Gustavo, Fabrizio e Duque no PSDB
O caminho partidário natural dos deputados Luciano Duque, Gustavo Gouveia e Fabrizio Ferraz, eleitos pelo Solidariedade, é desembocar no PSDB, da governadora Raquel Lyra, a quem passaram a se aliar, reforçando a base de sustentação do Governo na Assembleia Legislativa.
O quarto deputado eleito pelo SD, o ex-prefeito do Cabo, Lula Cabral, diz que da parte dele não há nenhum acordo para compor a base do Governo. É provável que espere uma conversa com a governadora ou se mantenha fiel ao grupo da presidente estadual do Solidariedade, Marília Arraes.
Leia maisO fato é que não há mais condições dos três parlamentares permanecerem no SD, depois que aderiram ao Governo sem o menor diálogo com a direção estadual, especialmente Luciano Duque, líder na Assembleia, que fez o comunicado na rádio Folha, sem falar antes com Marília.
Isso criou um clima muito ruim dentro do partido, o que obriga Duque e os demais a saírem da legenda. Como a legislação proíbe mudança de partido para quem ocupa mandato eletivo, Duque, Fabrizio e Gustavo terão que entrar num entendimento com Marília para não serem cassados.
A saída é a presidente estadual assinar uma carta de anuência, conforme o PSB fez com o deputado estadual Jarbas Filho, que debandou de volta para o MDB antes mesmo de completar um ano no exercício do mandato na Alepe eleito pela legenda socialista. Se Marília não der anuência, o trio terá que permanecer no Solidariedade num ambiente nada agradável, já que a linha do partido e a orientação da sua direção é de oposição ao Governo Raquel Lyra.
Rabo de cavalo – A alternativa PSDB não é a melhor em termos de futuro partidário para os deputados rebeldes do Solidariedade. Crescendo feito rabo de cavalo, ou seja, para baixo, a legenda tucana pode perder a sala de liderança do partido no Senado se não conseguir filiar ao menos mais um nome até 22 de setembro. Tudo porque o regimento interno da Casa Alta cita a necessidade de a sigla ter, pelo menos, três senadores para contar com o espaço. Atualmente, a legenda só tem dois: Izalci Lucas (DF) e Plínio Valério (AM). Os tucanos contam com um gabinete de liderança no Senado desde 1988, ano da Constituinte, e ocupam um dos melhores gabinetes há anos.
Diálogo de mudos – Dos quatro deputados do Solidariedade, Lula Cabral tem sido o único a falar grosso, com coerência e transparência nesse jogo de adesão ao Governo. “Não posso falar nada do que não sei, do que não houve e do que não estou a par em absolutamente nada”, disse Cabral, referindo-se ao anúncio do líder Luciano Duque, incluindo o seu nome entre os que iriam aderir à gestão de Raquel.
Convocação – O ministro da Educação, Camilo Santana, poderá ter de ir à Câmara dos Deputados explicar o bloqueio temporário de R$ 332 milhões que o orçamento do MEC sofrerá por decisão do presidente Lula. Na sexta-feira passada, o deputado bolsonarista Capitão Alberto Neto (PL-AM) protocolou um requerimento para que Santana seja convocado a esclarecer o bloqueio na Comissão de Educação da Casa. A área do MEC mais atingida será a educação básica, cujo bloqueio no orçamento previsto chega a R$ 201 milhões.
Queda de receitas – Os Estados e cidades tiveram saldo positivo de R$ 25,3 bilhões nas contas públicas do primeiro semestre de 2023. O valor é 64,1% inferior ao registrado em 2022. O resultado primário das cidades caiu quase 90% no período. A queda do ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) por causa da desoneração dos combustíveis é uma das principais razões para o resultado do 1º semestre de 2023.
O novo Marco Maciel – Confirmado pelo ministro da Articulação, Alexandre Padilha, provavelmente na pasta de Esporte, o deputado pernambucano Silvio Costa Filho (Republicanos) alcança voo de águia bem antes do que imaginava na cena nacional. Tudo por mérito próprio. Silvinho, como é mais conhecido, é o novo Marco Maciel: habilidoso, apagador de incêndios, articulado e extremamente educado. Sabe engolir sapo e abrir diálogo, tudo isso com voz mansa e poder de sedução.
CURTAS
PIOR DA SÉRIE – A soma dos resultados de Estados e municípios teve superávit de só R$ 130 milhões nos primeiros seis meses de 1998, o pior ano da série. No período, foi registrado também o pior resultado da série histórica para os Estados. Tiveram saldo negativo de R$ 1,26 bilhão.
NOS ESTADOS – Os governos das cidades tiveram o pior resultado em 2020, quando registraram superávit de R$ 50,2 milhões. Foi o primeiro ano da pandemia de covid-19. Somados, nunca registraram saldo negativo. “O problema é mais localizado em Estados. No primeiro ano do atual mandato dos governadores, eles deveriam estar começando a gerar poupança”, disse o economista José Roberto Afonso, professor do IDP (Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa), em entrevista ao Poder360.
Perguntar não ofende: Quando Lula anuncia a minirreforma ?
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