Não há nada que tenha se transformado tão patético como a montagem da equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Já perdi as contas de tantos anúncios – a última contagem chegava a mais de 400 convidados. Nunca se viu algo tão surrealista e inapropriado entre a passagem de um governo para outro.
Para que tanta gente? Uma batendo na outra, para que? Dá opiniões? E para que serviu então o programa de Governo que Lula colocou em discussão na campanha e acabou sendo o escolhido pelo povo brasileiro, embora com uma diferença ínfima nas urnas? Chegou-se a um estágio tão desacreditado que até um ator de filmes de pornô, o deputado Alexandre Frota (RJ), eleito há quatro anos na onda bolsonarista e agora derrotado, foi chamado para dar pitaco na área cultural.
Pelo amor de Deus! O mais engraçado disso tudo é que as pessoas escolhidas saem postando nas redes sociais como se fossem privilegiados ou grandes autoridades nas áreas que supostamente dominam. Lula entregou o comando da transição a Geraldo Alckmin (PSB), vice-presidente eleito. A impressão que passa é que o ex-tucano e agora neosocialista está fazendo da transição um mero exercício político, para agradar gregos e troianos.
Mas, na verdade, como escrevi ontem, numa postagem neste blog, a comissão de transição virou um grande prêmio de consolação para todos os derrotados nas eleições deste ano, seja na disputa pelos governos estaduais, para o Senado ou Câmara dos Deputados. Há perfis de diversos matizes ideológicos, trajetórias pessoais bastante distintas e curiosidades que pouco ou nada tem a ver com a capacidade técnica da equipe.
Desde 4 de novembro, início formal do processo de transição conduzido pelo vice-presidente eleito, os anúncios incluíram a criação de 31 grupos técnicos duas baixas (a recusa de David Uip no grupo de trabalho da Saúde e a renúncia de Guido Mantega no Planejamento) e, para comoção de todo o País, a trágica perda de Isabel Salgado, ícone do vôlei, escalada para o time de Esportes.
Vaidade das vaidades – Não faltam polêmicas e divergências de ideias em relação ao próprio Lula dentro da numerosa equipe. O ex-deputado Wadih Damous (PT-RJ) e o senador eleito pelo Maranhão Flávio Dino (PSB) defenderam tese distinta daquela debatida pelo presidente eleito durante a campanha: desmembrar o atual Ministério da Justiça e Segurança Pública em duas pastas. Segundo Damous, seria um “equívoco” recriar o Ministério da Segurança. Vaidade das vaidades, diz o Eclesiastes.
Fechamento do Supremo – Titular do grupo de Trabalho, Justiça e Segurança Pública na comissão de transição de Lula, o ex-deputado Wadih Damous já defendeu o fechamento do STF, em 2018, quando a Justiça determinou a prisão de Lula no âmbito da operação Lava Jato e o ex-prefeito Fernando Haddad substituiu o ex-presidente na sucessão para o Palácio do Planalto. Damous propôs a criação de uma corte constitucional e definiu Luís Roberto Barroso como o “pior ministro” da Casa. “Ou nós enquadramos essa turma ou essa turma vai enquadrar de vez a democracia brasileira”, disse à época.
O atacado vai virar chefe – É bom lembrar que Barroso, que comandou o Tribunal Superior Eleitoral em meio aos ataques de Bolsonaro às urnas eletrônicas e à votação sobre a retomada do voto impresso na Câmara dos Deputados, assumirá o comando do STF a partir de outubro de 2023. Resta saber agora, na condição de um dos mais palpiteiros integrantes da comissão de transição, o que Damous tem dito sobre as asneiras e ataques infelizes contra a suprema corte da justiça brasileira.
Cristovam de volta – Demitido do Ministério da Educação por telefone enquanto estava em missão oficial em Portugal, em 2004, Cristovam Buarque voltou a ter ligação com o PT anos depois de ter participado da oposição ao partido e votado pelo impeachment de Dilma Rousseff, em 2016. Buarque declarou voto em Lula ainda no primeiro turno e agora compõe o grupo de transição de Relações Exteriores, longe da educação, área em que é de fato um grande especialista.
O extravagante Romênio – Ex-secretário de Relações Internacionais do PT, Romênio Pereira endossou o processo eleitoral em países que não tiveram a votação presidencial reconhecida pela Organização dos Estados Americanos (OEA). Ele agora compõe a transição na área de Relações Exteriores. No secretariado, Pereira parabenizou a reeleição de Daniel Ortega, comandante nicaraguense, e disse que a eleição na Venezuela em 2020 foi uma “resposta democrática aos golpistas que conspiram, dentro e fora do País, contra o governo constitucional e o processo de transformação iniciado pelo ex-presidente Hugo Chávez”.
CURTAS
VIÚVA PORCINA – O físico Glaucius Oliva, integrante do GT de Ciência e Tecnologia, foi apresentado erroneamente pela assessoria da equipe de transição como ex-reitor da Universidade de São Paulo. Na verdade, ele foi eleito à frente da lista de indicados, mas acabou preterido pelo então governador tucano e não chegou a comandar a universidade. Uma espécie de viúva, aquele que foi sem nunca ter sido.
PRETERIDO – No cargo de diretor do departamento de Física, Oliva foi o candidato mais votado pela comunidade acadêmica, em 2009. À época, o governador José Serra (PSDB), entretanto, escolheu o então diretor da Faculdade de Direito, João Grandino Rodas, para assumir o cargo.
Perguntar não ofende: Se Lula for nomear todos que já estão na comissão de transição ainda sobrará cargos para os partidos da futura base no Congresso?
Geely EX5, enfim, chega ao país; e veja como ficou a frente da Toro
A marca chinesa Geely Auto inicia oficialmente, em parceria com a Renault, seu retorno ao mercado brasileiro, com o começo das vendas do elétrico EX5. A empresa já opera em quase 90 países — do Oriente Médio à Ásia, da América Latina à Europa, da Ásia Central à África. Ela foi fundada apenas em 1997 e gerencia marcas famosas e consolidadas como a Volvo, a Lotus e a Polestar. Em 2024, elas venderam mais de 2,2 milhões de unidades, volume 32% superior ao registrado no ano anterior. O EX5 já estava sendo mostrado ao consumidor em 22 shoppings brasileiros e abriu a pré-venda em 17 de julho e chegará, num primeiro momento, a 23 lojas.
O modelo, um SUV médio já vendido em mais de 25 mercados ao redor do mundo e que possui porte semelhante ao do Jeep Compass. Ele mede 4,62 metros de comprimento, 1,90 metro de largura, 1,67 metro de altura e tem entre-eixos de 2,75 metros. Estará disponível em duas versões: Pro, de entrada, e Max, com acabamento mais refinado. Os preços são R$ 205.800 e R$ 225.800, respectivamente. O motor dianteiro gera 218cv de potência, com 32kgfm de torque. A capacidade da bateria é 60,2 kWh, segundo o Inmetro, e a autonomia varia conforme a versão: o Pro roda até 413km e o Max, 349km. A aceleração também varia: 0 a 100 km/h em 6,9 segundos para o primeiro; 7,1 segundos, para o segundo.
O pacote de equipamentos é recheado, principalmente no topo de linha, claro. Ela vem, por exemplo, com controle de cruzeiro adaptativo, teto solar, rodas de 19″ e até bancos dianteiros com função de massagem. As duas versões têm central multimídia com tela de 15,4″, compatível com Android Auto e Apple CarPlay – e mimos como bancos com ajustes elétricos. O interior é elegante, sofisticado até, com uso de materiais de qualidade superior.
Nova Toro 2026: veja como vai ficar – A Fiat mostrou na sexta-feira (1/8) as primeiras imagens oficiais da nova Toro 2026. Em um rápido vídeo, a marca destaca quais serão as principais mudanças externas — que, pelo que se observa, afetam a parte dianteira e a iluminação. No geral, essa segunda reestilização da picape – que, de fato, revolucionou o segmento no país – adota design de modelos europeus como o novo Grande Panda. marcado por linhas retas. Esse desenho, aliás, segue o usado nos Argo, Cronos, Pulse e Fastback. A Toro é líder desde que foi lançada, com mais de 600 mil unidades produzidas.
Omoda e Jaecoo bate sua meta do ano – Com menos de três meses do início de suas vendas, a Omoda & Jaecco festeja 1 mil carros entregues no Brasil. A milésima unidade é de um Jaecoo 7 Prestige, vendido no Espírito Santo. O dono escolheu o Jaecoo 7 Prestige, que tem de fato muita tecnologia embarcada e oferta mais de 1,2 mil quilômetros de autonomia. Em junho, a marca alcançou 36% de crescimento.
Venda de SUVs se consolida de vez – O comércio de utilitários-esportivos praticamente dobrou seu espaço nos últimos cinco anos: no primeiro semestre de 2025, dos 878,6 mil automóveis licenciados, 468,6 mil foram SUVs. Isso significa uma relação de 53,3%. Primeira vez, os SUVs poderão ultrapassar 1 milhão de unidades vendidas em um único ano – o dobro dos emplacamentos de cinco anos atrás.
Haval H6: versão básica por R$ 199 mil – E mais uma notícia sobre SUVs: a chinesa GWM lançou uma série limitada de 2 mil unidades do SUV H6. A One custa R$ 199 mil, tem configuração baseada na HEV2 e bate, em termos de equipamentos, com modelos como o recém-lançado Nissan Kicks. O conjunto de propulsão é híbrido composto por um motor 1.5 turbo a gasolina e uma unidade elétrica, com tração dianteira. Entrega 243cv de potência e 54kgfm de torque — e faz 14,4 km/l (estrada) e 11,8 km/l (vias urbanas). O interior é todo preto (ou, como queiram, “blackpiano”) e traz até bancos dianteiros com ajuste elétrico e ventilação (e ajuste de lombar para o motorista). O teto solar foi dispensado. A abertura elétrica da tampa do porta-malas, idem. O carregador de celular é por indução (de 15W).
Fastback: 150 mil produzidos – E por falar em utilitários-esportivos, o primeiro SUV cupê da Fiat, o Fastback, acaba de alcançar o marco de 150 mil unidades produzidas. Produzido no polo Stellantis de Betim, em Minas Gerais, o modelo chegou ao mercado em 2022 e, em novembro de 2024, passou a ser oferecido também com tecnologia híbrida. Ele é o segundo SUV da Fiat a ser produzido no Brasil e vem em cinco versões: a turbo 200 AT, a Audace T200 AT Hybrid, a Impetus T200 AT Hybrid, a Limited Edition T270 AT e a Abarth. Um dos seus pontos fortes é o porta-malas, com 600 litros. Recentemente, passou por mudanças, principalmente no design, ganhando uma uma grade redesenhada com linhas mais retas.
Honda CB com embreagem automática – A linha 2026 Honda CB ganhou o sistema E-Clutch de embreagem automática. Ele funciona por meio de sensores e atuadores eletrônicos que controlam automaticamente o engate e desengate da embreagem, dispensando o uso da alavanca tanto para arrancar quanto para parar. Mas o piloto pode escolher operar a embreagem manualmente se preferir. A CB 650R preserva o estilo Neo Sports Café, mas passa por algumas atualizações bem pontuais – como na adoção do novo conjunto óptico em LED, na lanterna traseira redesenhada, nos defletores de radiador e na traseira mais elevada.
O painel de instrumentos também é novo: uma tela TFT colorida de 5″ com três modos de exibição, brilho ajustável e interface intuitiva. Os comandos no punho esquerdo foram atualizados e agora contam com retroiluminação e seletor multifuncional para navegação no painel (joystick) sem soltar o guidão.O modelo tem preço público sugerido de R$ 58.270 (sem frete ou seguro), com garantia de três anos com assistência 24 horas. A CB 650R tem motor de 649cm³ com 86,7cv e 5,8 kgfm de torque, com câmbio de seis marchas. Os freios são a disco nas duas rodas, com pinças radiais de quatro pistões na frente e ABS de dois canais. O peso é de 195,2 kg.
Honda convoca donos das NC 750X MT e DCT – A Honda está convocando os proprietários do modelo NC 750X MT e DCT, ano 2025, a procurar uma concessionária autorizada para trocar o pneu, se necessário. Algumas unidades podem ser equipadas com pneu dianteiro com durabilidade comprometida. Embora garanta que isso não apresente risco imediato à segurança, a Honda reconhece que caso o pneu seja utilizado além de sua indicação de TWI (indicador de desgaste da banda de rodagem), deformações poderão surgir, provocando desconforto durante a pilotagem. A inspeção e, se necessário, a substituição do pneu dianteiro será realizada de forma gratuita. O agendamento pode ser efetuado pelo site www.honda.com.br/recall ou pelo 0800-701-3432.
Brasil tem 40 milhões de motociclistas – E já que estamos falando de motos, vale lembrar: segundo a associação brasileira dos fabricantes (Abraciclo), há 40 milhões de brasileiros habilitados para conduzir veículos de duas rodas. Isso representa uns 20% da população nacional. O número de condutores quase dobrou nos últimos 14 anos, considerando todas as pessoas, de ambos os sexos, que possuem algum tipo de habilitação para motocicletas, segundo a pesquisa.
Em 2025, a projeção é de que sejam vendidas mais de 2 milhões de motocicletas no Brasil, num crescimento de 10% em relação a 2024. O Dia do Motociclista foi celebrado em 27 de julho. “A moto vai além do transporte. Para muitos brasileiros, ela é uma ferramenta de trabalho e uma fonte de renda”, diz Callebe Mendes, fundador da Zapay, uma empresa digital que permite o parcelamento de débitos veiculares, como IPVA, licenciamento e multas.
Ford premia estudantes do Cariri – A montadora norte-americana Ford anunciou os dez times de universidades do Brasil vencedores do programa Ford C3 (Ford College Community Challenge). Eles vão receber US$ 2 mil cada para desenvolver projetos sociais inovadores em diferentes regiões do país. O time da Universidade Federal do Pará foi o campeão da etapa nacional. Os alunos agora vão representar o Brasil na Enactus World Cup 2025, em Bangkok, na Tailândia.
O programa Ford C3 é patrocinado pela frente filantrópica da marca, em parceria com a Enactus, organização social que está comemorando 50 anos e tem como missão estimular estudantes universitários a criar soluções para problemas sociais por meio de empreendedorismo de impacto. A turma da Universidade Federal do Cariri, do Juazeiro do Norte (CE), transforma resíduos plásticos em materiais escolares acessíveis a pessoas com deficiência, por meio da impressão 3D. Eles querem tornar o Juazeiro do Norte, até 2026, a primeira cidade do Brasil a garantir materiais inclusivos para todos os estudantes do ensino básico com deficiência visual.
A nova gasolina brasileira – As refinarias de todo o Brasil já começaram a produzir a nova gasolina, chamada de E30, que irá para nossos carros. Ela tem um percentual maior de etanol na mistura (de até 30%, daí o nome) e, pelo menos em tese, deve baratear o preço do litro de R$ 0,10 a R$ 0,11. Ela foi validada em vários testes de laboratório, com diferentes veículos. A octanagem subiu de 93 para 94 RON – e isso é bom. Esse é o índice que mede a resistência à detonação do produto, e quanto maior o resultado, mais eficiente é ele. Por exemplo: o da gasolina premium, a Podium e a V-Power, é de 95 RON, mas 25% de etanol anidro.
As 10 cores preferidas dos brasileiros – A Webmotors revelou as cores de carro que mais interessaram os brasileiros no primeiro semestre de 2025. No mercado 0km, os da cor preta foram os que mais receberam visitas, com 27,9% do total de acessos entre as 10 mais procuradas. Na sequência, estão cinza (22,2%), branco (19,6%), azul (10%), prata (8,8%), vermelho (7%), verde (2,6%), laranja (0,9%), amarelo (0,6%) e bege (0,5%). Do lado dos usados, os modelos da cor preta também foram os que mais receberam visitas, com 22,6%. Na sequência, estão branco (21,7%), prata (17,4%), cinza (17,1%), vermelho (8%), azul (7,7%), verde (2,5%), marrom (1,1%), amarelo (1%) e bege (0,9%).
Torque ou potência? O que é mais importante em um veículo? – A escolha de um carro envolve diversos critérios – e entre os principais está o desempenho. É ele que influencia fatores como consumo, emissões e performance. Dois conceitos fundamentais para entender essas variáveis, e que frequentemente geram dúvidas, são potência e torque. Embora frequentemente mencionadas juntas, essas grandezas são distintas e exercem funções complementares no funcionamento do motor. Saber diferenciá-las é essencial para escolher o veículo mais adequado às suas necessidades.
Marlon Silva, coordenador técnico da Takao, marca de componentes para motor referência no mercado de reparação automotiva, explica as razões. As diferentes aplicações dos veículos — urbano, rodoviário, comercial ou fora-de-estrada — determinam as características essenciais para um desempenho eficiente. Força, aceleração e velocidade final são variáveis decisivas nesse contexto e a combinação entre torque e potência é um fator-chave nessa equação. Não há, no entanto, uma supremacia entre as duas, como esclarece Marlon Silva: “Torque e potência caminham juntos. Mas, dependendo da aplicação, um pode ser mais relevante que o outro.”
Força que gera movimento – O torque é a força gerada pelo motor para colocar o veículo em movimento. É ele que determina a capacidade de arrancar com agilidade, superar ladeiras ou obstáculos, além de carregar e tracionar cargas. Sua unidade de medida é o quilograma-força metro (kgfm). Esse fator é especialmente importante em picapes, utilitários, caminhões e ônibus, veículos que exigem força para vencer a resistência do próprio peso e da carga transportada.
Desempenho em alta rotação – A potência, por sua vez, está relacionada à capacidade do motor de manter aceleração constante em altas rotações. Ela é decisiva para retomadas, ultrapassagens e velocidade máxima. Sua medida é expressa em cavalos-vapor (cv) ou quilowatts (kW). Para ilustrar a aplicação prática da potência, Marlon cita o desempenho exigido nas 500 Milhas de Indianápolis: “Nesta prova, os veículos atingem velocidades próximas de 400 km/h nas retas, com motores de 700cv que giram a 12 mil rpm. Além disso, é uma corrida longa, com mais de duas horas de duração. O que se busca nessas condições é potência em alta rotação”.
Torque x potência: a rotação como elo – O comentário de Marlon destaca um ponto essencial: as duas grandezas estão diretamente conectadas pela rotação do motor. “Um motor que consegue manter o mesmo torque em altas rotações entrega mais potência”, explica. Por isso, motores com bom torque em baixas rotações são ideais para o uso urbano, pois arrancam com facilidade e consomem menos combustível.
A evolução dos motores turboalimentados trouxe ganhos significativos nesse sentido, ao permitir a entrega de torque elevado já em regimes de rotação mais baixos. Essa combinação proporciona força, eficiência e bom desempenho sem comprometer o consumo. É o que possibilita a produção de motores mais compactos, que ainda assim oferecem o torque necessário para o dia a dia e potência suficiente para rodar com segurança e agilidade em estradas.
Equilíbrio é o melhor caminho – Torque e potência são dois lados de uma moeda. Saber qual deles priorizar depende do uso que se fará do veículo. Se a aplicação envolve áreas remotas, subidas, transporte de cargas ou superação de obstáculos físicos, o ideal é optar por modelos com maior torque. Para quem percorre longas distâncias em velocidade constante, a potência se torna mais importante. Na dúvida, comenta o especialista da Takao, o ideal é buscar o equilíbrio: “Hoje, mais do que números, o comportamento do motor em uso prático é o que mais importa”, finaliza.
Renato Ferraz, ex-Correio Braziliense, tem especialidade em jornalismo automobilístico.
Em resposta às movimentações políticas que sugerem a saída do superintendente da Sudene, Danilo Cabral, do comando da autarquia, deputados estaduais de Pernambuco divulgaram um manifesto público ontem defendendo sua permanência à frente da instituição. A nota foi assinada pelo presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), Álvaro Porto (PSDB), em defesa do que considera uma gestão marcada por resultados concretos e reposicionamento estratégico da instituição.
A reação ocorre um dia após virem à tona rumores sobre articulações envolvendo políticos do Ceará e o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), com o objetivo de substituir Danilo Cabral no comando da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). Parlamentares e representantes da sociedade civil em Pernambuco passaram a se mobilizar em apoio ao ex-deputado e ex-ministro, nomeado para a Sudene em junho de 2023.
Segundo o manifesto da Alepe, a gestão de Danilo Cabral representou “um divisor de águas” para a autarquia, que vinha sendo esvaziada nos últimos anos. Os deputados destacam a recuperação do protagonismo institucional da Sudene e a articulação com diferentes setores para reposicioná-la como instrumento estratégico para o desenvolvimento regional.
Entre as ações elencadas no documento estão a reativação do Comitê Regional de Instituições Financeiras (Coriff), que já destinou R$ 10 bilhões em crédito a projetos alinhados à nova política industrial brasileira, e a valorização de instrumentos de fomento como o FNE e o FDNE, incluindo a criação de linhas específicas de crédito para mulheres e para requalificação de centros históricos.
O texto ainda cita a atuação da Sudene no destravamento de recursos para a Ferrovia Transnordestina, com R$ 1,8 bilhão já liberados para o trecho cearense e outros R$ 3,6 bilhões assegurados. No caso de Pernambuco, foi destacado o apoio técnico e financeiro para retomada do projeto, incluindo o estudo de viabilidade do ramal entre Petrolina e Salgueiro e a proposta de um trem regional entre Recife e Caruaru.
“Danilo reinseriu a Sudene no lugar de onde ela nunca deveria ter saído: no centro das decisões sobre o futuro do Brasil profundo”, diz o manifesto. Os parlamentares também ressaltam a inclusão de projetos no Plano Regional de Desenvolvimento do Nordeste e o alinhamento da Sudene com programas federais como o Novo PAC, o Plano de Transformação Ecológica e a Nova Indústria Brasil.
Apoio
Na Câmara dos Deputados, os coordenadores da bancada de Pernambuco no Congresso Nacional, Carlos Veras (PT) e Augusto Coutinho (Republicanos), também se manifestaram em defesa de Danilo Cabral. Em nota, os deputados federais repudiaram o que classificam como “tentativa de sabotagem” à gestão do superintendente, supostamente conduzida por pressões políticas originadas no Ceará e na Bahia.
“Ao longo dos últimos dois anos, Danilo tem tido forte atuação na busca pelo desenvolvimento do Nordeste”, afirmam. Os parlamentares destacam que, sob sua gestão, a Sudene já aplicou R$ 5,6 bilhões na implantação da Transnordestina, aprovou R$ 1,5 bilhão em incentivos fiscais apenas em 2024 e planeja destinar R$ 50 bilhões em crédito às empresas nordestinas até 2026.
Além dos apoios políticos, a permanência de Danilo Cabral também tem sido defendida por entidades privadas com atuação em Pernambuco. Em nota conjunta, pelo menos cinco instituições elogiaram a condução da Sudene sob seu comando e destacaram o papel do gestor como parceiro estratégico do setor produtivo.
“Com vasta experiência na gestão pública e reconhecida capacidade de diálogo com a iniciativa privada, Danilo Cabral tem se consolidado como um parceiro estratégico do setor produtivo, atuando de forma incansável para viabilizar diversos investimentos estruturadores que impactam positivamente toda a região”, afirmam os empresários no documento.
A pressão pela substituição do superintendente teria como pano de fundo disputas internas pela condução da autarquia, com destaque para o interesse do empresário Benjamin Steinbruch, responsável pela construção do trecho cearense da Transnordestina, apontado como um dos articuladores da mudança. Para os apoiadores de Danilo Cabral, no entanto, sua permanência à frente da Sudene é essencial para garantir a continuidade das ações em curso e manter o órgão no centro da agenda de desenvolvimento do Nordeste.
Confira a nota da Alepe na íntegra:
“Diante das especulações recentes na imprensa sobre uma possível substituição do atual superintendente da Sudene, Danilo Cabral, os deputados estaduais da Assembleia Legislativa de Pernambuco expressam preocupação com o fato. A atual gestão da Sudene, sob a liderança de Danilo Cabral, representou um divisor de águas para uma autarquia que há anos vinha sendo esvaziada e relegada à irrelevância.
Em pouco mais de dois anos, a Sudene recuperou protagonismo, ampliou sua capacidade de articulação e reposicionou-se como um instrumento estratégico do Estado brasileiro para a promoção do desenvolvimento regional. Foram diversas conquistas concretas, que puderam ser verificadas com o trabalho sério e comprometido de Danilo Cabral. Entre elas, podemos destacar:
• A retomada do diálogo com governadores, universidades, setor produtivo e sociedade civil organizada, colocando a Sudene no centro das discussões sobre o futuro do Nordeste. • A reativação do Comitê Regional de Instituições Financeiras (CORIFF), que já resultou na injeção de R$ 10 bilhões em crédito para projetos alinhados à nova política industrial brasileira. • A valorização e a expansão dos instrumentos de fomento, como o FNE e o FDNE, com a criação de linhas de crédito específicas para mulheres e para requalificação de centros históricos. • O destravamento dos recursos da Transnordestina, com R$ 1,8 bilhão já liberados para o trecho no Ceará e outros R$ 3,6 bilhões assegurados. • O apoio técnico e financeiro à retomada da Transnordestina em Pernambuco, com destaque para o financiamento do estudo de viabilidade do ramal entre Petrolina e Salgueiro, além do projeto de trem regional entre Recife e Caruaru. • A inclusão de projetos estruturantes no Plano Regional de Desenvolvimento do Nordeste e o alinhamento da Sudene com políticas públicas nacionais como o Plano de Transformação Ecológica, o Novo PAC e a Nova Indústria Brasil.
Essa é uma atuação pautada pelo compromisso com o desenvolvimento de todo o Nordeste. Vale a ressalta que a defesa da Transnordestina como eixo estruturante da integração logística é importante não somente para os estados nordestinos, mas para todo País, papel que vem sendo cumprido com maestria pelo atual superintendente. Danilo reinseriu a Sudene no lugar de onde ela nunca deveria ter saído: no centro das decisões sobre o futuro do Brasil profundo.
Reafirmamos nossa confiança na condução técnica e política de Danilo Cabral à frente da instituição e pedimos que se respeite o papel do órgão, do superintendente e, sobretudo, a importância de se pensar o Nordeste como um projeto coletivo.
Álvaro Porto Deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco“
Os constantes ataques à direita e ao conservadorismo tem mostrado algo muito além do que a tradicional e esperada oposição da esquerda. O que temos acompanhado é uma ala de motim e birra do movimento “pseudo-conservador”. Chega a ser difícil de acreditar na divisão que um pequeno núcleo vem causando.
Além de um silêncio ensurdecedor diante dos constantes ataques ao presidente Bolsonaro e a lideranças queridas em todo país, esse grupo demonstra uma das principais características dos traidores: a aproximação por conveniência, até mesmo com opositores, que possam trazer os benefícios desejados. Os ataques gratuitos a alguns nomes verdadeiramente reconhecidos e queridos, parecem ser parte de um cenário de desespero e luta para que os holofotes não se apaguem em suas trajetórias políticas.
Os movimentos pacíficos que acontecerão em diversas cidades do Brasil, no próximo dia 3 de agosto, tem servido também para mostrar o distanciamento e covardia de personagens e máscaras que já não se sustentam, ainda tentem ostentar títulos partidários.
O fato é que se a direita não pode contar com esses líderes nos momentos de luta, pra que esses servem? Apenas para usar a sigla e as bandeiras conservadoras e conseguir votos? Será mesmo que acham que o povo vai esquecer a neutralidade e a indiferença?
A verdadeira direita estará na Avenida Boa Viagem, em Recife, sinalizando a força de um povo que não tem medo de lutar pelos princípios que acredita. Talvez, dois ou três farsantes surjam com sorrisos amarelos e acenos forçados, mas sabemos que o respeito e carinho do povo não se conquistam com posturas como as que estão sendo demonstradas. As falas totalmente desajustadas da verdade que a direita raiz busca viver estão sendo vistas. Pernambuco tem reconhecido os lobos e o povo é soberano em suas escolhas e em seu carinho genuíno.
A cúpula do União Brasil bateu o martelo e vai entregar dois dos ministérios que ocupa no governo Lula. O desembarque deve ocorrer já em setembro. Dos três ministros indicados pelo União, apenas Celso Sabino (Turismo) é filiado à sigla. O Metrópoles apurou que, nesse caso, ele será expulso da legenda se permanecer no governo como cota pessoal de Lula.
Outro que terá que entregar o cargo é Frederico Siqueira (Comunicações). Ele não tem filiação partidária, mas só está no ministério por imposição do União. A determinação partidária, contudo, não deve alcançar Waldez Góes (Integração Nacional). Embora filiado ao PDT, o ministro só está no posto porque o presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (União-AP), quer. E ninguém no União Brasil mexe com os cargos de Alcolumbre — nem mesmo o poderoso presidente da sigla, Antonio Rueda.
Sem base de apoio no Congresso, a saída do União Brasil do governo significa ainda mais dificuldades para o governo Lula aprovar medidas que possam ajudar Lula na reeleição. A sigla elegeu 59 deputados, terceira maior bancada da Câmara, atrás do PL (99) e do PT (67).
Reportagem da coluna de Andreza Matais foi o estopim da crise
O Metrópoles apurou que o partido não quer mais estender sua permanência no governo, diante da decisão de que não irá apoiar a reeleição de Lula em 2026. Isso, contudo, já era um fato desde abril, quando o União formou uma federação com o PP — um dos maiores opositores do governo Lula. A federação obriga os dois partidos a apoiarem o mesmo candidato ao Planalto em 2026.
O que precipitou a saída do União foi uma reportagem da coluna que mostrou críticas do presidente da sigla, Antonio Rueda, ao governo Lula, durante evento da XP, em São Paulo, que reuniu os maiores empreendedores do país, investidores e CEOs de grandes empresas.
Ao lado do presidente do PT, Edinho Silva, Rueda disse que falta “coragem” e “seriedade” ao governo Lula e defendeu a substituição do petista em 2026.
“Acredito que o governo Lula, o terceiro governo, não está conseguindo entregar à sociedade o que ela realmente precisa. Precisamos de um enfrentamento com coragem. Eu não consigo enxergar essa mudança. Não vejo uma sociedade equilibrada onde não se consegue fazer cortes de gastos e investir com seriedade em saúde e educação.”
“Estamos às portas de um impacto forte provocado pela inteligência artificial. Imagine a quantidade de empregos que vão desaparecer nos próximos três, quatro, cinco anos. E não estamos nem debatendo isso ainda. O Brasil precisa se modernizar, e para isso precisamos de uma candidatura que leve o país a um rumo certo, de prosperidade“, afirmou. “Eu não consigo enxergar metas no governo atual. Está tudo muito solto“, completou.
No evento da XP, Rueda também responsabilizou Lula pelo tarifaço de Trump, enquanto o petista coloca a culpa em Jair Bolsonaro:
“A primeira pessoa que tem que dialogar é o presidente da República. Ele tem que pegar o telefone, ligar para o Trump e dizer: ‘Eu quero dialogar.’ Ao invés de hoje estar correndo atrás e vivendo em função da eleição. Eu acho que essa postura é muito danosa para o país. A gente conhece o Trump porque ele já foi presidente. E a gente tem que ter racionalidade e entender o que aconteceu. O presidente [Lula] sim, ele provocou, instigou essa situação. Não tem como dizer que isso não aconteceu.”, disse.
“Enquanto o mundo ocidental defendia a Ucrânia, o presidente foi lá e defendeu a Rússia. Foi lá bater palma, fazer aceno e outras coisas. Isso vai ter um custo. A gente não pode achar que isso vai passar batido. Agora, no BRICS, ele defendeu o diálogo para extinguir o dólar da comercialização. Não tem como o Trump ficar calado”, continuou.
“Imagina que, em todo o mundo — não só no Brasil — ele aplicou essa tarifação. Parceiros antigos, como o Canadá e a China, também foram punidos. Mas o Brasil sofreu uma sanção mais pesada. E a gente precisa abrir esse diálogo de imediato, com muita serenidade e temperança. E não ficar pensando em dividendo político. Esse papel é do presidente da República. Ele tem que ir e conduzir o processo”, finalizou.
O presidente do União Brasil e da federação União-PP escancarou ainda que não irá apoiar a reeleição de Lula. “O que a gente imagina é que esse campo, da centro-direita, vai se unificar em torno de uma candidatura. Hoje você já ouve falar muito do Tarcísio, do Ratinho, do Zema e do próprio Caiado, que é o nosso pré-candidato. E eu enxergo que esse movimento vai ser mais eficaz.”
O presidente Lula não gostou do que leu e, cinco dias depois, convocou os três ministros para cobrar explicações sobre as críticas de Rueda, como mostrou o colunista Igor Gadelha, do portal Metrópoles. Em reunião fora da agenda, o presidente condicionou a permanência no governo ao apoio do partido no Congresso.
Rueda reagiu ao ultimato do petista.
Na última sexta-feira (1), divulgou um post no Instagram no qual afirma que “o compromisso do União não é com cargos ou conveniências, é com princípios. Seguiremos apoiando o que for certo e denunciando os erros, sem medo de desagradar. Independência não se negocia.”
Para arrematar:
“O União nunca vai se furtar à crítica, à autonomia ou à responsabilidade com o que realmente importa: o país. Quando decisões se afastam do interesse público, como tem frequentemente ocorrido no governo, o silêncio não é uma opção.”
Um ônibus que transportava integrantes de uma torcida organizada do Bahia tombou no Km 138 da BR-101, no município de Ribeirão, na Zona da Mata Sul de Pernambuco. O destino do veículo era a Ilha do Retiro, onde neste sábado (2) ocorreu a partida entre Sport x Bahia, pela Série A do Campeonato Brasileiro.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal, que foi acionada para a ocorrência por volta das 14h10, o motorista do ônibus perdeu o controle do veículo e tombou na pista. O condutor do veículos e alguns passageiros ficaram feridos, a princípio sem gravidade. As oito vítimas — sendo duas em estado mais grave — foram socorridas pelo Samu e inicialmente levadas para o Hospital Regional de Escada. As informações são da Folha de Pernambuco.
Por conta do acidente, os veículos que seguem no sentido Recife estão passando por apenas uma faixa. O ônibus ficou atravessado na rodovia. Um congestionamento de cerca de 3 km se formou no local. O último licenciamento emitido para o ônibus, de acordo com a PRF, foi de 2022. O veículo será recolhido para o pátio.
O Bahia se pronunciou sobre o ocorrido e se colocou à disposição para ajudar as vítimas.
“O Esquadrão vem a público manifestar solidariedade aos tricolores presentes no ônibus que tombou na estrada rumo ao jogo de hoje no Recife. O Esporte Clube Bahia SAF fez contato com a @BamorNovaEra e se colocou à disposição para prestar apoio.”
O presidente da Câmara de Arcoverde, Luciano Pacheco (MDB), convocou, há pouco, pela TV LW, a população para o lançamento do livro “Os Leões do Norte”, na próxima quinta-feira, às 19h, no plenário da Casa.
Durante o anúncio do evento, Pacheco destacou a importância da obra, de minha autoria, que resgata a trajetória de 22 governadores de Pernambuco. “É um livro de cabeceira para quem gosta de política e do social, para conhecer a história de Pernambuco”, completou.
O Partido dos Trabalhadores (PT) aprovou ontem, durante o 17º Encontro Nacional da legenda, uma carta em que pede ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a suspensão das relações diplomáticas e comerciais do Brasil com o governo de Israel, liderado por Benjamin Netanyahu. O documento expressa solidariedade ao povo palestino e condena a violência na Faixa de Gaza.
A carta, intitulada “Em defesa do povo palestino”, destaca o elevado número de vítimas civis palestinas, em especial crianças, e faz referência a uma declaração feita por Lula em junho deste ano, quando o presidente afirmou que o que ocorre na região “não é uma guerra, mas um genocídio premeditado”. As informações são do jornal O Globo.
Apesar da posição pública do presidente, o texto critica a continuidade das relações econômicas entre Brasil e Israel e defende a necessidade de um rompimento. “O governo de Benjamin Netanyahu é acusado de crimes de guerra até por ex-embaixadores e ex-primeiros-ministros israelenses. Os crimes agora incluem assassinar civis desarmados e famintos, que buscam auxílio humanitário e recebem balas e bombas”, diz um trecho do documento.
A carta também menciona uma nota do Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH), divulgada em junho, que já havia defendido a suspensão das relações diplomáticas com Israel.
Declarações recentes de Lula
No último mês, Lula voltou a se manifestar com mais ênfase em defesa da causa palestina. Durante cerimônia no Palácio do Planalto, em julho, afirmou que o reconhecimento do Estado da Palestina como membro pleno das Nações Unidas é essencial para a construção da paz.
“Reconhecer o povo palestino e permitir seu ingresso na ONU é reconhecer a simetria necessária para a paz. Nunca tivemos medo de apontar a hipocrisia diante das mais flagrantes violações do nosso tempo”, declarou o presidente.
O governo brasileiro também decidiu aderir formalmente à ação movida pela África do Sul contra Israel na Corte Internacional de Justiça (CIJ), em que o país africano acusa o governo israelense de cometer genocídio contra a população palestina em Gaza. O anúncio foi feito pelo chanceler Mauro Vieira, em entrevista à emissora Al-Jazeera.
“Os últimos desdobramentos da guerra nos levaram à decisão de nos juntarmos à África do Sul na Corte Internacional”, afirmou Vieira, ao justificar a medida diante da intensificação dos ataques a civis palestinos.
Antigo ditado popular diz que “Agosto é mês do desgosto”. Talvez por terem tantas tragédias acontecido neste mês. Começou a Primeira Guerra Mundial (1º de agosto de 1914), Hiroshima e Nagazaki foram bombardeadas (6 e 9 de agosto de 1945), Hitler tornou-se líder na Alemanha (2 de agosto de 1934). Aqui no Brasil, morreu o governador pernambucano Agamenon Magalhães (24 de agosto de 1952), Getúlio cometeu suicídio (24 e agosto de 1954) e Jânio Quadros renunciou (21 de agosto de 1961).
Superstição é mesmo crença sem lógica. Vem do latim superstitio – “excessivo receio dos deuses”. Para Câmara Cascudo (em Dicionário do Folclore Brasileiro), “participa da própria essência intelectual do homem, e não há momento na história do mundo sem sua inevitável presença”. Seja, então. E são muitos os que padecem desse mal.
“Era supersticioso Napoleão e era também Bismarck. É livre de toda superstição qualquer jumento, o que prova que a liberdade do espírito não é incompatível com o comprimento das orelhas”, escreveu Carlos Cirilo Machado, 2º Visconde de Santo Tirso (em De Rebus Pluribus, Lisboa, 1923). De Portugal nos vieram muitas dessas superstições. Como não passar debaixo de escada; ou se livrar de espelho quebrado; ou correr de gato preto. E, também, ter medo do número 13. Principalmente quando esse dia do mês cai na sexta-feira. E se for em agosto, piorou.
São muitas as superstições na culinária, também. Nunca devem sentar numa mesma mesa treze pessoas, por serem 13 os que participaram da Última Ceia – Jesus e mais doze apóstolos. Nossos índios, em suas mesas, apenas evitavam comer os “animais totens” – aqueles que lhes protegiam. E escravos africanos não deixavam restos de comida no prato, para que não fossem aproveitadas por espíritos atormentados.
Algumas dessas superstições se originaram, provavelmente, da tentativa do colonizador português em ensinar bons hábitos nas refeições – nunca dizer nome feio, sentar sem camisa ou usar chapéu. Não só isso. Nunca passar saleiro diretamente para a mão de quem pediu. Nem comer o primeiro ou o último bocado. Não deixar beber o resto do copo, pois revelará todos os seus segredos. Quando pegar o prato usar a mão direita, e devolver com a mão esquerda – que trará fartura à mesa. Vinho derramado é alegria. Sal na toalha é mau agouro. Dinheiro é miséria. Farinha no chão é sinal de progresso. Não cumprir esses rituais, segundo a crença popular daqueles primeiros tempos, seria grande ofensa ao Anjo da Guarda – presente em todas as refeições. E donzelas, bom lembrar, não deveriam servir sal, passar o paliteiro ou cortar galinha.
Há superstições, também, em outros hábitos alimentares. Como o de acender o fogo, em um tempo em que fogões eram ainda todos a lenha, claro. Se o fogo demorar a pegar, nunca praguejar – que atrai os maus espíritos. Nunca acender com papel – que a comida ficará sem gosto. E, se começar a sair faísca, jogar alho – para mandar embora os maus espíritos. Na hora de apagar o fogo, nunca usar água nem pisar nas brasas – que trará dificuldade em acender novamente.
Na hora de cozinhar, alguns cuidados também. A comida deve ser sempre mexida em uma única direção e por uma única pessoa – para que não fique sem gosto. Não usar faca para misturar a comida na panela – que “fará mal a quem comer”. Não deixar nunca a colher dentro da panela, nem descansando na borda – que altera o ponto de cozimento. Nem bater com ela na borda da panela – que desanda (perde o ponto). E quando uma mesma panela queimar a comida várias vezes, é que “ficou viciada” – e, melhor será, colocá-la de lado.
Todos sabemos que nada disso tem qualquer fundamento científico, claro. É só superstição. Mas, pelo sim pelo não, quem acredita recomenda-se usar figa, ferradura, pé de coelho, trevo de quatro folhas, ramos de arruda ou de alecrim. Ainda bater na madeira e tomar banho com sal grosso.
A paralisação dos servidores da Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa), que estava prevista para ocorrer entre os dias 4 e 8 de agosto, foi suspensa. A decisão foi comunicada hoje pela Associação dos Servidores de Vigilância Sanitária em Pernambuco (AVISAPE), que representa a categoria.
De acordo com a associação, a suspensão se deu após o recebimento de uma liminar do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), que proíbe a realização do movimento grevista. A ação foi movida pelo Governo do Estado por meio de uma Ação Declaratória de Ilegalidade e Abusividade de Greve.
A determinação judicial impede “qualquer forma de paralisação, suspensão ou mobilização que acarrete prejuízo às atividades essenciais da Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária – APEVISA, sob pena de responsabilização legal”, informou a AVISAPE.
A entidade afirmou que irá respeitar a decisão judicial, mas reiterou a legitimidade das demandas da categoria. “A AVISAPE, enquanto entidade representativa comprometida com a legalidade, a ética e a saúde pública, cumprirá integralmente a determinação judicial, ao tempo em que reforça a legitimidade das reivindicações apresentadas, especialmente no que tange à regulamentação da Gratificação de Fiscalização prevista na Lei Estadual nº 13.077/2006”, declarou a diretoria.
Por fim, a associação afirmou que continuará aberta ao diálogo com o Executivo estadual. “Continuaremos empenhados no diálogo institucional e na busca de soluções efetivas junto ao Governo do Estado, reafirmando nosso compromisso com a valorização dos servidores, a transparência e o interesse público.”
Em meio a uma crise sem precedentes no plano internacional, entre o Brasil e os Estados Unidos, a maior potência mundial, com riscos de fechamentos de empresas no Brasil e o fim de milhares de empregos, chega a notícia de que o presidente do União Brasil, Antônio Rueda, comemora seu aniversário de forma completamente fora de contexto, em Mykonos, na Grécia, com as maiores autoridades.
Que acinte! Quem está pagando essa conta? Rueda e seus convidados ilustres parecem não ter a menor noção da crise que o Brasil vive. De costas para o Brasil real, da fome e da miséria, Rueda dá a exata noção da sua insensibilidade social: é como viver no seu gueto, no seu país de ficção.
Com um agravante sério: Rueda é o único presidente de partido que é um lobista partidário, porque no fundo, no fundo, não tem mandato, nunca teve, sempre questionado pela relação com o próprio Luciano Bivar.
Para ser mais claro: muitos membros do partido parecem se sentir extremamente incomodados, enquanto ele se mostra indiferente, muito a vontade diante deste escárnio. Dá a impressão que ele reina num Brasil da mamata.
A possibilidade de substituição do superintendente da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), Danilo Cabral, provocou uma forte reação em Pernambuco. Empresários, deputados, senadores e lideranças políticas de diversos partidos se manifestaram publicamente em defesa do gestor, após rumores de que o governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), teria articulado com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, sua saída do comando da autarquia.
A articulação teria como pano de fundo a disputa entre os estados cearense e pernambucano pelo traçado e financiamento da ferrovia Transnordestina. Danilo, que é pernambucano, tem atuado com firmeza na defesa da conclusão do trecho da ferrovia que liga Salgueiro ao Porto de Suape, considerado estratégico para a logística regional.
Ao mesmo tempo, na gestão de Cabral, uma articulação envolvendo Sudene, Tribunal de Contas da União (TCU), Casa Civil e Ministério da Integração Nacional viabilizou a liberação de R$ 3,6 bilhões para a ferrovia, com recursos do FNDE, o que desmonta a narrativa de que a Superintendência estaria dificultando a liberação de recursos para o trecho cearense da ferrovia.
Entidades
A movimentação em favor da permanência de Danilo ganhou força quando cinco entidades com atuação em Pernambuco divulgaram nota conjunta destacando a importância de sua gestão. Assinam o posicionamento a Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), o Centro das Indústrias do Estado de Pernambuco (Ciepe), o grupo Atitude PE, o Lide Pernambuco e o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (Crea-PE).
“Danilo Cabral tem se consolidado como um parceiro estratégico do setor produtivo, atuando de forma incansável para viabilizar diversos investimentos estruturadores que impactam positivamente toda a região”, afirma a nota.
Congresso
No campo político, o senador Humberto Costa (PT) foi outro a endossar o apoio. Em seu pronunciamento, exaltou a reconstrução institucional da Sudene sob a gestão de Danilo e confirmou estar atuando junto à cúpula do governo federal para garantir sua permanência.
“Tenho tido conversas permanentes com a ministra (da Secretaria de Relações Institucionais) Gleisi (Hoffmann) e outros membros do governo para destacar a importância da sua atuação.”
A senadora Teresa Leitão (PT) destacou que o PT de Pernambuco indicou de forma consensual o nome de Danilo Cabral para a Sudene e disse que viu com “muita estranheza a movimentação de políticos do Ceará e da Bahia no sentido de reivindicar o espaço político e administrativo que coube ao PT de Pernambuco”. “Mais do que nosso apoio, ele conta com nossa articulação política”, assegurou.
Os coordenadores da bancada federal de Pernambuco no Congresso, os deputados Augusto Coutinho (Republicanos) e Carlos Veras (PT), também repudiaram o que classificaram como uma tentativa de “sabotagem” à gestão da Sudene. “Os coordenadores da Bancada se colocam frontalmente contrários a tal injustiça, defendendo o equilíbrio e a isonomia na gestão da Sudene, um patrimônio de todos os nordestinos”, afirmaram os parlamentares.
Pernambuco
A Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) também formalizou apoio por meio de um manifesto assinado por seu presidente, o deputado Álvaro Porto (PSDB). No texto, assinado em nome de todos os parlamentares estaduais, é destacado os avanços da gestão de Cabral. Os legisladores também cobram respeito à atuação técnica e estratégica de Danilo.
O prefeito do Recife, João Campos (PSB), também se pronunciou na mesma linha. “(Danilo) Resgatou o protagonismo do órgão e tem atuado com competência para fortalecer o desenvolvimento do Nordeste. Sua permanência é fundamental para que a região siga avançando com planejamento e justiça social”, escreveu em suas redes sociais. Procurado pela reportagem, o superintendente Danilo Cabral não comentou sobre o assunto até o fechamento desta edição.
“Lei não se discute, se cumpre”: o presidente do Bradesco, Marcelo Noronha, foi o primeiro banqueiro brasileiro a falar, em entrevista à revista Exame, sobre a possível suspensão das atividades bancárias de Alexandre de Moraes na instituição. A declaração provocou uma tempestade de protestos e apoios nas redes sociais — mais protestos que apoios. Lindbergh Farias, líder do PT na Câmara, detonou: “Não somos colônia”. O petista reagiu à fala de Marcelo Noronha e reforçou que o PT vai entrar com ação no STF para barrar sanções dos EUA contra Moraes com base na Lei Magnitsky.
Marcelo Noronha, presidente Bradesco, anunciou, hoje, que pretende aplicar a decisão dos EUA e está consultando juristas no Brasil e Estados Unidos sobre o assunto. Ele afirmou sobre a aplicação da Lei Magnitsky que “lei não se discute, se cumpre”.
O problema é que a Lei Magnitsky proíbe que qualquer instituição que mantenha contato com qualquer dos seus alvos mantenha qualquer tipo de negócios com empresas norte-americanas. Repetindo de lá para cá: proíbe que instituição pública ou privada dos EUA mantenha negócio com quem tem qualquer negócio com os atingidos por ela. Ou seja, traficantes, terroristas, ditadores e violadores dos direitos humanos, pela ótica do governo norte-americano, não podem sequer ter conta bancária nem usar redes sociais.
Ora, todos os bancos, todos, inclusive Banco do Brasil e Caixa, usam tecnologia norte-americana para operar. É possível, em interpretação ampliada da lei, que os bancos possam vir a ter que escolher entre Moraes e a suspensão, ao menos temporárias, de grande parte das suas operações. O sistema bancário brasileiro está sob risco de voltar ao tempo dos telégrafos e depósitos anotados na caderneta do gerente. Sabem as agências bancárias dos filmes de faroeste? Mais ou menos daquele jeito.
Aplicada na última quarta-feira (30) contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, a Lei Magnitsky é um mecanismo previsto na legislação estadunidense usado para punir unilateralmente supostos violadores de direitos humanos no exterior. Entre outros pontos, a medida bloqueia bens e empresas dos alvos da sanção nos EUA.
Entre as maiores instituições financeiras brasileiras, é comum que os bancos mantenham operações nos Estados Unidos e “subsidiárias ou dependências” em território americano. São os caso de Bradesco, Itaú Unibanco, BTG Pactual e Banco do Brasil, de acordo com dados do Banco Central (BC).
No Supremo, Alexandre de Moraes adota uma interpretação ampliada da lei, segundo a qual até mesmo quem mantém qualquer tipo de relação com os alvos da Lei Magnitsky pode ser afetado, como mencionado anteriormente.