Acerto de contas com os golpistas de ontem e de hoje

Por Maurício Rands*

​Em 1889, um marechal adoecido foi arrancado do leito para encenar o primeiro golpe militar. Nossa república nasceu de um golpe. Mais que uma manifestação legítima da sociedade, a Proclamação da República foi uma pantomina encenada por alguns oficiais positivistas que se sentiam acima da sociedade patrimonialista que se formou à sombra do império. Desde então e até hoje os militares (e muitos civis) imaginam que as FFAA estão acima da sociedade.

Imaginam que lhes cumpre um papel de poder moderador que remonta ao autoritarismo de Dom Pedro I. Ditadura de Floriano, Tenentismo dos anos 20, Coluna Prestes, Estado Novo em 37. Em 1954, outro golpe em gestação. Adiado pelo suicídio de Getúlio em agosto de 1954. Em novembro de 1955, uma onda de conspirações políticas e militares culminou em dois golpes de Estado fracassados e dois contragolpes bem-sucedidos.

No Rio, tanques nas ruas e tiros de canhão na praia. No Palácio do Catete, uma dança de cadeiras. Numa única semana, o país teve três presidentes – Café Filho, Carlos Luz e Nereu Ramos. Os militares acharam-se no direito de tentar impedir a posse do presidente eleito Juscelino Kubstchek.

Pouco depois, em 1964, impuseram-nos outra ditadura que, em 20 anos, censurou, cassou mandatos, prendeu, torturou, exilou e interveio nos demais poderes. Sempre com apoio de algumas lideranças civis, as vivandeiras de quartéis da UDN e assemelhados. Que ainda hoje estão por aí, ansiosas por novas intervenções.

O presidente eleito em 2018 passou quatro anos promovendo a “solução”. Tanto que a nova tentativa de golpe, estimulada em vários dos seus atos, acabou culminando nos acampamentos em frente aos quartéis e na invasão dos poderes de 8/1. Sempre reivindicando que os militares praticassem novo golpe para impedir a posse do presidente eleito em outubro.

​O país precisa passar a limpo o papel das Forças Armadas. Lá atrás, em 1910, Rui Barbosa já denunciava o despropósito da ingerência militar. Sua campanha presidencial contra o marechal Hermes da Fonseca batizou-a de “campanha civilista”. Com a eleição e morte de Tancredo, os militares foram decisivos para a solução Sarney ao vetarem a outra possibilidade constitucional – a posse de Ulysses, o presidente da Câmara e da Assembleia Constituinte, o Senhor das Diretas. E, finalmente, em 2018, muitos desses militares golpistas apoiaram a eleição de Bolsonaro. Viram a oportunidade no capitão que havia sido expulso do Exército e declarado um militar indigno pelo general Ernesto Geisel.

Há militares que pensam ser tutores da nação. Mas esse golpismo atávico, felizmente, sempre foi combatido também internamente pelos setores militares legalistas. Aqueles fiéis à Constituição que lhes subordina à autoridade suprema do presidente da república e lhes destina à defesa da pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.

​O intervencionismo golpista das FFAA tem sobrevivido como um fogo de monturo. Diferentemente de vizinhos como Chile e Argentina, os nossos militares não foram responsabilizados pelos crimes que cometeram na ditadura de 1964. Ao contrário, acostumaram-se a editar ordens do dia a cada 1º de abril louvando o golpe que instaurou a ditadura.

​O indiciamento do capitão ex-presidente e de altos oficiais da ativa e da reserva pelo inquérito da polícia federal deve resultar numa ação penal a ser proposta pela procuradoria geral da república. O provável é que o STF acolha a denúncia penal da PGR. E que, depois de garantida a ampla defesa a que todos eles têm direito, que eles sejam condenados a penas de reclusão. Pela primeira vez em nossa história, serão punidos militares golpistas.

Isso deve dissuadir futuras tentações golpistas. Tivessem os militares de 64 sido punidos como seus colegas vizinhos, talvez não tivessem tentado novo golpe com Bolsonaro. Por isso, Lula não deveria ter desestimulado as iniciativas que visavam a relembrar os 60 anos do golpe de 64. Ao contrário, deveria acelerar a reinstalação da Comissão da Verdade para continuar investigando os crimes cometidos pelos ditadores de 1964. Afinal, a verdadeira pacificação de que o país necessita passa pelo acerto de contas com os erros do passado.

*Advogado, professor de Direito Constitucional da Unicap, PhD pela Universidade Oxford

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A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) extinguiu, hoje, por 3 votos a 2, a pena imposta ao ex-ministro José Dirceu por corrupção passiva e lavagem de dinheiro na Operação Lava Jato. Ele foi sentenciado a 8 anos e 10 meses de prisão pela Justiça Federal no Paraná. A condenação foi assinada pelo então juiz Sergio Moro e confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF4).

Com a decisão do STF, o ex-ministro fica mais perto de recuperar os direitos políticos. As condenações criminais o impedem de disputar as eleições, por causa da Lei da Ficha Limpa. Uma eventual candidatura dependerá de análise da Justiça Eleitoral. Hoje com 78 anos, que completou em março, ele já declarou que pretende disputar uma vaga na Câmara dos Deputados em 2026. As informações são do portal Estadão.

“Tive o meu mandato cassado por razões políticas e sem provas. Sofri processos kafkianos para me tirar da vida política e institucional do País. Seria justo voltar à Câmara dos Deputados, e a decisão do STF nos leva a essa direção”, disse José Dirceu em nota à imprensa.

Segundo o criminalista Roberto Podval, que representa o ex-ministro, a única ação pendente contra Dirceu envolve acusações de propinas da Engevix. Ele foi condenado a 23 anos e 3 meses de prisão por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Um recurso está na fila para julgamento no Superior Tribunal de Justiça (STJ). A defesa alega que, por analogia à decisão de hoje na Segunda Turma do STF, esta segunda ação também deve ter a prescrição reconhecida.

O processo julgado nesta terça pelo Supremo envolve uma condenação por supostas propinas da Apolo Tubulars, entre os anos de 2009 e 2012, para ajudar a empresa a fechar contratos com a Petrobrás. O ex-ministro teria usado sua influência para manter Renato Duque na Diretoria de Serviços da estatal e, com isso, direcionar licitações à empresa de tubulação.

Os ministros do STF reconheceram a prescrição do processo. Como Dirceu tem mais de 70 anos, o prazo de prescrição é contado pela metade. No caso do crime de corrupção passiva, cai de 12 para seis anos. A Primeira Turma considerou como marco de prescrição o ano de 2009. A maioria entendeu que o crime foi consumado no momento do suposto pedido de propina. Como o ex-ministro só foi condenado em 2017, a sentença foi considerada irregular.

Votaram para derrubar a pena os ministros Kassio Nunes Marques, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski (aposentado). Ficaram vencidos os ministros Edson Fachin e Cármen Lúcia.

José Dirceu se licenciou do mandato na Câmara dos Deputados para assumir o Ministério da Casa Civil no primeiro governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2003. Ele foi demitido, preso e depois cassado na ressaca do escândalo do Mensalão. Quadro histórico do PT, voltou a enfrentar acusações criminais na Operação Lava Jato. Agora, tenta se livrar das pendências na Justiça de olho na reabilitação política.

Uma ação movida pela defesa do ex-ministro pede a anulação de todas as suas condenações na Lava Jato, alegando que Sérgio Moro foi parcial. O processo foi distribuído ao gabinete de Gilmar Mendes e aguarda decisão.

Paulista - Prêmio Sebrae

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) retomou, hoje, o julgamento dos recursos contra decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) que absolveu o senador Sergio Moro (União Brasil-PR). O TSE avalia pedidos apresentados pelo PL e pela Federação Brasil da Esperança (que reúne PT, PCdoB e PV) para rever a decisão do TRE-PR, que rejeitou as acusações de abuso de poder econômico, caixa dois e uso indevido dos meios de comunicação. Na prática, o tribunal regional manteve o mandato de Moro como senador.

O caso começou a ser julgado na última quinta-feira (16). Na ocasião, o relator, ministro Floriano de Azevedo Marques, apresentou um resumo do andamento do caso. Na sessão desta terça, advogados dos envolvidos do processo e o Ministério Público Eleitoral devem apresentar seus argumentos. Em seguida, os ministros devem apresentar seus votos. As informações são do portal G1.

A disputa jurídica começou no Paraná, com a apresentação de duas ações de investigação eleitoral contra Moro e seus suplentes – Luis Felipe Cunha e Ricardo Augusto Guerra. Este tipo de processo pode levar políticos à inelegibilidade por oito anos, ou seja, a proibição de concorrer a cargos eletivos neste período.

Nas ações, o PL e a Federação Brasil da Esperança acusaram o grupo de irregularidades nos gastos realizados na pré-campanha e nos repasses de recursos do Fundo Partidário e do Fundo Eleitoral.

Para as siglas, houve abuso de poder econômico, uso indevido dos meios de comunicação, compra de apoio político e arrecadação ilícita de recursos na pré-campanha. O grupo pediu a cassação dos mandatos, a aplicação da inelegibilidade e nova eleição para cargo de senador no estado. Por 5 votos a 2, o TRE do Paraná rejeitou os pedidos. Os magistrados consideraram que não há provas das irregularidades apontadas.

Ao recorrer ao TSE, o PL e a Federação Brasil da Esperança reforçaram acusações de irregularidades e os pedidos para a condenação de Moro e de seus suplentes. Já a defesa do parlamentar negou atos ilícitos e pediu a manutenção da decisão do tribunal no Paraná.

Em parecer, o Ministério Público Eleitoral defendeu na Corte Eleitoral a rejeição dos recursos. O MP Eleitoral pontuou que não há “prova clara e convincente” das alegações de desvio de finalidade apresentadas pelos partidos que recorreram. Por 5 a 2, TRE do Paraná vota contra a cassação do mandato do senador Sergio Moro, do União Brasil

Nesta terça, as partes do processo podem apresentar seus argumentos. Em seguida, o relator e os demais ministros apresentam seus votos. A decisão é por maioria, ou seja, com o voto de pelo menos quatro ministros em um sentido. Pode haver pedido de vista, caso algum ministro entenda ser necessário mais tempo para analisar o caso.

Havendo uma decisão, é possível a apresentação de recursos no próprio TSE – os chamados embargos de declaração, para esclarecer pontos da decisão. Se houver questão constitucional, o tema pode chegar ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Petrolina - Viva a nossa arte

Por José Nivaldo Junior*

Esta notícia, já dada no Blog do Magno, é um pênalti. E pênalti, como dizia o filósofo do futebol Neném Prancha, devia sempre ser batido pelo presidente do clube. Sem paradinha, sem saltinho, sem cavadinha, lá vou eu. Direto, rasteiro e no canto.

O ‘furo’ na gíria jornalística significa uma notícia que ninguém deu antes. É o objeto de desejo de todo periodista que se preza. A proeza máxima do jornalismo. Um furo local, já é muito. Um nacional, uma perplexidade. Um mundial, bem, é muito mais importante que um prêmio Nobel.

Eu não conheço nenhum furo mundial da imprensa brasileira fora dos limites latino-americanos. Esse, domingo passado, do Blog do Magno é o top dos tops.

Criaturas, atentai: domingo cedo me liga nossa editora nacional Hylda Cavalcanti. Avisando do desaparecimento do Aiatolá ‘Sei lá quem’, presidente do Irã. Já não era furo mundial, corremos para dar o nacional. Perdemos. Empate técnico. Margem de erro. Mas alguém postou ínfimos minutos antes de nós. Aí, mais tarde o Blog do Magno cravou, antes mesmo da imprensa do Irã, vejam só. O presidente morreu, o trágico evento será noticiado oficialmente “in fews hours”. Furo mundial tem que ser em inglês.

Magno construiu ao longo de uma carreira vitoriosa, uma rede de fontes confiáveis, “Around the World”. Informação confiável. Recebeu de fontes confiáveis. Conferiu. E repassou confiante aos leitores, sabendo que fazia História. Assim mesmo, com H maiúsculo.

Diz Magno no seu consagrado espaço digital:

“Os 18 anos do blog, que serão comemorados com uma grande festa na próxima quinta-feira, ao som da Super Oara, ganharam um sabor especial: um furo internacional. Fui o único em todo o mundo a noticiar a morte do presidente do Irã, Ebrahim Raisi. Alguns acharam que era chute ou mera invenção. Mas a verdade é que recebi informação de primeira mão de uma fonte internacional extremamente confiável. Além de fontes no exterior, tenho familiares no mundo diplomático internacional, além de filhos no exterior, o que resulta em fontes em muitas partes do planeta”.

“O fato é que um iraniano ligado ao grupo do novo presidente do Irã, Mohammad Mokhber, teve a informação exclusiva sobre a não existência de sobreviventes no acidente de helicóptero que matou Raisi. O Irã passou por uma guerra de 8 anos contra o Iraque, além de inúmeros outros conflitos e as autoridades são mais bem informadas do que se imagina. Ou seja, o governo iraniano sabia que todos haviam morrido, mas só podiam anunciar oficialmente depois de serem encontrados os destroços do avião e o que sobrou dos corpos. Mas como o local da tragédia era muito recôndito e as condições meteorológicas extremamente desfavoráveis, então a demora foi de mais de 18 horas para o anúncio oficial”, prossegue o furador mundial.

O Blog do Magno teve informação direta e séria para noticiar a tragédia. “Fui o único blogueiro em todo o mundo a noticiar essa fatalidade, exatamente às 14h15, quando nem a imprensa iraniana sabia. Foi nesse contexto que recebi essas mensagens horas antes do anúncio oficial da morte do falecido presidente do Irã. Na verdade, essas informações vieram do gabinete do primeiro vice-presidente do Irã, que agora se tornou o novo presidente no prazo de até 50 dias, quando deverão ocorrer novas eleições”, prossegue.

“Brother my friends tell me unfortunately the president is deceased. Will be announced in few hours”. De acordo com o Google Translate: “Irmão, meus amigos me dizem que infelizmente o presidente faleceu. Será anunciado em poucas horas”.

*Publicitário e escritor

Ipojuca - Minha rua top

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, hoje, por 5 votos a 0, tornar réus a deputada Carla Zambelli (PL-SP) e o hacker Walter Delgatti pela invasão de sistemas do Poder Judiciário – entre eles, o do Conselho Nacional de Justiça. A denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República contra Carla e Delgatti foi recebida por unanimidade. Agora, eles vão responder pelos supostos crimes – não há data para o julgamento.

Uma denúncia é uma acusação formal de crimes feita pelo Ministério Público na Justiça. Ou seja, é um pedido de abertura de processo penal que, se iniciado, poderá levar à condenação ou absolvição dos envolvidos. Nesta etapa, os cinco ministros do colegiado vão decidir se a acusação tem elementos mínimos para prosseguir e se transformar em uma ação penal. Se isto ocorrer, Zambelli e Delgatti se tornam réus e passam a responder ao processo no Supremo. Desta decisão, cabe recurso no próprio tribunal.

Em nota, a defesa de Carla Zambelli afirmou que “nada obstante o recebimento da denúncia, novamente irá requerer acesso a todas as mídias para que possa tomar amplo conhecimento desse material e submeter à perícia privada necessária para apresentação da sua defesa escrita”. “Reafirmando que tem a absoluta confiança de que a deputada não cometeu qualquer ilícito penal e tem certeza de que isso vai ficar comprovado durante o trâmite do processo”, afirmam os advogados Daniel Bialski, Bruno Borragine, André Bialski e Daniela Woisky.

Caruaru - Geracao de emprego

Deputados do PSB cobraram da governadora Raquel Lyra (PSDB), hoje, a reestruturação imediata da atual equipe da Secretaria Estadual de Saúde, incluindo a demissão da secretária Zilda Cavalcanti. O apelo ocorre em meio a uma grave crise no setor motivada pela falta de planejamento da gestão estadual, por uma redução significativa nos investimentos e pela situação crítica nas unidades pediátricas.

Os deputados afirmam que a continuidade da secretária Zilda Cavalcanti e equipe nos cargos é insustentável e coloca em risco a vida da população. “O que se tem visto é uma completa falta de capacidade para gerir a saúde pública do nosso estado. A população pernambucana está pagando o preço pela má gestão e pela negligência. Exigimos que a governadora tome uma atitude imediata, antes que mais tragédias aconteçam”, declararam os deputados Diogo Moraes, Rodrigo Farias, Sileno Guedes e Waldemar Borges, em comunicado conjunto.

Na última quinta-feira (16), uma reportagem da TV Globo, com dados do Portal da Transparência, revelou que, em 2023, no primeiro ano da gestão de Raquel Lyra, o governo estadual reduziu em R$ 1,2 bilhão os investimentos em assistência hospitalar e ambulatorial, uma queda de 15% em relação ao ano anterior. Esse corte de verbas para a saúde pública, o primeiro em 16 anos, afetou diretamente os principais hospitais da rede, incluindo o da Restauração, Getúlio Vargas e o Barão de Lucena, agravando ainda mais a situação de superlotação e falta de insumos básicos.

No mesmo dia, o Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) divulgou uma nota de repúdio, criticando a falta de preparo do governo estadual para lidar com a sazonalidade das doenças respiratórias. “A rede estadual de saúde precisa se precaver com mais leitos de UTI pediátricos, uma melhor distribuição de medicamentos e recursos médicos suficientes para evitar futuras tragédias”, afirmou a entidade.

O Simepe também enfatizou a importância de a população e os profissionais se unirem no apelo por mudanças significativas e rápidas na saúde de Pernambuco. “Este ciclo de despreparo e resposta tardia por parte da Secretaria de Saúde Estadual não apenas aumenta o sofrimento de nossas comunidades, mas também demonstra uma falha sistêmica que necessita de correção imediata. O Simepe converge forças neste apelo por mudanças significativas, práticas e rápidas. As crianças e suas famílias têm direito de usufruir de um sistema de saúde que se antecipe aos desafios e proteja suas vidas com eficácia”, disse.

Antes disso, o Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) entrou com uma ação judicial contra o governo estadual para assegurar medidas mínimas de funcionamento do Hospital Barão de Lucena, a maior emergência pediátrica do Estado. Segundo o Cremepe, a unidade está operando sem os insumos básicos necessários para atender à demanda crescente de crianças, especialmente em um período de alta incidência de doenças respiratórias. Desde o dia 18 de janeiro, a unidade enfrenta uma interdição imposta pelo Cremepe devido à falta crônica de insumos e de condições mínimas de trabalho para os profissionais médicos. Mesmo após quatro meses, o governo estadual tem falhado, sucessivamente, em oferecer respostas concretas e soluções eficazes para reverter a interdição.

Camaragibe Agora é Led

Por Mirella Almeida*

Olinda é uma cidade que encanta os olhos de todos e que possui grande potencial para várias áreas. Uma delas é o desenvolvimento econômico, que possibilita o impulsionamento para a geração de empregos e o empreendedorismo. Sobre esse assunto, a Marim dos Caetés tem representativos números para apresentar e destacar que, a cada dia, a fama de “Cidade-Dormitório” é coisa do passado.

Mais de 10 mil novos empregos foram criados entre os anos de 2021 e 2023, conforme aponta o levantamento do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Cerca de 16 mil pequenos, médios e grandes empreendimentos se instalaram no município desde o ano de 2017, segundo o Ministério da Fazenda.

No entanto, um passado não muito distante apontava dificuldade para a Marim dos Caetés garantir maior empregabilidade para a população. A baixa probabilidade do município sediar indústrias era um dos motivos para esse contexto. Mas ela não poderia ser vista apenas como empecilho. Havia a necessidade de ser adotada uma nova perspectiva para a garantia da geração de novas oportunidades.

O baixo investimento em infraestrutura também era uma das causas da escassez de oportunidades no município. Empresas estavam fechando as portas por terem se instalado em áreas que ficaram impraticáveis para o comércio, devido às más condições de acesso. Um exemplo disso foi a Av. Presidente Kennedy, antigamente conhecida como a “avenida da morte”.

Com a gestão do Professor Lupércio, infraestrutura se tornou uma das grandes prioridades. A tão esperada obra da Nova Kennedy saiu e mudou o cenário da avenida, garantindo melhores condições de acesso e mais qualidade de vida para a população. Essa nova perspectiva também foi positiva para a economia.

O investimento em infraestrutura trouxe bons resultados. Antes mesmo das obras da Nova Kennedy terem sido finalizadas, a avenida já registrava a abertura de aproximadamente 100 novos empreendimentos. Fazem parte da lista, inclusive, unidades dos Grupos Mateus e Assaí, grandes supermercados atacadistas.  

Essa experiência de sucesso com a Kennedy agora está sendo aplicada em um outro grande polo econômico: as Avenidas Getúlio Vargas, José Augusto Moreira e a Rua Cândido Pessoa. As obras do Programa Novo Caminho vêm garantindo a reestruturação na infraestrutura para trazer maior dinamismo não apenas para a mobilidade, mas também na movimentação diária no comércio, melhorando a economia e a qualidade de vida. É com determinação e planejamento que Olinda segue rumo ao futuro.

*Secretária de Desenvolvimento Econômico, Inovação, Tecnologia e Turismo de Olinda

Belo Jardim - Vivenciando Histórias

Almocei, há pouco, com minha equipe no Armênio, do Shopping Plaza, para definir a estrutura da cobertura da festa dos 18 anos deste blog, marcada para a próxima quinta-feira, a partir das 20 horas, no Mirante do Paço. A equipe escalada será coordenada pela editora Ítala Alves e contará com a participação de Jameson Ramos, Edward Pena e Waleska Cambrainha.

Serra Talhada - Saúde

Do G1/PE

Manifestantes ocuparam a entrada da prefeitura do Recife e bloquearam a Avenida Cais do Apolo, na manhã de hoje, cobrando a doação de um terreno para a construção de um conjunto habitacional. O grupo é formado por famílias que vivem na Ocupação Ranúsia Alves, no bairro do Engenho do Meio, na Zona Oeste da capital pernambucana.

Segundo a Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU), o protesto interditou os dois sentidos da Avenida Cais do Apolo, em frente à sede da prefeitura. A via foi liberada por volta das 11h.

O protesto é coordenado pelo Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB). Segundo a organização, a Ocupação Ranúsia Alves abriga mais de 500 famílias em um terreno que pertence à Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Elas esperam a doação de outro local prometido pela prefeitura do Recife para construir um conjunto habitacional.

“A gente, nesse ano, pelo programa Minha Casa Minha Vida Entidades, aprovou a construção desse habitacional com 128 unidades. Só que agora a prefeitura está se recusando a doar o terreno, a não ser que a gente deixe 45 vagas para pessoas indicadas pela prefeitura”, afirmou o coordenador nacional do MLB, Matheus Araújo.

“A gente não concorda porque a demanda da ocupação já é maior que 128. O programa Minha Casa Minha Vida Entidades faz com que quem construa decida quem vai morar. O movimento quer sua autonomia e quer que esse terreno seja doado para a gente construir a habitação”, disse o militante.

Ainda de acordo com ele, as negociações com a Secretaria de Habitação do Recife não resolveram o impasse.

Em nota, a prefeitura disse que:

·      Vai receber uma comissão do MLB nesta terça-feira (21), para avaliar as demandas da Ocupação Ranúsia Alves;

·      O MLB foi beneficiado, através do Minha Casa Minha Vida Entidades, com a doação de um terreno na comunidade do Bariloche, no bairro da Guabiraba, na Zona Norte do Recife, para a construção do habitacional;

·      Disponibilizou equipes para acompanhar o cadastramento social que seria feito pela UFPE;

·      Reitera o compromisso de manter o diálogo com todas entidades e movimentos sociais da cidade.

Procurada pelo G1, a UFPE afirmou que:

·      “Atuou, desde o início, buscando diálogo e atendendo todas as solicitações que foram formalizadas pelos movimentos à frente das ocupações”;

·      “Também buscou apresentar e explicar os usos ativos feitos em ambos os terrenos”;

·      “Entretanto, não houve um comprimento das contrapartidas que haviam sido acordadas, tendo a Justiça Federal definido pela reintegração de posse dos terrenos”;

·      “Aguarda uma manifestação das instituições do governo que devem atuar no caso sobre um encaminhamento;

·      “Também tentou, por diversas vezes, fazer o cadastramento das famílias que ocupam a área onde funciona o Núcleo de Apoio a Eventos, que precisou ser temporariamente desativado”;

·      “Mesmo após intermediação de um oficial de Justiça, o acesso ao local foi impedido por representantes do MLB, o que foi registrado junto ao processo”.

Vitória Reconstrução da Praça

Na noite de ontem, o presidente estadual do partido Progressistas e deputado federal, Eduardo da Fonte, e o seu vice, deputado federal Lula da Fonte, receberam, na sede do partido, o prefeito de Lagoa do Ouro, Edson Quebra Santo, e o secretário de governo Júnior Félix. Na reunião, discutiram a importância econômica da região, a maior produtora de milho de Pernambuco, os investimentos na saúde, educação e a necessidade do recapeamento asfáltico da PE-203, que liga o município à cidade de Garanhuns, sendo fundamental para a mobilidade da população e o escoamento da produção.

“É com muita alegria que recebemos o nosso prefeito Edson Quebra Santo. Lagoa do Ouro é uma cidade importantíssima e a que mais produz milho no estado de Pernambuco. Vamos lutar muito por essa estrada de 14 km que irá assegurar o direito de ir e vir do povo de Lagoa do Ouro”, ressaltou Lula da Fonte. “Quero agradecer ao nosso companheiro Lula da Fonte pelo seu empenho. E, se Deus quiser, tenho certeza de que vamos conseguir asfaltar essa estrada. Somos o município com uma produção de mais de 8 mil hectares de milho. E nada melhor e mais importante que dar esse presente ao povo lagoense”, finalizou o prefeito Édson Quebra Santo.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou, hoje, da abertura da 25ª edição da Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios. Os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), também estiveram na cerimônia. As informações são do portal G1.

Conhecido como “Marcha dos Prefeitos”, o evento é organizado pela Confederação Nacional de Municípios (CNM), que tem expectativa de receber mais de 10 mil gestores até quinta-feira (23). A edição de 2024 ocorre em meio à catástrofe ambiental provocada por fortes chuvas e cheias de rios no Rio Grande do Sul, e que já matou 157 pessoas, alagou cidades. O desastre voltou a colocar em debate os sistemas de prevenção de desastres naturais dos municípios.

Vaias e aplausos

Lula não participou da abertura da marcha em 2023, quando foi representado por Alckmin. O petista faria uma viagem à China na ocasião, porém adiou o compromisso por orientação médica ao ser diagnosticado com broncopneumonia bacteriana e viral.

Nesta quinta, o presidente foi recebido com vaias e aplausos, e pareceu incomodado (veja no vídeo acima). Em discurso, o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, criticou as vaias a Lula.

“Eu já desde logo chamo muito atenção do plenário, que nesse plenário nos temos que primar pelo respeito as nossas autoridades. Não estamos aqui para disputa de direita, de centro, de esquerda, aqui estão os municípios do Brasil representado pelos prefeitos e prefeitas”, afirmou.

“Peço encarecidamente ao plenário que aqui não haja vaia, aqui haja nada, nós estamos recebendo convidados e como tal eu tenho feito em todas as marchas quem acompanha sabe disso”, continuou.

Desoneração

Um dos principais temas tratados na véspera da marcha foi a contribuição previdenciária dos pequenos municípios. Na semana passada, o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), anunciaram um acordo para manter, até o fim deste ano, a alíquota reduzida da contribuição previdenciária, de 8%, paga pelos pequenos municípios.

Haverá aumento gradual do imposto a partir de 2025. O Congresso votará um projeto de lei para que implementar o acordo. Antes, a legislação determinava para as prefeituras a cobrança de 20% sobre os salários dos funcionários. No ano passado, o Congresso aprovou a redução para 8%, o que virou lei. Isso vale para cidades com até 156 mil habitantes.

No discurso nesta quinta, Ziulkoski defendeu a alíquota previdenciária reduzida no salário dos funcionários das prefeituras e citou outros setores, como clubes de futebol e igrejas, com tributação inferior. “Por que nós, que prestamos serviço à sociedade, temos que pagar 22%?”, disse.

Os municípios já começaram a pagar neste ano um valor menor do imposto. Mas, uma decisão de abril do ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu a validade da lei. Após o acordo da última semana, Zanin atendeu pedido do governo e do Congresso e manteve a desoneração da folha de pagamentos dos municípios e de 17 setores intensivos de mão de obra. O presidente do Senado divulgou estimativa da equipe econômica de que a União deixará de arrecadar R$ 7,2 bilhões em 2024 com a medida.

O atual defensor público-geral do Estado, Henrique Seixas, foi reeleito pelos membros da Defensoria Pública de Pernambuco (DPE-PE) para o biênio 2024-2026. Com chapa única, a eleição ocorreu ontem. Após a eleição, Seixas foi à Câmara dos Vereadores, onde recebeu a maior honraria da casa, a medalha de Mérito José Mariano, em homenagem ao Dia da Defensora e Defensor Público, comemorado em 19 de maio.

Em seu discurso de agradecimento, Seixas destacou a importância da homenagem na Câmara Municipal do Recife. “Receber a medalha do Mérito José Mariano não apenas honra e engrandece a Defensoria Pública, mas também traz ainda mais responsabilidade a cada um de nós, defensores e defensoras, em mantermos acesa a chama dos sentimentos e ideais de Justiça”, afirmou.

O senador pernambucano Fernando Dueire (MDB) e o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT), alinharam, hoje, os principais pontos do projeto de lei da desoneração, previsto para ser votado ainda nessa semana. A matéria garante o percentual de 8% de encargos na folha de pagamentos dos municípios até o final deste ano, com um sistema gradual de reoneração a partir de 2025. Dueire participou, ao lado do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD), e o autor do projeto, senador Efraim Filho (União), da resistência junto à equipe econômica que queria ampliar o recolhimento desses tributos para 20% já a partir deste mês.