Davi Alcolumbre (União-AP) deve rejeitar o pedido de impeachment contra ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), apurou a CNN nesta quarta-feira (23) com fontes próximas ao presidente do Senado.
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) apresentou um pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes. As medidas cautelares impostas por Moraes contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foram os principais motivos. As informações são da CNN Brasil.
Leia mais“Ao calar Jair Messias Bolsonaro por completo, proibindo-o de se manifestar direta ou indiretamente nas redes sociais, implicitamente proibindo-o de conceder entrevistas, declarações públicas e postagens em canais de terceiros — sob pena de prisão — o Ministro Alexandre de Moraes não apenas viola o direito individual do ex-presidente à livre manifestação, mas suprime o direito coletivo da população de ter acesso às suas ideias, discursos e posicionamentos”, afirma o senador.
“A medida adotada restringe a arena pública de debate, desequilibra o ambiente democrático e fere frontalmente o entendimento doutrinário e jurisprudencial firmado pela própria Corte a que o Ministro pertence”, prossegue.
Na última segunda-feira, a senadora Damares Alves (Republicanos -DF) anunciou que o impeachment do ministro Alexandre de Moraes será a pauta prioritária da oposição no Senado no segundo semestre.
Nas últimas semanas, outros pedidos de impeachment de ministros do STF foram protocolados contra Cármen Lúcia e Flávio Dino. Esses pedidos também não devem ser acatados.
Um levantamento da CNN encontrou 29 pedidos de impeachment protocolados no sistema do Senado Federal em que Moraes é citado. O número é somado ao pedido apresentado por Flávio Bolsonaro.
De todos os pedidos, 22 foram protocolados entre 2021 e 2024 e, apenas neste ano, foram apresentadas sete novas petições contra Moraes. Entre os autores há deputados, senadores e cidadãos.
Leia menosPor Beatriz Azevedo – Blog da Folha
O prefeito do Recife João Campos (PSB) confirmou alinhamento com o governo do presidente Lula nesta quarta-feira (23) após almoço em Brasília.
“Excelente conversa sobre o atual momento do país, defesa da soberania e um conjunto de pautas importantes para o Brasil. Nosso partido seguirá, em alinhamento com o governo do presidente Lula e de Geraldo Alckmin contribuindo para o desenvolvimento de ações e de políticas públicas que melhoram a vida da população.”, comentou o prefeito nas redes sociais.
Leia maisTambém estiveram presentes no encontro o vice-presidente Geraldo Alckmin, o ministro do empreendedorismo Márcio França, a Ministra-Chefe da Secretaria de Relações Institucionais Gleisi Hoffmann e o deputado federal Pedro Campos (PSB).
Leia menosPor Flávio Chaves*
Na manhã silente em que me deparei com a imagem de um menino de olhos vivos, cercado de afeto e memória, entendi mais uma vez que a poesia não nasce apenas da palavra, mas da infância que a semeia. Era Carlos Pena Filho, com três anos de idade, ainda menino em terras portuguesas, posando para uma fotografia ao lado dos pais e dos avós. A imagem foi postada por sua viúva, Tania Carneiro Leão, guardiã da memória e do legado do poeta, que ali nos revelou também um desejo precioso: o de um museu dedicado a esse homem que viveu pouco, mas fez da vida uma eternidade poética.
Carlos nasceu em Recife, é verdade, mas passou parte fundamental da sua infância em Portugal, especialmente na Póvoa de Varzim, em Vila do Conde, onde o tempo parecia correr com a leveza de um fado e a sombra dos pinheiros sussurrava versos antes mesmo de ele saber escrevê-los. Viveu lá até os dez anos, tempo suficiente para fincar raízes em duas pátrias: a da origem e a da escolha. E foi essa dualidade afetiva que moldou sua sensibilidade, sua cadência verbal, o lirismo cristalino de seus poemas.
Leia maisNa fotografia reencontrada, postada por Tania, vemos o pequeno Carlos rodeado por seus ancestrais: Carlos Souto Pena, o pai; Joaquim Gonçalves Pena, o avô; Laurinda Rosa Souto Pena, a avó; Laurinda Souto Pena, a mãe, que carregava, como num espelho de sangue e afeto, o mesmo nome da sogra, sua tia. Ali, naquele retrato de 1930, já se desenha o destino de um homem que escreveria como quem se despede, mesmo quando chegava.
Tania, ao abrir seus arquivos familiares em busca de manuscritos, encontrou muito mais que papéis: encontrou um tempo suspenso. Como escreveu em sua comovente legenda:
“Temos um acervo imenso de documentos, fotos, recortes de jornais e muitos outros assuntos, de Carlos Pena. Daria um museu familiar.”
Sim, Tania. Daria e dará. Porque Carlos Pena Filho não pertence apenas à história de uma família, mas à memória mais lírica da literatura brasileira. Seu nome pulsa nas esquinas do Recife, como quem deixou um poema inacabado em cada madrugada.
Foi em Pernambuco, já moço, que Carlos fez morada definitiva. Aqui, entre bares, amigos, cafés e becos iluminados pela boemia e pela lucidez, ele ergueu seu altar de versos. Poeta de “Soneto do Desmantelo Azul”, de “A Morte Absoluta”, de “O Tempo da Busca”, Pena Filho é aquele que consagrou a cor azul como pátria espiritual, uma cor que, em sua pena, era metáfora de esperança, de sonho e de finitude.
Carlos Pena morreu jovem, aos 31 anos, num acidente de carro, deixando a cidade e os amigos em estado de luto lírico. Mas sua poesia, impregnada de elegância, ironia e saudade, continua viva — como aquele menino na fotografia, olhando de frente para o futuro, sem saber que, com o tempo, se tornaria eternidade.
A ideia do museu é, portanto, mais do que justa: é urgente. Que esse espaço venha a existir para abrigar seus manuscritos, suas fotografias, suas cartas, seus silêncios. Que ali, entre paredes e vitrines, possamos escutar o eco de seus versos, e ver aquele menino de Portugal atravessar o oceano para ser poeta no Brasil.
Porque Carlos Pena Filho não morreu, apenas mudou de lugar. Está na tarde que se debruça sobre o Capibaribe, no copo de uísque de um velho amigo, nos livros que ainda choram quando se abrem. Está, sobretudo, no azul, esse tom que só ele sabia dizer sem precisar nomear.
*Jornalista, poeta, escritor e membro da Academia Pernambucana de Letras
Leia menosA Câmara de Parnamirim aprovou por unanimidade, nesta quarta-feira (16), o Projeto de Lei nº 60/2025, de autoria do vereador Michael Borges (PP), que autoriza o sepultamento e a cremação de animais de estimação em cemitérios públicos e privados do município. A matéria segue agora para sanção do prefeito e, se homologada, fará de Parnamirim a primeira cidade do Rio Grande do Norte a regulamentar esse tipo de homenagem, atendendo a famílias que veem nos pets membros do núcleo familiar e desejam descansar junto a seus tutores.
O texto permite que cães, gatos e outras espécies de estimação sejam enterrados em área delimitada dos cemitérios, bem como submetidos à cremação com devolução das cinzas, garantindo espaço digno e regulamentado. Michael Borges defendeu o projeto como “um ato de amor e justiça, que reconhece nossos animais como parte da família e protege a saúde pública, oferecendo alternativas seguras e controladas para o destino final dos pets”.
Para evitar riscos sanitários e ambientais, a lei estabelece a exigência de atestado veterinário comprovando a ausência de doenças transmissíveis, uso obrigatório de urnas ou embalagens resistentes e áreas específicas para o sepultamento. Também prevê isenção de taxas para tutores em situação de vulnerabilidade econômica, fundamentando‑se no direito ao meio ambiente equilibrado e em diretrizes já adotadas por outras cidades brasileiras.
Na manhã desta quarta-feira (23), o superintendente da Escola do Legislativo de Pernambuco (Elepe), Alberes Lopes, e o diretor da Escola Judicial de Pernambuco (Esmape), desembargador Jorge Américo, alinharam os termos de um Acordo de Cooperação Técnica que será formalizado junto ao Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) e à Assembleia Legislativa (Alepe). O entendimento prevê a realização conjunta de cursos, seminários, oficinas, eventos acadêmicos e intercâmbio de experiências, voltados à formação e qualificação de servidores públicos, magistrados, parlamentares, assessores e demais agentes do Estado.
Para Alberes Lopes, a parceria “é um passo importante para ampliar o alcance das ações formativas e fortalecer a atuação dos agentes públicos”, ao unir “forças com instituições sérias e comprometidas com a formação de qualidade”. O desembargador Jorge Américo acrescentou que a colaboração entre Elepe, Esmape, Escola do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PE), Escola Judicial Eleitoral do TRE-PE, Escola Superior do Ministério Público de Pernambuco (ESMP/MPPE) e Escola de Governo da Administração Pública (EGAPE) será “crucial para o compartilhamento de ideias e a busca incessante pela eficiência do serviço público em benefício de toda a sociedade pernambucana”.
O deputado federal Eduardo da Fonte (PP‑PE) apresentou o Projeto de Lei nº 1546/2024, que altera as regras para descontos em benefícios de aposentados e pensionistas do INSS, coibindo cobranças sem autorização. Pela proposta, toda mensalidade só poderá ser descontada mediante autorização formal — por escritura pública, firma reconhecida, assinatura eletrônica qualificada ou biometria — e o modelo atual de conferência por amostragem será substituído por verificação individual e periódica, inclusive por meio eletrônico.
A iniciativa visa impedir fraudes de associações que promovem cobranças abusivas em benefícios previdenciários, obrigando o INSS a conferir cada autorização de desconto para garantir que nenhum valor seja retido sem o claro consentimento do segurado. “Aposentadoria é direito de quem trabalhou a vida inteira. Não podemos permitir que os segurados sejam lesados por cobranças que não autorizaram. Nosso projeto garante mais transparência, segurança e respeito com quem mais precisa”, afirmou o parlamentar.
Segundo estimativas do próprio INSS, cerca de 9 milhões de aposentados e pensionistas foram afetados por descontos indevidos, totalizando aproximadamente R$ 6 bilhões em valores descontados irregularmente. Com a aprovação da proposta, a expectativa é fortalecer a proteção dos beneficiários e reduzir substancialmente essas perdas.
Hoje, em parada para o almoço em Arcoverde, a caminho de Flores para a retomada do lançamento do meu livro Os Leões do Norte, encontrei o superintendente da Sudene, Danilo Cabral, que registrou o momento em vídeo para suas redes sociais. Ao pagar a conta, ele se deparou com a obra à venda, comprou imediatamente um exemplar e elogiou a iniciativa de resgatar a história dos governos de Pernambuco. Ainda antes que Danilo seguisse na estrada para Salgueiro, conversamos sobre a proposta de um trem de passageiros até Caruaru, capaz de reduzir os elevados índices de acidentes na rodovia. Confira:
Por Blog da Folha
No comando do PSB Nacional, o prefeito do Recife, João Campos (PSB), se reúne, nesta quarta-feira (23), com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na pauta do encontro, questões administrativas e também costuras envolvendo as eleições de 2026. A informação foi dada em primeira mão pela colunista Betania Santana na coluna Folha Política.
Ao receber o Título de Cidadão de Petrolândia, no último sábado, João Campos disse que ia informar o presidente Lula sobre necessidade das agrovilas de Petrolândia, no Sertão, e pedir providências.
“A gente precisa contar essa história (ao presidente). Tenho certeza de que ele não tem conhecimento disso. Não importa se a briga é da Codevasf, do Dnocs, se tem o impacto de alguma prefeitura ou do governo do estado. Essas coisas têm que ser resolvidas, porque a produção a renda e o emprego vêm daí. E o povo que está sofrendo, o trabalhador está sendo penalizado”, enfatizou, após receber a honraria no Projeto Apolônio Sales, zona rural de Petrolândia.
Por Leandro Magalhães – CNN Brasil
O ministro aposentado do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello afirmou à CNN que está triste com o cenário atual que envolve medidas de integrantes do tribunal.
O magistrado criticou decisão do ministro Alexandre de Moraes sobre as cautelares ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“(…) Me preocupa o trato à liberdade de expressão que é a tônica do estado democrático de direito. (…) Cercear a participação de qualquer cidadão nas redes sociais é próprio de regime autoritário. Daqui a pouco estão cerceando veículos de comunicação”.
Leia maisMarco Aurélio também reafirmou que não seria competência do Supremo Tribunal Federal julgar um ex-presidente da República.
“De início, está tudo equivocado. Não há competência do STF. O atual presidente da República foi julgado pela 13° Vara Federal de Curitiba. Por que está agora julgando um ex-presidente no STF? É inexplicável.”
Bolsonaro está submetido a quatro medidas cautelares impostas por Moraes desde a última sexta-feira (18). O ex-presidente utiliza tornozeleira eletrônica e cumpre toque de recolher.
Além de já estar impedido de deixar o país — seu passaporte foi apreendido em fevereiro de 2024 —, Bolsonaro está proibido de manter contato com o filho, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), atualmente nos Estados Unidos e investigado por articular sanções estrangeiras a autoridades brasileiras para dificultar ações penais contra o ex-presidente.
Leia menosO presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou nesta quarta-feira (23) um decreto que regulamenta o uso da biometria para concessão, renovação e manutenção de benefícios sociais.
A medida, segundo o governo federal, tem o objetivo de aumentar a segurança dos cidadãos e garantir maior integridade nas informações dos programas sociais.
A biometria será vinculada à Carteira de Identidade Nacional (CIN), que passa a ser a base oficial de referência para os cadastros. A exigência foi aprovada anteriormente pelo Congresso Nacional e agora teve sua forma de aplicação regulamentada. As informações são da CNN Brasil.
Leia maisAlém da biometria, o governo anunciou outras iniciativas para fortalecer a agenda digital e ampliar a integração de dados públicos.
Lula também assinou o decreto que cria a Rede Nacional de Dados da Saúde, infraestrutura digital que conecta diferentes sistemas de saúde e permite o compartilhamento seguro e padronizado de informações.
“A medida contribui para garantir a soberania aos dados do Sistema Único de Saúde (SUS), assegurar a autonomia tecnológica nacional, a integridade e a segurança das informações e a privacidade dos cidadãos e cidadãs”, afirma o governo.
As medidas foram assinadas durante o evento “Transformação Digital: um governo para cada pessoa”, realizado no Palácio do Planalto, em Brasília. A cerimônia contou com a presença de ministros e autoridades, entre eles Esther Dweck (Gestão e Inovação), Alexandre Padilha (Saúde), Ricardo Lewandowski (Justiça) e Sidônio Palmeira (Secom).
Ainda durante o evento, foi lançada uma consulta pública na plataforma Brasil Participativo sobre o Decreto da Política de Governança de Dados.
De acordo com o governo, o objetivo é fortalecer o uso estratégico das informações públicas. A proposta prevê a criação de uma estrutura de Executivo de Dados em cada órgão federal, responsável por promover uma cultura de uso ético e inteligente de dados.
O governo também anunciou a entrega do novo aplicativo Meu Imóvel Rural, que reúne em um único ambiente dados de quatro diferentes sistemas públicos.
A plataforma simplifica o acesso às informações sobre propriedades e posses, reduz burocracias e facilita a solicitação de crédito rural. O governo também espera que a ferramenta incentive a regularização ambiental, fundiária e fiscal.
Leia menosPor José Nivaldo Junior*
Veja bem: no primeiro dia da desaforada e deselegante carta de Trump, eu já tinha claro, e disse aqui em O Poder que as razões alegadas pelo presidente dos EUA eram pretextos, não os reais motivos.
Recordando
“Os argumentos na carta de Trump são justificativas que existem mas não são os motivos essenciais da declaração da guerra tarifária. Esses remetem ao protagonismo dos BRICS e à proposta de Lula de uma moeda alternativa ao dólar.
O Império americano se sustenta em duas pernas: o poderio militar e a moeda. Cortou uma perna, o Império cai. Trump botou o bode na sala para negociar o que interessa. Resta à diplomacia brasileira entender isso e agir com pragmatismo”. Postei aqui no dia seguinte à primeira carta de Trump.
Leia maisA armadilha de Trump
A abertura da primeira carta de Trump, em 09/07 é política: ao justificar a elevação da tarifa sobre o Brasil, Trump citou Jair Bolsonaro e disse ser “uma vergonha internacional” o julgamento do ex-presidente no Supremo Tribunal Federal (STF).
O presidente dos Estados Unidos mencionou também o tratamento dado pelo Judiciário do Brasil a empresas de tecnologia americanas. A abordagem foi diferente do que não aconteceu nas cartas divulgadas anteriormente para outros países.
Ao puxar para o lado político e não mencionar as razoes mais importantes, Trump puxou o governo e o judiciário para a pantanoso terreno das emoções. Lula, respondeu no campo pessoal, como líder mundial que se considera.
Moraes, com o fígado, aumentando a dose de punições sempre discutíveis, algumas absurdas, à família Bolsonaro. Quem está longe, leu a carta de Trump e acompanha o STF nos últimos dias, facilmente conclui: “Puxa, há perseguição política mesmo”.
Enquanto isso
O BRICS, verdadeiro alvo, sofreu uma estocada de Trump, que declarou: se o bloco realmente se viabilizasse, teria vida curta. Aí está a questão. O BRICS, inicialmente formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, incorporou, este ano, como membros permanentes o Irã, a Arábia Saudita, o Egito, a Etiópia e o Emirados Árabes Unidos. O objetivo principal do BRICS é a cooperação econômica e a ampliação da influência desses países no cenário global. E buscar um desenvolvimento mais equilibrado, com foco em temas como comércio, investimentos, segurança e questões sociais.
Na prática
É um bloco comercial mais poderoso do que a União Europeia. Já tem um banco, com sede na China. Lula lançou a proposta de uma moeda comum para substituir o dólar. Esse é o verdadeiro perigo para a supremacia americana. Isso é que deveria ser ressaltado e ficar claro para o mundo. O bloco, unido, tem três potências atômicas e várias economias pujantes e decisivas na balança mundial.
Objetivo de Trump
Punir e isolar o Brasil, enquanto é tempo de desacelerar o BRICS.
E por aqui
Insistem na queda de braço política, dando pretexto de graça para Trump prosseguir com suas ameaças de taxação. Sem envolver os demais países do bloco. Trump pode arrasar o Brasil mas não encara um conflito pesado contra as potências do BRICS.
Agora, jogar um jogo desse usando o fígado, dificilmente vai dar certo. Mas ainda é tempo, o Brasil ainda tem fórmulas para evitar o abismo.
*Historiador, publicitário especializado em marketing político, da Academia Pernambucana de Letras. Diretor de O Poder.
Leia menosPor Ângelo Castelo Branco*
Publicado em 1882, ‘O Alienista’ é uma novela satírica escrita por Machado de Assis, que critica os excessos da ciência, do poder e da autoridade. O protagonista, Dr. Simão Bacamarte, é um médico que decide estudar as doenças mentais em sua cidade, Itaguaí, fundando o manicômio Casa Verde. Aos poucos, ele passa a internar quase todos os moradores, alegando que todos têm algum tipo de loucura.
A ironia é que, ao tentar definir a “normalidade”, Bacamarte acaba agindo de forma cada vez mais autoritária, isolando, perseguindo e classificando as pessoas com base em critérios subjetivos. No fim, o próprio médico se interna, achando que ele é o único são numa cidade de loucos.
Leia maisAssim como em Itaguaí, temos uma tendência crescente de polarização, onde quem discorda de um lado é tratado como “delinquente”, “doente” ou “inimigo da pátria”. A sociedade acaba fragmentada, e o debate racional desaparece.
Machado de Assis escreveu uma crítica ao autoritarismo travestido de ciência e razão. Hoje, o Brasil enfrenta dilemas parecidos: o uso de leis, investigações e punições como ferramentas para moldar o comportamento e controlar o discurso.
Como Simão Bacamarte, alguns agentes do Estado acreditam estar promovendo a ordem – mas podem, na verdade, estar promovendo o medo, a injustiça e a censura. O Alienista nos lembra do perigo de dar poder demais a quem acredita que só ele sabe o que é “certo” ou “normal”.
*Jornalista
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