Até o dia 30 de novembro, aproximadamente 59% da safra canavieira já havia sido moída nas duas regiões. De acordo com o presidente-executivo da NovaBio e presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Pernambuco (Sindaçúcar-PE), Renato Cunha, anteriormente, a perspectiva para o Norte e Nordeste era que a safra atingisse 63 milhões de toneladas.
Mudanças
“Pelos números de hoje, mas que podem também mudar em função da irregularidade das chuvas que não foram bem distribuídas, nós entendemos que a safra do Norte e Nordeste não deverá chegar a 63 milhões de toneladas como um todo, mas deverá ficar em torno de 62 milhões. Mesmo um tanto improvável, esse quadro ainda pode mudar caso ocorram melhores chuvas que possam beneficiar essa safra atual e a de 2025/2026”, disse.
A irregularidade das chuvas pode também incidir de forma mais acentuada no potencial de moagem da safra 2025/2026.
Segundo a NovaBio, o Estado de Alagoas foi o que mais esmagou cana, com 9,10 milhões de toneladas. Em seguida, destacam-se Pernambuco, (7,58 mi/t); Bahia (4,41 mi/t); Paraíba (4,33 mi/t);Tocantins (2,25 mi/t); Rio Grande do Norte (2,14 mi/t); Maranhão (2,14 mi/t); Pará (1,24 mi/t); Sergipe (1,19 mi/t); Piauí (1,13 mi/t); e Amazonas (0,36 mi/t).
Apesar de uma moagem menor do que a prevista, a atual temporada agrícola terá uma concentração maior de Açúcar Total Recuperável (ATR) por tonelada de cana, matéria-prima transformada em açúcar e biocombustível.
Além disso, os níveis de sacarose extraídos da planta devem crescer, em média, de 8 a 12 kgs a mais por tonelada na região Nordeste. Por isso, a safra será um pouco menor, mas com a fabricação de produtos finais em maior volume do que no ciclo 2023/2024.
Etanol
Ainda de acordo com os dados da NovaBio, que reúne 35 usinas de processamento de cana em 11 estados brasileiros, a fabricação do etanol hidratado, disponível nas bombas para abastecer veículos flex, aumentou 27,9% atingindo 933,5 milhões de litros, contra 729,7 milhões de litros produzidos na safra passada.
Produção
No mesmo período, a produção açucareira foi de 2,18 milhões de toneladas, superando em 18,2% os 1,84 milhão de toneladas no final de 2024. O Nordeste deverá continuar a exportar cerca de 62% de sua produção de açúcar, notadamente pelos portos do Recife e de Suape, localizados em Pernambuco; Maceió (AL) e, em menor escala, João Pessoa (PB) e Natal (RN).
Na produção de etanol anidro, que é misturado à gasolina, houve queda de 25,9% em comparação à safra anterior. No acumulado da safra 2024/2025 contabiliza-se 561,2 milhões de litros, em comparação com os 756,8 milhões de litros fabricados no período de 2023/2024.
Reflexo
“Esta queda reflete a imprevisibilidade das políticas de competitividade e precificação dos biocombustíveis no Brasil. Em um país que tem o potencial para liderar a transição energética global, cujas premissas básicas demandam soluções sustentáveis para o setor de transporte, é preocupante a falta de regras que garantam maior competitividade ao etanol de cana, de origem renovável”, ressaltou Renato Cunha.
A produção total de etanol (anidro e hidratado) atingiu 1,49 bilhão de litros contra 1,48 bilhão fabricados no ciclo agrícola 2023-2024, aumento de 0,5%.
O estoque físico do etanol hidratado avançou 51,03%, com 261,8 milhões de litros ante 173,3 milhões de litros armazenados na moagem passada. Na soma total, contabilizando-se o anidro e o hidratado, o estoque cresceu 2,20%, totalizando 458,6 milhões de litros em comparação com os 448,7 milhões de litros da temporada de 2023/2024.
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