‘Brasil está vivendo grande momento’ e deve atrair investimento externo, diz Abilio Diniz

O presidente da Península Participações, Abilio Diniz, afirmou que “o Brasil está vivendo um grande momento” diante das perspectivas de oportunidades de ingresso de capitais internacionais que pode receber no curto prazo. As informações são do Estadão.

“A China se abre como ocorre agora, e nós somos o grande celeiro do mundo. Os EUA começam a se recuperar a vencer a inflação e não devem enfrentar uma recessão profunda. O mundo apresenta condições para o Brasil ter grandes investimentos.”

Ao destacar que é um otimista, Abilio Diniz afirmou que no País a inflação foi dominada, a taxa de desemprego baixou de 12% para 8% e que a última safra agrícola foi recorde.

“Contudo, o Brasil não vai se desenvolver da forma como se espera se não tiver 25% do PIB de investimentos. Tivemos no ano passado quase 20% do PIB puxado basicamente pelo setor privado, o governo praticamente não investiu nada”, disse, ao participar em Lisboa no Brazil Conference, promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais.

Por outro lado, Diniz afirmou que, como o Brasil tem segurança política e jurídica, vai atrair recursos de diversas origens para ser dedicados em projetos em vários setores produtivos. “Tem poupança externa de monte”, afirmou. “Tem poupança interna disposta a investir. O dinheiro vai vir para nós nos desenvolvermos.”

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Na coluna de ontem, cometi um erro quanto ao resultado da eleição para escolha da nova mesa diretora da Câmara de Vereadores de Belo Jardim. Na verdade, o prefeito Gilvandro Estrela (União Brasil), que correu o risco de perder com o candidato Senhorinho, na mudança de estratégia e escolha de um novo candidato, o vereador Pitomba da Lotação, filiado ao seu partido, reverteu não apenas com um voto de diferença, mas com cinco votos.

O placar foi de 10 a 5. Profissional da política, Gilvandro identificou focos de traição por parte do ex-presidente Zé Guri (PSDB), que queria ser reeleito a todo custo. Gilvandro bancou a candidatura de Pitomba da Lotação (União Brasil). Depois da vitória da sua base de sustentação, o prefeito expulsou Zé Guri e Euno Filho, o Euninho (PSDB), que, como Guri, o apunhalou pelas costas.

O Euninho acabou levando a pior: também foi expulso do grupo do ex-presidente Guri. Gilvandro mostrou, mais uma vez, que política não é para amadores

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O secretário da Fazenda, Wilson de Paula, garante empenho do Governo do Estado na liberação das emendas parlamentares. Segundo a Secretaria da Fazenda, os 49 deputados teriam recebido aproximadamente R$ 152 milhões e outros R$ 98 milhões estariam pendentes.

“Estamos trabalhando firmes para cumprir a execução das emendas. A Casa Civil tem sido rigorosa nessa cobrança, não só com a Sefaz, mas com todas as unidades de execução orçamentária do Governo”, destacou o secretário de Fazenda, Wilson José de Paula.

O gestor estadual reforça que, nos últimos 12 anos, Pernambuco nunca pagou tanta emenda. Em 2012, foram R$ 27,5 milhões; no ano passado, R$ 151,8 milhões. Antes disso, o maior montante foi liberado em 2022 e chegou a R$ 83,3 milhões.

“O Governo tem compromisso com as emendas, sabemos das nossas obrigações. E quero ressaltar o trabalho dos técnicos desse Governo. Eles são incansáveis!”, sustentou.

As contas da Assembleia Legislativa, contudo, são diferentes. Nos cálculos dos parlamentares, o Estado já quitou os R$ 62 milhões de emendas pix (destinadas diretamente aos municípios). Dos R$ 188 milhões de emendas impositivas, R$ 82 milhões foram empenhados; 61 milhões, liquidados e R$ 42 milhões, pagos. No balanço da Alepe, o Governo pagou R$ 104 milhões em emendas, faltando ainda R$ 146 milhões.

Reunião

Mesmo em recesso, os deputados estaduais se reúnem na próxima segunda-feira, às 15h, na Assembleia Legislativa. Vão discutir as medidas a serem adotadas a partir de agora, depois de um encontro entre o presidente da Casa, Álvaro Porto (PSDB) e a governadora Raquel Lyra (PSDB), na última quinta-feira.

O parlamentar expôs à chefe do Executivo a insatisfação dos pares com o não pagamento das emendas propositivas. O presidente Álvaro Porto afirmou que, mais uma vez, a governadora se comprometeu a realizar o pagamento, mas não definiu prazos.

“Ela ficou de dar uma posição na próxima segunda, disse que estão trabalhando para fazer o pagamento o mais rapidamente possível”, afirmou o presidente.

Questionado sobre o que seria feito pela Assembleia, informou que a definição não será tomada individualmente. “A decisão é dos deputados, é da Casa”, assinalou.

Antes de a governadora se posicionar, o presidente da Assembleia alertou ser importante que todos os deputados recebam o montante das emendas apresentadas. E comunicou que vai abdicar dos próprios valores caso algum dos parlamentares não seja contemplado.

Do Blog da Folha.

O prefeito de Arcoverde, Zeca Cavalcanti (Podemos) começou a mostrar pelas redes sociais a herança maldita deixada pelo ex-prefeito Wellington Maciel (MDB), apontado como o pior gestor da história do município, mas de quem recebeu apoio para derrotar a ex-prefeita Madalena Brito (PSB).

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta sexta-feira (3) a suspensão imediata dos repasses de emendas parlamentares a 13 organizações-não governamentais (ONGs) que não cumprem regras adequadas de transparência sobre o recebimento do dinheiro e o seu uso.

A decisão se baseia em relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) enviada ao Supremo.

De acordo com o órgão, de um total de 26 ONGs analisadas, treze não fornecem “transparência adequada ou não divulgam informações”.

A CGU deverá fazer uma auditoria específica nessas treze ONGs, apresentando um relatório em 60 dias.

Para cumprir a ordem, a Advocacia-Geral da União (AGU) deverá acionar os ministérios para informar sobre a proibição de novos repasses.

Na decisão, Dino também determina que as ONGs sejam inscritas no cadastro de entidades inidôneas e impedidas de celebrar convênios ou receber repasses da Administração pública.

Conforme relatório da CGU, outras nove ONGs analisadas apresentam as informações de forma incompleta, ou seja, existem dados de algumas emendas ou de apenas de anos anteriores sem atualização.

Para esses casos, Dino intimou as entidades a apresentarem as informações que faltam, com a publicação, em até 10 dias, dos dados sobre as emendas em seus sites.

Câmara, Senado e a Procuradoria-Geral da República (PGR) terão prazo de 10 dias para se manifestar sobre o relatório da CGU.

Relatório

O levantamento da CGU fiscalizou 26 ONGs que foram beneficiadas por empenhos ou pagamentos de emendas de qualquer modalidade entre 2 e 21 de dezembro de 2024.

O relatório de quase 500 páginas foi enviado na noite de quinta-feira (4) ao ministro Flávio Dino.

A ordem para elaboração do estudo foi dada pelo ministro em 2 de dezembro, como parte da decisão em que ele liberou as emendas após suspensão determinada em agosto.

O magistrado determinou que a CGU analisasse se as ONGs e demais entidades do terceiro setor informaram na internet, “com total transparência”, os valores oriundos de emendas parlamentares (de qualquer modalidade), recebidos nos anos de 2020 a 2024.

Segundo a controladoria, a falta ou insuficiência de transparência ativa pelas entidades “dificulta o controle, especialmente o controle social, essencial para a supervisão adequada e a garantia de accountability [responsabilidade] na aplicação dos recursos públicos”.

As 26 ONGs analisadas fazem parte de um universo de 676 organizações que foram beneficiadas com o empenho (reserva do dinheiro) de emendas, entre 2 e 24 de dezembro. Os valores movimentados chegam a R$ 733,6 milhões.

As informações foram extraídas do Portal da Transparência do governo federal.

A partir do universo total, a CGU selecionou amostras representativas de acordo com o volume de dinheiro empenhado e com o valor dos pagamentos.

Da CNN.

A realidade impiedosa que se impõe perante João Campos e Victor Marques

Por Larissa Rodrigues
Repórter do blog

Para além do jogo político e das pretensões futuras, de ser ou não governador de Pernambuco, são imensos os desafios do agora do recém-empossado prefeito reeleito do Recife, João Campos (PSB), assim como do seu vice-prefeito, Victor Marques (PCdoB).

Passada a fase de celebrar a vitória inquestionável nas eleições de 2024 e o período de acomodação de aliados, bem como de organização de equipe, João Campos e Victor Marques têm pela frente a tarefa de administrar uma cidade cheia de problemas, com qualidade de vida ruim e indicadores sociais difíceis.

O levantamento do Instituto Cidades Sustentáveis (ICS), por exemplo, que analisou em março de 2024 a desigualdade social nas capitais brasileiras, colocou o Recife em segundo lugar no mapa da desigualdade entre as capitais do País, sendo superada apenas por Porto Velho, capital de Rondônia.

O estudo avaliou áreas como educação, saúde, violência, assistência social, meio ambiente e direitos humanos e também trouxe dados sobre ocupação. Segundo o ISC, o Recife enfrenta uma taxa de desemprego que alcança 15% da população, sendo a segunda capital brasileira com a maior desocupação.

Além disso, a capital pernambucana registra uma alta porcentagem de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza, com 11,2% da população nessa situação. Outro levantamento que aponta para as dificuldades do Recife é o Índice de Progresso Social – Brasil (IPS Brasil), publicado em julho de 2024.

Esse estudo avaliou a qualidade de vida e o desempenho socioambiental dos 5.570 municípios brasileiros. Foi desenvolvido pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), em parceria com a Fundación Avina, Amazônia 2030, Anattá Pesquisa e Desenvolvimento, Centro de Empreendedorismo da Amazônia e Social Progress Imperative.

QUALIDADE DE VIDA EM XEQUE – No mapa que mostra o progresso social dos municípios, elaborado pelo IPS Brasil, o Recife figurou entre as capitais que oferecem os piores indicadores de qualidade de vida. No ranking das 27 capitais, ocupou a 21ª colocação e ficou entre as 10 piores cidades em condições de vida do Brasil. A comparação regional também deixou o Recife em posição ruim: ficou na lanterna no ranking das nove capitais do Nordeste, à frente apenas de Maceió.

Cobrança dobrada – Se João Campos pretende ser governador de Pernambuco e fazer de Victor Marques prefeito do Recife, vai ser preciso que os dois trabalhem para melhorar esses indicadores, porque a cobrança em cima de um nome que se propõe a governar o Estado é dobrada, assim como será dobrada a cobrança em cima do nome de Victor, que pode vir a disputar a prefeitura com o aval de João tendo como experiência pública ter sido chefe de gabinete de João e vice-prefeito por dois anos. Tudo isso vai ser colocado em discussão. A qualidade de vida do povo pobre dessa cidade, a oferta de oportunidades na capital, os serviços oferecidos nas áreas sensíveis, como saúde, tudo vai para a conta dos dois.

Oposição sem trégua – A nova oposição na Câmara do Recife, inclusive, já deu sinais de que não vai dar sossego a João e Victor. Mal tomou posse no primeiro dia do ano e o vereador Gilson Filho (PL), filho do ex-ministro Gilson Machado (PL), já esteve no dia seguinte (2) na Policlínica e Maternidade Professor Arnaldo Marques, no Ibura, para fiscalizar o funcionamento da unidade. Segundo ele, o que encontrou foi um cenário de abandono, que tem gerado indignação entre pacientes e familiares. Encontrou uma paciente de 22 anos que sofreu um aborto e relatou ter chegado à unidade às 9h, mas precisou pagar por exames em uma clínica particular porque a médica responsável pelos exames estava de férias e não houve substituto.

Mais problemas na policlínica – Ainda segundo Gilson Filho, a unidade enfrenta a falta de copos descartáveis, obrigando os pacientes a comprarem água fora, e o banheiro feminino, essencial em uma maternidade, estava sem água. De acordo com o vereador, o pai de uma mulher que deu à luz também denunciou que os quartos não possuem lençóis para os recém-nascidos, forçando as famílias a levarem o material de casa. Outro ponto constatado foi o funcionamento parcial do setor de exames. Nos dias pares, não há médico para realizar ultrassons e exames laboratoriais, deixando pacientes desassistidos. Já nos dias ímpares, a unidade conta com atendimento normalizado.

Mais oposição, mesmo sendo do PT – Também na mesma semana da posse, a vereadora Liana Cirne (PT) já começou o ano dando trabalho à Prefeitura do Recife, mesmo fazendo parte de um partido que (ainda) está na base de João Campos e mesmo o prefeito tendo afirmado diversas vezes que seu candidato em 2026 é o presidente Lula (PT). Liana Cirne protocolou, ontem (3), um ofício na prefeitura apontando inconsistências nas nomeações de novos professores divulgadas no Diário Oficial do dia 2. Entre os problemas, estão nomes repetidos na lista, convocação de candidatos fora da ordem de classificação, uso indevido da modalidade “final de fila” e falhas na classificação de rescisões e substituições. Liana também questionou a renovação de 1.340 contratos temporários, enquanto ainda há candidatos aprovados em concurso aguardando nomeação.

CURTAS

Mendonça Filho segue sem previsão de alta – O deputado federal Mendonça Filho (União Brasil) segue internado no Hospital Português, no Recife, depois de passar mal, ontem (3), ao praticar uma atividade física em uma praia do litoral pernambucano. O parlamentar passou por cateterismo cardíaco e teve descartada a possibilidade de infarto agudo do miocárdio. Segundo informações de bastidores, o deputado está bem e conversou ontem mesmo com familiares e amigos. Mas está sem previsão de alta.

Novos deputados estaduais – O presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), deputado Álvaro Porto (PSDB), empossou os deputados estaduais Cayo Albino (PSB) e Wanderson Florêncio (SD), ontem (3), no auditório da Casa Joaquim Nabuco. Cayo Albino assumiu a vaga de Eriberto Filho (PSB), que foi empossado como secretário de Esportes do Recife, a convite do prefeito João Campos. O gesto amarrou ainda mais a família do prefeito de Garanhuns, Sivaldo Albino (PSB), ao grupo de João Campos, uma estratégia para 2026, já que Campos pode vir a precisar de espaço no Agreste, como candidato a governador. Já Wanderson Florêncio assumiu a vaga de Lula Cabral (SD), eleito prefeito do Cabo de Santo Agostinho.

Grupo de Eriberto Medeiros fortalecido – Por falar em Eriberto Filho, o grupo do pai dele, o deputado federal Eriberto Medeiros (PSB), teve uma semana de ouro e entrou em 2025 fortalecido. O pai é federal. Um dos filhos é secretário de João Campos. O outro filho, o vereador Eriberto Rafael (PSB), foi eleito primeiro-secretário da Câmara do Recife, no último dia 1°.

Perguntar não ofende: Como será a relação de Cayo Albino (PSB) e Izaías Régis (PSDB) na Alepe, já que os dois disputarão os holofotes de Garanhuns na Casa?

O prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Mano Medeiros, escolheu o estrategista em Marketing Siniel Costa para comandar a Secretaria de Articulação Política do município. Com mais de 20 anos de experiência em Gestão de Pessoas e planejamento de campanhas, Costa se destacou como Chefe de Gabinete Parlamentar, sendo reconhecido por sua liderança e articulação política. Em 2012, recebeu o Prêmio de Melhor Gestão de Gabinete pelo Instituto Tiradentes de Minas Gerais. Atualmente, à frente da CandiResultados, atua em palestras, treinamentos e pesquisas eleitorais, implementando estratégias inovadoras que impactaram cenários políticos em diversas cidades.

O prefeito de Ipubi, João Marcos Siqueira (PSD), reuniu sua equipe de secretários nesta sexta-feira (3) para definir as medidas prioritárias do governo. Saúde e Agricultura foram elencadas como focos iniciais, com ações voltadas para a ampliação do atendimento médico e o fortalecimento do setor rural, incluindo perfuração de poços, recuperação de estradas e distribuição de sementes. Além disso, João Marcos anunciou a realização de um concurso público para provimento de vagas na administração municipal.

O gestor destacou que outras áreas também receberão atenção, como Educação, com a organização do início do ano letivo, e infraestrutura, com a retomada de obras estruturadoras. Nas redes sociais, o prefeito afirmou estar preparando uma grande programação para o aniversário da cidade, no dia 2 de março, reforçando o compromisso com a valorização da cultura local. “Posso afirmar que este time está alinhado, com coragem e disposição para fazer a diferença. Grandes coisas estão por vir”, declarou.

O prefeito de Afogados da Ingazeira, Sandrinho Palmeira, anunciou nesta sexta-feira (3) um investimento de R$ 25 milhões para a retomada das obras do saneamento global no município. O anúncio foi feito por meio do perfil oficial da Prefeitura no Instagram.

Os recursos foram captados através do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, no qual Afogados da Ingazeira tem representação institucional. O montante é proveniente da descentralização da Eletrobrás e teve a autorização de uso publicada no Diário Oficial da União pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional.

Segundo Sandrinho Palmeira, os valores já estão na conta da Codevasf e serão repassados à Compesa, responsável pela execução da obra. O prefeito destacou a importância do investimento para a melhoria da qualidade de vida da população e afirmou que cobrará da Compesa ampliação da rede de abastecimento de água no município. “Saneamento é saúde, é dignidade na vida das pessoas. Estamos inteiramente à disposição para sermos parceiros nessa importante ação”, declarou.

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, destacou o plano do Governo Lula para leiloar R$ 106,4 bilhões em 87 concessões na área de infraestrutura de transportes ao longo de 2025. Deste total, aproximadamente R$ 12 bilhões serão destinados exclusivamente para portos e aeroportos, garantindo investimentos estratégicos para o setor e impulsionando o desenvolvimento nacional.

Entre os projetos prioritários, está o leilão do terminal STS10, que dobrará a capacidade do Porto de Santos, em São Paulo, além da concessão de 21 terminais portuários, com previsão de R$ 8,5 bilhões em investimentos. “Este novo ano tem tudo para ser o mais forte das concessões portuárias na história do Brasil. O leilão do terminal STS10 é prioridade máxima”, afirmou o ministro. Também serão concedidos 51 aeroportos de pequeno porte, somando R$ 3,4 bilhões em investimentos.

O plano do governo inclui ainda a ampliação de oportunidades em 51 empreendimentos portuários espalhados pelo país, totalizando R$ 19,27 bilhões em investimentos. Esses ativos movimentam cargas diversas, como granéis sólidos, líquidos e contêineres, e serão leiloados entre 2024 e 2026.

Além disso, o governo trabalha em um projeto inédito para concessões de hidrovias, priorizando um modelo de transporte sustentável, eficiente e econômico. O objetivo é reduzir custos logísticos e tornar a infraestrutura brasileira mais competitiva, garantindo maior conectividade entre os diferentes modais de transporte.

O trade turístico de Pernambuco está preocupado com o aumento do racionamento de água que vai atingir os municípios de Ipojuca e do Cabo de Santo Agostinho, onde estão localizadas a praia de Porto de Galinhas e outros balneários do Litoral Sul. As duas cidades estão entre as que foram afetadas pelos baixos níveis das barragens e terão um calendário mais severo de abastecimento de água até março deste ano.

Em entrevista à Rádio Jornal, o presidente da Associação Brasileira de Agência de Viagens de Pernambuco (Abav), Marcos Teixeira, comentou sobre os prejuízos que o racionamento pode trazer para o principal destino turismo do Estado.

“Vamos falar do Turismo, das necessidades de investimento, melhorias infraestrutura, tudo isso. Estamos no verão, período em que a procura dos turistas aumenta e nós também, que moramos aqui no Estado, vamos mais às praias”, afirmou.

“O prefeito Carlos Santana, já eleito e empossado, disse que está em reuniões com o governo do Estado para tentar discutir a situação de Porto de Galinhas, que é o nosso principal destino, nosso carro-chefe no turismo. É preciso encontrar soluções para minimizar essa situação”, concluiu.

Os municípios de Ipojuca e do Cabo foram impactados pelos baixos níveis das Barragens de Bita (13%) e Utinga (14%), que compõem o Sistema de Abastecimento de Suape.

Do JC.

Por Daniel Pereira
Da Revista Veja

Conhecido pelo otimismo e pela resistência à autocrítica, Lula faz uma análise positiva de seu governo. Ele alega que fortaleceu a democracia, amea­ça­da pela tentativa de golpe sob investigação no Supremo Tribunal Federal (STF), reverteu um suposto desmonte do Estado nas áreas de saúde e educação, recuperou programas sociais e reinseriu o Brasil no cenário externo, depois de o país figurar como “pária internacional” na gestão de Jair Bolsonaro. Numa imagem cunhada para rebater a sensação de paralisia, o presidente costuma dizer que a primeira metade de seu terceiro mandato foi dedicada à semeadura de projetos.

Tudo o que tinha de ser plantado, segundo ele, já foi plantado. Nos próximos dois anos, acrescenta, será época de colheita. De bonança. De pavimentar o caminho para a vitória de um candidato governista na eleição presidencial de 2026. O roteiro parece simples, mas omite um ponto central: o governo enfrenta tantos desafios que, se depender de conselheiros e aliados do presidente , será reorganizado — ou refundado — para a segunda e derradeira metade do mandato.

Os problemas da atual administração são apontados há tempos por petistas históricos, integrantes da cúpula do Congresso e auxiliares do presidente. Eles vão da falta de coordenação na equipe à fragilidade na articulação política, das falhas na comunicação à inexistência de rumo, passando por intermináveis disputas internas. Sem paciência para a agenda doméstica, Lula empurrou essas questões com a barriga o quanto pôde. Sua meta inicial era se consolidar como um líder global, o que ainda não conseguiu.

Com a derrota da esquerda na eleição municipal do ano passado e o fortalecimento contínuo do Centrão, grupo que continuará a dar as cartas no Congresso, o presidente parece finalmente convencido a reagir, acionar um freio de arrumação e realizar uma reforma ministerial. As mudanças serviriam para dar uma chacoalhada no governo, fortalecer o conceito de frente ampla usado para vencer Jair Bolsonaro em 2022, mas depois deixado de lado, e tentar amarrar partidos de centro e até de direita a uma eventual candidatura à reeleição de Lula — ou de um nome escolhido por ele.

A reforma também permitiria ao presidente demitir quadros que entregaram mais problemas do que resultados e contemplar nomes de grande prestígio político que ele espera ter como aliados em 2026. Uma mudança dada como certa ocorrerá na comunicação. Em vídeo divulgado num seminário do PT, em dezembro, o próprio Lula declarou que o governo errou nessa área e fará as correções necessárias.

A demissão de Paulo Pimenta do comando da Secretaria de Comunicação Social da Presidência é considerada barbada, e o favorito para assumir o posto é o marqueteiro Sidônio Palmeira, que cuidou da última campanha de Lula, tem aconselhado o presidente e trabalhou na estratégia de divulgação do novo pacote fiscal. Mais do que a troca de nomes, governistas esperam uma mudança de postura.

Dirigente histórico do PT, o ex-ministro José Dirceu, por exemplo, cobra mais combatividade no embate com a direita nas redes sociais, nas quais a esquerda é surrada desde sempre, e em outras arenas que ganharam protagonismo no debate político, como as igrejas evangélicas. A demanda é clara: dar menos atenção ao institucional, voltar às ruas e às redes e, como fazem os bolsonaristas, escolher temas que sejam capazes de engajar a população e dominar o noticiário.

Não parece tão complicado, mas é. A esquerda e o PT não se entendem sobre o que comunicar, até porque não chegaram a um consenso sobre qual caminho seguir — o de suas bandeiras históricas ou o do centro. Tome-se o caso da política externa. O governo defende a democracia como princípio e, ao mesmo tempo, ditaduras amigas. Um contrassenso. Também fala em pragmatismo comercial, mas não esquece o viés ideológico ao tratar de negócios.

“Lula deveria rever um pouco a inclinação tão marcante que ele tem desenvolvido por uma política externa Sul-Sul, contra o Norte, contra o imperialismo norte-americano, que é uma coisa negativa para o Brasil”, diz Alberto Aggio, professor de ciências políticas da Unesp. “Ficar imaginando que o problema do governo é de comunicação, que a sociedade não está encontrando maneiras de ver o que o governo faz, é um erro de avaliação.” Segundo auxiliares, o presidente tende a privilegiar o centro na eventual reforma. Uma das ideias em discussão é dar mais espaço a PSD, MDB e União Brasil, que já controlam três ministérios cada um.

Partido com o maior número de prefeituras conquistadas na última eleição municipal, o PSD pode ser contemplado com uma pasta de mais peso para a sua bancada de deputados federais, hoje representada pelo ministro da Pesca, André de Paula.

Outro integrante da legenda, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, também deve receber convite para um cargo no Executivo assim que deixar o comando da Casa. Governistas sugerem que Pacheco assuma a Justiça no lugar de Ricardo Lewandowski, que deixaria o governo ou seria remanejado para a Defesa, substituindo José Múcio, até aqui um sobrevivente do fogo amigo petista.

Mandachuva do PSD, Gilberto Kassab já disse que Lula só não será reeleito se errar muito — e que o governador Tarcísio de Freitas, de quem é secretário, deve disputar um novo mandato em São Paulo em 2026. Com a esperada reformulação no ministério, Lula tentará amarrar Kassab e o PSD à sua candidatura à reeleição e, de quebra, adiar eventual sonho presidencial de Tarcísio.

Por sinal, qualquer mudança terá como base a seguinte premissa: quem se tornar ministro terá de ajudar o governo a conseguir votos no Congresso e, principalmente, convencer seu respectivo partido a se coligar com Lula, ou o concorrente escolhido por ele, na próxima corrida presidencial. Se o plano funcionar, integrantes do União Brasil, por exemplo, trabalharão para impedir a candidatura presidencial pela legenda do governador Ronaldo Caiado, que já está em campanha.

A prioridade na reforma, portanto, não é escolher quadros de excelência técnica, mas políticos com grande capacidade de articulação. É aí que emerge no tabuleiro o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), peça central nas conversas em andamento. Lira deixará o cargo no início do ano, mas fará o sucessor por ampla margem de votos e, assim, manterá sua influência sobre o plenário. Petistas históricos defendem que ele seja convidado para o ministério, o que representaria um senhor reforço para o escrete governista. O problema são os termos da transação. Na campanha presidencial de 2022, Lira apoiou Jair Bolsonaro.

No atual governo, o deputado ajudou a tirar do papel pontos importantes da agenda legislativa de Lula, como o novo marco fiscal e a reforma tributária, mas não aceitou dar um passo atrás no poder conquistado pelo Congresso nos últimos anos, inclusive no caso das emendas. Por isso, há uma série de dúvidas sobre a mesa. Uma delas: se convidado para a Esplanada, Lira fechará com a reeleição de Lula ou de uma candidatura governista em 2026? Outra: qual pasta oferecer ao parlamentar?

“É necessário olhar o destino do Rodrigo Pacheco e do Arthur Lira, ver se eles cabem ou não em um ministério e, a partir daí, imaginar o quebra-cabeça que será montado para os últimos dois anos de mandato”, diz Carlos Melo, professor de ciências políticas do Insper. “Há muitas queixas relacionadas à atuação da Casa Civil. Lula vai mexer na Casa Civil? Essa é uma interrogação importante”.

De fato, fervem as especulações sobre o ministro Rui Costa, que acumulou atritos com colegas, bateu de frente com Fernando Haddad (Fazenda) e colecionou inimizades no Congresso. De líderes petistas a expoentes do Centrão, sobram críticas à sua suposta falta de traquejo político. Para alguns, ele seria uma espécie de vício original, responsável pela falta de coordenação, por trombadas entre as pastas e o descumprimento de acordos no Parlamento. Enquanto os lobbies e as frituras avançam na Praça dos Três Poderes, Lula, o detentor da caneta que nomeia e demite, mantém silêncio sobre a reforma .

Experiente, o presidente sabe que qualquer ajuste em sua equipe, qualquer mudança de rota, depende mais dele, um notório centralizador, do que do elenco de ministros. Numa sinfonia, cabe ao maestro manter a harmonia, e a batuta de Lula tem se mostrado vacilante. O caso da política econômica e de seu condutor formal, Fernando Haddad, é emblemático. O ministro defende o ajuste fiscal, apresenta propostas de contenção de despesas, negocia com o Congresso e tenta sanear as contas públicas.

O presidente avalizou até agora boa parte das iniciativas de Haddad, mas também se consolidou como o principal rival dele ao insistir na tese de que o gasto público deve ser usado para acelerar o crescimento. Essa dubiedade tem cobrado um preço caro ao país na forma de juros, dólar e inflação mais altos. “Acho que um ajuste político importante seria afirmar um apoio maior ao ministro da Fazenda”, declara Alberto Aggio. É um bom conselho.

A economia pode até não decidir sozinha uma eleição, mas tem peso decisivo no humor do eleitorado, que não anda entusiasmado com o governo. Segundo as pesquisas, o país está dividido em três partes quase iguais. Uma aprova a gestão, outra reprova, e a terceira acha regular. Hoje, a avaliação positiva da administração Lula equivale à metade da registrada no mesmo período de seu segundo mandato e é praticamente igual à de seu rival, Bolsonaro.

A aprovação está abaixo de 40%, espécie de número mágico que, conforme especialistas, torna um incumbente favorito na busca de um novo mandato. Outros dados revelam que, se não há motivo para alarme, também não existe razão para euforia por parte do petista.

O Datafolha constatou que apenas 38% dos entrevistados acham que o restante do mandato de Lula será ótimo ou bom, o pior nível desde o início da atual administração. Depois da redemocratização, o presidente disputou seis das nove eleições presidenciais realizadas. Em razão de sua idade e de seu problema de saúde recente, pela primeira vez passou a ser cogitada a possibilidade de ele não concorrer a um novo mandato.

O futuro a Deus pertence, mas o petista — ou qualquer postulante apadrinhado por ele — só chegará com força a 2026 se o governo ampliar seu arco de alianças, apostar em convergências e parar de sabotar a política econômica. A bola está com Lula. Com fama de craque, é dele a responsabilidade de virar a partida na etapa final.