Fernando Lyra – Doze anos da morte do José Bonifácio da redemocratização

Por José Nivaldo Junior*

No processo de separação do Brasil, desligando-se da condição de Reino Unido a Portugal e Algarves para seguir o seu próprio caminho, um político teve um papel essencial. José Bonifácio de Andrade e Silva, chamado equivocadamente de patriarca da Independência, porém, sem dúvida, artífice de um verdadeiro milagre político: um país continental unido, enquanto a América espanhola se fragmentava em repúblicas e republiquetas. Houve sangue. Aconteceram punições. Pernambuco foi a maior vítima do período absolutista de Pedro I. Mas, para o bem ou para o mal, o Brasil permaneceu continental e unido. A forceps, mas unido.

Depois de 20 anos, a ditadura militar, implantada em 1964, agonizava sem rumo. As oposições de todas as vertentes, somadas, não tinham força para decretar o golpe de misericórdia do regime. Que agonizava, mas ainda resistia. Diretas Já, um movimento cívico impressionante, fracassou. Impasse. Foi aí que Fernando Lyra entrou em cena.

A ditadura, para tentar aparentar legalidade para o mundo, criou um negócio chamado Colégio Eleitoral, um curral manipulado que elegia o general presidente da vez. Fernando Lyra intuiu: vamos disputar e ganhar no próprio Colégio da ditadura agonizante. Ele, Fernando, escolheu, procurou, motivou, convenceu o homem capaz de conquistar a confiança de gregos e troianos. Tancredo Neves, governador de Minas e com um raro histórico de competência e moderação, disputou e ganhou. A ditadura foi derrubada sem um tiro, sequer.

Como ministro da Justiça indicado por Tancredo e mantido algum tempo por Sarney, Fernando revogou a legislação da ditadura e, entre outros feitos notáveis, extinguiu a censura.

Fez mais que José Bonifácio. Construiu uma democracia (coisa que o ‘Patriarca’ não conseguiu) sem derramar uma gota de sangue.

Doze anos após sua morte, faço minha homenagem a um homem que, injustamente, não faz parte dos livros didáticos de história contemporânea. As novas gerações precisam conhecer biografias inspiradoras como a de Fernando Lyra.

Filho do ex-prefeito de Caruaru, João Soares Lyra Filho (1913-1999) e Guiomar Fonseca Farias Lyra (1912-1972), nasceu no Recife, a 8 de outubro de 1938, mas cresceu em Caruaru, no quadro de uma família abastada da que também faz parte seu irmão, o ex-governador de Pernambuco João Lyra Neto, além da ex-prefeita de Caruaru e atual governadora eleita de Pernambuco, Raquel Lyra, sua sobrinha.

“Já ouviu falar na Lagoa dos Gatos? De lá saiu meu pai, primeiro mascateando, depois se fixando em Caruaru, onde se tornou vendedor de automóveis e caminhões, montou uma agência revendedora de grande porte e, em seguida, entrou no negócio de ônibus intermunicipais. Sou filho de classe média abastada, mas com sensibilidade social bem definida, porque João Lyra, meu pai, fez a trajetória dos empreendedores.”

Formou-se em Direito pela Faculdade de Direito de Caruaru em 1964 passando a trabalhar como advogado. Começou sua vida pública pelo MDB ao ser eleito deputado estadual por Pernambuco em 1966. Candidato a deputado federal foi eleito em 1970, 1974 e 1978. Em 1971, fundou – juntamente com Chico Pinto (Bahia), Alencar Furtado (Paraná), Marcos Freire (Pernambuco) e alguns outros – o grupo dos “autênticos do MDB” – parlamentares que, dentro e fora do Congresso, faziam real oposição à ditadura. Posteriormente, ao longo de sua estadia em Brasília, passaria a adotar posições mais próximas aos “moderados” do partido, sobretudo por sua aproximação com Tancredo Neves. Após o fim do bipartidarismo ingressou no PMDB em 1980 e foi reeleito deputado federal em 1982 afastando-se do mandato para ocupar o Ministério da Justiça no início do governo José Sarney, indicado que fora por Tancredo Neves em reconhecimento ao seu papel de coordenador político na campanha do político mineiro rumo ao Planalto em 1985.

Reeleito deputado federal em 1986 ingressou no PDT no ano seguinte e em 1989 foi candidato a vice-presidente na chapa de Leonel Brizola nas eleições daquele ano não chegando, porém, ao segundo turno que foi disputado entre Fernando Collor e Luiz Inácio Lula da Silva. Em 1990 foi eleito primeiro suplente de deputado federal sendo efetivado em 1º de janeiro de 1993 quando já estava filiado ao PSB. Há mais de 40 anos na vida pública, exerceu seu último mandato de deputado federal até 1998, quando não disputou a eleição: garante que seu estilo de atuação não tem mais espaço no Congresso.

Foi presidente da Fundação Joaquim Nabuco, órgão do Ministério da Educação, de 2003 a 2011. Após essa função ser ocupada durante 31 anos por Fernando Freyre, filho de Gilberto Freyre.

Em 2006, teve papel importantíssimo na campanha e vitória de Eduardo Campos, neto de Miguel Arraes para governador, com seu irmão, João Lyra Neto, na chapa como vice-governador de Pernambuco. Do mesmo modo, contribuiu para a reeleição de Eduardo Campos em 2010 numa votação histórica, com quase 83% dos votos sobre o senador e ex-governador de Pernambuco Jarbas Vasconcelos.

*Publicitário e escritor

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Do Brasil247

A Justiça do Distrito Federal autorizou a progressão de regime para George Washington de Oliveira Sousa, bolsonarista condenado por planejar um atentado à bomba no Aeroporto Internacional de Brasília, em 2022, após a vitória do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição presidencial.

Segundo o Metrópoles, ele passará do regime semiaberto para o regime aberto como parte de uma medida para minimizar a superlotação carcerária no Centro de Internamento e Reeducação (CIR). A decisão foi tomada pelo juiz Bruno Aielo Macacari, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT).

George Washington foi condenado a 9 anos e 8 meses de prisão por tentativa de atentado. O magistrado entendeu que ele preenche os requisitos para o regime aberto, considerando que, no prazo de 180 dias a partir de 7 de janeiro de 2025, terá cumprido o tempo necessário. O juiz também destacou que não há faltas graves pendentes de apuração, o que reforçou a decisão pela progressão de regime.

O atentado foi planejado para ocorrer em 24 de dezembro de 2022, véspera de Natal. A bomba foi colocada em um caminhão-tanque que entraria no Aeroporto Internacional de Brasília, mas não explodiu devido a um erro técnico. O explosivo tinha força equivalente à de uma dinamite e poderia ter causado grande destruição.

George Washington foi um dos mentores do plano e providenciou a obtenção das emulsões explosivas vindas do Pará. Após pesquisas na internet sobre como montar um artefato explosivo, recebeu os materiais de pessoas ainda não identificadas, montou a bomba e a entregou a Alan Diego dos Santos, que ficou responsável por colocá-la no caminhão-tanque.

A progressão do regime de George Washington para o semiaberto ocorreu em 2024, após ele ter cumprido um sexto da pena, uma vez que foi condenado em 11 de maio de 2023. Ele foi preso em 24 de dezembro de 2022, no dia da tentativa do atentado. Durante a prisão, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) encontrou um arsenal de armas e explosivos em um apartamento alugado por ele no Sudoeste, em Brasília.

Jaboatão dos Guararapes - IPTU 2025

Uma paciente que deu entrada no Hospital Dr. Paulo da Veiga Pessoa, em Gravatá, para uma cirurgia de histerectomia enfrenta complicações após o procedimento ser interrompido. Segundo familiares, os médicos iniciaram a cirurgia, mas decidiram suspendê-la e fechar a incisão, alegando falta de estrutura adequada para a realização completa do procedimento. As informações são do programa do Jota Silva.

A mulher agora aguarda transferência para outra unidade de saúde, enquanto seu estado de saúde é considerado delicado. O caso levanta questionamentos sobre a capacidade do hospital em realizar cirurgias e reforça preocupações sobre a infraestrutura da rede pública de saúde no município.

A situação gerou mobilização da família e de autoridades locais, que buscam garantir o atendimento adequado à paciente. O caso segue em acompanhamento.

Conheça Petrolina

Você sabia que o maior parceiro de Luiz Gonzaga em recorde de composições gravadas foi João Silva? De músicas compostas por ele, o Rei do Baião gravou o triplo em relação a Zé Dantas e Humberto Teixeira.

E canções que se imortalizaram, como “Tá danado de bom”, “Pagode Russo” e “Sanfoninha choradeira”. Na crônica domingueira de amanhã, os leitores deste blog vão mergulhar na belíssima história deste matuto de Arcoverde, celebrizado no mundo inteiro na voz de Gonzagão.

Dulino Sistema de ensino

Do g1 Pernambuco

A cantora Alcione precisou interromper um show em Olinda, no sábado (15), após passar mal enquanto se apresentava na prévia “Enquanto Isso na Sala da Justiça”, no Centro de Convenções. A artista de 77 anos se sentiu mal por conta do calor, de acordo com sua assessoria.

A irmã dela subiu ao palco e pediu desculpas. Posteriormente, a cantora tranquilizou os fãs e disse ter tido um “ligeiro mal-estar”.

Segundo a equipe de Alcione, ela se incomodou com a temperatura do espaço pouco depois que começou o show, e retirou o casaco que estava usando na apresentação. Após isso, a cantora se abanou para se refrescar e tentou seguir o show, mas não conseguiu e decidiu trocar de roupa no camarim.

Alcione retornou ao palco um vestido longo de tecido mas leve, sendo acolhida pelo público. Após alguns minutos, ela encerrou o show definitivamente, para receber atendimento médico. Segundo a assessoria de imprensa da prévia carnavalesca, “a cantora foi atendida no camarim, e saiu andando para o hotel”.

A Marrom utilizou sua conta pessoal no Instagram para tranquilizar o público e informar que já se encontra bem.

“Oi, gente. Eu estou aqui para dizer a vocês que o que eu tive ontem foi só um ligeiro mal-estar e tiveram que me levar para o hospital, claro, para ver se não era nada demais. Mas hoje eu já estou aqui, inteira, a caminho da luta. Obrigada pelo carinho de vocês”, comentou a artista.

Ipojuca No Grau

Do Poder360

Ministros do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) minimizaram o resultado da pesquisa DataFolha divulgada na sexta-feira (14), que mostra que 41% dos brasileiros avaliam o governo como “ruim” ou “péssimo”. Do outro lado, só 24% afirmaram que consideram o trabalho do governo como “bom” ou “ótimo”, enquanto 32% avaliaram a administração petista como “regular” e 2% não souberam responder.

O ministro da SRI (Secretaria das Relações Institucionais), Alexandre Padilha, afirmou que o chefe do Executivo tem “humildade e experiência para ler” e a “força e vigor adequados para reagir e mexer no que tem que ser mexido no segundo tempo do jogo”.

O chefe do órgão responsável pela articulação com o Congresso Nacional não citou a queda da aprovação. Em vez disso, destacou o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de janeiro, que foi o menor desde 2012. Falou também da queda do dólar – a moeda norte-americana fechou em R$ 5,696 na sexta-feira (14).

“O presidente Lula tem a humildade e a experiência necessárias para ler e a força e vigor adequados para reagir e mexer no que tem que ser mexido no segundo tempo do jogo. O IPCA de janeiro já foi o menor desde 2012, o dólar já tem trajetória de queda, com trabalho, sem truques ou malabarismos”, disse o ministro.

Os resultados divulgados pelo Datafolha são praticamente idênticos aos da pesquisa PoderData realizada no final de janeiro. No levantamento, 40% dos brasileiros tinham uma avaliação negativa do governo Lula, e 24%, uma positiva, enquanto 33% disseram que o trabalho do Executivo era “regular”.

Eis a avaliação do governo, segundo o Datafolha:

ruim/péssimo – 41% (eram 34% em dez.2024);

regular – 32% (eram 29% em dez.2024);

ótimo/bom – 24% (eram 35% em dez.2024);

não sabem – 2% (era 1% em dez.2024).

Alvo de controvérsia na última semana por suposto aumento do valor do Bolsa Família, o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, também minimizou a avaliação negativa do governo Lula. Afirmou que existe um “ataque cerrado aos políticos em geral”.

Comparou a pesquisa a AtlasIntel, que mostra que Lula lidera contra todos os adversários para a eleição de 2026, exceto contra o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

“Veja que em pesquisa recentemente divulgada, em cenário semelhante, o presidente Lula venceria, segundo a mesma pesquisa, a todos os adversários que se apresentaram até agora, incluindo o ex presidente Jair Bolsonaro”, declarou.

Nos bastidores, entretanto, a avaliação é que o Pixgate foi o principal motivo que puxou a queda da aprovação. Integrantes do governo afirmam que as controvérsias envolvendo a instrução normativa que ampliava a fiscalização sobre transferências acima de R$ 5.000 feitas via Pix.

A questão do Pix começou em 14 de fevereiro, quando o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) disse que trabalhadores teriam suas contas “vigiadas” como se fossem “sonegadores” com a instrução normativa. A repercussão foi um dos fatores que ocasionou a decisão do governo de derrubar a medida.

Outra questão foi a inflação dos alimentos, que atingiu 8,23% em 2024. A taxa desacelerou em dezembro no acumulado de 12 meses depois de ter uma longa sequência de alta ao longo do ano passado. Como mostrou o Poder360, a equipe econômica levou ao Planalto a avaliação de que a culpa da inflação dos alimentos se deve a fatores externos, como a alta do dólar – também influenciado pela insegurança fiscal do país.

O time, porém, não tem conclusões de como atacar esses efeitos diretamente. Aliados do governo afirmam que a recente declaração de Lula, em que orienta as pessoas a não comprarem o que está caro, foi mal recebida e pode ter contribuído para a queda na avaliação da gestão petista.

Caruaru - Prefeitura na porta

No mesmo dia em que a oposição assumiu a liderança das principais comissões da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), a governadora Raquel Lyra (PSDB) compartilhou uma foto ao lado do tio, o ex-deputado constituinte Fernando Lyra. Na legenda, ela afirmou que aprendeu com o familiar que, em uma democracia verdadeira, “as regras sempre são respeitadas”.

A condução das votações nos colegiados foi contestada na Justiça por parlamentares do governo.

“Ontem completaram 12 anos do falecimento do meu tio Fernando Lyra. Com ele, aprendi que em uma democracia de verdade as regras são sempre respeitadas.”

Camaragibe Cidade do Trabalho

Não bastasse a retumbante derrota nas eleições das principais comissões da Assembleia Legislativa de Pernambuco, a governadora Raquel Lyra acabou de ser derrotada na justiça. O pedido de liminar impetrado pelos deputados de sua base, Antônio Morais, Débora Almeida e Joaquim Lira, contra o processo que resultou na maior derrota de um chefe do Poder Executivo na história, foi negado.

Ainda cabe recurso, mas, na política e na Justiça, as derrotas já são emblemáticas e simbolizam bem a incapacidade de Raquel e do seu governo de dialogar e de fazer política.

Assim, o governo fica sem jogo na Alepe e o discurso de golpe que aliados da governadoras tentaram, sem sucesso, emplacar perde completamente qualquer sustentação. Raquel se mostra perdida na gestão e na política, colecionando derrotas e situações vexatórias.

Algo nunca antes visto em Pernambuco e raramente observado no Brasil.

Confira, em anexo, a decisão do Tribunal de Justiça de Pernambuco.

Toritama - Prefeitura que faz

Do jornal O Globo

O homem mais rico do mundo e atual chefe do Departamento de Eficiência Governamental dos Estados Unidos compartilhou na plataforma X, uma de suas empresas, uma publicação que pede o impeachment do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva. Um dos principais aliados de Donald Trump no retorno à Casa Branca, o magnata retuitou, em seu perfil pessoal, uma postagem com fotos dos protestos pela queda de Dilma Rousseff em 2016.

O post do bilionário somava mais de 16,7 milhões de visualizações na manhã deste sábado. “Wow”, escreveu ele, ao compartilhar a publicação.

A postagem original, do autor identificado como Mario Nawfal, também foi compartilhada por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, num momento em que a oposição tenta mobilizar parte do público e inflar uma “onda nacional de protestos”.

O senador Flávio Bolsonaro reproduziu em seu perfil o compartilhamento de Musk e escreveu que “o resgate do Brasil já começou”. O deputado federal Eduardo Bolsonaro também replicou a reação do bilionário em suas redes sociais.

A publicação à qual reagiu Musk diz que as manifestações contra Lula vão ocorrer em 120 cidades do país. O autor original do post aponta que “o movimento está ganhando atração pelo Brasil graças aos crescentes sinais de oposição ao governo [Lula]”.

Postagens como a de Mario Nawfal passaram a circular mais ativamente no X desde a divulgação dos resultados da mais recente pesquisa Datafolha, que expressou um tombo na popularidade de Lula. A atual gestão atingiu o menor índice de avaliação positiva de todos os mandatos do petista na série histórica do levantamento, num movimento puxado por segmentos que formam a base de sustentação do presidente.

De acordo com nova pesquisa do instituto divulgada na sexta-feira, o percentual do eleitorado que considera que Lula 3 é ótimo ou bom caiu 11 pontos percentuais em apenas dois meses, de 35% para 24%. No grupo que declara ter votado em Lula no segundo turno das eleições de 2022, a queda é ainda maior, de 20 pontos. No quadro geral da população, a avaliação negativa do governo (ruim ou péssima) também é recorde.

O Datafolha ouviu 2.007 eleitores entre 10 e 11 de fevereiro para a nova pesquisa, que tem margem de erro de dois pontos percentuais, para mais ou menos.

A publicação compartilhada por Elon Musk marca um novo passo no atrito entre o bilionário e as autoridades brasileiras. No ano passado, o X chegou a ficar suspenso durante meses no país, por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, que cobrava de Musk o respeito a decisões judiciais e o pagamento de multas pelo descumprimento delas. Após semanas de ataques ao que considerou ser uma atuação autocrática do ministro, Musk cedeu, e o acesso dos usuários brasileiros foi restabelecido.

Lula defende a regulação universal das plataformas digitais e acusa Musk de não respeitar as constituições dos países. A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, também se envolveu em um episódio polêmico ao xingar Elon Musk durante um evento sobre combate à desinformação, em novembro do ano passado.

Mais recentemente, como reportou a coluna de Malu Gaspar no GLOBO, o bilionário disse no X, em tom conspiracionista e sem apresentar quaisquer provas, que o governo Joe Biden financiou a vitória de Lula contra Jair Bolsonaro em 2022. A declaração foi feita em resposta ao senador republicano Mike Lee (Utah), que se reunira nesta quarta-feira com o deputado federal brasileiro Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

O posicionamento de Elon Musk ocorre dias após Eduardo Bolsonaro aterrissar em Washington para se reunir com congressistas aliados de Trump, incluindo Lee, em busca de informações que corroborem a narrativa bolsonarista de que os EUA agiram em favor de Lula em 2022.

A viagem de Eduardo também faz parte de uma estratégia para criar um clima favorável para pautar a anistia aos golpistas do 8 de janeiro no Congresso, projeto que em última instância pode favorecer Jair Bolsonaro e reabilitá-lo eleitoralmente para 2026.

Belo Jarfim - Cidade Limpa

Do Blog Dantas Barreto

Encerradas as eleições dos novos presidentes da CCLJ, das comissões Finanças e de Administração, os deputados de oposição pregaram a união da Assembleia Legislativa e o diálogo com o Governo do Estado. Nas votações deste sábado, não houve presença de um só governista, apesar de Débora Almeida (PSDB) ter se candidatado à presidência da CCLJ. Os oposicionistas consideram que houve acusações virulentas e fora do tom.

Primeiro a se pronunciar na entrevista coletiva, o novo presidente da Comissão de Finanças, Antônio Coelho (UB), deixou claro seu posicionamento contrário ao mandado de segurança apresentado pelos aliados do Governo, visando anular a instalação das comissões ocorrida na sexta-feira. Ele se baseou nos artigos 124 do Regimento Interno da Alepe no 118 da Câmara Federal.

Coelho criticou a postura dos governistas, diante do cenário de derrota já prevista, já que a oposição conseguiu ocupar a maioria dos cargos nas principais comissões. “O debate político foi rebaixado, mas tem que ser superado”, afirmou o deputado. Ele enfatizou que o assunto é para ser tratado internamente, sem interferências externas. “Faço um apelo aos colegas que se unam, que esta Casa esteja unida novamente”, ressaltou.

Alberto Feitosa (PL), que agora é o presidente da CCLJ, disse ser normal e faz parte do processo político o debate mais acalorado. No entanto, considerou que a deputada Débora Almeida “foi infeliz”, quando acusou a oposição e o presidente interino da Alepe, Rodrigo Farias (PSB), de terem dado um golpe por descumprirem os prazos regimentais.

“Harmonia e independência. Vamos primar por esses dois princípios”, disse Feitosa. Ele lembrou que, há dois anos, a eleição de Antônio Moraes (PP) para presidente da CCLJ “foi definida na sala da governadora e o PL mudou a liderança de última hora”. “Nós respeitamos a maioria”, acrescentou.

Solidariedade

Os deputados prestaram solidariedade ao presidente Rodrigo Farias, que foi duramente criticado numa Carta Aberta assinada por 26 deputados. “Tivemos uma surpresa com o tom da carta, que fugiu da relação que temos nesta Casa”, disse Waldemar Borges (PSB), novo presidente da Comissão de Administração. Na sua opinião, “o tom virulento” teve participação ativa da Secretaria da Casa Civil e do Poder Executivo. Antônio Coelho chegou a afirmar que Rodrigo “foi vítima de fake news”

Presidente estadual do PSB, o deputado Sileno Guedes também se solidarizou com Rodrigo, garantindo que o correligionário agiu “com firmeza e diálogo com todos os deputados”, nesse período que substitui Álvaro Porto (PSDB) na presidência da Assembleia Legislativa. “Foi um documento assinado por deputados, mas alguns nem sabiam da presença dos seus nomes na lista. As comissões estão instaladas. Esse é um fato que encerra neste momento”, enfatizou.

Governabilidade

Quanto ao apelo feito por Raquel Lyra nesta semana, de que os deputados sejam co-responsáveis pela governabilidade do Estado, Waldemar Borges assegurou que essa é a intenção do Legislativo. “Somos co-responsáveis, mas precisamos garantir a independência e o diálogo entre os poderes e um comportamento verdadeiramente democrático. A gente não se sente atingido com a declaração da governadora”, cravou o socialista.

Do jornal O Globo

Em busca de apoio ao projeto de anistia para os condenados do 8 de Janeiro, o ex-presidente Jair Bolsonaro deixou de lado os ataques a Gilberto Kassab e teve uma conversa reservada com o presidente do PSD. Bolsonaro tem procurado dirigentes de siglas com ampla representatividade no Congresso para tentar viabilizar a aprovação da proposta no Congresso.

A conversa entre o ex-presidente e seu antigo desafeto aconteceu na semana passada, no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, enquanto ambos aguardavam o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) para um evento. Segundo pessoas próximas dos dois políticos, o principal tema da conversa foi o projeto que pode reduzir a pena para os condenados pelos ataques às sedes dos três Poderes em 2023.

Em março do ano passado, Bolsonaro atacou Kassab em mensagem a aliados em uma lista de transmissão do WhatsApp. “O Kassab, pelos seus três ministérios, apoia as políticas do PT, como a ideologia de gênero, maconha, aborto, censura, defesa do MST, destruição da família, defesa do Hamas, desarmamento, fim da propriedade privada, etc.”, escreveu Bolsonaro sobre o ex-prefeito de São Paulo e presidente nacional do PSD.

Na mesma mensagem, o ex-presidente destacava que “o senhor Kassab” orientou seus parlamentares a votarem pela “incriminação de inocentes” do 8 de Janeiro e que o dirigente estava interessado na cassação do senador bolsonarista Jorge Seif (PL-SC). “As mulheres do Brasil não cairão nessa conversa mole do Kassab. Não se conquista ninguém com mentiras”, termina a mensagem, em referência a uma publicação do PSD convidando mulheres a se filiarem ao partido.

No mês anterior, Bolsonaro havia gravado um áudio afirmando que não apoiaria nenhum candidato do PSD na eleição municipal. “Deixo claro: PSD do Kassab eu não apoio ninguém, tá ok?”, disse o ex-presidente, criando arestas para alianças já firmadas entre o partido de Kassab e o PL, partido de Bolsonaro.

O ex-titular do Palácio do Planalto se incomoda com a influência de Kassab no governo Tarcísio, no qual é secretário de Governo. Segundo correligionários, Bolsonaro teme que Kassab possa concorrer como vice de Tarcísio em uma eventual tentativa de reeleição ao governo de São Paulo em 2026. Nesse cenário, Kassab poderia assumir o Palácio dos Bandeirantes caso o ex-ministro da Infraestrutura de Bolsonaro renuncie ao cargo para disputar a Presidência da República mais à frente.

Peregrinação

Nesta semana, Bolsonaro repetiu o pedido feito a Kassab para o presidente do União Brasil, Antônio Rueda. O encontro aconteceu na sede do PL, em Brasília. O escritório do partido de Bolsonaro fica no mesmo andar, em frente à sede do União. Rueda foi à sigla vizinha para encontrar o governador de Rondônia, Marcos Rocha (União), que estava lá com o ex-presidente.

Bolsonaro vem buscando apoio para o projeto desde o ano passado e, inclusive, levou essa demanda para os novos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Segundo aliados, o ex-presidente deve seguir buscando o apoio de dirigentes partidários que sinalizem positivamente ao projeto da anistia.

Na quarta-feira, Bolsonaro afirmou, em um vídeo postado nas redes sociais, que não busca anistia para si por “não estar condenado”. Ele disse que Motta se comprometeu a pautar a iniciativa.

— Não é a minha anistia. Eu não estou condenado em absolutamente nada. É a anistia dessas pessoas, dezenas e dezenas de pessoas, condenadas a penas absurdas — afirmou Bolsonaro ao tratar sobre os condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro.

Motta afirmou que tratará de maneira “imparcial” o projeto de lei. Ele foi eleito com apoio do PT de Luiz Inácio Lula da Silva, do PL de Bolsonaro e outras 16 siglas.

— Esse tema é o que mais divide a Casa hoje. Temos um PL que defende a votação da anistia para os presos do 8 de Janeiro, enquanto o PT defende que o assunto não seja votado. A pauta é decidida pelo presidente, com participação dos líderes. Com certeza, esse será um tema levado para essas reuniões nos próximos dias, e vamos conduzir com a maior imparcialidade possível — disse o presidente da Câmara logo após ser eleito para o cargo.

Há pouco, deputados elegeram um novo presidente: Waldemar Borges (PSB) foi eleito para a Comissão de Administração da Alepe, configurando mais uma derrota para a governadora Raquel Lyra (PSDB), que interferiu com o mandado de segurança na Justiça para barrar o processo da escolha dos principais dirigentes das comissões temáticas da Assembleia.

Além do próprio voto, ele recebeu apoio dos outros três parlamentares titulares presentes, todos que fazem oposição ao Governo. O novo vice-presidente é o deputado Antônio Coelho (UB). Não houve concorrentes para os dois cargos. As informações são do blog Dantas Barreto.

Mais uma vez os integrantes do blocão governista se ausentaram por discordarem de todo o processo de instalação das comissões e da convocação das eleições da CCLJ, Comissão de Finanças e da própria Administração.

Nessa sexta-feira, inclusive, Antônio Moraes (PP), Débora Almeida (PSDB) e Joaquim Lira (PV) entraram com mandado de segurança para anular a decisão do presidente interino da Alepe, Rodrigo Farias (PSB).

Os deputados estaduais cumpriram o regimento da Casa antes mesmo de a justiça se pronunciar sobre o mandado de segurança do Governo para barrar o processo da escolha dos presidentes das comissões temáticas da Assembleia e, em pleno sábado, elegeram seus principais dirigentes.

Na Comissão de Constituição, Legislação e Justiça (CCLJ), foi eleito presidente o deputado Alberto Feitosa (PL), tendo como vice Edson Vieira (UB). Feitosa, Diogo Moraes (PSB), Sileno Guedes (PSB) e Edson Vieira (UB) estavam presentes, enquanto os governistas não compareceram.

Feitosa anunciou sua renúncia ao cargo de quarto secretário da Mesa Diretora para assumir a nova função. A primeira reunião da CCLJ será na terça-feira (18), às 9h30.

Na Comissão de Finanças, Orçamento e Tributação, o deputado Antonio Coelho (UB) foi eleito presidente, com Diogo Moraes (PSB) como vice. A eleição ocorreu com a presença de Feitosa, Cayo Albino (PSB), Júnior Matuto (PSB), Coelho e Moraes, enquanto os governistas não compareceram. Coelho fez uma citação à ex-presidente, Débora Almeida (PSDB), e a primeira reunião da comissão também está marcada para terça-feira (18), às 10h.