 de janeiro de 2023. Animal designado para 2022, o Tigre de Água substitui o Boi de Metal do ano anterior. Não somos comunistas como os chineses, mas na China e no Brasil as casas se revestem com enfeites vermelhos, porque na cultura chinesa o vermelho significa felicidade e celebração.

O Papai Noel é um símbolo, alegria natalina no Ocidente. Ao passear pelas lojas e ruas chinesas é possível ver a figura do bom velhinho tocando um saxofone. Isso acontece porque na cultura tradicional da China, casamentos e todas as festas são geralmente acompanhadas por instrumentos musicais. Por isso, surgiu essa figura do Papai Noel ‘musical”.

No Brasil, diferente da China, a atmosfera da comemoração do Natal é uma das mais tradicionais. As decorações, os pratos, os símbolos e signos envolvidos com a data invadem os lares. É a celebração do nascimento de Cristo, nosso salvador. Mas por que o mundo inteiro comemora o Natal da mesma maneira, se cada cultura tem símbolos e costumes tão singulares e tão diferentes?

O dia 25 de dezembro é um dos mais importantes do calendário para o cristianismo, o dia do nascimento do Menino Jesus. Por isso, o símbolo de dezembro é o presépio, maquete que remonta ao episódio do nascimento de Cristo.

As árvores de Natal, com bolinhas coloridas, gorros, meias e outros elementos em verde e vermelho, têm como destaque o pinheiro, que simboliza a vida. É uma das poucas árvores que sempre se mantém verde, mesmo durante o inverno, quando a maioria das árvores perdem as folhas.

Que o Natal do Tigre nos encha de ternura e amor, o mesmo amor que Cristo revela por nós. Natal quer dizer espírito de amor, um tempo quando o amor de Deus e o amor dos seres humanos deveriam prevalecer acima de todo o ódio e amargura.

Um tempo em que nossos pensamentos, ações e o espírito de nossas vidas manifestam a presença de Deus. Por isso, a melhor mensagem de Natal é aquela que sai em silêncio de nossos corações e aquece com ternura os corações daqueles que nos acompanham em nossa caminhada pela vida.

Se não sabes o que presentear no Natal teus mais queridos, enche o coração deles com teu amor.

Feliz Natal, com muito amor!

Nos últimos três anos, o Congresso esteve no epicentro de uma barulhenta polêmica. Pela lei, cabia aos deputados e senadores a definição sobre o destino de recursos da União para áreas como saúde e educação. Uma mudança nas regras aprovada em 2019 deu ao relator da Comissão de Orçamento poderes para atender demandas sem a necessidade de identificar o verdadeiro interessado. Em outras palavras, o relator podia enviar verbas públicas para uma determinada cidade, omitindo o nome do padrinho político — que podia ser ele mesmo, um prefeito ou alguém que, por razões quase sempre pouco republicanas, preferia se manter anônimo.

Essa modalidade ficou conhecida como “orçamento secreto”, esteve na raiz de diversas fraudes detectadas pela Polícia Federal ao longo desse tempo e, suspeita-se, foi usada como moeda de troca para aprovar projetos de interesse do governo. Na segunda-feira 19, numa votação dividida, o Supremo Tribunal Federal (STF) considerou o mecanismo inconstitucional. A decisão provocou o primeiro abalo nas relações entre o presidente eleito, os congressistas e os ministros da Corte. As informações são da edição semanal da Revista Veja.

Pelas regras até então em vigor, deputados e senadores teriam 19 bilhões de reais do Orçamento para enviar às suas bases eleitorais em 2023, sem a necessidade de seguir qualquer critério técnico ou de transparência. Com a decisão do STF, o secretismo acabou. Para o ano que vem, os parlamentares continuarão definindo o destino de parte dos recursos, só que agora mais às claras, sem a intermediação do relator. Já o abalo se deu por conta de um acordo que havia entre Lula e os presidentes da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco.

Na campanha eleitoral, o candidato do PT classificou o orçamento secreto como o maior “esquema de corrupção da história”, prometeu acabar com o mecanismo se fosse eleito, mas depois recuou. Em troca desse recuo, os parlamentares se comprometeram a aprovar a chamada PEC da Transição, medida que permite ao futuro governo gastar o que não tem. Os dois lados sairiam ganhando.

O voto decisivo contra o orçamento secreto veio do ministro Ricardo Lewandowski, indicado ao cargo por Lula. Arthur Lira, por essa razão, viu digitais do presidente eleito no veredito do STF. O magistrado já havia confidenciado a outros ministros as restrições que tinha em relação ao orçamento secreto. Apesar disso, os parlamentares acreditavam que Lewan­dowski, pela proximidade com os petistas, votaria pela manutenção do mecanismo. A reação ao veredicto foi imediata. “Na Câmara externamos, reclamamos e marcamos posição, mas o Senado pode fazer o impeachment de ministros do Supremo.

Está na Constituição”, disse, em tom de advertência, o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros. Um novo acordo entre Lula e Lira evitou o que poderia ser a primeira crise de um governo que ainda nem começou. Dessa vez, os dois lados perderam um pouco. O futuro governo não conseguiu uma autorização mais longa para furar o teto e o Congresso abriu mão do controle absoluto sobre uma parte dos recursos do orçamento.

No dia seguinte à decisão do STF, os parlamentares embutiram na PEC da Transição as novas regras para a aplicação dos recursos antes destinados às tais emendas do relator. O arranjo procurou atender a todos — governistas, oposicionistas e futuro governo.

Os 19 bilhões foram divididos entre o Executivo e o Congresso. Deputados e senadores, portanto, terão no ano que vem quase 10 bilhões de reais a mais para enviar aos seus redutos eleitorais. A outra metade ficará a critério do Executivo, podendo ser destinada — em tese — para investimentos em áreas que o futuro governo achar mais apropriadas ou convenientes. Em tese porque a indicação para a aplicação desses recursos continuará cabendo ao relator da Comissão de Orçamento, o que abre o caminho nem sempre muito reto para “negociações políticas”.

O dispositivo aprovado permite, por exemplo, que um parlamentar indique a construção de um hospital em seu reduto eleitoral, sem que ele apareça como o beneficiado, já que formalmente a recomendação caberá ao relator. Como a execução dessa parte do orçamento não será obrigatória, o governo decidirá se libera ou não o dinheiro para o tal hospital. Ou seja, na prática a verba poderá usada para premiar um aliado, recompensar um opositor ou simplesmente comprar apoio político — o velho e conhecido toma lá dá cá.

A ala pernambucana do PSB, de fora do ministério do governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), espera ser contemplada no segundo escalão com um órgão de atuação regional que tenha grande capacidade de entregar obras, como o Dnocs (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas) ou a Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba). As informações são do Painel da Folha de S.Paulo.

O partido se reuniu e acordou que, após ter reduzido a bancada na Câmara à quase metade, com 14 deputados, a prioridade seria dar visibilidade a Márcio França, escolhido agora por Lula para chefiar o Ministério dos Portos e Aeroportos.

O vice-presidente Geraldo Alckmin, filiado ao partido, acabou escalado após empresários recusarem o convite para assumir o Ministério da Indústria e Comércio.

Com isso, o diretório de Pernambuco que historicamente tem forte peso no PSB e tem sido a ala mais próxima do PT, acabou ficando de fora. Pela relação com o petista, houve a sinalização de agraciar os pernambucanos com órgãos importantes do segundo escalão.

A princípio, o nome escalado para a missão seria o do governador Paulo Câmara, mas o martelo só será batido caso haja de fato o convite.

Começo 2023, com muita alegria, em Arcoverde, a 250 km do Recife, onde tenho uma choupana com minha Nayla Valença, recebendo homenagem. Ao lado do meu amigo Beto da Oara e da TV-Tribuna, levantarei o troféu Melhor do ano 2022 em Jornalismo, ao mesmo tempo em comemoração aos 16 anos do blog.

O reconhecimento vem pela Senso Pesquisas e Eventos, do comunicador Adriano Ferreira. A data da entrega está marcada para o próximo dia 14, no auditório do Sesc, em Arcoverde. Aproveito para comemorar a liderança imbatível do blog no Nordeste. Fechamos 2022 com mais um recorde de acessos, batendo a casa dos 20 milhões de visitantes. Só em outubro, mês do segundo turno das eleições, foram três milhões de acessos únicos, segundo o Google Analictus.

O Ministério do Turismo divulgou uma nota, ontem à noite, contestando a avaliação feita no setor pela equipe de transição do governo eleito. Segundo o comunicado, nos últimos quatro anos, houve conquistas históricas para o setor.

Parte desses avanços foi destacada na nota, como isenção de vistos para quatro países estratégicos: Austrália, Estados Unidos, Canadá e Japão; inclusão do combustível Jet-A na aviação e de impostos para leasing de aeronaves; fim do limite do capital estrangeiro para empresas aéreas; a atração de empresas aéreas low costs; escolha do Brasil como país-sede do primeiro escritório da Organização Mundial de Turismo na América do Sul; maior temporada de cruzeiros dos últimos 10 anos em 2022/2023; redução o Imposto de Renda sobre remessas para o exterior, que afeta fortemente mais de 35 mil agências de turismo, e PIS/Cofins zerado para as empresas aéreas. As informações são do Correio Braziliense.

O ministério também ressaltou ações para fortalecer o turismo interno, como 3.247 obras de infraestrutura turísticas entregues e 2.239 iniciadas; 129 cursos de capacitação profissional gratuitos ofertados, com 58 mil alunos qualificados; R$ 2,4 bilhões de recursos contratados como crédito ao setor; emissão de 32 mil Selos Turismo Responsável, como fomento ao retorno das viagens de forma segura no país e 2.933 municípios inscritos, atualmente, no Mapa do Turismo Brasileiro.

Segundo a nota, muitas dessas conquistas foram feitas em meio à crise resultante da pandemia da covid-19, que resultou em severas limitações e prejuízos ao setor em todo o mundo. “Graças à rapidez do trabalho realizado pela pasta e pelo governo federal, foi possível proteger o setor e garantir a sobrevivência de empresas e empregos. Os números crescentes da atividade em todo o Brasil refletem o esforço e o compromisso diário com o Turismo no Brasil, que está em pleno processo de recuperação, acumulando números cada vez maiores e melhores. Um exemplo disso é a expectativa de que as festas de final de ano movimentem 10 milhões de pessoas e injetem R$ 7 bilhões na economia do país”, sustentou.

No relatório final da transição relacionado à pasta, foi descrito que a “brutal descontinuidade de políticas públicas pelo governo Bolsonaro no Ministério do Turismo e na Embratur, nos últimos anos, impactou negativamente o turismo brasileiro”. “O legado que se recebe é de um turismo que perdeu quase todas as conquistas obtidas nas últimas duas décadas, desde a criação do Ministério do Turismo e a transformação da Embratur na instituição responsável pelo marketing, promoção e apoio à comercialização do Brasil no mercado internacional, em 2003”, diz o parecer. 

A Polícia Militar do Distrito Federal interceptou um artefato explosivo em uma das vias de acesso ao Aeroporto Internacional de Brasília neste sábado. De acordo com informações da PM, houve inicialmente duas pequenas explosões. O material, segundo a corporação, seria uma banana de dinamite com temporizador, mas ainda é necessária a realização de perícia para comprovação.

— Foi uma caixa colocada num caminhão de combustíveis que estava indo para o aeroporto. O motorista viu a caixa, achou estranho e acionou a PM. A PM foi ao local, isolou. A princípio parece ser uma banana de dinamite com temporizador— afirmou ao GLOBO o porta-voz da PM do DF, capitão Michello Bueno.

O esquadrão antibombas da PM recolheu o material, que será encaminhado para a perícia. A via principal de acesso ao Aeroporto de Brasília está isolada, mas os motoristas podem passar pela via marginal.

Em nota, a PM informou que foi acionada por volta das 8h deslocou a equipe do esquadrão de bombas do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) para o local. Os policiais desativaram o explosivo e o material apreendido foi entregue de forma segura à perícia da Polícia Civil.

Aa Polícia Civil realizou perícia e os materiais recolhidos serão encaminhados para análise do Instituto de criminalística. Não há prazo para conclusão da investigação.

Segundo a Inframerica, que administra o Aeroporto de Brasília, não há impacto nas operações do terminal aéreo: “Pousos e decolagens ocorrem normalmente”, afirmou a empresa em nota.

Obtendo 69,34% de votos no Nordeste, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu, claramente, privilegiar a Região na composição de seu novo ministério, chamando para as pastas mais importantes praticamente todos os ex-governadores eleitos para o Senado.

Ele também convidou nomes como o pernambucano e ex-presidente do TCU José Mucio Monteiro para o ministério da Defesa, além da pernambucana e presidente do PCdoB, Luciana Santos, para o de Ciência e Tecnologia, e da cantora e ativista social Margareth Menezes, para o da Cultura.

Isso não quer dizer que São Paulo não tenha sido contemplado. Afinal, no ministério da Fazenda ficou o paulista Fernando Haddad, assim como são paulistas o presidente do BNDES, Aloisio Mercadante, e o vice-presidente e novo ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin – que, efetivamente, tem o poder de mando no caixa. As informações são do colunista Fernando Castilho, do JC.

Mas, pela primeira vez em muito tempo, a Região Nordeste não terá tantos “paraíbas” em Brasília, como o próprio Lula costuma se referir a quem é nordestino, aliás, como ele.

Como identifica o colunista Igor Maciel, parece claro que o presidente definiu como critério “quem é bom de voto”, fez o sucessor e se elegeu para o Senado.

Como venceu em todos os estados junto com a maioria dos governadores (além dos senadores) já no primeiro turno, faz todo sentido que o presidente privilegie quem provou que, de fato, tem votos e, portanto, capacidade de influir numa possível estratégia de ampliação dos números das prefeituras em 2024.

O que pode explicar Camilo Santana, da Educação que, aliás, pôde escolher a sua vice-governadora Izolda Bastos para uma das mais estratégicas secretarias da pasta, a de Educação Básica.

Outro senador e ex-governador bom de voto, Wellington Dias, foi para a pasta do Desenvolvimento Regional, certamente uma das mais importantes do governo, já que atua essencialmente com municípios nordestinos.

Dias, é importante lembrar, é certamente o petista com maior força política no seu estado, já que conseguiu eleger governador o seu secretário da Fazenda, Raphael Fontelles, um dos maiores articuladores e defensores da Reforma Tributária, junto ao secretário especial Bernard Apy, quando dirigia o Comsefaz (que reúne os secretários de fazenda dos estados).

Outro bom de voto, e que fez o sucessor, é Rui Costa, que foi para a Casa Civil. Costa conseguiu, com sua força política no Estado, não apenas eleger o novo governador, mas derrotar ninguém menos que o ex-prefeito ACM Neto, que partiu na disputa para o Governo com mais de 80% dos votos.

No Maranhão, Lula escolheu antes mesmo da Fazenda e Defesa, o ex-governador Flávio Dino, que certamente foi o primeiro nome definido na nova equipe. Dino se elegeu e elegeu o novo governador.

Em Alagoas, Lula também deve prestigiar Renan Filho com algum ministério, que deve ser o dos Transportes, até mesmo para contrapor o seu grupo político com o de Arthur Lira, com quem Renan Calheiros disputa há várias décadas.

Finalmente, outra que deve ser agraciada com nada menos que a presidência da Petrobras é a governadora do Rio Grande do Norte, que parece estar encaminhando a escolha do senador Jean Paul Prates (seu suplente e que assumiu por quatro anos) quando ela se elegeu em 2018.

Prates não é do setor elétrico como funcionário de uma estatal. Sua careira começou no RN e no Rio de Janeiro como consultor de projetos de energia eólica e, a seguir, de energia solar.

Prates não pode ser classificado como “barrageiro”, como se denominam os engenheiros que dominam a pasta, por terem participado da construção de usinas hidrelétrica e de onde saíram quase 80% de todos os dirigentes das empresas do setor.

Assim como não é da Petrobras na área de petróleo. Mas está surfando na onda das energias limpas há pelo menos uma década.

Todos esse senadores, os novos governadores e os diversos técnicos do segundo e terceiro escalão serão fundamentais para, em 2024, revigorar os candidatos do PT às prefeituras.

Mas a pergunta é: como é que vão reagir as lideranças e entidades das demais regiões, especialmente do Sul e do Centro Oeste?

O ministério de Lula em nada se apresenta como paulista/mineiro/carioca, embora ele tenha sido votado lá. Mas nessas regiões, ele não teve o domínio dos governadores como no Nordeste. E isso com força do PT, com lideranças que deram uma nova cara ao partido, especialmente no Ceará, com Camilo Santana, e Rui Costa, na Bahia.

Isso não quer dizer que as outras Regiões não possam estar representadas. Simone Tebet, pelo Centro-Oeste, e Marina Silva, pelo Norte, são duas expressões que têm brilho próprio, aliás, muito acima da maioria das lideranças do PT nos demais estados.

Mas além de José Mucio, que foi escolhido a dedo para a Defesa e não disputou eleição, ninguém pode negar que o Nordeste não estará representado no futuro governo. E com Lula e o PT mirando 2024.

Mesmo com a criação de uma secretaria especial para tratar da reforma tributária, a própria equipe econômica do novo ministro Fazenda, Fernando Haddad (PT), reconhece que a PEC idealizada por Bernard Appy está longe de ser o modelo com chances de aprovação no Congresso Nacional.

Nos bastidores, membros do time de Haddad apontam para as dificuldades no avanço da proposta em sua forma atual. Entre elas, a maneira pela qual seria possível repartir a arrecadação entre estados e municípios e como atender de maneira justa aos segmentos de indústria, comércio, serviços e agricultura, que pagam hoje diferentes valores de impostos.

Appy, indicado como secretário especial, é o idealizador de uma Proposta de Emenda à Constituição que chegou a tramitar no Congresso em 2019, apresentada pelo presidente do MDB, deputado Baleia Rossi (SP). As informações são do colunista do Metrópoles, Igor Gadelha.

Nela, Appy propõe a criação de um Imposto de Valor Agregado (IVA). A alíquota uniria todos as principais taxas existentes no país hoje, incluindo impostos federais, estaduais e municipais: PIS, COFINS, ICMS e ISS.

Apesar da concordância entre políticos e empresários sobre a necessidade de um imposto unificado, nenhum ente da federação quer ficar com a menor fatia dos tributos.

Aliados de Haddad lembram, por exemplo, que alguns estados hoje arrecadam muito com ICMS, como São Paulo, e desejariam uma parcela maior do IVA.

Entre o sonho de Appy e a realidade, a equipe de Haddad diz vai buscar algum lugar no meio do caminho.

A briga entre setores

O setor de comércio e serviços ainda apresenta outros entraves, dizem aliados do ministro. Os comerciantes temem um aumento da carga tributária e defendem a adoção de alíquotas diferenciadas por setor. A ideia já foi rechaçada pela equipe econômica de Haddad.

Segundo interlocutores do ministro, uma pluralidade de IVAs apenas levaria a manutenção de um sistema já caótico.

Em meio as dificuldades, aliados de Fernando Haddad admitem que pode sair da Câmara e do Senado a formação de mais de um tipo de IVA, com a união de impostos em grupos diferentes. O mecanismo é parecido com o proposto na PEC 110, que tramita já no Senado.

O senador eleito Camilo Santana (PT), escolhido pelo presidente eleito Lula para assumir o Ministério da Educação (MEC) a partir de 1º de janeiro, poderá tomar como exemplo as experiências da educação no Ceará, referência para todo o país. Ele foi governador por dois mandados, entre os anos de 2015 e 2022.

Ao falar sobre a nomeação para ministro da Educação, Camilo disse à GloboNews nesta quinta-feira (22) que pretende realizar um pacto com estados e municípios para recuperar a educação do país, “devastada pelo atual governo”.

“Nós temos que correr o mais rápido possível, construir uma grande pactuação nacional, um regime de colaboração, que foi o que nós fizemos aqui no Ceará quando governador do Estado, com todos os entes federados desse país, os municípios do Estado”, disse Camilo.

O Ceará desenvolveu, no governo de Camilo, um modelo de alfabetização que melhorou, por exemplo, a aprendizagem de alunos em situação de vulnerabilidade social.

Um estudo desenvolvido por um conjunto de pesquisadores brasileiros, chilenos e franceses mostrou que a implementação do Programa de Aprendizagem na Idade Certa (Paic) reduziu desigualdades, aumentou o nível de aprendizagem e ampliou a equidade educacional de alunos em situação de vulnerabilidade social no estado em relação ao Brasil e ao Nordeste entre 2011 e 2017.

O mesmo aconteceu com Fortaleza, em comparação com a situação de outras capitais da região.

Clique aqui para ler na íntegra a matéria do G1/Ceará

Após uma semana marcada por definições na composição da Esplanada para o próximo ano, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também encaminhou quem serão os parlamentares escolhidos para ocupar a liderança do governo na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. A única indefinição de momento segue sendo quem será o líder do governo no Congresso Nacional.

Metrópoles apurou com parlamentares próximos ao petista que o líder do governo no Senado será o senador Jaques Wagner (PT-BA). O baiano teve atuação fundamental nos bastidores para criar um clima de apoio em torno da aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, que viabilizou o cumprimento de promessas feitas por Lula em campanha.

Outro motivo que levou Lula a escolher Wagner para o posto foi a recusa do senador em assumir o comando de um ministério. O baiano já viveu a experiência de ser ministro dos governos petistas de Lula e de Dilma Roussef, tendo ocupado o comando dos ministérios do Trabalho, de Relações Institucionais, da Defesa e da Casa Civil.

Na Câmara, o escolhido de Lula para o cargo de liderança do governo é o deputado federal José Guimarães (PT-CE). Atuante durante toda campanha do petista à Presidência, Guimarães também teve participação ativa ao longo das negociações da PEC na Casa.

Antes disso, o deputado foi coordenador da campanha do petista a presidente em 1989 e 2002. O parlamentar também teve papel fundamental na Câmara durante o governo Dilma. Coube a Guimarães relatar a medida provisória que resultou na criação do Regime Diferenciado de Contratações para as obras da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016.

Lula ainda quebra a cabeça para escolher quem será o líder do governo no Congresso Nacional. Hoje, os favoritos são o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) e o atual líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP). O parlamentar mineiro leva certa vantagem sobre o senador na disputa.

Randolfe prefere Congresso

Durante as negociações para a aprovação da PEC da Transição sobre a nova Esplanada, Lula esteve com o senador Randolfe Rodrigues. O teor da conversa, segundo aliados, era a respeito de sua atuação em prol do petista no próximo ano.

Na ocasião, o parlamentar afirmou ao presidente eleito que se sentiria mais “útil” no Congresso.

Líder da oposição na última legislatura, Randolfe foi um dos principais opositores a Jair Bolsonaro no Senado, sendo também um dos articuladores para a instalação da CPI da Covid na Casa Alta. A comissão investigou a suposta negligência do governo Bolsonaro durante a pandemia.

Atuação de Jaques Wagner na PEC

Sugerida para sanar as promessas de campanha do novo governo, a PEC foi o primeiro desafio de Lula no Congresso. A minuta da emenda à Constituição chegou aos parlamentares no valor total de R$ 198 bi, sendo R$ 175 bi a mais no teto de gastos para o bolsa família em 2023 e R$ 23 bi fora do teto, a serem liberados ainda neste ano.

A PEC, como de costume, teve de ser apreciada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) antes de chegar ao plenário. No colegiado, o senador Jaques Wagner (PT-BA) foi o articulador da proposição e conseguiu negociar com o governo eleito a redução de R$ 30 bilhões na fatura da proposta.

A queda do valor foi um dos pontos-chaves para que o texto fosse aprovado tanto na CCJ quanto no plenário pelos senadores.