Gestão da Transposição na pauta do podcast
Meu podcast “Direto de Brasília”, em parceria com a Folha de Pernambuco, entra, hoje, na pauta do Nordeste. Um dos assuntos a serem tratados com o ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, ex-governador do Amapá, é o contrato de gestão das águas da transposição do rio São Francisco com os quatro estados beneficiados pelo projeto que o Governo quer tirar do papel este ano.
Está em fase decisiva a modelagem de uma parceria público-privada (PPP) para a operação dos dois eixos (Norte e Leste) da transposição, que hoje é feita pela Secretaria Nacional de Segurança Hídrica (SNSH) do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional. Em recente entrevista, Góes disse que pretende realizar um leilão dessa “concessão patrocinada” até o fim deste ano. A modelagem está sendo elaborada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
A concessão patrocinada, ou PPP, significa que a futura empresa responsável pela gestão e operação das águas também vai receber aportes públicos para fechar as contas do projeto. De acordo com Waldez, um dos compromissos a serem assumidos pela concessionária é a instalação de novos conjuntos de bombas de elevação das águas. As estações de bombeamento são estruturas que permitem levar as águas de um terreno mais baixo para outro mais alto.
Leia maisA transposição do rio São Francisco, que já recebeu investimentos de R$ 12 bilhões quando se incluem seus sistemas complementares de distribuição dos recursos hídricos, beneficia cerca de 400 municípios e 12 milhões de pessoas no semiárido nordestino. Para o ministro, agora é hora de se dedicar especialmente à “governança” do sistema, com um modelo permanente e sustentável de gestão do projeto. “Às vezes, alguém me pergunta se tudo isso é para cobrar água das pessoas. Não, pelo contrário. É para dar segurança hídrica. Hoje, se quebra uma bomba, tem que ir lá o governo federal correndo para consertar”, afirmou numa entrevista à CNN. Um acordo com os quatro estados beneficiados pela transposição já havia sido alcançado no ano passado e previa diretrizes gerais para a gestão das águas.
VOLTA DA TEMÁTICA CORRUPÇÃO – Desde que estourou o escândalo do INSS, cujos desvios começaram em 2019 e permaneceram na atual gestão, o governo Lula se viu acossado por um tema que há anos não é considerado pelos brasileiros o problema prioritário do país: a corrupção. Entre o turbilhão político iniciado em junho de 2013 e o mês final do governo Michel Temer (MDB), em 2018, o assunto pontuava alto nas pesquisas de opinião, mas arrefeceu no período de Jair Bolsonaro e nos primeiros anos do Lula 3. Agora, volta a ressoar e a ser explorado pela oposição, algo que o PT do presidente enfrentou de forma intensa no auge da Lava-Jato. Em Brasília, costura-se a criação de uma CPI que daria ainda mais holofotes ao esquema dos descontos indevidos de aposentados.

Caem chances de Bolsonaro apoiar Tarcísio – O ex-presidente Bolsonaro (PL) tem demonstrado a aliados resistência em indicar o governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas (Republicanos), como sucessor ao Palácio do Planalto em 2026, segundo ampla reportagem, ontem, na Folha de São Paulo. O jornal apurou que uma ala de aliados do ex-presidente tem reforçado críticas ao governador e, segundo interlocutores dos dois lados, isso tem contaminado Bolsonaro. Há uma irritação com movimentos para tentar emplacar o nome de Tarcísio para a corrida presidencial ou mesmo com a discussão agora sobre uma candidatura de direita. O ex-presidente se queixou a aliados de que seu ex-ministro não estaria demonstrando solidariedade o suficiente, segundo esses relatos.
Nome pode ser familiar – Bolsonaro tem sinalizado preferência por indicar alguém do seu clã, ainda segundo o jornal. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro é hoje a mais citada — ainda que uma parte de seus aliados veja com desconfiança esse cenário. O seu filho Eduardo (PL), ainda nos EUA, também é apontado como possível sucessor. Publicamente e reservadamente, o ex-presidente mantém o discurso de que é ele o candidato. Em entrevista à Folha no final de março, disse que registrará sua candidatura no TSE, apesar de estar inelegível. Lideranças de partidos de centro se dizem preocupadas com esse cenário em que ele insistirá em seu nome até o último momento para possivelmente indicar alguém de seu clã para a cabeça da chapa.
Contas regulares – A propósito das contas do MDB em Pernambuco, o presidente Raul Henry garante que as contas estão em situação regular, ao contrário do que seus adversários espalharam. “As contas de 2019, 2020 e 2021 foram aprovadas com ressalvas. Ressalvas não configuram reprovação. Aliás, praticamente a totalidade das contas das agremiações partidárias aprovadas pelo TRE são com ressalvas. As contas do MDB de 2022 e 2023 ainda não foram julgadas, estando na fase de diligências técnicas de rotina, comuns à prestação de contas de qualquer agremiação partidária. As de 2024 serão apresentadas no mês de junho próximo, conforme determina a legislação”, explicou.

Um padre que merece aplausos – O padre Chrystian Shankar, da Diocese de Divinópolis (MG), divulgou uma nota se recusando a batizar bebês reborn e realizar outros ritos católicos em bonecos realistas. Segundo ele, as pessoas que fizerem essas solicitações devem “ser encaminhadas ao psicólogo” ou “psiquiatria”. O texto foi publicado em seu perfil no Instagram, que soma 3,7 milhões de seguidores. Donos de bebês reborn estão sendo alvo de críticas na internet. O tema ganhou relevância na internet depois de vídeos das “mães” dos brinquedos viralizarem nas redes sociais.
CURTAS
NO PSD – Ex-prefeito de Flores, Marconi Santana, já em campanha por uma vaga na Assembleia Legislativa, como alternativa a ocupar o vácuo no Pajeú aberto com a morte do ex-deputado José Patriota (PSB), deve se encontrar com a governadora Raquel Lyra para bater o martelo na sua filiação do PSD.
RECORDISTA – O presidente Lula abre, hoje, pela manhã, a 14ª Marcha dos Prefeitos em Brasília, que deve ter um novo recorde de participantes, superando, inclusive, a marca da até então maior mobilização nacional pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM), em 2024.
CHUVAS – As chuvas que estavam concentradas no Grande Recife agora chegaram ao Agreste e Sertão. Sábado passado, choveu bem em Caruaru, em vários municípios próximos e no Moxotó, principalmente em Arcoverde, que voltou a ter novas precipitações ao longo do dia de ontem.
Perguntar não ofende: Vai ter CPI Mista do INSS?
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