Coluna da terça-feira

Lula fecha o ano em crescente desaprovação

Na estratificação da pesquisa do PoderData, na qual a reprovação da gestão Lula chega a 49%, a maior de todas, há dados que acendem a luz amarela no Palácio do Planalto. Quando se compara os governos Lula e Bolsonaro, apenas 37% acham o do petista melhor. Entre os que votaram em Lula, 18% estão entre os que reprovam o modelo, a gestão e a forma de Lula gerir o País.

O levantamento mostra ainda que 21% dos entrevistados não veem diferença significativa entre o atual governo e o anterior. Outros 4% não souberam responder. Considerando-se a curva longa, desde o início da administração do petista, o Lula 3 vem diminuindo sua vantagem em relação ao seu antecessor. O grupo que declarava que a gestão petista é “melhor” que a do ex-presidente saiu de 46%, em abril de 2023, para 37%, agora.

Já a taxa de eleitores que se identificam como católicos e dizem preferir o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao de Jair Bolsonaro (PL) despencou 15 pontos percentuais desde janeiro de 2024. No início deste ano, havia 59% dos eleitores declarando que a gestão petista era “melhor” que a bolsonarista. Em maio, a taxa já havia caído para 48%.

Agora, está em 44%. Na outra ponta, 35% dos brasileiros afirmam que o governo atual é “pior” que o seu antecessor. O número oscilou dois pontos percentuais para cima desde janeiro e quatro pontos desde outubro, a última vez que a pesquisa foi feita. Os percentuais registrados nesta rodada representam o pior cenário para o petista dentre os fiéis da Igreja Católica desde o início do mandato.

A diferença entre os católicos que preferiam Lula e os que preferiam o seu antecessor era de 25 pontos percentuais na posse, uma situação muito confortável para o petista. Hoje, essa diferença caiu para 9 pontos. A vantagem ainda existe, mas a trajetória das curvas é desfavorável para o presidente. O cenário no eleitorado que se considera evangélico sempre foi mais negativo para o atual presidente.

Nesse estrato específico, 50% dos entrevistados dizem que o atual governo é “pior” que o seu antecessor. Eram 55% em janeiro de 2023.  Ao passo que os que declaram que a gestão petista é “melhor” que a bolsonarista eram 27% na posse, avançou para 33% no início deste ano, mas voltou a cair. Agora, está em 22%.

MAIS DE 10 MILHÕES INSATISFEITOS Nas eleições de 2022, Lula recebeu 60.345.999 votos no 2º turno contra 58.206.354 de Bolsonaro. Isso significa que os percentuais de insatisfeitos equivalem a algo perto de 10,86 milhões de eleitores, número cinco vezes maior que os 2,14 milhões de votos que decidiram a eleição em favor do petista. Apesar disso, o PoderData, do site Poder360, também mostra um cenário inverso. Dentre os que votaram no ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), há uma parcela expressiva que, hoje, avalia positivamente a gestão petista: 11% declaram “aprovar” o governo Lula e outros 8% avaliam o desempenho do atual presidente como “bom” ou “ótimo”.

Sem controle na alta do dólar – Na economia, o Governo Lula fecha ano com o dólar nas estrelas e sem saída para conter a sua alta. Integrantes do governo defendem, em reserva, que Lula (PT) precisa mandar um recado claro e direto ao mercado para tentar conter a escalada do dólar. A avaliação é a de que falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, perderam força, e que apenas uma manifestação de Lula que demonstre o compromisso do governo com a busca de soluções para controlar o endividamento público poderia reverter o cenário. Na última quarta (18), o dólar fechou em forte alta e bateu mais um valor recorde de cotação: R$ 6,2672. Com alta de 2,82%, é a maior alta percentual desde 10 novembro de 2022 (4,10%).

Rasteira no Congresso – O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, fez, ontem, uma ofensiva certeira ao Congresso Nacional ao bloquear o pagamento de R$ 4,2 bilhões de emendas. Líderes envolvidos com o desenho do Orçamento de 2025 apontam que a decisão veio num momento em que o Legislativo não pode reagir, não somente porque está em recesso, mas porque passa por um momento de vácuo de poder nas duas Casas. Até fevereiro, não deve reagir porque os presidentes Arthur Lira, da Câmara, e Rodrigo Pacheco, do Senado, estão de saída, ao mesmo tempo que Hugo Mota e David Alcolumbre, os sucessores, ainda não assumiram seus cargos oficialmente.

Relações públicas – A surpreendente escolha do ex-deputado Raul Henry, presidente estadual do MDB, para a pasta de Articulação Institucional da Prefeitura do Recife, só se explica pelo fato dele ser um bom relações públicas em Brasília. Deve ter recebido a delegação de acompanhar projetos de interesse do prefeito na corte e abrir portas pelo trânsito que ganhou por lá. Se for para cuidar da relação com a Câmara, João estará em maus lençóis, porque Henry está fora de combate na província há muito tempo e não deve conhecer sequer 30% da composição do parlamento municipal.

O ingrato Zeca – Não sei a razão, mas o prefeito eleito de Arcoverde, Zeca Cavalcanti (Podemos), não quis bancar a escolha da vereadora Célia Galindo (Podemos), a decana do Legislativo arcoverdense, para presidência da Casa. Cometeu uma grande injustiça, quando poderia ter feito uma homenagem a quem está há 40 anos no parlamento municipal sem nunca ter se envolvido em escândalos, sendo correta e leal a ele. Deveria olhar no retrovisor: quando o atual prefeito Wellington Maciel (MDB) derrotou Zeca, em 2020, Celia, mesmo correndo o risco de ser expulsa do PSB, apoiou a candidatura dele. E quando Zeca foi candidato a deputado, a decana, da mesma forma, cabalou votos para o aliado. Mais do que isso, quando presidente da Câmara, mesmo contra a vontade da ex-prefeita Madalena Brito (PSB), Célia colocou as contas de Zeca, na condição de ex-prefeito, em votação e aprovou. Na política, a ingratidão é regra.

CURTAS

DEMA 1 – Para muitos, uma surpresa, mas a saída de Aldemar Santos, o Dema, da pasta de Governo, corria nos bastidores há mais de 30 dias. E se confirmou, ontem, deixando o segmento político apreensivo. João pode ter lá suas razões, mas abriu mão de um aliado competente, extremamente correto e leal ao extremo.

DEMA 2 – Mesmo de perfil técnico, egresso do Tribunal de Contas do Estado, Dema se revelou, tão logo assumiu a pasta, num articulador nato. Jeitoso, paciente e hábil, deu dimensão ao cargo, reduziu tensões, criou uma excelente relação com os vereadores e teve papel importante na campanha de reeleição do prefeito.

OLHO EM 26 – O que se diz, ainda em relação à escolha de Raul Henry para Articulação Institucional, é que João jogou para segurar o MDB na sua base, com vistas, sobretudo, ao projeto de disputar o Governo do Estado em 2026. O MDB tem tempo de televisão e saiu das eleições como o segundo maior partido que elegeu prefeitos.

Perguntar não ofende: João vai chamar algum vereador para o Secretariado?

Veja outras postagens

Por Manoel Guimarães
Especial para a Folha de Pernambuco

Ex-presidente nacional do PT e novamente candidato ao cargo, o deputado federal Rui Falcão (PT-SP) criticou seu principal adversário na disputa, o ex-prefeito de Araraquara, Edinho Silva. Para o parlamentar, Edinho cometeu uma série de “erros de avaliação de conjuntura”, citando tentativas de aproximação com o bolsonarismo. “Ele (Edinho) acena muito para essa frente do nazismo, do fascismo. Não há possibilidade de uma convivência de diálogo com essa gente”, disparou.

A gente está vendo um processo de eleição interna (PED) com o partido bem dividido. Isso pode trazer prejuízo para o governo do presidente Lula?

Ao contrário, dependendo do resultado acho que vai favorecer o governo. Essa é a meta de todos os candidatos. A presidência do PT deveria ser um projeto para cinco, dez anos, e não ficar em torno de eleição. Mas é fundamental que a gente consiga reeleger o presidente Lula. O PED pode nos favorecer, porque todo consenso forçado leva a enganos, enquanto o debate livre e aberto aponta soluções. Minha candidatura está propondo mudanças, espero que essas ideias novas possam fazer com que o nosso partido tenha muita coragem e energia pra reeleger o presidente.

Dizem que a sua candidatura hoje estaria isolada, já que o presidente teria preferência pelo ex-prefeito Edinho Silva, de Araraquara…

Eu nunca ouvi o presidente falando sobre isso, mas acho que o companheiro Edinho não usaria o nome dele sem que tivesse alguma receptividade. É claro que é importante ter apoio do presidente Lula, mas ele não faria esse tipo de manifestação, até por respeito à minha candidatura, pelas missões que cumpri por ele e pelo partido. Hoje, nós estamos correndo um risco de perder a identidade do PT. Por isso, mais uma vez, mesmo enfrentando poderes muito grandes e adversidades, nossa campanha segue firme. Mas é uma candidatura de Davi contra Golias.

O senhor já presidiu o partido e foi bem avaliado. Por que dessa vez o partido não se uniu em torno da sua candidatura?

O PT é fruto de várias experiências diferentes, ele surgiu da experiência dos sindicalistas combativos, das comunidades da Igreja, de intelectuais comprometidos com a democracia, de estudantes… Com todas essas experiências e renegando a ideia de partido único, era natural que respeitassem o direito de tendência. O que não há é um partido dentro do partido, embora uma tendência em particular se comporte como partido. Nunca houve unanimidade, nem o Lula conseguiu isso. O que mostra a força do PT.

O senador Humberto Costa é o atual presidente interino que conduzirá esse processo de eleições. Ele já lhe procurou para tentar buscar um consenso, ou mesmo para convencê-lo a retirar a candidatura?

Não, e acho que não o faria, nem ele nem o presidente Lula, que me conhecem e me respeitam, como eu a eles. Acho que ninguém faria esse tipo de proposta, até porque eu não estou aqui para marcar posição e ter algum tipo de negociação, embora isso fosse legítimo também. Estou porque acredito que é possível vencer e mudar o PT.

E por que o Edinho, apesar do carinho do presidente, não consegue juntar o PT?

Edinho é meu amigo de muitos anos. Ajudei ele em Araraquara quando era vereador. Depois, eleito prefeito, ele se apresentou como candidato a presidente estadual do PT, o levei até o (ex-ministro) José Dirceu, e ajudei a elegê-lo, mesmo com as divergências que surgiram. Em 2022, dividimos a comunicação da campanha do presidente Lula. E houve erros de avaliação de conjuntura. Ele queria uma foto com Bolsonaro e Lula, mostrando que havia uma transição respeitosa como foi a do Fernando Henrique Cardoso. Já tinha gente aquartelada, confusão nas ruas. Depois, ele expôs na Veja que era preciso acabar com a polarização. Isso não existe, porque a polarização está dada. Veja a extrema direita no mundo, a eleição do Trump deixou isso escancarado. Não há possibilidade de uma convivência de diálogo com essa gente. Ele (Edinho) acena muito para essa frente do nazismo, do fascismo.

Como avalia o governo do presidente Lula, cada vez mais refém dos partidos de centro?

Não tem faltado ao presidente Lula o apoio do PT. Mesmo quando a presidenta Gleisi Hoffmann tachou a política econômica como ‘austericida’, nunca deixamos de apoiar o nosso governo. Mas fomos eleitos com um programa, que não era só união e reconstrução, mas também de transformação, e que teve uma frente eleitoral muito ampla, de pessoas que foram abrigadas no governo, de formas diferenciadas. E não está claro se esse compromisso se compreende à governabilidade institucional ou se se prolonga até a reeleição do presidente. Essa é a questão.

Mas há uma tensão grande no governo…

Isso faz parte da política. Acho que para chegarmos em 2026 e reelegermos o presidente, temos que tentar mudar a agenda, sair dessa armadilha de que a gente fica cativa do Congresso e de uma correlação de forças onde a maioria é conservadora. Temos que manter um amplo diálogo com a população.

Os aliados falam que o presidente não é mais o mesmo, que o diálogo está travado. Como o senhor avalia?

O presidente tem um grupo de assessores mais próximos, mas acho que a questão transcende ele estar ou não ouvindo. Nosso problema central não é a comunicação. Tem a comunicação celebrativa dos feitos, mas tem uma que precisaria entrar mais em cena, que é a comunicação convocatória. O presidente se sentir integrado com a população. As pressões sociais são legítimas. O que proponho é resgatá-los para o nosso lado. Porque quando você fala que vai taxar super ricos, veja o apoio da população. Essa comunicação precisa propor uma macroeconomia de esperança, que traga uma agenda global para o futuro do país.

Mas a popularidade do presidente segue patinando, a menos de dois anos para a reeleição…

O mais importante é que o governo está se recuperando. Teve vários fatores de desgaste, como a taxação das blusinhas, a armação sobre taxação do PIX, as filas do INSS. São fatores que foram atribuídos ao presidente da República. Mesmo questões estaduais, como a segurança pública, vão para a conta dele. Teve a queda que ele levou, que gerou alguma desconfiança, ainda as viagens internacionais que colocam um certo distanciamento. Mas o presidente começa a restabelecer a popularidade. E mesmo no pior momento, ele sempre apareceu como favorito.

Ainda há tempo do PT conseguir um diálogo com os evangélicos?

Precisamos acabar com um preconceito que existe muitas vezes. Todos são cidadãos, independente do que acreditam, têm os mesmos direitos à saúde, segurança, moradia e meio ambiente. Isso tem que ser direcionado pelo nosso governo. No passado, já tivemos o apoio da cúpula das igrejas evangélicas. Acho que não é um problema que vá nos levar a perder a eleição, mas é preciso diálogo.

O Edinho esteve no Recife no último final de semana. Vamos vê-lo se movimentar também?

Eu não disponho dos mesmos recursos que o companheiro Edinho vem utilizando. Tenho um mandato parlamentar a cumprir em Brasília, mas vou fazer essas viagens. A campanha dele começou há bem mais tempo, a minha só iniciou no último dia 14. Farei viagens, pretendo ir ao Recife, Fortaleza, Salvador, Teresina, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.

E qual a principal demanda do PT para as eleições estaduais?

Precisamos ter quadros majoritários nos estados, uma agenda estratégica que não seja só pensando nas eleições. É preciso hoje ter formação política, comunicação e organização, são três pilares para se ter mobilização e luta social. A gente sempre cresceu fazendo luta social e estamos nos preparando para isso. A prioridade é aumentar o número de deputados e senadores, mas precisamos depois fazer uma profunda reforma no sistema político eleitoral.

Dulino Sistema de ensino

O ato de 1º de Maio organizado pela CUT em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, começou com um apelo direto à militância: reforçar a defesa do governo Lula nas redes sociais. A estratégia surge em meio a um cenário de desgaste político impulsionado por denúncias de fraudes em aposentadorias no INSS e pelo aumento no preço dos alimentos. Apesar de indicadores econômicos positivos, como o recuo do desemprego, há insatisfação dentro do próprio PT quanto à capacidade de comunicação do governo. Dois telões ao lado do palco principal incentivavam o público a se cadastrar em uma rede de apoio digital, conectando militantes a grupos de WhatsApp para a divulgação de conteúdo pró-governo.

A programação do evento, que tem expectativa de reunir cerca de 30 mil pessoas, também serviu como plataforma para pautas trabalhistas, como a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e o fim da escala 6×1 — proposta em análise no Congresso e defendida por Lula em pronunciamento recente. A CUT, no entanto, se manteve distante de ações mais apelativas adotadas por outras centrais, como o sorteio de carros 0 km, apostando em uma abordagem mais política. A entrada foi condicionada à doação de alimentos, e shows de artistas como Belo, Pixote e Fernando & Sorocaba, que compõem a grade de atrações, são entremeadas por falas de sindicalistas. As informações são do jornal O Globo.

Apesar da mobilização, Lula optou por não comparecer ao ato no ABC. A ausência ocorre após críticas internas no ano passado, quando o presidente se irritou com a baixa adesão de público no 1º de Maio em Itaquera. Desta vez, Lula delegou a presença aos ministros Luiz Marinho, Márcio Macêdo e Cida Gonçalves, enquanto outro evento sindical ocorre simultaneamente na Zona Norte da capital, organizado por centrais como Força Sindical e UGT. A CUT participa dessa segunda mobilização apenas como convidada, evidenciando uma divisão no campo sindical.

Enquanto os discursos oficiais estavam previstos para começar no ABC às 18h45, lideranças políticas e sindicais circulavam entre as barracas de comida e banners que destacavam a luta pela redução da taxa de juros e o combate à precarização do trabalho. O mote do “fim da carestia”, presente em notas anteriores das centrais, foi deixado de lado nesta edição. Com o evento se estendendo até as 21h, a CUT tenta reposicionar sua base em um ambiente em que a adesão popular às ruas e à militância digital é colocada à prova.

Petrolina - O melhor São João do Brasil

A inauguração da Cozinha Comunitária Raízes Indígenas, celebrada como um marco pela gestão estadual de Pernambuco, foi também motivo de protesto e indignação para o povo Pankararu. Embora tenha sido realizada no território da Aldeia Caldeirão do Povo Pankararu, em Jatobá, no Sertão de Itaparica, a solenidade não contou com a participação de nenhuma liderança indígena no palanque. Nenhum cacique ou representante da comunidade local teve voz para expressar publicamente o que a entrega daquele equipamento significava para o povo que o receberia.

“Fomos desrespeitados dentro dos nossos territórios”, afirmou Rosália Ramos, coordernadora do Distrito Sanitário Especial Indígena de Pernambuco, que denunciou a ausência de escuta por parte do governo. “Recebemos a fala aqui de políticos que adentraram o nosso espaço e não nos deram oportunidade sequer de dizer qual o nosso sentimento em receber um equipamento como uma cozinha”. A fala de Rosália expôs o incômodo de uma comunidade acostumada a ter sua cultura celebrada em discursos, mas sistematicamente silenciada em momentos de tomada de decisão e visibilidade pública.

Apesar de a governadora Raquel Lyra ter destacado o ato como um “reconhecimento da resistência do povo Pankararu”, a ausência de representatividade indígena no evento evidenciou um descompasso entre discurso e prática. A cozinha, que faz parte do programa estadual Bom Prato, é a primeira do tipo em um território indígena no Norte e Nordeste e promete beneficiar cerca de 200 famílias por dia. Mas o gesto simbólico de não conceder espaço de fala aos anfitriões transformou a ocasião em mais um episódio de invisibilização de povos originários.

“Essa casa tem domínio, essa casa tem lei, essa casa tem pessoas que representam o nosso território”, concluiu a indígena. O episódio, apesar da relevância social do equipamento, escancarou uma lógica ainda recorrente: políticas públicas implementadas em territórios indígenas sem o devido protagonismo dos povos a quem se destinam.

Ipojuca - IPTU 2025 - Vencimento 30 Abril

O senador Fernando Dueire (MDB) esteve na noite de ontem na abertura da 23ª edição do Festival do Jeans de Toritama (FJT), um dos principais eventos da indústria da moda no Norte e Nordeste. O festival, que movimenta o setor têxtil e atrai visitantes de todo o país, tem papel importante na economia local e no fortalecimento do Polo de Confecções do Agreste pernambucano.

Durante a cerimônia, Dueire ressaltou a relevância do FJT. “Este festival é símbolo da força empreendedora do nosso povo e uma vitrine da qualidade que Pernambuco produz”, afirmou o senador. A presença do senador também teve caráter político, ao lado do prefeito de Toritama, Sérgio Colin (MDB), e do ex-prefeito Edilson Tavares (PP), figuras centrais na consolidação do evento como referência no calendário da moda e da economia em Pernambuco.

A agenda do senador no Agreste continua hoje com passagem por Panelas, onde acontece a 51ª edição do Festival Nacional dos Jericos. Acompanhado do prefeito Ruben Lima (PSB), Dueire participou da missa em Ação de Graças pelo Dia do Trabalhador e visitou a feira e outras atividades culturais que marcam o tradicional evento, famoso pela corrida de jericos e pela valorização da cultura popular.

A movimentação reforça a estratégia do parlamentar de estreitar laços com lideranças locais e participar de agendas simbólicas nos municípios. Entre falas de apoio às gestões municipais e elogios à organização dos eventos, Dueire procura se projetar como articulador do desenvolvimento regional e defensor de iniciativas ligadas à economia criativa do interior pernambucano.

Caruaru - São João na Roça

Um novo fato político movimenta Goiana a três dias das eleições suplementares. O deputado federal Ossesio da Silva — importante liderança do Republicanos e nome forte entre os evangélicos — declarou apoio ontem ao candidato Marcilio Regio (PP) e à vice Lícia Maciel (PT).

A chegada de Ossesio vai na contramão dos Republicanos, que voltou a ser presidido, em Pernambuco, por Silvio Costa Filho e fragiliza o palanque de Eduardo Batista, cujo vice, Pedro Henrique, é do Republicanos.

O deputado Ossesio informou sua decisão pessoalmente a Marcilio e a Lícia, em Goiana. Ele foi pragmático: “Estou trazendo o meu apoio a essa dupla maravilhosa. Marcílio, Lícia, estamos juntos nessa caminhada para uma Goiana muito melhor na educação, na economia, na saúde, principalmente, para ajudar esse povo maravilhoso que merece ter um governo realmente que cuida, um governo que se preocupa com o povo”, declarou.

Marcilio agradeceu o apoio e deu certeza ao deputado que o gesto de confiança vai se traduzir em muito trabalho por Goiana. “Pode ter certeza, vamos dar sequência a grande gestão do ex-prefeito Eduardo Honório, desenvolver o nosso município, gerar mais emprego, renda e oportunidades para todos”, declarou.

Marcilio também disse a Ossesio que as pesquisas e o clima nas ruas o deixam muito otimista com os resultados das eleições no próximo domingo. “Fizemos uma campanha limpa, focada nas propostas e estamos confiantes de que seremos vitoriosos para elevar Goiana para um novo patamar”, disse o candidato.

A chegada do deputado Ossesio reforça ainda mais o amplo arco de alianças que se uniu em torno de Honório, Marcílio e Lícia. O palanque conta, entre outras lideranças, com o prefeito do Recife João Campos, o deputado federal Eduardo da Fonte (PP), e com os senadores do presidente Lula, Teresa Leitão e Humberto Costa (ambos do PT).

Camaragibe - Cidade trabalho 100 dias

Com muita cultura, música e irreverência, foi celebrado ontem o início da 10ª edição do tradicional Festival da Carroça de Burro, no munícipio de São Caetano, no Agreste de Pernambuco. Estreando o palco, a cidade foi tomada pelo forró de Fulô de Mandacaru, o repertório clássico de Alcymar Monteiro. Já hoje, a música fica por conta de Natanzinho Lima, Zé Henrique e André Costa e Barões do Piseiro.

Apesar de se traduzir num evento tradicional, que atrai turistas de várias regiões e até de Estados vizinhos, gerando empregos e movimentando a economia do município, o festival não conta com apoio do Governo do Estado. “Mais uma vez, a governadora discriminou São Caetano, porque mantemos uma posição de independência”, disse o prefeito Josafá Almeida (UB).

Além dos shows, o evento valoriza as tradições do interior nordestino com torneio de futebol, corrida de burros e jericos, além do já esperado desfile de carroças decoradas. Celebrando a cultura popular e reunindo famílias e amigos, o Festival da Carroça de Burro reforça sua importância no calendário cultural da cidade e movimenta São Caetano com festa e tradição.

Cabo de Santo Agostinho - IPTU 2025 prorrogado

A Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) foi a campeã na premiação nacional da 14ª Feira de Cases da Redes Wegov, um dos eventos mais relevantes do país na apresentação de projetos em tecnologias da informação e comunicação que se propõem a aproximar instituições públicas dos cidadãos. O ‘Alepinha Literária’, uma coletânea de livros infantis cuja iniciativa tem como objetivo traduzir a cidadania e os temas discutidos pelos deputados estaduais, de maneira lúdica, tirou o primeiro lugar no encontro da Wegov que ocorreu ontem, em Florianópolis, Santa Catarina. O projeto competiu com iniciativas de órgãos públicos de todo o país.

Idealizada pela jornalista da Alepe, Carly Falcão, a coletânea “Alepinha Literária” foi lançada pela Superintendência de Comunicação da Assembleia em 2023, durante a Bienal Internacional do Livro, em Olinda. Direcionada a crianças de 0 a 6 anos, a primeira edição, intitulada “Quem Mora no Palácio Azul”, busca despertar no público infantil, de forma lúdica, o entendimento do que faz um deputado, além das noções de empoderamento e representatividade. “Os Donos do Parquinho”, segunda obra do selo, desperta nas crianças a importância de preservar e compartilhar os espaços públicos, o respeito aos direitos e deveres dos cidadãos e traz noções de gentileza e cidadania.

Já a terceira edição, “Cheia de Direito”, é direcionada ao combate do trabalho infantil e foi realizado em parceria com diversas entidades como o Ministério Público Estadual (MPPE), Tribunal da Justiça de PE (TJPE), o Ministério Público do Trabalho (MPT) e o Movimento Pró-Criança. As publicações são ilustradas pela designer Lara Morgado.

“Essa premiação nacional traz muita satisfação. Não somente no âmbito pessoal, mas enquanto profissional, escritora, mãe, servidora pública. Acreditamos que o ‘Alepinha Literária’ pode crescer muito mais e esperamos que esse prêmio possa sensibilizar outros órgãos públicos a elaborar projetos semelhantes”, comemorou a jornalista Carly Falcão.

Toritama - FJT 2025

O presidente da Câmara Municipal do Paulista, Eudes Farias, destacou na última terça-feira (29) os avanços na modernização do Legislativo com a implantação do novo sistema eletrônico de votação, que torna as sessões mais transparentes, ágeis e acessíveis à população.

Durante a sessão, dois projetos de grande relevância para os servidores públicos foram aprovados. O primeiro trata do incentivo financeiro aos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e aos Agentes de Combate às Endemias (ACE), reconhecendo a importância e o papel fundamental desses profissionais na saúde pública do município.

O segundo projeto aprovado diz respeito ao reajuste salarial de 6,5% dos professores da rede municipal, que ficou acima da média estadual e superior ao percentual estabelecido pelo Ministério da Educação (MEC). A medida representa um avanço significativo na valorização dos profissionais da educação de Paulista.

Palmares - Pavimentação Zona Rural

As cidades de Trindade e Ipubi, no Sertão de Pernambuco, estão alarmadas com a crescente onda de violência. Em audiência pública realizada na Câmara de Vereadores ontem, parlamentares e moradores denunciaram o cenário de insegurança agravado pela escassez de efetivo policial. Com mais de 30 mil habitantes, Trindade conta atualmente com apenas quatro policiais para realizar o patrulhamento e responder às ocorrências. Assaltos, roubos e arrombamentos têm ocorrido tanto na área urbana quanto na zona rural, atingindo desde residências até pequenos comércios e supermercados.

Ipubi enfrenta condição ainda mais precária: apenas dois policiais estão responsáveis pela segurança de um município inteiro. A defasagem no policiamento reforça a sensação de vulnerabilidade de toda a região. Os representantes do Legislativo municipal cobraram do Governo de Pernambuco uma resposta imediata e estruturada, com reforço no contingente policial e investimentos na segurança pública do interior.

O senador pernambucano Humberto Costa, segundo vice-presidente do Senado e presidente nacional do PT, em mandato tampão até julho, quando a legenda escolherá o seu sucessor em eleição que deve mobilizar dois milhões de filiados, participa do meu podcast “Direto de Brasília”, em parceria com a Folha de Pernambuco, da próxima terça-feira. Ele vai tratar das eleições internas do PT, que já tem cinco candidatos disputando o seu comando.

Estão no páreo representantes das mais diferentes correntes: Edinho Silva (CNB – Construindo um Novo Brasil), Valter Pomar (Articulação de Esquerda), Romênio Pereira (Movimento PT), Rui Falcão (Novo Rumo) e Washington Quaquá (CNB dissidente). O mais competitivo e tido como favorito é Edinho Silva.

Representante da corrente “Construindo um Novo Brasil (CNB)”, Edinho Silva é ex-prefeito de Araraquara (SP) e ex-ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social do governo Dilma Rousseff. Edinho é o candidato preferido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O podcast vai ao ar das 18 às 19 horas, com transmissão pelo YouTube da Folha e deste Blog.

Além da transmissão pelo Youtube, o ‘Direto de Brasília’ também é veiculado pela Rede Nordeste de Rádio, formada por 48 emissoras em Pernambuco, Alagoas e Bahia, tendo como cabeça de rede a Rádio Folha 96,7 FM. A transmissão também será realizada no Instagram e no Facebook deste Blog.

Entram como parceiros na transmissão a Gazeta News, do Grupo Collor, em Alagoas, a Rede Mais Rádios, com 25 emissoras, na Paraíba, e a Mais-TV, do mesmo grupo, sob o comando do jornalista Heron Cid. Ainda a Rede ANC, do Ceará, formada por mais de 50 emissoras naquele Estado. Os nossos parceiros neste projeto são o Grupo Ferreira de Santa Cruz do Capibaribe, a Autoviação Progresso, o Grupo Antonio Ferreira Souza, a Água Santa Joana e a Faculdade Vale do Pajeú.

Do Poder360

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desistiu de participar dos atos de 1º de Maio – data em que se comemora o Dia do Trabalho – organizados pelas centrais sindicais em São Paulo. O petista quer evitar um desgaste político de estar presente em um evento que provavelmente será esvaziado. A decisão, porém, ganhou maior peso depois da revelação de fraudes no INSS.

Em 2024, o ato das centrais teve um público de pouco mais de 1.600 pessoas, de acordo com levantamento da USP (Universidade de São Paulo). O evento foi realizado no estacionamento da Neo Química Arena, do Corinthians, na zona leste de São Paulo.

Na época, Lula reuniu centrais sindicais e nove ministros. Diante de um público diminuto, deu uma bronca no ministro Márcio Macêdo, que comanda a Secretaria Geral da Presidência, órgão ligado aos movimentos. Lula classificou o ato como “mal convocado”.

Desde então, outras manifestações convocadas pela esquerda também tiveram pouca participação popular. Em 30 de março, o ato chamado pelo deputado Guilherme Boulos (Psol-SP) em protesto à discussão do projeto de lei 2.858 de 2022 que anistia os condenados do 8 de Janeiro reuniu cerca de 5.500 pessoas na av. Paulista, em São Paulo.

O público foi bem menor do que os cerca de 26.000 ativistas pró-Bolsonaro que defenderam o mesmo projeto de lei em um ato realizado duas semanas antes na praia de Copacabana, no Rio.

As centrais sindicais prepararam dois atos para esta quinta-feira (1). Um deles foi organizado pela CTB (União dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros), Força Sindical, UGT (União Geral dos Trabalhadores), NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores) e Pública. Será realizado na Praça Campo de Bagatelle, na zona norte da capital paulista. Desta vez, a Secretaria Geral da Presidência não se envolveu na organização dos eventos.

A CUT (Central Única dos Trabalhadores) foi convidada, mas organizou um ato próprio em São Bernardo do Campo (SP), no ABC paulista, berço político de Lula, que foi metalúrgico.

Devem participar os ministros Luiz Marinho (Trabalho e Emprego), Márcio Macêdo (Secretaria Geral) e Cida Gonçalves (Mulheres). Leia abaixo quem mais deve estar presente.

Lula também participou dos eventos sindicais para comemorar o Dia do Trabalho em 2023, no seu primeiro ano do terceiro mandato. Agora, será a primeira vez na atual gestão que deixará de comparecer.

A ausência do petista foi minimizada por aliados diante da sucessão de desgastes políticos da última semana. Primeiro, o deputado Pedro Lucas Fernandes (União Brasil-MA) declinou do convite para assumir o Ministério das Comunicações e expôs a fragilidade da articulação política do governo. Depois, a Polícia Federal e a CGU (Controladoria-Geral da União) deflagraram uma operação que expôs um esquema de fraudes no INSS que pode chegar a R$ 6,5 bilhões.

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, disse ontem que o presidente decidiu não participar dos atos de 1º de Maio neste ano para realizar um pronunciamento em redes de televisão e rádio que foi ao ar na noite de ontem. O vídeo foi gravado no Palácio da Alvorada na manhã de segunda-feira (28).

Gleisi defendeu que Lula tem “uma grande ligação com o povo trabalhador” e disse esperar que a mobilização nos eventos seja bem-sucedida, mesmo sem a presença do presidente. Ela deu as declarações em entrevista ao programa “Estúdio i”, da GloboNews.

No pronunciamento, Lula disse que o governo irá aprofundar o debate sobre a redução da jornada de trabalho e defendeu o fim da escala 6×1. “Está na hora do Brasil dar esse passo, ouvindo todos os setores da sociedade, para permitir um equilíbrio entre a vida profissional e o bem-estar de trabalhadores e trabalhadoras”, disse o presidente.

Lula recebeu representantes de oito centrais sindicais na terça-feira (29) no Palácio do Planalto. Os sindicalistas entregaram uma pauta de reivindicações que o petista disse que se comprometeria a avançar com elas. Um dos pedidos é justamente a redução da jornada de trabalho.

Dentre os outros pedidos estão a aprovação do projeto de lei que isenta do Imposto de Renda quem recebe até R$ 5.000 por mês. O texto (íntegra) apresentado a Lula é um desdobramento e atualização da Pauta da Classe Trabalhadora aprovada na Conclat (Conferência Nacional da Classe Trabalhadora) em abril de 2022. À época, o petista ainda era candidato à Presidência da República.

Lula usou ainda o horário nobre na televisão para defender seu governo no caso das fraudes no INSS. Disse que sua gestão desmontou um esquema criminoso de cobranças indevidas contra aposentados e pensionistas.

“Na última semana, o nosso governo, por meio da Controladoria Geral da União e da Polícia Federal, desmontou um esquema criminoso de cobrança indevida contra aposentados e pensionistas, que vinha operando desde 2019. Determinei à Advocacia Geral da União que as associações que praticaram cobranças ilegais sejam processadas e obrigadas a ressarcir as pessoas que foram lesadas”, afirmou.

Esta foi a primeira vez que o chefe do Executivo falou publicamente sobre o assunto. Na noite desta quarta-feira (30), nomeou o procurador federal Gilberto Waller Júnior para a presidência do instituto, depois que mandou demitir o ex-presidente, Alessandro Stefanutto.

Apesar da declaração, Lula evitou explicar como o governo ressarcirá os aposentados. Até 24 de abril, a última satisfação foi dada pelo ministro da CGU (Controladoria Geral da União), Vinícius de Carvalho. Uma das alternativas foi bloquear R$ 2 bilhões de instituições investigadas e pessoas ligadas a elas.

O governo afirma que das 40 milhões de pessoas beneficiadas pelo INSS, 6 milhões tiveram descontos. O que não se sabe ainda é quantos desses foram irregulares. A CGU (Controladoria Geral da União) diz que 97,6% dos aposentados e pensionistas do INSS tiveram descontos diretos não autorizados em seus benefícios para pagar sindicatos e associações.

Federação, fusão e 2026

Uma nova federação e uma fusão partidária — a primeira já formalizada entre União Brasil e PP, e a segunda confirmada pelo PSDB com o Podemos — chegam como novos ingredientes para as eleições de 2026. Dificilmente o que os caciques decidem em Brasília não produz estragos na ponta, ou seja, nos estados e municípios.

Daí as dificuldades e a demora nas negociações no plano nacional para bater o martelo nos entendimentos. A federação União Brasil–PP quase não saiu. A pedra no caminho foi o ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), porque se achava no direito de presidir a aliança nos primeiros dois anos. Cedeu, mas Antônio Rueda, presidente do UB, também não reinará sozinho.

Dividirá o comando da federação com o senador Ciro Nogueira (PP-PI), ex-ministro da Casa Civil na gestão Bolsonaro. Aliás, Rueda e Ciro são bolsonaristas de alta linhagem e o ato da oficialização, na terça-feira, no Salão Negro do Congresso, foi embalado com discursos à direita, de oposição ao Governo Lula, embora ambos os partidos ocupem dois ministérios cada um, totalizando quatro.

Em Pernambuco, a junção do PP com o UB forçou de imediato uma composição entre os dois presidentes – Eduardo da Fonte e Miguel Coelho. Isso, evidentemente, com implicações em 2026, tendo em vista que Dudu, como é mais conhecido, na condição de principal líder do PP, tem, hoje, alinhamento ao Governo Raquel Lyra, enquanto Miguel, do UB, está no campo da oposição.

Vão se unir em 2026? Segundo apurei, vão esperar como o Governo e a própria Raquel ficarão com o passar do tempo. A trégua é de um ano. Se até lá a governadora não tiver se recuperado, não será surpresa Miguel arrastar Dudu para o palanque de João Campos e vice-versa. Raquel bem, estando competitiva para a reeleição, quem sabe Dudu e Miguel não fecham as duas vagas para o Senado na chapa da governadora.

Só o tempo, que é o senhor da razão, dará esse desfecho!

CONSEQUÊNCIAS IMEDIATAS – No caso da fusão do PSDB ao Podemos, as implicações são mais imediatas em Pernambuco. Presidente nacional do Podemos, Renata Abreu não conseguiu atender ao pedido do ex-presidente do partido do Estado, Ricardo Teobaldo, amigo do peito, de entregar o comando do novo partido ao atual presidente do Podemos, Marcelo Gouveia. Renata não venceu as resistências do comando nacional do PSDB, leia-se Marconi Perillo e Aécio Neves, contra a governadora Raquel Lyra, hoje no PSD, que usou R$ 38 milhões de fundo partidário e saiu da legenda tucana sem dar satisfação.

Porto comanda nova legenda – O novo partido, resultado da fusão do PSDB ao Podemos, será presidido em Pernambuco pelo deputado Álvaro Porto, presidente da Assembleia Legislativa. Ele tem carta branca para negociar a entrada de novas lideranças políticas, assim como dar as diretrizes ao projeto majoritário da legenda nas eleições de 2026. De passagem ontem por Brasília, Porto começou a receber essas orientações, tanto de Perillo quanto de Renata Abreu.

Procura de partido – Marcelo Gouveia e Ricardo Teobaldo, agora na condição já de ex-dirigentes do Podemos, já começaram a quebrar a cabeça em busca de um novo partido. A princípio, se cogitou o PDT, no Estado atualmente tocado pelo ex-prefeito de Caruaru, Zé Queiroz, e seu filho, o ex-deputado Wolney Queiroz, que têm alinhamento ao palanque de João e fazem oposição a Raquel. Não será fácil, porque há uma tendência no Congresso do afunilamento dos partidos com a criação de novas federações ou fusões.

Eduardo rasga seda de Miguel – Em entrevista, ontem, ao Frente a Frente, direto de Brasília, o presidente do PP, Eduardo da Fonte, partido agora federado com o União Brasil, fez rasgados elogios ao ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, seu novo aliado no Estado. Acertaram em fazer um trabalho conjunto e harmônico pela ampliação da federação no Estado. Quanto ao nome para o Senado, seja na chapa de Raquel ou João, o critério se dará por pesquisas de intenção de voto quando as eleições estiverem mais próximas e na ordem do dia da população.

CURTAS

CONVIDADO – Da bancada federal de Pernambuco, o primeiro deputado a ser contactado para ingressar na União Progressista, a federação UB-PP, foi Júnior Uchôa, filho do ex-presidente da Alepe, Guilherme Uchôa. Foi eleito pelo PSB, mas não está confortável na legenda.

SÓ NA JANELA – Ao blog, Uchôa disse que tem tempo para decidir e que aguardará a janela partidária para as próximas eleições, em abril de 2026. Tem razão, até porque se ingressar de imediato corre o risco de sofrer um processo de perda do seu mandato pelo primeiro-suplente.

FASCISMO – Principal adversário de Edinho Silva, o candidato do Planalto à presidência do PT, o deputado Rui Falcão disse ao meu podcast Direto de Brasília, em parceria com a Folha, que o postulante oficial não é a melhor opção para o PT. “Edinho acena para nazismo e o fascismo, as duas correntes do bolsonarismo. Não há possibilidade de uma convivência saudável com essa gente”, disparou.

Perguntar não ofende: A nova federação União Progressista vai entregar os quatro ministérios a Lula?