Agressão à memória histórica

Por Ângelo Castelo Branco

A não inclusão do retrato de Paulo Guedes na Galeria dos ex-ministros da Economia, conforme notas veiculadas nas redes sociais, resgata memórias de um período conturbado da história política brasileira, remetendo ao episódio em que o regime militar retirou o retrato de Miguel Arraes da Galeria dos ex-governadores do Palácio do Campo das Princesas, em Pernambuco.

Ambos os casos destacam a complexa relação entre política e memória histórica, em que divergências ideológicas frequentemente resultam em ações que buscam apagar ou reconfigurar legados.

Coube a Marco Maciel, governador durante a transição para a redemocratização, corrigir essa injustiça e reafirmar a importância do reconhecimento histórico, independentemente de discordâncias políticas. Ele determinou a reposição do retrato de Arraes no lugar que lhe era devido. Essa atitude reflete um compromisso com a preservação da história como um registro plural e imparcial.

A exclusão do retrato de Paulo Guedes, que ocupou a pasta da Economia durante o governo Jair Bolsonaro, suscita reflexões similares. A história recente do Brasil tem demonstrado a necessidade de conciliar memória e crítica.

Governantes como Marco Maciel deram exemplo de como a reconciliação histórica pode ser um instrumento de maturidade política. Negar ou ocultar figuras públicas, ainda que polêmicas, apenas enfraquece a percepção da pluralidade democrática e abre precedentes para que a história seja constantemente reescrita ao sabor de interesses momentâneos.

Portanto, o episódio atual exige reflexão sobre o papel das instituições na preservação da memória nacional. A inclusão ou exclusão de personagens na iconografia oficial deve transcender paixões políticas e se ancorar na valorização da história como patrimônio comum, que deve ser preservado para o entendimento das gerações futuras.

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Da CNN Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não apresentou um prazo para a devolução do dinheiro desviado do pagamento de aposentados do INSS e responsabilizou a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo escândalo envolvendo a instituição.

Lula afirmou em entrevista no final de sua visita à Rússia que antes de definir valores e prazos para a devolução do dinheiro desviado dos aposentados e pensionistas, é preciso apurar todos os detalhes.

“Devolver ou não vai depender de você constatar a quantidade de pessoas enganadas. A quantidade de pessoas que tiveram o seu nome numa lista sem que elas tivessem assinado. Porque aqueles que assinaram já autorizaram. Então, o que nós queremos, e é por isso que tem a crítica de que ainda demora, é porque poderíamos ter feito uma pirotecnia e não ter apurado (o escândalo)”, disse ele.

Na sequência, Lula responsabilizou o governo anterior pelo escândalo. “Nós desmontamos uma quadrilha que foi criada em 2019. E vocês sabem quem governava o Brasil em 2019”, disse o presidente durante coletiva de imprensa em Moscou.

“Vocês sabem quem era o ministro da Previdência, quem era o chefe da Casa Civil. A gente poderia ter feito um show de pirotecnia, mas não queríamos manchete. Queríamos apurar”, continuou.

Lula chegou a sugerir que algum integrante da gestão passada poderia estar envolvido no escândalo.

“Nós vamos a fundo para saber quem é quem nesse jogo. E se tinha alguém do governo passado envolvido nisso. É isso que nós vamos fazer. Eu não tenho pressa. O que eu quero é que a gente consiga apurar para apresentar ao povo brasileiro a verdade e somente a verdade”, disse.

Ele também ressaltou que nem todas as entidades envolvidas têm responsabilidade nas irregularidades. “Tem entidades sérias no meio que certamente não cometeram nenhum crime, e tem entidades que foram criadas para cometer crime”, afirmou.

O presidente disse que os aposentados e pensionistas afetados não arcarão com os prejuízos, mas sim as entidades envolvidas.

“Quem vai ser prejudicado são aqueles que um dia ousaram explorar o aposentado e o pensionista brasileiro […] As entidades que roubaram vão ter seus bens congelados. Nós vamos usar esses bens, repatriar o dinheiro, para que a gente possa pagar as pessoas”, afirmou.

Ele também ressaltou que a profundidade da investigação justifica o tempo necessário para revelar o que de fato aconteceu. “A gente não quer uma manchete de jornal, a gente quer apurar […] e é por isso que tem a crítica de que ainda demora, é apurar com seriedade. Tanto a CGU como a Polícia Federal foram a fundo para chegar ao coração da quadrilha”, concluiu.

O esquema, revelado no mês passado por uma operação conjunta da Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da União (CGU), envolvia o desconto indevido de valores em contracheques de aposentados e pensionistas por sindicatos e associações. A fraude teria movimentado cerca de R$ 6,3 bilhões nos últimos anos.

Desde a revelação do caso, seis servidores públicos foram afastados, e o então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, pediu demissão. Em meio à crise, o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT), também deixou o cargo após reunião com Lula.

Jaboatão dos Guararapes - Empreendedora

Os governos dos Estados Unidos e da China têm um encontro marcado para hoje, em Genebra, na Suíça, para a primeira rodada de negociações sobre a guerra de tarifas recíprocas entre os dois países, iniciada pelo presidente norte-americano Donald Trump.

Scott Bessent, secretário do Tesouro dos EUA, e o negociador-chefe de comércio dos EUA, Jamieson Greer, se encontrarão com o czar econômico da China, He Lifeng, na Suíça, para conversas que podem ser o primeiro passo para resolver suas disputas comerciais. As informações são do g1.

Atualmente, os EUA cobram uma tarifa de 145% sobre todas as importações chinesas, medida que se iniciou no chamado “Dia da Libertação” em que Trump distribuiu tarifas a mais de 180 países. A China, por sua vez, aplicou uma taxa de 125% contra os produtos norte-americanos.

Em sua primeira declaração sobre o encontro, Trump afirmou na última quinta-feira (8) que acredita em uma reunião “amigável” e em negociações “substanciais”. Já ontem, disse que tarifas de 80% sobre as importações de produtos chineses “parecem corretas”.

Em sua conta na plataforma Truth Social, Trump mencionou que a decisão sobre reduzir o percentual cobrado em taxas pelos EUA sobre os produtos chineses “é do Scott B”, referindo-se a Bessent.

O presidente norte-americano também escreveu que a China “deveria abrir seus mercados para os EUA”. “Seria ótimo para eles!!! Mercados fechados não funcionam mais!!!”.

Essa foi a primeira vez que Trump mencionou um número específico ao falar sobre uma possível redução nas tarifas sobre a China. Ele já havia sinalizado em outras ocasiões que desejava uma trégua entre os dois países e uma redução nas taxas aplicadas entre eles.

No início do mês, o Ministério do Comércio da China declarou que estava avaliando uma proposta dos EUA para iniciar conversas sobre a guerra comercial, mas que os EUA precisam “demonstrar sinceridade” e estarem dispostos a “corrigir suas práticas equivocadas e cancelar as tarifas unilaterais”.

Dulino Sistema de ensino

Por Marcelo Tognozzi
Colunista do Poder360

No ano 455 da era cristã, Roma foi cercada pelas tropas de Genserico, o germânico rei dos vândalos. Alto, forte e sanguinário, ele lançou a pá de cal sobre o decadente Império Romano. Cercou e saqueou Roma durante 14 dias.

O estrago não foi total, porque o papa Leão I, mais conhecido como São Leão Magno, interferiu e usou todo o seu talento diplomático para negociar com Genserico e lograr que o Exército vândalo não queimasse a cidade e poupasse a vida da maioria dos cidadãos. O famoso roube, mas não mate.

Leão foi papa numa era de turbulência e transformação muito parecida com a que vivemos hoje, com um império emergente, a China, e outro que luta para manter a sua posição, os Estados Unidos. Talvez por estas coincidências o cardeal Robert Francis Provest, um agostiniano, tenha escolhido se chamar Leão em homenagem ao papa diplomático, tornado santo pelo destino.

Antes de Genserico, no ano de 452, Leão negociou com Átila, o Huno, e o convenceu a não invadir Roma. Átila era conhecido como “o flagelo de Deus” e deixara em ruínas cidades ao Norte da Itália, como Milão.

A Germânia, que há mais de 1.000 anos englobava todo o Norte da Europa, foi uma das poucas regiões não conquistadas pelos romanos. Em 429, Genserico liderou um Exército de cerca de 80.000 homens, cruzou o estreito de Gibraltar e invadiu o Norte da África. A região onde hoje é a Argélia era estratégica para os romanos, por ser a maior fornecedora de grãos para Roma, especialmente trigo.

É nesta época que o destino de Leão e Agostinho se cruzam. Genserico e suas tropas tomam Cartago, o maior centro comercial da região, e, em seguida, cercam Hipona, onde vivia o bispo Agostinho, 75 anos. Ele ora todo o tempo durante o cerco num pequeno quarto com salmos escritos nas paredes. Debilitado por uma febre, desnutrido e fraco, Agostinho morreu antes de Hipona cair nas mãos dos vândalos e passar a ser cultuado como santo pelos cristãos.

Nascido e criado na região onde hoje é a Argélia, Agostinho costuma ser retratado com physique du role europeu, quando na realidade ele era um mouro africano típico, tez morena, como a maioria dos árabes habitantes daquela região. “Confissões” é sua obra mais importante, uma autobiografia na qual relata sua transformação. De família rica, Agostinho era boêmio e teve um filho fora do casamento com uma amante com quem conviveu anos a fio. Passou muito tempo na gandaia.

“Confissões” é uma obra densa, espiritual, na qual a transformação do homem adorador da carne e da matéria em adorador de Deus é descrita em forma de oração. Um texto de 1.600 anos, ainda atual. Santo Agostinho fala de um episódio muito interessante sobre o vício de roubar, o roubo pelo roubo, um hábito disseminado feito epidemia nos dias de hoje.

O roubo das peras está no livro 2 das Confissões. Quando era adolescente, Agostinho e um grupo de amigos roubaram peras de um pomar. As peras nem eram muito boas e depois de roubá-las jogaram fora. “Eu as roubei não para comer, mas por prazer no roubo. […] Eu amava o meu pecado, não o que eu ganhava com ele, mas o próprio pecado”, escreveu o santo.

O papa Leão XIV certamente leu e releu este episódio sobre um vício que segue contaminando a humanidade como acabamos de ver aqui no Brasil no caso do roubo aos aposentados do INSS.

Como reconhece Santo Agostinho, as pessoas corrompidas não roubam pela necessidade, mas pelo prazer de fazer algo proibido. Uma inclinação de fazer o mal simplesmente porque é proibido: “Talvez eu não roubasse se estivesse sozinho. Meu prazer não estava nas peras, mas no próprio ato de roubar em companhia dos outros”.

Santo Agostinho foi pioneiro a levantar questões como a ética cristã, envolvendo culpa, consciência, desejo e responsabilidade. Não é por acaso que seus ensinamentos seguiram incólumes durante os últimos 1.600 anos.

Os caminhos de Leão e Agostinho se cruzaram naqueles anos de derrocada do Império Romano, precedendo uma outra era, a Idade Média, na qual o mundo viveu uma estagnação só quebrada muitos séculos depois pelo Renascimento.

Quando o papa Leão XIV fala em construir pontes, provavelmente se refere ao esforço diplomático de seu antecessor Leão I, o Magno, transformado em santo. Ele conseguiu o que parecia impossível: convencer Átila, o rei dos hunos, a não invadir Roma com seu Exército bem treinado e que acabara de arrasar boa parte do que hoje é a Itália. Há uma versão de que Leão foi ajudado por uma peste que contaminou o Exército de Átila, obrigando o huno a partir sem invadir Roma. Mas isso não tira o mérito do papa.

Também foi eficiente em convencer Genserico a não matar e não queimar Roma, como pretendia o rei dos vândalos. Leão nasceu na Toscana e governou a Igreja Católica como 45º papa de 440 a novembro de 461, quando morreu.

Leão XIV também se inspira em Leão XIII, cuja encíclica Rerum Novarum focou nas condições dos trabalhadores da 1ª Era Industrial. Ele teve este olhar social, construiu pontes entre a Igreja Católica e o proletariado, ao mesmo tempo que cuidou da diplomacia, mas, diferentemente do seu sucessor, pertencia à ordem de São Francisco.

Nesta era de incertezas, o novo papa terá pela frente uma missão difícil num cenário de guerras eclodindo, como se deu semana passada na Caxemira, conflitos no Oriente Médio e na Europa, guerra comercial entre Estados Unidos e China, crescimento do Islã na Europa e dos evangélicos na América Latina, além do antissemitismo. Sem falar das fake news e da desinformação como arma política.

Precisará de muita inspiração, num mundo onde a corrupção tem cada vez mais tentáculos, inclusive tecnológicos. Os corruptos de hoje são os vândalos e os bárbaros de ontem, invadindo e saqueando, deixando tudo arrasado por onde passam.

Santo Agostinho tinha a convicção de que a corrupção surge quando o homem ama mais o poder, a riqueza ou o prazer do que a verdade, a justiça ou Deus. O pecado está não só no ato de tomar algo, mas no desejo corrupto que motiva o roubo: vaidade, orgulho e desafio. No Brasil, isto é o cotidiano.

Leão terá de andar de mãos dadas com Agostinho e ser muito firme para enfrentar estes tempos em que a qualquer momento tudo pode acontecer.

Petrolina - O melhor São João do Brasil

Carla Zambelli e a lealdade bolsonarista

Por Larissa Rodrigues
Repórter do blog

Uma das figuras mais questionáveis já produzidas pela política brasileira, a bolsonarista Carla Zambelli, do PL de São Paulo, está prestes a ter sepultada sua carreira na vida pública – e da pior maneira possível: presa, desmoralizada e abandonada pelo líder no qual acreditava e a quem se dedicou.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou, ontem (9), para condenar a deputada federal pela invasão a sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e falsidade ideológica. Moraes é o relator do caso.

O ministro Flávio Dino acompanhou o voto de Moraes, deixando o placar em 2 a 0 para a condenação de Zambelli, até o momento. O julgamento está sendo realizado no plenário virtual da Primeira Turma da Corte, e os ministros podem inserir os votos no sistema eletrônico até a próxima sexta-feira (16). Também votam os ministros Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.

O hacker Walter Delgatti também está sendo julgado pelos mesmos crimes e, como Zambelli, recebeu de Moraes e de Flávio Dino votos favoráveis à sua condenação. Para a deputada, Alexandre de Moraes sugeriu a pena de 10 anos de reclusão, inicialmente em regime fechado, além do pagamento de multa e da perda do mandato parlamentar.

Já para o hacker Walter Delgatti, Moraes propôs a pena de 8 anos e 3 meses de reclusão, inicialmente em regime fechado, além do pagamento de multa. De acordo com a acusação da PGR (Procuradoria-Geral da República), Zambelli comandou a invasão do sistema do CNJ para emitir um mandado de prisão de Moraes, como se ele mesmo estivesse determinando a própria prisão.

No voto, Moraes afirma que a inserção de documentos falsos nos sistemas do CNJ, inclusive um mandado de prisão contra um ministro do STF, é uma “afronta direta à dignidade da Justiça” e compromete “gravemente” a confiança da sociedade na Justiça. Ele declarou também que Carla Zambelli e Walter Delgatti atuaram de forma “completamente absurda” e “vil”.

CADÊ O CAPITÃO? Quem não se lembra da imagem de Carla Zambelli vestida de verde e amarelo, com uma arma na mão, correndo atrás de um homem pelas ruas de um bairro nobre de São Paulo, um dia antes do segundo turno da eleição presidencial de 2022, que elegeu Lula (PT)? Por causa dessa cena, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) atribuiu a derrota naquela eleição a Carla Zambelli e jamais ofereceu ajuda à deputada. Jogou a parlamentar, uma das mais fiéis, aos leões e procura desassociar sua imagem da deputada, depois de Zambelli ter levantado as bandeiras bolsonaristas de forma aguerrida. O caso Zambelli é o puro suco da lealdade bolsonarista.

Preço alto pela escolha política – Carla Zambelli, inclusive, já disse à imprensa que se entristeceu com a declaração dada por Bolsonaro, de que ela teria sido responsável por sua derrota nas eleições de 2022. “Essa declaração do Bolsonaro me deixou bastante entristecida, é um peso muito grande para uma pessoa carregar”, disse. O fato é que Zambelli pagou o preço pela escolha política que fez e não pode reclamar, porque Bolsonaro nunca escondeu de ninguém suas características morais. Quem a ele se uniu, o fez sabendo. O que Zambelli esperava? Que um homem com o histórico público de absurdos de Bolsonaro, principalmente com relação às declarações machistas, fosse defendê-la publicamente?

Noronha pede espaço – O Conselho Distrital de Fernando de Noronha solicitou à Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) a realização de uma audiência pública para discutir temas centrais para o arquipélago, como a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 21/2024, que prevê eleições diretas para o cargo de Administrador Geral do Distrito Estadual. O pedido foi aprovado por unanimidade pelos conselheiros durante reunião ordinária realizada em 6 de maio e encaminhado ao presidente da Alepe, deputado Álvaro Porto (PSDB).

Devolução do INSS O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) soltou um comunicado, ontem (9), no qual anuncia a devolução de R$ 292.699.250,33 para aposentados e pensionistas entre os dias 26 de maio e 6 de junho. Segundo o instituto, esse valor é referente às mensalidades de abril que, mesmo após o bloqueio, foram descontadas por sindicatos e associações, porque a folha do mês já havia sido rodada. “O dinheiro foi bloqueado pelo INSS e será devolvido aos beneficiários na folha de maio”, afirmou o INSS.

Silvinho confia O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (RP), disse que confia na reeleição do presidente Lula (PT). Durante entrevista ao portal Brasil 247, cravou: “Eu tenho muita confiança que o presidente Lula (PT), em 2026, será reeleito presidente da República. Quem estiver apostando que o governo vai chegar fragilizado em 2026, vai errar”. Ao ser questionado sobre qual lado tomaria em uma eventual disputa entre Lula e Tarcísio de Freitas (RP), do seu partido, Costa Filho destacou que o cenário político ainda está em aberto – e que não seria surpresa se o governador de São Paulo mudasse de ideia. “Tem muito tempo ainda, então acredito que a gente só vai ter uma leitura mais clara do processo no final deste ano agora”, ponderou.

CURTAS

Zazá comemora sucesso de vinícola – O deputado estadual Izaías Régis (PSDB) apresentou na Alepe um Voto de Aplauso à Vinícola Vale das Colinas, sediada em Garanhuns (Agreste), pelo reconhecimento conquistado na 10ª edição da Grande Prova Vinhos do Brasil, uma das mais importantes premiações do setor vitivinícola do país. Para ele, a premiação simboliza o talento, a dedicação e o compromisso da Vinícola Vale das Colinas com a qualidade. “Como garanhuense, sinto-me orgulhoso em ver uma empresa da nossa terra ser reconhecida nacionalmente”, destacou.

Dando exemplo A Câmara de Vereadores de Itaíba (Agreste) aprovou o projeto de lei enviado pelo prefeito Pedro Pilota (Republicanos) que concede reajuste de 24,84% no piso salarial dos professores efetivos da rede municipal, com efeitos retroativos a 2023. A medida também torna permanente uma gratificação de 10% pelo exercício do magistério no salário-base. Já os professores aposentados terão um aumento de 14,84%. O menor salário da categoria passa a ser de R$ 3.650,83 para jornada de 150h/aula, podendo chegar a R$ 8.265,03 para docentes com doutorado e carga horária de 200h/aula.

Carlos Veras candidato Foi registrada, ontem, a candidatura do deputado federal Carlos Veras (PT) à presidência da sigla em Pernambuco. A inscrição foi formalizada às 17h, na sede do partido, no Recife, com a presença de dirigentes e lideranças partidárias. O nome de Veras reúne apoio das correntes Construindo um Novo Brasil (CNB), Esquerda Popular Socialista (EPS) e Socialismo em Construção, além de militantes independentes, movimentos sindicais e sociais.

Perguntar não ofende: O PT de Pernambuco vai conseguir construir uma unidade para o Processo de Eleição Direta no Estado?

Ipojuca - No Grau 2025

Por Betânia Santana e Maysa Sena
Do Blog da Folha

Após reunir-se com o presidente nacional do União Brasil, Antônio Rueda, e com o deputado federal Fernando Filho, o prefeito do Recife, João Campos (PSB), deixou aberta a possibilidade de conversar com o Progressistas (PP). “O União tá construindo isso, e no momento certo haverá essa conversa (com o PP)”, afirmou.

João destacou que os movimentos devem ocorrer com cautela e respeito à liturgia política. “O movimento a ser feito é primeiro de muito respeito. A gente não vai queimar etapas, não vai atropelar ninguém. Tem que fazer seguindo uma liturgia. Essa condução vai ser feita pelo União Brasil”, explicou.

Campos também demonstrou confiança no aliado. “A nossa aliança hoje é com o União Brasil. Há um novo movimento firmado e a gente confia que o União Brasil vai liderar essa construção. E, claro, no momento certo, quando a federação for feita, eu tenho certeza que esses diálogos acontecerão.”

Alckmin
Ainda na capital federal, João Campos teve uma reunião com o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB).

“Eu tive uma visita ao presidente para tratar de questões institucionais do Recife e também para dar uma passada no cenário político, que eu sempre gosto de estar atualizando com ele. Foi uma visita mais política e de cortesia”, relatou.

Campos destacou o papel de Alckmin no futuro do PSB, ressaltando sua missão na conjuntura do partido. “Eu vou estar na liderança, e ele vai estar muito perto. A gente tem sempre compartilhado a leitura dos estados, dos deputados, novas filiações, atualizando o cenário. Ele é uma pessoa muito ponderada nas ações. É algo natural, está posto. Ele desempenha bem essa posição. É aquele momento em que ele nem precisa pedir, porque os outros também pedem por ele”, afirmou.

Câmara
João também comentou o projeto que aumenta o número de deputados federais, tema que dividiu opiniões no Congresso. “Eu acho que é um tema que nunca é fácil de ser pautado. Nasceu de uma conjuntura, de um embate com base na mudança do censo da população, e isso surpreendeu muita gente”, observou.

O prefeito ponderou que a decisão final dependerá da tramitação no Senado. “A gente tem um sistema bicameral, então o Senado vai ter que aprovar uma expansão da outra Casa também. Não sei como foi o detalhe da construção disso para chegar a esse nível. Talvez, se tivesse havido um diálogo mais próximo desde o início dessa recontagem, o desenho seria outro. Mas, diante do que está posto, o que o Congresso aprovar por maioria vai ter o nosso respeito, afirmou Campos.

Questionado se já viu um governo travado, foi direto: — Veja, não. Não sei se é uma prática. Realmente nunca vi. Não sei se é comum em outros locais. Mas também não cabe a mim dizer se é certo ou errado.

Caruaru - São João na Roça

Por Robério Silveira de Siqueira Filho

Meu nome é Robério, sou médico veterinário da UFRPE e faço parte do Plano de Cargos e Salários dos Técnicos Administrativos em Educação.

Faço parte de um movimento que reúne médicos e médicos veterinários das universidades e institutos federais que buscam corrigir a injustiça contida no Projeto de Lei nº 1466/2025.

Somos todos da carreira do PCCTAE – Plano de Cargos e Carreiras dos Técnicos Administrativos em Educação. Sofremos uma grande injustiça por parte do governo federal, ao nos conceder reajuste salarial inferior ao acordado para todos os cargos do PCCTAE. De acordo com o Acordo de Greve nº 11/2024, o reajuste seria de 9% em janeiro de 2025, 5% em abril de 2026, além da correção dos valores dos steps da carreira para 4% em janeiro de 2025 e 4,1% em abril de 2026.

De acordo com o PL 1466/2025, os médicos e médicos veterinários receberão apenas 4,5% de reajuste em janeiro de 2025 e 4,5% em janeiro de 2026, sem majoração dos steps. Ou seja, menos da metade do reajuste acordado, apesar de fazermos parte da mesma carreira, previstos na mesma lei e com a mesma nomenclatura.

Estivemos em Brasília no início de fevereiro para expor nossa situação aos parlamentares. O resultado foi a proposta de diversas emendas à MPV 1286/2024, que visam corrigir a injustiça. Agora, o governo colocou o PL 1466/2025 com o mesmo teor da MPV 1286.

Gostaríamos de pedir o apoio de Vossa Senhoria e de seu partido nas próximas etapas do trâmite do PL 1466/2025 para aprovação de emendas que corrijam o nosso reajuste e a injustiça cometida pelo MGI.

Muito obrigado(a) pelo apoio.

Cordialmente,
Robério Silveira de Siqueira Filho – Médico Veterinário PCCTAE

Camaragibe - Cidade trabalho 100 dias

O ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, optou por demitir a chefe da Assessoria de Comunicação da pasta, como também, outros dois jornalistas que atuavam no ministério durante o comando de Carlos Lupi. Os substitutos ainda não foram escolhidos.

Segundo interlocutores, os servidores eram considerados quadro técnico e não estavam envolvidos nas denúncias de fraudes no Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).

Eles, porém, deixaram os cargos em uma tentativa do novo ministro de desvincular sua imagem de Lupi. As informações são da CNN Brasil.

Além disso, Wolney Queiroz estaria insatisfeito com a resposta dada pela comunicação do Ministério da Previdência durante a crise do instituto.

O ministro disse a aliados que faltou agilidade e “falar a língua” das redes sociais durante as primeiras respostas divulgadas.

Cargo de número 2 segue vago
Outra vaga que segue em aberto é a de secretário-executivo do ministério.

O cargo era ocupado por Queiroz quando Carlos Lupi era ministro.

Fontes relataram à CNN que o ministro está estudando alguns nomes mais técnicos para a vaga de número dois da Previdência.

No entanto, a palavra final, desta vez, caberá ao Palácio do Planalto.

Procurado pela reportagem, o Ministério da Previdência informou que as nomeações devem sair em breve.

Cabo de Santo Agostinho - IPTU 2025 prorrogado

Os ministros Sílvio Costa Filho e Alexandre Padilha encerraram a semana de trabalho em Pernambuco com agendas importantes. Em Caruaru, ao lado da governadora Raquel de Lyra, do senador Humberto Costa, e do prefeito Rodrigo Pinheiro, eles inauguraram o Hospital da Mulher do município. A obra, que recebeu investimentos de R$ 84,8 milhões do governo Lula, representa um avanço significativo na saúde pública da região.

“Hoje celebramos uma conquista histórica para as mulheres pernambucanas. O Hospital da Mulher é um reflexo do compromisso do nosso governo com a saúde e o bem-estar da população”, afirmou Sílvio, ressaltando o compromisso do presidente da República com sua terra. “O presidente Lula é o melhor presidente da história de Pernambuco. Seu governo tem feito investimentos em todo o estado, proporcionando ao nosso povo o acesso a políticas públicas que têm feito Pernambuco crescer e se desenvolver”, pontuou.

A governadora Raquel de Lyra destacou a importância do hospital, que atenderá mais de 50 municípios com serviços de alta complexidade em ginecologia e obstetrícia. “Este hospital é um símbolo de cuidado e valorização da vida das mulheres. Com ele, garantimos um atendimento digno e próximo de casa”, enfatizou.

Com capacidade para realizar mais de 700 partos mensais, a unidade é equipada com tecnologia de ponta e contará com um ambulatório que oferecerá serviços em diversas especialidades, como ginecologia, obstetrícia e nutrição. O hospital também disporá de 190 leitos, incluindo UTI adulta e neonatal.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, reforçou a parceria entre os governos federal e estadual para a melhoria da saúde da mulher. “Estamos mudando a realidade da saúde no interior de Pernambuco. O Hospital da Mulher é um passo importante nessa jornada”, comentou.

O prefeito de Caruaru, Rodrigo Pinheiro, celebrou a inauguração, destacando que a espera por esse equipamento foi longa, mas agora é uma realidade que trará mais acesso à saúde para todos. Com a Casa de Maria Gestante, Bebê e Puérpera, o hospital oferecerá acolhimento e assistência às grávidas e mulheres no pós-parto, garantindo um atendimento humanizado e especializado.

SERRA TALHADA

Em Serra Talhada, a prefeita Márcia Conrado, também acompanhada pelos ministros Alexandre Padilha e Silvio Costa Filho, além do senador Humberto Costa e do deputado federal Fernando Monteiro, inaugurou um Centro de Parto Normal. A Casa de Parto, que foi inaugurada nesta sexta-feira (9), é fruto de uma emenda parlamentar no valor de R$ 1.050.000,00, destinada pelo senador Humberto Costa, que também alocou R$ 500 mil para a manutenção do espaço. A unidade terá capacidade para realizar 40 partos mensais, funcionando 24 horas por dia, todos os dias da semana.

Márcia Conrado comemorou a implantação do equipamento, que será integrado aos serviços de atenção básica em saúde do município. “A Casa de Parto é uma conquista para as mulheres de Serra Talhada. Estamos entregando um espaço preparado para acolher com dignidade, cuidado e segurança cada mãe e cada bebê. Ela permitirá aproximadamente 480 nascimentos por ano e integra os serviços de saúde voltados à atenção básica e ao cuidado com a mulher”, afirmou a prefeita.

Toritama - FJT 2025

O Prêmio Engenho Mulher 2025 vai reconhecer, na próxima segunda-feira (12), três mulheres que se destacam pela atuação transformadora no Distrito Federal. A cerimônia será realizada no Museu de Arte de Brasília (MAB), em evento restrito a convidadas. A premiação, que celebra iniciativas voltadas à equidade de gênero e ao fortalecimento do empreendedorismo feminino, destacou neste ano três vencedoras cujos projetos têm origem em Ceilândia.

As homenageadas são a professora Gina Vieira, criadora do projeto educacional “Mulheres Inspiradoras”; a líder comunitária Joice Marques, fundadora e presidente da Casa Akotirene; e a jornalista Rosane Garcia, presidente do projeto AscapBSB. A escolha foi feita por um júri formado por sete jornalistas: Basília Rodrigues (CNN Brasil), Carmen Souza (Correio Braziliense), Claudia Meirelles (Metrópoles), Jane Godoy (influencer digital), Neila Medeiros (TV Record), Paola Lima (Agência Senado) e Raiane Sena (TV Globo).

Idealizado pela jornalista Kátia Cubel, o prêmio busca reconhecer trajetórias que impactam a sociedade, mesmo em contextos de adversidade. “O reconhecimento proporciona autorrealização, aumenta a credibilidade, fortalece conexões e gera novos resultados para os projetos”, afirmou Kátia. Nesta edição, o Sebrae-DF se soma ao evento como parceiro institucional e apresentará um programa de aceleração voltado a mulheres empreendedoras, por meio de sua superintendente, Rose Rainha.

A realização do prêmio conta com o apoio institucional do MAB, da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do GDF e do Sebrae-DF. Já os patrocinadores incluem a Fibra, o escritório Alves Correia e Veríssimo Advocacia, o Chocolat Bufê e Restaurante, Paulo Octavio e o Boulevard Shopping. Toda a estrutura do evento é viabilizada por meio de parcerias, e os jurados atuam de forma voluntária.

Palmares - Pavimentação Zona Rural

O deputado federal Carlos Veras (PT-PE) foi inscrito nesta sexta-feira (9) como candidato à presidência estadual do Partido dos Trabalhadores em Pernambuco, no encerramento do prazo para o registro de chapas no Processo de Eleições Diretas 2025 (PED 2025). A candidatura foi apresentada com apoio de dirigentes e lideranças das correntes internas Construindo um Novo Brasil, Esquerda Popular Socialista (EPS) e Socialismo em Construção, além de militantes independentes e representantes de movimentos sindicais e sociais.

A inscrição da chapa foi realizada na sede estadual do PT, no Recife, às 17h, e contou com a presença de representantes do grupo. De forma remota, Veras afirmou que pretende liderar um partido unido e participativo: “Quero liderar um PT que una todas as forças, onde cada militante, cada dirigente tenha voz, espaço e tarefa. A nossa unidade não é de uma tendência ou outra — é de todo o partido. Vamos fazer uma direção viva, combativa e comprometida com o povo de Pernambuco”, declarou.

Segundo os apoiadores da candidatura, o nome de Carlos Veras simboliza a construção de um PT plural, democrático e presente nas lutas sociais. A proposta da chapa é fortalecer o protagonismo do partido em todo o estado e defender a reeleição do presidente Lula e do senador Humberto Costa. “Vamos construir um partido ativo e altivo, das bases à direção, e fazer o PT pulsar em Pernambuco com a força da nossa história e da nossa militância”, concluiu o deputado.

O STF (Supremo Tribunal Federal) formou maioria na Primeira Turma da corte para condenar a deputada Carla Zambelli (PL-SP) a dez anos de prisão e decretar a perda do mandato da parlamentar por invasão ao sistema do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e falsidade ideológica.

O relator do caso, Alexandre de Moraes, votou nesta sexta-feira (9) pela condenação e já foi acompanhado pelos ministros Flávio Dino e Cristiano Zanin. O julgamento ocorre no plenário virtual da Primeira Turma, com término previsto para a próxima sexta (16), e ainda faltam os votos de Luiz Fux e Cármen Lúcia.

Depois do final do julgamento, ainda caberá recurso no STF, e as penas só deverão ser aplicadas depois do trânsito em julgado do processo. As informações são da Folha de S. Paulo.

Em seu voto, Moraes disse que a perda do mandato deve ser aplicada porque a pena de prisão em regime fechado provocaria a ausência da parlamentar por mais de 120 dias. A Constituição prevê que, nesses casos, a suspensão dos direitos políticos é automática.

Os ministros da Primeira Turma também votaram pela condenação do hacker Walter Delgatti Neto.

A pena sugerida por Moraes para Delgatti é menor, de oito anos e três meses de prisão. Os dois também devem pagar uma multa de R$ 2 milhões a título de danos materiais e morais coletivos e ficam inelegíveis pelo prazo de oito anos.

Em nota, a defesa de Zambelli afirmou que o Supremo desprezou argumentos que levariam à nulidade do processo e cerceou o trabalho dos advogados.

“Absolutamente injusto que a deputada tenha sido julgada e condenada sem provas irrefutáveis e induvidosas, ainda mais por fatos que desconhecia, como por exemplo os alvarás falsos que o mitômano Walter fez para seu primo e terceiras pessoas”, disse o advogado Daniel Bialski.

A deputada afirmou que é vítima de perseguição política e que o voto de Moraes desconsidera os fatos. “Não há qualquer prova que sustente essa condenação. O que existe é uma tentativa clara de silenciar uma mulher de direita, deputada eleita pelo povo, que não se curva diante de abusos de poder.”

Segundo Moraes, Zambelli “demonstrou pleno conhecimento da ilicitude de suas condutas, agindo de modo premeditado, organizado e consciente, na busca de atingir instituições basilares do Estado democrático de Direito”.

“Como deputada federal, portanto representante do povo brasileiro e jurada a defender a Constituição, utilizou-se de seu mandato e prerrogativas para, deliberadamente, atentar contra a credibilidade do Poder Judiciário”, diz o ministro.

Ao fixar as penas em patamares mais elevados contra Zambelli, Moraes avaliou a conduta social da deputada, a personalidade e os motivos para a prática delituosa.

Ele diz que a conduta social de Zambelli demanda um “incremento na reprimenda penal, pois totalmente desajustada ao meio em que vive a acusada”. A pena também deve ser maior, segundo o ministro, porque a deputada demonstra “desprezo e desrespeito ao ordenamento jurídico, às instituições e, consequentemente, à democracia”.

“Os motivos para a prática delituosa, igualmente, pesam em desfavor da acusada, revelando-se particularmente reprováveis, na medida em que impulsionada por interesses político-partidários, buscando desacreditar as instituições democráticas e, em especial, o Poder Judiciário, para obter vantagens de ordem política”, diz.

Walter Delgatti Neto ficou conhecido por ter invadido contas de autoridades no Telegram, entre elas de integrantes da força-tarefa da Lava Jato e do ex-juiz Sergio Moro, responsável pelos julgamentos em Curitiba.

Ele repassou as mensagens ao site The Intercept Brasil, que revelou o caso posteriormente conhecido como Vaza Jato. Outros veículos publicaram reportagens com o conteúdo dos diálogos, entre os quais a Folha.

As mensagens motivaram o STF a anular processos da Lava Jato sob acusação de conluio entre procuradores da Operação Lava Jato e o ex-titular da 13ª Vara Federal de Curitiba Sergio Moro. Delgatti está preso desde 2023, condenado a 20 anos de prisão pela invasão das contas do Telegram.

A denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) diz que Zambelli planejou e comandou a invasão aos sistemas institucionais do CNJ, com o auxílio de Delgatti. O objetivo seria emitir alvarás de soltura falsos e provocar confusão no Judiciário.

Sob o comando de Zambelli, diz a denúncia, Delgatti “emitiu documentos ideologicamente falsos, com o fim de prejudicar direitos”.

A PGR diz que Delgatti conseguiu invadir o sistema do CNJ por meio de credenciais de outros funcionários do órgão e, em 4 de janeiro de 2023, incluiu três alvarás de soltura falsos.

O hacker ainda inseriu no Banco Nacional de Mandados de Prisão um mandado de detenção preventiva falso contra Alexandre de Moraes por “organização criminosa”. Essa credencial forjada foi elaborada a partir do acesso a outra credencial de um funcionário do CNJ.

“A inclusão do falso mandado de prisão ocorreu a partir de uma credencial forjada, com privilégios de magistrado, criada pelo denunciado”, diz o procurador-geral da República, Paulo Gonet.

Ele afirma que o principal objetivo de Zambelli e Delgatti era “gerar ambiente de desmoralização da Justiça brasileira, para obter vantagem de ordem política, propondo-se, desde o princípio, à invasão a dispositivo informático, que, afinal, determinou, participando ativamente de produção de ordem judicial ideologicamente falsa”.

As invasões ocorreram no contexto da disputa eleitoral entre Jair Bolsonaro (PL) e Lula (PT) no fim de 2022. O ex-presidente é réu no Supremo por ter planejado um golpe de Estado após perder a eleição presidencial para o petista.

“É nítido o objetivo de alimentar posicionamentos infundados sobre o pleito eleitoral e desdourar o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), seus magistrados e o CNJ, com isso agitando e engajando seguidores da denunciada”, acrescenta.

Em depoimento à Polícia Federal, Delgatti confessou que invadiu o sistema do CNJ e incluiu o falso mandado de prisão contra Alexandre de Moraes.

O caso foi investigado pela Polícia Federal em 2023, quando tornou-se público que o hacker Delgatti tinha se aliado ao ex-presidente Bolsonaro e políticos bolsonaristas para planejar ações contra as urnas eletrônicas.

A principal interlocutora de Delgatti no bolsonarismo era Carla Zambelli. Dados de transações financeiras entregues à Polícia Federal pelo hacker mostram que pessoas próximas à deputada repassaram R$ 13,5 mil a ele —o que, para a PGR, sinaliza possível pagamento para os serviços contra o CNJ.

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