Por que somos a única democracia com o presidente da Câmara filiado a partido com só 1% da preferência popular?

Por Antonio Lavareda*

É quase banal afirmar que o terceiro governo Lula é forçado a refletir parte significativa da disfuncionalidade que o sistema político produziu ao longo da Nova República. Para ficarmos no campo da representação, só uns poucos analistas “nefelibatas”, como diria Fernando Henrique, ainda teimam candidamente em enxergar virtudes nos sintomas políticos patológicos da sociedade — partidos socialmente desenraizados, e o Congresso hipertrofiado na fragilidade dos presidentes gerando o “parlamentarismo orçamentário”. Fórmula que salta aos olhos quando se constata que este ano o valor agregado das emendas de todos os tipos destinadas a deputados e senadores — R$ 35 bilhões — é mais da metade do investimento discricionário reservado ao Executivo (Melo e Mendes, 2023).

A volta de Lula ao Planalto nesse contexto demanda um esforço contínuo de articulação e transações que inclui a imprescindível alocação do portfólio ministerial, traduzida em coalizões sucessivas. Já foram quatro, cumulativas. A inicial, antes do primeiro turno, com os partidos que subscreveram a candidatura; a seguir, a do segundo, turno com a hoje ministra Simone Tebet na “frente democrática”; outra, no interregno entre eleição e posse, com União Brasil e PSD viabilizando a “PEC da transição”; e essa de agosto com a chegada do Republicanos e do Progressistas. É provável que ocorram outras adiante.

Com a Câmara liderada pelo Centrão, a agenda legislativa do Presidente fica à mercê do seu comandante, Arthur Lira, ungido ineditamente por 90,5% dos seus pares. Daí que reverbere com frequência na mídia a tese que na prática o governo deveria ser no mínimo “dividido” entre os apoiadores originais de Lula — PT e aliados da esquerda e centro — e a direita pragmática, aquela não pilotada digitalmente pelo bolsonarismo. No fundo, essa ideia é alimentada pela noção de que o presidencialismo tradicional se esgotou, e que precisamos encarar como inevitável um caminho híbrido que mescle características dos dois regimes. Muitos atores sonham com algo que na verdade seria assemelhado a uma “coabitação” à francesa.

A engenharia institucional do presidencialismo multipartidário, exposto a situações de incongruência político-ideológica entre a maioria no Legislativo e o chefe do Estado, buscou remédios para evitar o apagão do sistema. No semipresidencialismo francês, a constituição de 1958 previu a “coabitação”, sem usar esse nome. O modelo foi utilizado três vezes. A primeira quando a direita ganhou as eleições legislativas em 1986, e o presidente socialista François Mitterrand nomeou Jacques Chirac, líder do RPR, principal partido da oposição, como chefe do governo. Os franceses tiveram durante três anos um presidente de um lado do espectro político — com poderes sobre a política externa, de defesa, além do poder de convocar eleições — e um primeiro-ministro, condutor dos assuntos internos do país, do bloco oposto.

Desconexão e mandatos individualizados

No conjunto, as experiências não foram positivas. Na última, o fracasso da gestão do socialista Lionel Jospin sob a presidência de Chirac simplesmente retirou a esquerda do segundo turno da eleição de 2002. O insucesso levou à adoção de várias medidas para restringir a chance de sua ocorrência. Por fim, alterou-se o calendário eleitoral, fixando-se a eleição legislativa algumas semanas após a presidencial. Nunca mais aconteceu a coabitação. Designação, aliás, que Mitterrand rejeitava porque sugeria uma espécie de “conivência” entre dois opostos (Favier et Martin Roland, 1999).

Cerca de 90% das coalizões nos países presidencialistas resultam de compromissos antes das eleições, não depois, como assistimos aqui (Albala, 2021; Albala e Couto, 2023). Por que experimentamos isso com tanta frequência? Pela desconexão predominante entre o sufrágio nos candidatos à Câmara e a escolha do presidente, separação que só diminuiu a partir de 2018 (Lavareda e Silva Alves, 2022). Na raiz, está o voto proporcional com lista desordenada, que produz mandatos individualizados. Representantes que já denominei de “empreendedores individuais”, filiados a “partidos hidropônicos” (Lavareda, 2023).

Metade dos eleitores não sabe citar a legenda do seu candidato a deputado 15 dias após o pleito. E somente um terço consegue — poucos meses depois da eleição — lembrar o nome em quem votou. Os partidos comandam o jogo político, mas o voto neles é “indireto”. Vota-se em personagens que trocam com frequência de siglas à revelia dos representados. O resultado é que somos, por exemplo, a única democracia do mundo com um presidente da Câmara filiado a uma organização (PP) que tem apenas 1% de preferência popular, segundo o último levantamento a respeito do Datafolha. Os partidos, com poucas exceções, não existem na sociedade. O Centrão, onipresente nas manchetes dos jornais, é uma entidade política metafísica. Sem registro no TSE. Uma Frente Parlamentar sem signatários. Uma espécie de Maçonaria sem loja.

O modelo para o qual seria factível evoluirmos necessariamente manteria a instituição presidencial. Além da “campanha das diretas”, marco da fase de superação do governo autoritário, tivemos dois plebiscitos nos quais a população mostrou a força simbólica dos presidentes. E, no mundo, vemos que na terceira onda de democratização iniciada nos anos 1970 na maioria dos casos criou-se ou preservou-se a figura do presidente eleito pelo voto popular (Chaisty, Cheeseman e Power, 2018).

Dito isso, poderia dar certo um semipresidencialismo sem partidos socialmente enraizados? O parlamentarismo do Império funcionava porque quando o partido do Gabinete se desentendia no Legislativo, Pedro II mudava o Gabinete, que organizava novas eleições, sempre manipuladas, que replicavam na Câmara a natureza do Conselho de Ministros (Lynch, 2019). Já o parlamentarismo na Presidência de João Goulart, embora com representantes de poucos partidos, não resistiu à conjuntura efervescente e às pressões contra o novo sistema que anteciparam o plebiscito que o derrotou (Almeida, 1999).

Hoje, com a fragmentação elevada a que chegamos, de um lado teríamos uma liderança forte chefiando o Estado, legitimada por dezenas de milhões de votos, e certamente guardando alguma capacidade de influenciar o curso do governo; e de outro um Gabinete tal como hoje com membros de inúmeros partidos, a maioria desconhecidos aos olhos da sociedade. Sempre que aparecia um conflito entre os dois entes, de antemão sabemos qual a sociedade respaldaria. Quando se diz que os partidos enfim seriam responsabilizados pela participação efetiva no governo, parecendo dessa forma que eles passariam a “existir” aos olhos da sociedade, esquece-se, contudo, que todos os parlamentares que passam pelos ministérios desfrutam apenas do bônus de fazê-lo. Caso desejem, continuarão a ser votados individualmente sem qualquer associação ao governo do qual participaram.

A questão de fundo é simples: a consolidação dos partidos na sociedade é condição antecedente para o bom funcionamento de quaisquer eventuais modelos híbridos. Assim como para a superação das disfunções no relacionamento entre os poderes Legislativo e Executivo no combalido modelo atual. Se quisermos ser práticos, deixando de lado idealismos estéreis, o caminho factível para consegui-lo, mantida a exigência da proporcionalidade nas eleições parlamentares disposta no artigo 45 da Constituição, seria a adoção por Projeto de Lei da lista preordenada, deixando-se para a autonomia e o pragmatismo eleitoral dos comandos partidários a definição dos respectivos procedimentos de sua elaboração.

Enquanto nossas legendas não deitam raízes na opinião pública, a maioria praticamente inexistindo nesse nível, incapazes de vertebrar politicamente a sociedade, sempre é legítimo indagar: democracias representativas podem funcionar totalmente sem partidos?

O microcosmo de Palau

Do ponto de vista empírico a resposta é afirmativa. Podem, sim. Em condições bem particulares, é verdade. A Freedom House, no seu report de 2023, reconhece que a República de Palau tem bom desempenho nessa categoria, com mídia e Judiciário independentes e liberdades civis asseguradas. Mas trata-se de um arquipélago com população diminuta, uma das seis “democracias sem partido” no Pacífico. Embora tenha copiado a arquitetura institucional dos seus antigos administradores americanos, e faça eleições regularmente, ela é marcada pelas relações personalistas de uma cultura de clãs. Lá, as alianças no governo são cambiáveis, e no parlamento teoricamente não há governo e oposição. Todos os membros são “independentes”. O que lembra aqueles nossos mais de 200 deputados e senadores que se auto classificam da mesma forma, enquanto miram a chance de ocupar uma cadeira a cada eventual reforma ministerial.

Palau, como um microcosmo, parece o sonho de quem atribui aos partidos todas as mazelas do mundo. Mas os resultados do seu modelo de representação absolutamente individualizada não ficam nada a dever ao que a crônica identifica aqui (Shuster, 1994; Veenendaal, 2013). Segundo quem se debruçou sobre o país de forma mais aprofundada, a política naquelas ilhas é dominada por um combo que inclui patronagem, clientelismo, pouca transparência e nepotismo.

*Cientista político e sociólogo. Presidente do Conselho Científico do Ipespe.

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O União Brasil confirmou nesta quarta-feira (23/4) a indicação de Frederico de Siqueira Filho para o comando do Ministério das Comunicações. A escolha foi anunciada pelo presidente nacional da sigla, Antônio Rueda, após o deputado Pedro Lucas (União-MA), inicialmente cotado para o posto, recusar o convite feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Frederico é o atual presidente da Telebras e foi apresentado como uma alternativa técnica e alinhada com os interesses do partido. No entanto, a indicação ainda depende de aprovação do presidente da República. Segundo Rueda, o nome de Frederico foi levado a Lula pelo presidente do Senado Davi Alcolumbre (União-AP). As informações são do Metrópoles.

O Ministério das Comunicações está sem titular desde o dia 9 de abril, quando o então ministro Juscelino Filho (União-MA) pediu demissão. A vaga foi oferecida inicialmente a Pedro Lucas, líder do União Brasil na Câmara dos Deputados. O parlamentar chegou a reunir a bancada do partido para discutir o assunto, mas decidiu não aceitar a nomeação.

Em nota, Pedro Lucas agradeceu a confiança do presidente Lula, mas afirmou que acredita poder contribuir mais com o governo a partir de sua atuação no Legislativo.

“A liderança me permite dialogar com diferentes forças políticas, construir consensos e auxiliar na formação de maiorias em pautas importantes para o desenvolvimento do Brasil”, afirmou.

O deputado também pediu desculpas formais ao presidente e declarou que seguirá trabalhando no Congresso Nacional pelo bem-estar dos brasileiros, especialmente os mais vulneráveis.

“Continuarei atuando com firmeza no Parlamento, buscando consensos, defendendo a boa política e acreditando que o respeito às diferenças é o que fortalece nossa democracia”, concluiu.

Agora, com o novo nome colocado à disposição pelo União Brasil, caberá ao presidente Lula avaliar a indicação e decidir sobre a nomeação.

Dulino Sistema de ensino

O senador Fernando Dueire (MDB-PE) anunciou que não será mais candidato à presidência do diretório estadual do MDB e declarou apoio ao deputado estadual Jarbas Filho. Em nota, Dueire afirmou que Jarbas Filho é o legítimo herdeiro político de Jarbas Vasconcelos e defendeu que o partido precisa de renovação. A decisão fortalece o nome do deputado, que disputará o comando da sigla contra o atual presidente, Raul Henry, ex-deputado federal e atual secretário de Relações Institucionais do Recife.

Na nota, Dueire criticou o momento atual do MDB em Pernambuco, apontando que a legenda perdeu relevância e está “envelhecida e engessada”. Segundo o senador, Jarbas Filho representa a oportunidade de resgatar os valores históricos do partido. “Jarbas Filho faz um mandato exemplar e guarda o caráter e a conduta irretocável de seu pai”, declarou. A movimentação é também uma tentativa do próprio Dueire de manter espaço político, diante da dificuldade de viabilizar seu nome para uma possível reeleição ao Senado.

A disputa pelo comando estadual do MDB, marcada para 24 de maio, promete ser uma das mais intensas da história recente do partido em Pernambuco. A eleição opõe dois grupos políticos com influência no estado: de um lado, Raul Henry e o prefeito do Recife, João Campos (PSB); do outro, Jarbas Filho e o grupo alinhado à governadora Raquel Lyra (PSDB). O resultado do pleito terá reflexos diretos nas articulações para a eleição de 2026, incluindo a corrida pelo Governo de Pernambuco. Com informações do Blog do Didi Galvão.

Petrolina - O melhor São João do Brasil

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), conseguiu o apoio de líderes dos principais partidos da Casa para isolar o PL de Jair Bolsonaro na defesa de uma votação rápida do projeto que anistia aos envolvidos nos ataques golpistas do 8 de janeiro de 2023 e que poderia beneficiar o ex-presidente.

A costura feita por Motta tem o objetivo de esvaziar a pressão capitaneada pelo partido do ex-presidente para que o tema seja tratado como prioridade, adiando a decisão sobre a proposta e abrindo espaço para negociações nos bastidores.

Motta buscou o apoio dos demais partidos para dividir com eles a responsabilidade sobre a pauta e, com isso, deixar apenas o PL (92 deputados) e o Novo (4 deputados) na defesa de que o tema ganhe urgência. As informações são da Folha de São Paulo.

O discurso do presidente de Câmara e seus aliados será de que é preciso “aperfeiçoar o texto” antes de levá-lo ao plenário e que há outros assuntos mais importantes para a população brasileira, como economia, saúde e segurança pública.

O PL de Bolsonaro pressiona para que Motta coloque o projeto em votação no plenário, mas o presidente da Câmara tem resistido para evitar conflitos com o STF (Supremo Tribunal Federal). Ele participa de conversas em busca de um acordo para construir uma alternativa capaz de suavizar punições, sem abrir a porta para uma anistia completa.

Uma reunião do colégio de líderes da Câmara ocorrerá nesta quinta-feira (24) para definir a pauta das próximas semanas e é vista como decisiva pelo PL.

Na noite desta quarta-feira (23), o líder do partido de Bolsonaro na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), chegou a afirmar que o partido poderá romper com Motta e atrapalhar a distribuição de emendas parlamentares caso ele não leve a votação no plenário o requerimento de urgência.

No mesmo horário, Motta conduzia uma reunião com os líderes de 14 partidos para tratar do assunto e combinar a estratégia de isolar o PL na reunião desta quinta-feira. O encontro ocorreu logo após ele receber o presidente Lula (PT) para um jantar com esses mesmos parlamentares.

A Folha apurou que, antes desse encontro, Motta já havia conversado com um grupo menor de líderes dos partidos de centro para discutir formas de esvaziar a pressão diária que é feita sobre ele para que o tema seja votado.

A ideia é que esses partidos se manifestem no sentido de adiar a votação até que o texto esteja mais maduro e debatido com as bancadas.

O presidente da Câmara já havia sugerido que o ex-presidente Jair Bolsonaro construísse um novo texto para o projeto, mais enxuto, que fizesse a modulação das penas consideradas exageradas dos condenados pelo 8 de janeiro, mas mantivesse a punição para quem depredou ou destruiu patrimônio público, por exemplo.

Uma nova versão da proposta, na visão de Motta, teria mais chances de ser aprovado do que uma anistia ampla e irrestrita, que não tem apoio na Câmara. Bolsonaro teria concordado em fazer ajustes no projeto, mas até agora não houve uma nova versão protocolada.

Enquanto aguardam o texto, Motta e seus aliados esperam que o Supremo Tribunal Federal avance em discussões internas sobre a aplicação de uma dosimetria mais suave das penas aos condenados pelos ataques de 8 de janeiro ou acelere a concessão de prisão domiciliar àqueles que já podem fazer essa migração no regime prisional, o que poderia reduzir a pressão para que a anistia ampla fosse votada.

A versão atual da proposta é um parecer elaborado pelo deputado Rodrigo Valadares (União Brasil-SE) na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), aliado de Bolsonaro.

Esse texto anistia os crimes de todos aqueles que participaram de manifestações com motivação política ou eleitoral desde o segundo turno da eleição de 2022, inclusive aqueles que apoiaram, organizaram ou financiaram os atos.

O texto divide juristas sobre sua amplitude e sua possível aplicação também a Bolsonaro nos crimes pelos quais é réu no STF, como tentativa de golpe de Estado.

Ipojuca - IPTU 2025 - Vencimento 30 Abril

Após meses de negociação, União Brasil e Progressistas firmaram ontem (23) o acordo para formar uma federação. O anúncio será feito na próxima terça-feira, às 15h, em Brasília.

As duas legendas passarão a se declarar União Progressista, uma combinação no campo da centro direita que tem impacto no tabuleiro eleitoral de 2026.

Pela lei, o modelo de federação impõe aos partidos um tipo de parceria que deve durar no mínimo quatro anos. Isso é diferente de coligação, quando a combinação se dá apenas durante as eleições. As informações são da CNN Brasil.

Integrantes da cúpula dos dois partidos afirmaram à CNN, nesta noite, que não há compromisso com nenhum nome pré-lançado para disputar o Palácio do Planalto. A definição ficará para o ano que vem, e a opção será por quem demonstrar uma vitória mais viável.

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), tem sinal verde para seguir com sua pré-campanha. Do lado do PP, o nome até o momento é o da senadora Tereza Cristina.

Políticos das duas legendas poderão seguir com suas apostas, mas sem obrigar apoio antecipado do partido.

Caruaru - São João na Roça

A tradicional e concorrida confra deste blog, em Brasília, que havia sofrido uma rápida interrupção, voltou, ontem, a todo vapor. Logo após o meu podcast “Direto de Brasília, em parceria com a Folha de Pernambuco, o grupo se reuniu para colocar a conversa em dia no restaurante Camarada Camarão, do meu amigo Eduardo Lira.

Lira é pernambucano e mora em Brasília há 19 anos. A confra, como sempre, foi coordenada pelo embaixador de Pernambuco em Brasília, Aristeu Plácido Júnior, que, ao meu lado, recebeu em alto estilo os confrades. Foi uma noite alegre e animada, com um quórum excelente.

Camaragibe - Cidade trabalho 100 dias

O presidente Lula (PT) fez um balanço de seu terceiro mandato durante um jantar com líderes da base aliada na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (23) e afirmou que é “candidatíssimo” à reeleição em 2026, segundo relatos dos participantes.

O jantar durou mais de duas horas e foi organizado pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). O evento ocorreu nos mesmos moldes de um jantar feito pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), há três semanas.

Criticado pela falta de reuniões com os congressistas neste mandato, Lula prometeu manter contato mais ativo com o Legislativo e disse que seu governo depende mais do Congresso do que o Congresso depende do Executivo. As informações são da Folha de São Paulo.

O líder do União Brasil, deputado Pedro Lucas (MA), que recusou a indicação para assumir o Ministério das Comunicações mesmo após ter sido anunciado pela gestão petista e decidiu continuar no mandato da Câmara, também participou do jantar. O fracasso nessa primeira tentativa de escolha para a pasta expôs a fragilidade do governo, que acumula uma série de desgastes neste ano.

De acordo com relatos, o petista fez um discurso longo, de mais de 30 minutos, em que elencou o que considera as principais realizações do seu governo, fez comentários sobre sua história e apresentou sua visão sobre as questões sociais do país.

Lula afirmou ainda que está com a saúde em dia e que será candidato à reeleição em 2026. No jantar com os senadores, no início do mês, o petista havia feito um comentário sobre o tema em que havia deixado no ar a certeza da candidatura e chegou a ser alertado de que era necessário ser enfático.

O presidente também ouviu todos os 16 deputados presentes, desde parlamentares do PSOL e do PT até os representantes das bancadas de PP, Republicanos e PSD. A maioria aproveitou o encontro apenas para se apresentar ao petista e fazer elogios à decisão de dialogar mais.

A fala mais incisiva, por parte dos deputados, foi de Hugo Motta, que defendeu a autonomia do Legislativo para alterar os projetos enviados pelo Executivo e a independência da Câmara, mas também fez elogios ao presidente e à harmonia entre os Poderes.

Horas antes do jantar, o líder do União Brasil, Pedro Lucas, havia encontrado Lula no Palácio do Planalto, junto com Alcolumbre, para selar a escolha do presidente da Telebras, Frederico de Siqueira Filho, como o novo ministro da pasta.

Em geral, os relatos dos deputados sobre a reunião foram marcados pelo entusiasmo, com elogios ao discurso e à postura do presidente, classificada como cativante por um dos presentes. Outro deputado, que costuma ser mais crítico ao governo, chegou a ressaltar que aquele momento tinha ares de um recomeço de gestão.

Lula prometeu ainda ser o anfitrião de uma próxima reunião com os parlamentares e recebê-los com um churrasco e futebol na Granja do Torto, espécie de casa de campo da Presidência da República em Brasília.

Cabo de Santo Agostinho - IPTU 2025 prorrogado

Intimado nesta quarta-feira para se defender na ação penal por tentativa de golpe no Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente Jair Bolsonaro divulgou um vídeo em suas redes sociais que mostra o momento em que recebe uma oficial de Justiça. Na gravação, ele questiona se a profissional tinha “ciência que estava em uma UTI” e se exalta com uma pessoa que o interrompe para falar que sua pressão havia subido.

Bolsonaro está há dez dias internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital DF Star, em Brasília. De acordo com assessores, o ex-presidente teve um aumento de pressão arterial no momento em que recebeu a notificação. Questionado sobre a informação, o hospital informou não ter sido autorizado pela família a divulgar o boletim médico do ex-presidente, o que vinha ocorrendo diariamente desde sua internação. As informações são do Jornal O Globo.

No mês passado, a Primeira Turma do STF decidiu, por unanimidade, tornar réus Bolsonaro e outros sete denunciados no inquérito da tentativa de golpe. De acordo com as investigações, o ex-presidente apresentou a proposta aos comandantes das Forças Armadas e tinha o objetivo de impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Em depoimento, os então comandantes do Exército, Freire Gomes, e da Aeronáutica, Baptista Junior, relataram a abordagem de Bolsonaro e disseram ter se colocado contra qualquer tentativa de ruptura institucional. A defesa do ex-presidente nega as acusações.

Após cerca de dez minutos em que intercala críticas ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF, e a Lula, Bolsonaro assinou a notificação, o que dá início à contagem do tempo para que ele apresente sua defesa.

Em nota, o STF informou que os demais réus na ação penal foram citados entre os dias 11 e 15 de abril, para que apresentem suas defesas. No caso do ex-presidente, em virtude de sua internação, a ordem foi aguardar uma data em que ele pudesse receber o oficial de Justiça. “A divulgação de live realizada pelo ex-Presidente na data de ontem (22/4) demonstrou a possibilidade de ser citado e intimado hoje (23/4)”, informou o tribunal.

Apesar da recomendação médica de não receber visitas, Bolsonaro tem recebido visitas no quarto da UTI. Na terça-feira, o presidente do PL, seu partido, Valdemar Costa Neto esteve com ele. Nesta quarta, foi a vez do pastor Silas Malafaia.

Bolsonaro foi internado para passar por mais uma cirurgia para tratar uma “suboclusão intestinal” – uma obstrução parcial do intestino. Boletim médico divulgado nesta terça-feira afirma que o ex-presidente tem uma boa evolução clínica e já apresenta sinais efetivos de movimentação intestinal.

Toritama - FJT 2025

PL dá prazo até hoje para Hugo Motta pautar anistia e ameaça travar Câmara

Por Larissa Rodrigues
Repórter do blog

O líder do Partido Liberal na Câmara dos Deputados, o deputado federal Sóstenes Cavalcante, afirmou que a legenda bolsonarista estabeleceu um prazo que se esgota no dia de hoje (24) para que o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos), coloque em pauta o projeto de lei da anistia. O parlamentar foi o convidado de ontem do podcast Direto de Brasília, comandado pelo titular deste blog.

Durante a entrevista, Sóstenes Cavalcante afirmou que o PL foi o primeiro partido a colaborar com Hugo Motta para que ele fosse eleito presidente da Câmara, porque havia o acordo para que as demandas da sigla fossem atendidas. No entanto, caso a proposta de anistia não seja pautada, a legenda pode entender que está sendo desprestigiada e acabar travando os trabalhos da Casa.

O deputado ressaltou que o PL é o maior partido da Câmara e enfatizou: “política se faz com palavra”, reforçando o compromisso que teria sido assumido por Hugo Motta. “Este ano, até que as comissões fossem instaladas, não exigimos pauta nenhuma do presidente. Uma vez as comissões instaladas, as pautas passaram a não ser mais consensuais e, sim, de interesses partidários ou do governo”, afirmou Cavalcante.

O líder do PL fez questão de destacar algumas vezes a boa relação com Motta e frisou que confia no presidente, mas, em outras palavras, alertou que a paciência está se esgotando. “Tudo na vida tem limite, e na política também. O limite do PL é amanhã (hoje). Ou ele pauta e respeita a maioria da Casa, ou nós, do PL, estamos entendendo que ele está nos desprestigiando e rompendo acordos prévios feitos para ele sentar na cadeira de presidente”, disparou o deputado.

Questionado sobre o que acontecerá caso Motta não coloque a anistia na pauta, Sóstenes Cavalcante ameaçou obstruir a Câmara e usar os orçamentos das comissões em favor apenas daqueles que votaram a favor da urgência do requerimento. O Partido Liberal preside cinco comissões na Câmara (Agricultura, Relações Exteriores, Saúde, Segurança Pública e Turismo), sendo que três delas têm orçamento.

De acordo com Cavalcante, o acordo com Hugo Motta é de que 70% das emendas dessas comissões fiquem sob o comando do presidente para atender outros partidos e 30% sob o comando do PL para dividir entre a bancada. “Se ele descumpre o acordo conosco (ignorando as demandas do PL), automaticamente nós podemos pegar esse orçamento e atender só quem assinou o regime de urgência, por exemplo. Eu não quero fazer isso. Mas é este o tipo de jogo, de relacionamento que nós vamos estabelecer?”, questionou o líder do PL.

Sobrou até para Alexandre de Moraes Na opinião de Sóstenes Cavalcante, Hugo Motta ainda não colocou o projeto da anistia na pauta da Câmara porque teme ser retaliado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O parlamentar utilizou palavras duras contra o ministro Alexandre de Moraes. “Quando você não é um aliado do STF, ele retalia. No fundo, ele (Motta) tem medo de uma grande chantagem, porque alguns ministros do STF são chantagistas. Alexandre de Moraes é um ministro que não julga com justiça, julga com ódio e, às vezes, exagera nas suas decisões, tem perseguido politicamente, sim, por questões pessoais”, enfatizou.

CPI do INSS Durante o podcast Direto de Brasília, Sóstenes Cavalcante anunciou em primeira mão ao titular deste blog que o Partido Liberal pretende instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara dos Deputados para investigar as irregularidades no INSS. O presidente Lula (PT) demitiu, ontem (23), o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, após uma operação da Polícia Federal revelar um esquema bilionário de fraude contra aposentados e pensionistas. “Doa a quem doer, seja quem for que roubou esses bilhões dos aposentados e pensionistas do Brasil, nós vamos pra cima com a CPI”, afirmou Sóstenes Cavalcante.

Carlos Lupi assume indicação O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, que é presidente nacional do PDT, declarou que a indicação de Alessandro Stefanutto para o INSS foi de sua “inteira responsabilidade”. “A indicação do Stefanutto é da minha inteira responsabilidade. Doutor Stefanutto é um servidor que — até o presente momento — me tem dado todas as demonstrações de ser exemplar. Fez parte do grupo de transição, vamos agora aguardar o processo que corre sob segredo de Justiça”, disse Lupi.

Jarbinhas avisa que vem O deputado estadual Jarbas Filho confirmou, ontem, que aceitou a indicação para disputar a presidência do MDB em Pernambuco. Em nota, ele afirmou estar motivado pela responsabilidade de reconstruir e fortalecer o partido no Estado. Filho do ex-senador Jarbas Vasconcelos, uma das principais lideranças históricas da sigla, o parlamentar disse contar com o apoio da maioria dos prefeitos emedebistas e de lideranças de várias regiões. “Tenho plena convicção da legitimidade que carrego ao assumir esse desafio”, destacou.

Silvinho em missão Em Amsterdã, na Holanda, o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos), ao lado do governador do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), se encontrou, na manhã de ontem, com representantes das empresas Tec Tunnel e Immontec, ambas do setor portuário, para apresentar um grande plano de investimentos para o setor portuário, a exemplo do projeto do Túnel Santos-Guarujá. A reunião faz parte de uma missão internacional para apresentar a carteira de investimentos em infraestrutura portuária e hidroviária a investidores internacionais.

CURTAS

João Campos e Romerinho – O prefeito João Campos e o vereador Romerinho Jatobá entregaram, ontem, mais uma obra de contenção de encostas no Recife, desta vez no Córrego do Joaquim, em Nova Descoberta. A intervenção, realizada por meio do Programa Parceria, contou com investimento de cerca de R$ 15 mil e protege duas famílias em uma área de 45 m².

Alepe em defesa das pescadoras A Comissão de Cidadania e Direitos Humanos, em conjunto com a Comissão de Meio Ambiente da Alepe, realiza, nesta quinta-feira (24), audiência pública sobre as condições de vida e trabalho das pescadoras artesanais. O momento é uma solicitação da Articulação de Pescadoras de Pernambuco e conta com a proposição das deputadas Dani Portela (PSOL) e Rosa Amorim (PT) e do deputado João Paulo (PT).

Polêmica em São Lourenço Os vereadores da Câmara Municipal de São Lourenço da Mata uniram-se em luto e protestaram contra a retirada do 20º Batalhão da Polícia Militar do município. A decisão da governadora Raquel Lyra (PSD) em transferir a sede do batalhão para Camaragibe, segundo eles, representa uma grave perda para a segurança pública local, motivando a união dos parlamentares em defesa da população.

Perguntar não ofende: o Governo Lula vai resistir a mais uma crise, desta vez no INSS?

Palmares - Pavimentação Zona Rural

Por Heron Cid
Do MaisPB

O líder do Partido Liberal (PL) na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante, cobrou de Hugo Motta (Republicanos), nesta quarta-feira (23), o cumprimento de acordos firmados antes da sua eleição e deu “ultimato” para o presidente da Câmara pautar o projeto de anistia dos atos 8 de janeiro. “Tudo tem limite”, criticou Sóstenes, ao ser perguntado sobre o tema pelo jornalista Heron Cid, no Podcast Direto de Brasília, retransmitido ao vivo pelo Programa Hora H, da Rádio POP FM 89,3 e Rede Mais Rádios.

“O limite do PL é amanhã (quinta-feira), ou ele pauta porque tem a maioria da Casa, ou nós do PL estamos entendendo que ele está nos desprestigiando e rompendo acordos prévios feitos para ele sentar na cadeira de presidente”, alertou Sóstenes.

O PL lembrou que foi um dos primeiros partidos a declarar apoio à candidatura de Hugo Motta à presidência da Câmara, firmando um compromisso de governabilidade baseado na valorização das pautas da legenda.

“Nós fomos os primeiros aliados do presidente Hugo Motta na eleição. Nós somos o maior partido da Câmara dos Deputados. Política se faz com palavra. Agora, as pautas passaram a não ser mais consensuadas, e sim pautas de interesses partidários ou de governo. Ele já atendeu o governo em algumas, já atendeu num regime de urgência do Poder Judiciário”, reclamou.

O líder do PL também revelou os bastidores das negociações. Em um primeiro momento, o partido evitou fazer pressão direta, atendendo a um pedido do próprio Motta. Sóstenes afirmou que o partido partiu para uma articulação direta e obteve 264 assinaturas em apoio à anistia. Agora, a pressão é para que Hugo Motta leve o projeto ao plenário.

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, se reuniram nesta quarta-feira (23), em Amsterdã, com representantes das empresas Tec Tunnel e Immontec para apresentar o plano de investimentos do setor portuário paulista, com destaque para o projeto do Túnel Santos-Guarujá. A missão internacional busca atrair aportes estrangeiros para obras estruturantes no país, como a que liga Santos a Guarujá, orçada em R$ 6 bilhões e considerada uma das principais intervenções do Novo PAC.

Durante o encontro, o ministro destacou a parceria entre os governos federal e estadual e defendeu a segurança jurídica e institucional do Brasil como atrativo para investidores. “Estamos muito confiantes de que vamos tirar essa obra do papel. Ela é sonhada há mais de 100 anos e vai impactar diretamente a mobilidade urbana e a infraestrutura do Porto de Santos”, afirmou. A obra, prevista para ser leiloada em 1º de agosto, contará com três faixas por sentido, além de acesso para pedestres, ciclistas e uma faixa exclusiva para o VLT.

Além do túnel, Costa Filho também apresentou a carteira hidroviária nacional e falou sobre a criação da Secretaria Nacional de Hidrovias e a previsão de R$ 10 bilhões em concessões no setor. O presidente da Autoridade Portuária de Santos, Anderson Pomini, ressaltou o impacto regional do projeto e informou que o porto possui outros R$ 12,5 bilhões em investimentos previstos, incluindo o aprofundamento do canal de navegação. “Estamos impressionados com a tecnologia apresentada aqui. É dessa segurança operacional que precisamos”, declarou.

O Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), que tem José Ferreira da Silva, o Frei Chico, um dos irmãos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), como diretor vice-presidente, foi um dos alvos da operação deflagrada nesta quarta-feira (23) contra um esquema nacional de descontos associativos não autorizados.

O sindicato foi alvo de busca e apreensão pela Polícia Federal nesta quarta e foi descredenciado.

Em nota, o Sindnapi disse que a proteção dos direitos dos aposentados é uma prioridade fundamental para garantir uma sociedade mais justa e solidária. As informações são da CNN Brasil.

Segundo eles, quando surgem denúncias de descontos irregulares nos benefícios, é essencial que essas alegações sejam levadas a sério e investigadas de forma rigorosa.

Afirmaram ainda que uma investigação séria e transparente ajuda a identificar possíveis irregularidades e que o sindicato apoia a investigação das denúncias de irregularidades nos descontos em benefícios dos aposentados.

A operação deflagrada pela Controladoria-Geral da União (CGU) e a Polícia Federal (PF) mirou, nesta quarta-feira (23), um esquema nacional de descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões.

No total, as entidades teriam cobrado de aposentados e pensionistas um valor estimado de R$ 6,3 bilhões, entre os anos de 2019 e 2024.

Até o momento seis servidores públicos foram afastados de suas funções. Além disso, foram cumpridos 211 mandados de busca e apreensão, ordens de sequestro de bens no valor de mais de R$ 1 bilhão e seis mandados de prisão temporária no Distrito Federal e em outros 13 estados.

Dentre estes, o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi afastado também. Mais tarde, ele pediu demissão do cargo.

Por Manoel Guimarães
Especial para o blog

O deputado federal e líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), ironizou a recusa de seu colega Pedro Lucas (União Brasil-AM) em assumir o Ministério das Comunicações do Governo Lula (PT). Em entrevista ao podcast Direto de Brasília, o parlamentar afirmou que a recusa escancarou a fraqueza do governo federal.

“Não é normal, eu nunca vi alguém ser anunciado como ministro, de um partido que se diz da base do governo, e dizer que não vai. Isso é um alerta. A decisão do líder do União Brasil, Pedro Lucas, merece o meu reconhecimento. Isso só tem um sinal: a barca desse desgoverno está afundando, ninguém quer subir. O governo acabou”, provocou.

Sóstenes criticou ainda a dificuldade do governo em aprovar uma matéria simples como o regime de urgência para a reformulação da Lei Aldir Blanc, aprovada na Câmara por 267 votos (eram necessários 257). “De 2026 esse governo não consegue passar. Só não tem impeachment porque o vice (Geraldo Alckmin, do PSB) é tão ruim quanto o presidente. Só por isso. A verdade é essa. Isso mostra a gravidade. O governo quase não conseguiu 257 votos para aprovar uma urgência, está perdido, tristemente. É grave o que aconteceu, não vejo muita solução, a não ser se arrastando e sangrando”, completou.