Vítima de tiro em Noronha denuncia abandono e demora no socorro

Em vídeo gravado no Hospital da Restauração, no Recife, o morador de Fernando de Noronha Emmanuel Pedro Gonçalves Apory, de 25 anos, falou pela primeira vez sobre a tentativa de homicídio que sofreu na madrugada de 5 de maio. O autor do disparo, segundo testemunhas e imagens de câmeras de segurança, é o delegado Luiz Alberto Braga, que cumpria plantão na ilha.

No vídeo, divulgado hoje em seu Instagram, Emmanuel agradece o apoio da população e denuncia a precariedade no atendimento de saúde em Noronha. “Se eu tivesse chegado ao continente mais cedo, talvez não fosse preciso amputar”, afirmou. Em outro momento, desabafa: “Se não matam, aleijam”. Ele deve passar por cirurgia nos próximos dias.

O disparo ocorreu durante uma festa no Forte dos Remédios, após o delegado discutir com a esposa e abordar Emmanuel de forma agressiva. A briga foi registrada por uma câmera de segurança. O delegado sacou a arma e atirou na perna do jovem, que conseguiu sair do local para pedir socorro. Segundo testemunhas, o policial apresentava sinais de embriaguez.

Luiz Alberto foi ouvido pela Polícia Civil no Recife, entregou a arma e foi liberado. A Corregedoria instaurou procedimento preliminar, mas não há detalhes sobre o andamento da investigação. A Associação dos Delegados de Polícia de Pernambuco divulgou nota em defesa do agente, alegando legítima defesa.

“Não dei em cima de ninguém, respeitei a todo momento”, disse Emmanuel. “Desejo apenas que a justiça seja feita.” Ele também relatou que depende de ajuda da mãe para tarefas básicas e afirmou ter entregado sua vida a Deus após o episódio. “Tive uma segunda chance. E vou passar por essa provação firme.”

Veja outras postagens

Comemorando 15 anos de atuação em Arcoverde, o Projeto Colmeia promove, de 26 a 30 de maio, uma maratona de serviços gratuitos em saúde, cidadania, bem-estar e lazer. A iniciativa do Sesc reúne ações em diversos pontos da cidade, como a Praça Winston Siqueira, a Reitoria de São Miguel e o Povoado Ipojuca. A programação inclui exames médicos, emissão de documentos, oficinas profissionalizantes, atividades recreativas e um casamento coletivo no encerramento. Todos os serviços são gratuitos. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (87) 3822-2901.

Câmara do Recife - Nova Sede

Do jornal O Globo

Há apenas 35 anos, no dia 17 de maio de 1990, a Organização Mundial da Saúde (OMS) retirava a homossexualidade da Classificação Internacional de Doenças. Desde 2010, este dia ficou conhecido como o Dia Internacional contra a Homofobia, a Transfobia e a Bifobia para marcar e celebrar a luta contra o preconceito e a discriminação contra pessoas LGBTQIAPN+.

No Brasil, o Supremo Tribunal Federal (STF) passou a enquadrar a LGBTfobia dentro da Lei do Racismo, diante da ausência de uma lei específica aprovada pelo Congresso Nacional. A pena para o eventual crime pode chegar a 5 anos de reclusão e multa.

No início deste ano um dossiê realizado pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) apontou que o Brasil continua sendo um dos países mais letais para pessoas trans e travestis. Ao longo do ano passado, foram registrados 122 mortes.

O levantamento indicou que houve uma redução de 16% em relação ao ano anterior, mas que pelo 16º ano consecutivo, o país é o que mais assassina pessoas trans e travestis no mundo.

A pesquisa apontou que o perfil das vítimas em sua maioria são de jovens, pretas, pobres e nordestinas. E que a expectativa de vida dessa população é de até 35 anos.

A data é utilizada para promover ações de combate ao preconceito e à discriminação, além de sensibilizar sobre a necessidade de respeitar diferentes orientações sexuais e identidades de gênero.

Ultimamente, a sigla mais usada para se referir à comunidade é LGBTQIAPN+, que contempla boa parte da diversidade de gêneros, identidades e orientações sexuais que compõem o grupo — entre eles: há lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, queer, intersexuais, assexuais, pansexuais. Para cada letra, há histórias de lutas. Porém, ela já foi simplesmente LGBT e até mesmo GLS.

Inicialmente chamada de GLS (gays, lésbicas e simpatizantes), a sigla foi mudando de acordo com as mudanças que ocorreram nas pautas e com a busca por direitos de representantes do movimento.

Criado no anos 1990, o antigo acrônimo GLS — em referência a gays, lésbicas e simpatizantes — caiu em desuso em 2008 por não ser considerado inclusivo.

Após um debate dentro do movimento, a necessidade de maior visibilidade lésbica acabou puxando a letra para frente, resultando na denominação LGBT, incluindo bissexuais, trans e travestis.

A partir de 2013, surgiram versões atualizadas, passando a representar outras identidades e expressões não reivindicadas.

Entenda o que significa cada letra:

  • L — Lésbicas: mulheres que sentem atração sexual e/ou afetiva por outras mulheres
  • G —Gays: homens que sentem atração sexual e/ou afetiva por outros homens
  • B — Bissexuais: pessoas que sentem atração sexual e/ou afetiva por mais de um gênero
  • T — Transgêneros: pessoas que não se identificam com seu gênero biológico e assumem uma identidade diferente da atribuída ao nascer. Nesse grupo estão ainda as travestis, que não se reconhecem no gênero masculino, mas em uma expressão de gênero feminina
  • Q — Queer: identidades e expressões de gênero e sexualidade que não se encaixam nas normas da heteronormatividade (de heterossexualidade ou binarismo de gênero), como drag queens
  • I — Intersexo: pessoas nascidas com características biológicas (genitais, hormônios, etc.) que não se enquadram nas definições típicas de sexo masculino ou feminino
  • A — Assexuais, agênero ou arromânticos: aqueles que não sentem atração sexual por outras pessoas
  • P — Pansexuais e polissexuais: indivíduos que sentem atração sexual e/ou afetiva por outras pessoas, independentemente do gênero ou identidade de gênero
  • N — Não-binários: pessoas que não se identificam com nenhum gênero, ou que se identificam com vários gêneros
  • + — O “+” representa outras identidades e orientações sexuais não mencionadas na sigla e gêneros fluidos, reconhecendo a vasta diversidade que existe
Jaboatão dos Guararapes - Empreendedora

Por Marília Parente
Do Diário de Pernambuco

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) investiga possível caso de improbidade administrativa da Prefeitura de Escada e enriquecimento ilícito de gestores do município, na Mata Sul pernambucana, após a Prefeitura dar calote na Caixa Econômica Federal (CEF).

O inquérito foi instaurado no último dia 28 de abril. Segundo a investigação, o município teria firmado um convênio com o banco, para empréstimos consignados de servidores, em janeiro de 2013, durante a gestão do ex-prefeito Lucrécio Gomes (PSB).

Na segunda cláusula, o acordo estipulava o repasse dos valores ao banco até o quinto dia útil de cada mês, com previsão de encargos adicionais em caso de atraso. Mais de 150 contratos consignados foram celebrados por meio do convênio. A Prefeitura, no entanto, deixou de honrar os pagamentos, mesmo com os valores sendo descontados dos contracheques dos trabalhadores.

Por causa do calote, a Caixa entrou com ação na Justiça Federal, que mandou o município pagar a dívida. A decisão da 34ª Vara da Justiça Federal de Pernambuco foi proferida em setembro de 2021 e é a origem da nova investigação do MPPE.

“Na parte final da sentença, o Juízo Federal determinou que fosse oficiado ao Ministério Público Estadual em razão da conduta dos gestores do Município de Escada, com a apropriação dos valores descontados dos servidores e não repassados à CEF. Considerando o teor do Ofício da Justiça Federal e a documentação anexa, notadamente a determinação judicial para que esta Promotoria de Justiça tome ciência dos fatos e adote as medidas que entender pertinentes, bem como os indícios de ato de improbidade administrativa consubstanciado em enriquecimento ilícito”, diz trecho da comunicação de instauração do inquérito.

Sentença

O Diario de Pernambuco teve acesso aos autos do processo na Justiça Federal, nos quais funcionários da prefeitura autorizam a Caixa a juntar seus holerites na ação judicial, comprovando que o município realizou os descontos relacionados ao empréstimo em seus contracheques.

Em ofícios encaminhados à Prefeitura, ainda antes da sentença, o banco também adverte que o não repasse poderia sujeitar os gestores à responsabilização criminal por apropriação indébita.

Na ocasião, a Caixa cobrava R$ 188.619, 06, referentes a repasses não realizados nos meses de outubro, novembro e dezembro de 2018, além de janeiro de 2019.

Na sentença, a juíza federal Ethel Francisco Ribeiro também determinou, por cautela, a intimação pessoal da atual prefeita, Mary Gouveia (PL), para que cumprisse “as determinações constantes da sentença”.

Nova investigação

Ao instaurar o novo inquérito, a pedido da Justiça Federal, o MPPE também notificou a atual prefeita de Escada, Mary Gouveia, a prestar esclarecimentos sobre o caso, inclusive o motivo para o não repasse dos valores descontados dos servidores.

O órgão também pediu ainda que a prefeita apresente quais medidas estão sendo adotadas para regularizar a situação, bem como a comprovação dos repasses efetuados à Caixa, com as respectivas datas e valores.

Procurada pela reportagem, a Caixa informou que não comenta processos judiciais em curso e que só irá se manifestar nos autos.

A defesa do ex-prefeito Lucrécio Gomes também foi procurada, mas não respondeu. A reportagem tentou contato com a Prefeitura de Escada, por meio dos seus telefones oficiais, mas não obteve retorno.

Dulino Sistema de ensino

A ex-primeira-dama de Arcoverde, Rejane Maciel, participa do lançamento do livro “Sonho sem estratégia não vira realidade” no próximo dia 22 de maio, às 19h, na Biblioteca José Lins do Rêgo, do Sesc Arcoverde. Coautora da obra, Rejane compartilha reflexões e experiências ao lado de outros autores como Agnes Bastos Junqueira, Antônio Netto, Claudio Santos e Juliana Brum. A organização é de Marcos Freitas e o livro é publicado pela Editora Gente.

Petrolina - O melhor São João do Brasil

Da Folha de Pernambuco

A Secretaria Executiva de Controles Urbano do Recife, juntamente com a Defesa Civil da cidade, interditou, na manhã de hoje, seis prédios vizinhos à loja Lin Lin Festas, atingida por um incêndio de grandes proporções na noite de ontem.

Os estabelecimentos interditados ficam localizados entre a Rua das Calçadas e a Rua Direita, no bairro de São José, área central do Recife.

A interdição aconteceu durante a fase de rescaldo da operação, realizada pelo Corpo de Bombeiros, também durante a manhã deste sábado.

A secretária executiva de controle urbano Marta Lima explicou que o procedimento acontece para garantir a segurança das pessoas.

“A Secretária Executiva de Controle Urbano, junto com a Defesa Civil,  esteve desde cedo onde ocorreu o incêndio para fazer uma interdição da área do entorno para garantir a segurança das pessoas. Somente quando o bombeiro liberar a área, nós poderemos fazer uma avaliação do comprometimento do incêndio”, explicou.

A secretária ainda detalhou que a pasta também deve realizar uma consulta com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para prosseguir com as próximas ações.

“Provavelmente teremos que consultar o Iphan, já que é um imóvel de preservação, para ver o que será feito. Até segunda ordem, esses imóveis continuarão interditados”, detalhou.

Ipojuca - No Grau 2025

A tendência é que o prefeito de São João, Wilson Lima (PP), declare apoio à governadora Raquel Lyra (PSDB) na disputa pelo governo estadual em 2026.

Embora ainda não tenha oficializado a aliança, os sinais são cada vez mais evidentes. Wilson tem sido presença frequente no Palácio do Campo das Princesas e o município vem sendo contemplado com ações do governo estadual, o que reforça a aproximação. As informações são do Blog do Roberto Almeida.

Pelo menos a um colega prefeito, do Agreste Meridional, Wilson já confidenciou que deve caminhar com Raquel Lyra na próxima eleição. O anúncio público, para muitos, é apenas uma questão de tempo.

Caruaru - São João na Roça

A crise na saúde pública de Serrita ganhou mais um capítulo ontem, quando o vereador Chico Romão (PSD) foi desacatado durante uma visita à Unidade Básica de Saúde Maria Andrelina, no Conjunto Habitacional da cidade. O parlamentar foi até o local em busca da vacina contra a gripe, mas encontrou a unidade sem doses, sem informações claras e sem a presença da enfermeira responsável. Ao tentar obter dados sobre o estoque de vacinas, teve o acesso negado.

A visita, que deveria ser de fiscalização, terminou em confusão. Segundo relato de moradores, a funcionária Kaliane da Silva, contratada como faxineira, mas apontada por moradores como responsável por outras funções na unidade, insultou o vereador com a frase “vereador de bosta”. A ofensa foi ouvida pela esposa do parlamentar, que acompanhava a visita. Ao retornar à unidade para confrontar a funcionária, Chico exigiu respeito e reagiu com ironias, o que levou a novos insultos.

O episódio foi parcialmente gravado e divulgado por aliados do prefeito Aleudo Benedito (MDB), com edições que, segundo o vereador, distorcem os fatos e expõem pessoas que sequer estavam presentes no momento da confusão.

O caso inflamou ainda mais os ânimos numa cidade já polarizada entre funcionários da Prefeitura e parte da população que não apoia o prefeito e defende o vereador. A recente postagem de Aleudo nas redes sociais, em que relembra que desacatar servidor público é crime, foi vista como provocação por muitos moradores. A publicação, feita logo após o episódio, foi interpretada como tentativa de proteger a funcionária e desviar o foco do debate — ignorando que ela é contratada, não concursada, e acumula funções de forma irregular.

“Ainda, Aleudo tem o direito de gritar com os funcionários?”, questiona a serritense Fátima Canejo, lembrando o episódio recente no lançamento da grade da Festa do Jacó, em Recife, quando o prefeito teria gritado com membros da equipe. A situação foi tão constrangedora que, segundo ela, três funcionários pediram desligamento logo após o evento.

A população denuncia que a confusão apenas evidencia o caos vivido na saúde do município. “Faltam remédios nas farmácias, nas UBS, não tem nem gazes nos hospitais. Não tem sala de raio-X. E eles mentem, maquiam as coisas. Tem muita gente reclamando”, relatou Fátima. Ela também criticou a falta de organização no Dia D da vacinação contra a gripe, quando a UBS sequer estava aberta e não havia qualquer aviso à população sobre onde as vacinas estariam disponíveis. Chico Romão registrou boletim de ocorrência e promete acionar a Justiça tanto contra a funcionária quanto contra os responsáveis pela divulgação irregular das imagens. O caso agora aguarda o posicionamento da equipe da UBS e da coordenação de imunização do município.

Camaragibe - Cidade trabalho 100 dias

Por J.R. Guzzo
Da Gazeta Zero Hora

Já passou pela sua cabeça, ou pela cabeça de alguém que você conhece, ir a uma reunião de trabalho da empresa e levar a sua mulher junto? E, caso você mesma seja mulher, dá para levar o maridão? Pior ainda, nessa reunião a sua mulher toma a palavra, que ninguém ofereceu, e dispara a falar direto com o presidente da empresa, querendo que ele tome providências sobre coisas que estão acontecendo na sua própria casa. Parece uma dessas piadas de “marido banana”. Mas é exatamente assim que anda o Brasil de Lula e Janja.

É uma humilhação, para o Brasil e para os brasileiros, que a mulher do presidente da República se meta como penetra numa reunião oficial. Fica mais constrangedor ainda quando o presidente concorda, em público, com o que a mulher fez – ou é obrigado a dizer que concorda. Mas foi isso o que aconteceu nessa última viagem de Lula à China, já a quinta que faz ali como presidente. Janja se intrometeu numa reunião com o presidente chinês e disse uma cretinice de “400 talheres” – mais uma do seu vasto repertório.

Janja, desta vez, pediu que o presidente Xi Jinping, um dos seres humanos mais ocupados deste mundo, fizesse “alguma coisa” para resolver uma situação que a incomoda – não na China, mas no Brasil. Anda irritada pessoalmente com o Tik Tok, que o seu marido não consegue censurar, e achou uma grande ideia pedir que Xi Jinping faça a censura em seu lugar, já que a plataforma é de origem chinesa. O Tik Tok, segundo ela é “de direita”. Não pode, portanto, existir.

Janja não podia ir à reunião com o marido-presidente. Tendo se metido ali, deveria ficar de boca fechada. Tendo aberto a boca, não podia dizer uma coisa tão burra. Como ela vai pedir a intervenção de uma potência estrangeira em assuntos do Brasil? Como pode pedir censura, que é vetada pela Constituição do seu próprio país? Como pode achar que “a direita” é ilegal, e tem de ser reprimida como se fosse um crime – e pelo presidente da China? Pois então: ela conseguiu fazer isso tudo.

Janja, naturalmente, recebeu a resposta adequada: Xi Jinping lhe disse que se a plataforma estava fazendo algo de errado, cabe apenas ao governo do Brasil, e obviamente não ao governo da China, tomar as providências que julgar cabíveis. Lula e os ministros presentes não abriram o bico. De um lado da mesa, havia 5.000 anos de cultura. Do outro havia Janja. Só podia mesmo dar nisso.

O analfabetismo maciço de Lula, como o Brasil tem sentido nos quase vinte anos de seus governos, tem sido uma desgraça para este país. A última coisa que a população precisava, a essa altura, era uma Janja – que leva a ignorância de Lula a extremos nunca atingidos antes, com a interação intensa entre a sua vadiagem mental e a do marido. Já não bastava Lula? Pois agora, com Janja, temos Lula ao quadrado. Aí fica difícil.

Em vez de cuidar da crise no INSS, Lula foi se esconder em Moscou.
O resto é o mesmo enredo de filme catástrofe. Janja, mecanicamente, se declarou vítima de “machismo”: todas as críticas, disse ela, foram feitas porque ela é “uma mulher” – e não porque cometeu uma estupidez em estado bruto. Lula, numa tentativa fútil de fugir à imagem de marido velho que vive fazendo o papel de palhaço por causa da mulher mais nova, veio com a fábula que foi “ele” quem pôs o Tik Tok no meio – e ficou resmungando contra os seus ministros, por terem vazado a história. Para rematar a performance, anunciou na frente de todo o mundo que pediu a Xi Jinping uma pessoa de “sua confiança” para vir ao Brasil e resolver o problema do Tik Tok – isso mesmo, o presidente brasileiro pediu a um governo estrangeiro que mande um dos seus funcionários para solucionar um problema do Brasil.

Tudo isso aí fica terrivelmente mais ridículo quando Lula ainda finge uma intimidade que não tem com o presidente da China. Chama o homem de “companheiro Xi Jinping” – uma coisa feia, quando está na cara de todo mundo que Xi Jinping não é “companheiro” dele coisa nenhuma, e nunca vai ser. Só faltava, a essa altura, anunciar como uma grande vitória da sua viagem que o governo brasileiro vai mandar antecipadamente para a China os seus “projetos de infraestrutura” do PAC, caso os chineses queiram “investir” aqui. Ele fez exatamente isso, acredite!

Que PAC? Que projetos? Que obras? Mais ainda: imaginem a China enviando com antecipação ao Brasil os seus planos de infraestrutura, para as empresas brasileiras irem investir na China. Pode um negócio desses? É tudo uma comédia gigante, que as elites nacionais fingem levar a sério – e que os brasileiros têm de pagar.

Cabo de Santo Agostinho - IPTU 2025 prorrogado

Uma pesquisa atribuída a uma instituição potiguar que indicaria pela primeira vez um empate técnico entre a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSD), e o até então favorito na disputa pelo Palácio das Princesas em 2026, João Campos (PSB), provocou celeuma nos bastidores da política do estado. Mas o levantamento, replicado por aliados de Raquel e diversos portais regionais, jamais existiu, o que acendeu um alerta no entorno do prefeito de Recife e obrigando o Seta Instituto, apontado como responsável pela projeção nas redes sociais, a desmenti-lo. As informações são do blog da Malu Gaspar.

Depois da publicação da pesquisa, aliados de Campos se apressaram a atribuir o episódio a apoiadores de Raquel “desesperados” com o desempenho da ex-tucana – levantamento do Real Time divulgado no início de abril mostra o socialista na liderança isolada com 66% contra 22% da governadora do PSD.

A “pesquisa fake”, por sua vez, mostrava Campos com 40% e Raquel com 38%, um cenário de empate técnico entre os rivais. Portais de comunicação reproduziram inclusive informações pretensamente técnicas sobre o levantamento, que teria ocorrido entre os dias 8 e 11 de maio a partir de 2,5 mil entrevistas por telefone “em meio à greve dos professores da rede municipal do Recife, que já afeta cerca de 100 mil alunos”.

Dias depois da circulação da pesquisa fake, o Seta Instituto divulgou nota negando ter realizado qualquer sondagem sobre a disputa pelo governo de Pernambuco no período.

Apesar do tom irônico, a equipe de Campos desencadeou nos bastidores uma operação de gestão de crise para sondar os possíveis efeitos da divulgação dos números falsos sobre a aprovação do prefeito, conhecido pela sua popularidade nas redes sociais.

Nada de relevante foi detectado até agora, mas a pesquisa fake foi suficiente para provocar um salseiro no cabo de guerra local pela sucessão do governo

Olinda - A cada dia, uma nova conquista

Por Flávio Chaves*

Era um domingo de céu baixo e cheiro de chuva, desses que parecem suspensos no tempo, como se o mundo tivesse esquecido de acordar. A casa estava quieta, quase em silêncio, como se respeitasse um segredo que só ela conhecia. Acordei com aquele aroma antigo — o café coado na hora, vindo da cozinha como um chamado de infância.

Levantei devagar, guiado por esse cheiro que sempre foi bússola. Ela já estava de pé, como sempre esteve. Vestia sua bata florida, os cabelos presos num coque apressado, e os olhos… ah, os olhos traziam aquele brilho que só as mães conhecem — um brilho de quem viu a gente nascer, tropeçar, cair, levantar e recomeçar mil vezes.

“Fiz do jeito que você gosta”, disse, com um sorriso leve, colocando a garrafa de café sobre a mesa.

Sentei-me diante dela, como tantas vezes na vida, com o coração quieto, mas algo dentro de mim dizia que aquele momento tinha um peso diferente. Talvez fosse a maneira como ela passou a manteiga no pão, com a delicadeza de quem acaricia o tempo. Talvez fosse o modo como ela me olhava em silêncio, como se soubesse algo que eu ainda não sabia.

Falamos pouco. Às vezes, o amor mora justamente nisso — naquilo que não se diz. Ela perguntou se eu estava cansado, se andava me alimentando direito, se eu ainda escrevia aquelas “coisas bonitas”. E quando disse isso, olhou fundo em meus olhos com um orgulho manso, como quem reconhece em cada linha escrita um pedaço da própria alma.

Ela não fingia entender. Ao contrário: era ela quem mais entendia. Lia por entre as entrelinhas, escutava o que estava escondido nos silêncios, sabia quando um texto meu estava escrito com lágrima, e quando era só o disfarce da palavra tentando fingir força. Ela era minha primeira leitora, minha crítica mais bondosa, minha melhor tradução.

A certa altura, olhou pela janela, respirou fundo e disse:

— “Você foi minha maior coragem.”

Fiquei quieto. Fui até a pia, lavei a xícara, voltei e beijei sua testa. Queria dizer tanta coisa, mas só consegui apertar sua mão com firmeza. Ela sorriu de novo. E naquele sorriso havia um adeus disfarçado de ternura, que só mais tarde percebi.

Naquela manhã, o café não era apenas café. Era rito. Era despedida em forma líquida, era eternidade servida em xícara simples. Foi a última vez que tomamos juntos o gosto da vida — ela de um lado da mesa, eu do outro, separados apenas por um fio invisível de eternidade.

Hoje, quando faço café, fecho os olhos e volto àquela manhã. E o cheiro não é mais só de café. É de colo. É de ausência. É de presença que ficou.

Ela partiu dias depois, sem alarde, como quem não quer incomodar. Mas deixou em mim um mapa invisível de ternura.

E toda vez que escrevo algo  com a alma incandescida, ainda escuto sua voz dizendo:

— “Eu sabia. Eu sempre soube.”

Dedicatória

Para minha mãe —
minha estrela primeira, minha eternidade viva,
minha professora de silêncio e de amor.
Tua ausência só me ensinou o quanto tua presença era tudo.
E eu ainda te sinto, minha mãe, caminhando ao meu lado
pelos jardins da minha infância —
quando eu precisava seguir em frente e não sabia como.
Eu te amo com um amor que não conhece despedida,
e em tudo o que sou, tu permaneces viva, inteira, dentro de mim.

*Jornalista, poeta, escritor e membro da Academia Pernambucana de Letras

Toritama - FJT 2025

A celebração pelos 43 anos de Camaragibe teve, na programação de ontem, muito forró e casa cheia na Praça de Eventos. A banda local Forró de Nós da Terra abriu a programação com clássicos do gênero, seguida por Maciel Melo, que emocionou o público com canções como “Caboclo sonhador” e “Dama de ouro”. Os shows seguem até domingo.

Raí Saia Rodada animou a plateia com sucessos como “Tapão na raba” e “Cinco da manhã”, antes do encerramento romântico da banda Limão com Mel, que cantou hits como “Toma conta de mim” e “Por que não vê?”. O prefeito Diego Cabral acompanhou a noite ao lado da vice-prefeita Comandante Débora e de parlamentares. “Essa festa é do povo e Camaragibe entra de vez na rota dos grandes eventos, fortalecendo nosso potencial e tradição cultural”, afirmou o prefeito.

Hoje, se apresentam Alan Salvador (20h30), Voadores do Forró (22h) e Raphaela Santos (0h). Já amanhã, o encerramento da festa será voltado ao público infantil, com shows da Banda Pegada Kids (16h) e do cantor Tio Bruninho (18h).

Palmares - IPTU 2025

Por Marcelo Tognozzi
Colunista do Poder360

De repente estávamos Jana, minha mulher, e eu em lágrimas. Uma emoção boa trazida pelo “Pássaro Branco”, um dos melhores filmes que já vimos. Sara, artista plástica famosa, conta sua história para o neto Julian. Ela é uma sobrevivente da caçada de extermínio promovida pelos nazistas contra os judeus durante a 2ª Guerra Mundial.

Vivia numa cidadezinha no interior da França, distante de todo aquele inferno de bombas, mortes, prisões, fuzilamentos e perseguições. Mas o mal não tem fronteiras e um dia entrou na vida de Sara. Ela fugiu, sobreviveu escondida num celeiro por mais de um ano.

O neto Julian praticara bullying contra um colega da escola e Sara decide contar a ele sobre seu sofrimento. Tinha a mesma idade de Julian e foi salva por um amigo aleijado, contra quem ela mesma praticou bullying. Sua lição foi simples e poderosa: “O ódio começa com palavras”. As palavras, sempre elas, chegam antes das atitudes, da raiva desenfreada, transformada em atrocidades.

Em novembro de 2023, escrevi neste Poder360 que todas as vezes em que o antissemitismo cresceu, a democracia encolheu. Não mudei de opinião. O péssimo exemplo dado pelo presidente Lula, ao insistir em fazer declarações duras contra Israel e os judeus, remete ao ensinamento do “Pássaro Branco”.

Lula tem simpatia pelo Irã, país que sustenta os grupos terroristas Hamas e Hezbollah na guerra contra Israel. O presidente tem todo o direito de ter suas preferências, mas precisa ter cuidado com o poder das palavras. O Brasil abriga a 2ª maior comunidade judaica da América Latina, com 120 mil almas, perdendo apenas para a Argentina. Tão brasileiros como os cristãos, evangélicos, espíritas, muçulmanos, ateus ou praticantes de religiões de matriz africana. Muitos deles não apoiam o governo de Benjamin Netanyahu, nem a guerra, mas isso é mero detalhe.

Lula critica Israel desde a dura reação ao ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, quando ao menos 1.139 pessoas foram massacradas, boa parte delas jovens desarmados celebrando a paz numa festa ao ar livre. O presidente nunca baixou o tom contra Israel e os judeus, nem quis escutá-los. A Conib (Confederação Israelita do Brasil) pediu diversas vezes audiência ao presidente. Ele jamais recebeu Claudio Lottenberg e seus diretores. Simplesmente ignorou.

As palavras e sua força. Um estudo da Conib sobre antissemitismo no Brasil, mostrou que o país registrou 1.788 relatos de casos de antissemitismo em 2024, representando um aumento de 350% em relação a 2022. O dado mais preocupante, porém, não é só numérico. Ignorar este cenário, incluindo agressões físicas nas ruas, ameaças de extermínio, cartazes exaltando Hitler e explosões de discurso antissemita nas redes, é uma omissão no mínimo perigosa.

A comunidade judaica no Brasil está concentrada nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Em Pernambuco, teve papel relevante na cultura, medicina e na história do Recife. É integrada, democrática e pacífica, mas não tem merecido o devido respeito de quem foi eleito para governar para todos.

Enquanto nega audiência à Conib, o presidente mantém como conselheiro e chefe informal da nossa diplomacia o embaixador Celso Amorim, 82 anos, autor do prefácio de um livro que descreve o Hamas, organização considerada terrorista por Estados Unidos, União Europeia e ONU, como “ator político legítimo”. Mesmo depois do massacre de civis israelenses naquele dramático outubro de 2023, Amorim evita classificar o grupo como terrorista e segue alinhado à retórica da esquerda radical europeia, cujo ícone é seu amigo francês Jean-Luc Mélenchon, do partido França Insubmissa.

Amorim pratica diplomacia de importação de conflitos, rompendo a tradição brasileira de neutralidade. O risco é alto e o preço caro. Enquanto estimula o distanciamento dos Estados Unidos e da Otan, aposta num protagonismo do chamado Sul Global e dos Brics.

Nos últimos 120 anos, o Brasil esteve poucas vezes fora da zona de conforto da paz interna e não pode sair por aí comprando brigas dos outros, como faz com o Irã ou a Venezuela. Aonde querem chegar com isso? Como dizia Pepe Mujica, “o ódio acaba nos idiotizando, faz perder a objetividade”.

O embaixador sabe muito bem que a esquerda francesa usou a imigração muçulmana para se fortalecer. Desde Mitterrand, imigrantes oriundos de países muçulmanos, especialmente ex-colônias francesas, passaram a ter direitos, cidadania e voto. Isso explica o amor da esquerda francesa pelo islã e seu discurso de ódio aos judeus disfarçado de solidariedade aos oprimidos, como atesta o professor Pierre André Taguieff, diretor do Centro Nacional de Pesquisas da França, cavaleiro da Legião de Honra e um dos principais filósofos europeus da atualidade.

No seu livro “Antissemitismo”, Taguieff classifica de “antissemitismo progressista” críticas a Israel que, na prática, servem como pretexto para desumanizar judeus e legitimar movimentos violentos. A França, abrigando a maior comunidade judaica da Europa, tem vivido momentos de tensão com ataques a sinagogas e perseguição a pessoas nas ruas.

O estudo da Conib identificou que os picos de postagens antissemitas no Brasil coincidem com falas do presidente Lula: ao comparar a guerra em Gaza com o Holocausto, ao apoiar a ação da África do Sul contra Israel na Corte Internacional de Justiça e ao disseminar dados controversos sobre o conflito. Em janeiro de 2024, 57% das menções on-line sobre o tema tinham caráter antissemita.

Segundo a pesquisa Global 100 da ADL, sigla em inglês da Liga Antidifamação, 41 milhões de brasileiros adultos (26% da população) demonstram crenças antissemitas relevantes. Mais da metade acredita que judeus controlam o mundo dos negócios e 20% os responsabilizam por guerras globais.

Esses estereótipos, reciclados desde o século 19, voltaram a circular. Incrível é que, enquanto o antissemitismo se esparrama pelos corredores do poder em Brasília, dois judeus se destacam pelo silêncio: Roberto Barroso no comando do Supremo e Davi Alcolumbre na presidência do Senado.

Não se trata aqui de mera crítica à política externa ou de julgamentos, mas de fatos. Comparar Israel ao nazismo, relativizar o Hamas e o Hezbollah, silenciar diante da violência antissemita e ignorar a principal entidade judaica do país não são só atitudes diplomáticas: são sinais. Péssimos sinais. Tão ruins como a foto de Lula em Moscou misturado a uma trupe de ditadores decadentes.

A grande lição do “Pássaro Branco” é quando Sara diz a Julian que a verdadeira resistência começa com a coragem de enxergar o que está diante dos olhos, de chamar o mal pelo verdadeiro nome. Aprender a ver com os olhos de Hannah Arendt: “A origem do mal não reside numa malignidade inerente, mas na banalidade”. E jamais esquecer que o ódio começa com as palavras e, delas, o silêncio é cúmplice.