Os ventos, de fato, não estão soprando a favor da governadora Raquel Lyra (PSD). Atrasada para o início do Fórum Esfera, onde será painelista, no Guarujá, em São Paulo, a gestora pernambucana foi avisada e alertada de que o evento começaria pontualmente no horário marcado. Mesmo assim, ainda esperaram a governadora por 15 minutos. Acabou sendo aberto com a ausência dela.
Quando chegou, passou pelo constrangimento de subir ao palco com o debate já iniciado em torno de 10 minutos. Lembrando que ela já havia se atrasado para o evento da Moura, ontem, em Belo Jardim, com a presença do presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin.
O Fórum Esfera é realizado em dois dias, com debates reunindo autoridades e líderes nacionais tendo como foco o que há de mais urgente para o avanço do Brasil. Bem atrás do prefeito do Recife, João Campos, Raquel parece não ter entendido que precisa partir antes, chegar mais cedo.
Talvez o seu estilo, marcado pelo nariz arrebitado, a impeça de fazer o que é tão óbvio neste momento.
“Os Leões do Norte”, 14º livro de minha autoria, será lançado na próxima segunda-feira, dia 9. A noite de autógrafos está marcada a partir das 19h, no Boteco Porto Ferreiro, na Avenida Rui Barbosa. Tem tudo para se transformar num momento muito especial e emocionante, marcado pela presença de amigos, leitores, pesquisadores, estudantes e os familiares dos ex-governadores pernambucanos retratados na obra. O lançamento oficial é aberto ao público.
O livro reúne minibiografias de 22 governadores de Pernambuco, cobrindo o período que vai desde a era do interventor Carlos de Lima Cavalcanti (1930–1935) até o governo de Paulo Câmara (2015-2023). Com prefácio assinado pelo amigo e ex-deputado federal Maurício Rands, o livro chega ao público com o selo da ‘Eu Escrevo Editora’, comandada pelo cartunista Samuca. Meu propósito com este trabalho é apresentar às novas gerações um retrato fiel da história política e administrativa do Estado.
‘Os Leões do Norte’ foi escrito com um olhar didático e acessível, pensado inclusive para que chegue às escolas estaduais e municipais como leitura formativa e inspiradora.
No livro, estão dispostos nomes como Agamenon Magalhães, Etelvino Lins, Barbosa Lima Sobrinho, General Cordeiro de Farias, Miguel Arraes, Paulo Guerra, além de Nilo Coelho, Eraldo Gueiros Leite, Moura Cavalcanti, Marco Maciel, José Muniz Ramos, Roberto Magalhães, Gustavo Krause, Carlos Wilson, Joaquim Francisco, Jarbas Vasconcelos, Mendonça Filho, Eduardo Campos, João Lyra Neto e, por fim, Paulo Câmara.
A governadora Raquel Lyra enviou à Assembleia Legislativa (Alepe), na última quinta-feira (5), um projeto de lei que pede autorização para contratação, por parte do Executivo, de operação de crédito de R$1,7 bilhão junto a instituições financeiras nacionais e internacionais.
A maior parte do dinheiro será alocada no programa de recuperação de rodovias (PE nas Estradas), na modernização dos hospitais (R$500 milhões devem ser gastos em equipamentos hospitalares). Se tudo tramitar bem nas diversas comissões da Assembleia Legislativa de Pernambuco, os processos serão concluídos no início do segundo semestre de modo que autorizados o governo conclua as operações.
Segundo a governadora, com esse empréstimo e mais o de R$1,5 bilhão em análise no Legislativo fechará a programação definida no Plano Plurianual 2024-2027, aprovado pela Casa Legislativa. Nesse período, o estado terá contratado R$11,2 bilhões e voltaria a uma média de investimentos de R$4 bilhões/ano saindo da mesmice dos anos anteriores, quando mal passou de R$1 bilhão.
Tudo estaria bem alinhado se a governadora não enfrentasse um movimento de oposição nas comissões da Assembleia que, aparentemente, saiu da esfera do embate político (o que é bom) para uma sucessão de gestos e atitudes que beira a irracionalidade chegando a (de novo), aparentemente, parecer picuinha. O que, partindo de homens de vida pública, boa parte deles já de meia idade, seria ridículo. Dado às suas responsabilidades com a sociedade pernambucana. Mas sejamos honestos. Depois de várias semanas essa é a ideia que eles passaram para opinião pública.
Represamento
O gesto de enviar um novo pedido, segundo a governadora, é porque este seria o período normal do pedido dentro da programação financeira. O que fez a soma chegar em R$3,2 bilhões foi o atraso na aprovação do primeiro pedido de R$1,5 bilhão.
Aquele que recebeu uma inusitada proposta de mudança do objeto com a destinação de metade do valor para ser dividido equitativamente entre todos os 184 municípios que não guarda qualquer ligação com a realidade uma vez que, se aprovada a mudanças, as instituições interessados no empréstimo simplesmente desistiram por legalmente isso não ser possível.
Mas a proposta está lá. E para que o pedido volte ao seu propósito inicial, a proposta de mudança do objeto terá que ser rejeitada e, a seguir, aprovada a proposição do Executivo.
Imagem é tudo
Certamente, os deputados já perceberam que a imagem de que eles estão atrapalhando uma ação positiva para o desenvolvimento do estado já está cristalizada na opinião pública. Assim, se viessem a também procrastinar o segundo pedido de empréstimo, aí sim consolidaram a ideia que trabalham contra Pernambuco impedindo a governadora de desenvolver ações em favor do desenvolvimento do estado. Portanto, perderam a batalha da narrativa.
Mas o problema é que estamos perdendo tempo. Numa situação normal, o empréstimo enviado, nesta quinta-feira deveria ser aprovado antes do final do período legislativo do primeiro semestre. O que, a julgar pelo nível de embate entre Legislativo e Executivo poderá não acontecer.
Melhores práticas
Uma consulta aos anais da Assembleia não se encontra registro de ação protelatória desse nível. No governo Eduardo Campos, os pedidos foram aprovados, em média, em apenas 15 dias, o que permitiu o pacote de investimentos do seu governo.
E olha que as atas das comissões estão cheias de embates contundentes e debates acalorados entre os parlamentares e os representantes do governo. Mas nada comparável às discussões de tão baixa qualidade intelectual como as que estamos assistindo nas últimas semanas.
Vitória de quê?
Portanto, não é razoável que os senhores deputados estejam envolvidos numa estratégia para prejudicar o estado numa tentativa de inviabilizar o governo da governadora Raquel Lyra e apresentar esse “troféu” nas próximas eleições.
Mas isso não isenta o governo de ter sido minimamente competente na sua articulação junto às lideranças do Legislativo. Não se chega a esse nível de esgarçamento da noite para o dia. E não é bom prosseguir com isso. Até porque instituições empresariais e atores da sociedade já se preocupam, e até se oferecem, para ajudar. Por acaso os deputados estão recusando apoios de quem se dispõe a ajudar. E o governo, quer manter esse imbróglio?
Dívida cara
Pernambuco passou seis dos oito anos do Governo Paulo Câmara pagando as contas dos empréstimos (em dólar) celebrados no governo Eduardo Campos. Pagou e tem hoje uma capacidade ideal para contração de novos empréstimos. Até porque os bancos já identificam um perfil de seriedade da atual gestão. Nos oferece juros menores em real.
Portanto, numa linguagem figurada, podemos dizer que acabou o recreio. Chegou a hora de todos voltarem para a sala de aula, fazerem suas tarefas e se concentrarem nos exames do final do ano. Até porque o professor (eleitor) não tem muito apreço pelos que não levam a sério suas tarefas e tentam desviar a atenção na sala de aula para o que não é importante.
Com lançamento previsto para o próximo dia 16, o Pix automático ganhou ferramentas de segurança para prevenir fraudes por empresas. O Banco Central (BC) editou regras para garantir a honestidade das pessoas jurídicas que receberão os pagamentos recorrentes.
As instituições financeiras associadas ao Pix deverão verificar a idoneidade das empresas, avaliando a confiabilidade e integridade dos clientes que oferecerem o Pix automático.
Bancos e instituições de pagamentos deverão checar uma série de informações das empresas, divididas em três eixos: dados cadastrais, compatibilidade entre a atividade econômica e o serviço ofertado no Pix automático e histórico de relacionamento com o participante.
Os dados cadastrais a serem verificados são os seguintes:
• Data de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ);
• Situação cadastral dos sócios e administradores no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF);
• Tipo de capital da empresa, privado ou público;
• Atividade econômica conforme a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE);
• Natureza jurídica;
• Informações de atividade da empresa.
Na compatibilidade entre a atividade econômica e o serviço ofertado no Pix automático, as seguintes informações devem ser checadas:
• Compatibilidade entre a atividade econômica e o serviço oferecido para o Pix automático;
• Quantidade de funcionários,
• Valor do capital social;
• Faturamento.
Em relação ao histórico do participante e as informações de segurança, as instituições devem analisar os seguintes dados:
• Tempo de abertura da conta e uso de outros meios de cobrança, quando o participante atuar como provedor de conta transacional;
• Frequência das transações com o participante.
Funcionamento
Na última terça-feira (4), o Banco Central explicou como funcionará o Pix automático, que valerá apenas para pessoas físicas como pagadoras e empresas como recebedoras. Na nova modalidade, o pagador fará a autorização do pagamento e definirá regras, como o valor máximo de cada pagamento.
Nos dias anteriores ao pagamento, a empresa deverá enviar a cobrança ao banco do pagador que, por sua vez, fará o agendamento do pagamento e notificará a pessoa, para que ela possa conferir, antes do dia do pagamento, se o valor cobrado está correto. O Pix Automático será gratuito para a pessoa pagadora.
Pix agendado
O Pix Automático não se confunde com o Pix Agendado, lançado em 2024 e que também permite pagamentos recorrentes a empresas.
Obrigatório desde outubro de 2024 a todos os bancos, o Pix Agendado Recorrente dispensa a abertura de convênio por parte da empresa.
Nessa modalidade, o cliente digita a chave Pix do cobrador, mas a digitação do valor, do número de pagamentos e da periodicidade do débito cabe ao pagador.
Apesar de mais usado por micro e pequenas empresas, o Pix Agendado Recorrente era suscetível a erros de digitação por parte do pagador, com divergências em relação ao tipo de cobrança da empresa.
No Pix Automático, os valores e as datas de pagamento são definidas pelo cobrador, com o pagante apenas autorizando o débito.
Se tiver juízo, Governo de Raquel encerra pendenga com a Alepe na próxima semana
Por Larissa Rodrigues Repórter do blog
A próxima semana será fundamental para que o Governo do Estado e a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) encontrem uma maneira consensual para destravarem a pauta e, assim, permitirem que projetos parados na Casa sejam votados, sobretudo os que já passaram pelas comissões e só dependem do plenário.
Com a proximidade do feriado de São João e do recesso parlamentar de julho, há o risco, se o plenário continuar sendo esvaziado pelos deputados governistas, de as votações das matérias ficarem para o segundo semestre.
As festas de junho no interior do Estado são muito frequentadas pelos parlamentares, que aproveitam para conversar com as bases. Com isso, mesmo que o Estado e a Alepe destravem a pauta na semana seguinte, a que precede o São João, o quórum pode não ser atingido para as votações nominais por causa de compromissos dos deputados fora do Recife.
Por essa razão, a partir da próxima segunda-feira (9), o Governo do Estado deve correr contra o tempo para entrar em acordo com a Casa, porque é o Poder Executivo quem vai ficar prejudicado e desgastado, mais do que já está, se projetos como o do reajuste dos professores, por exemplo, ficarem para agosto.
É preciso que um dos lados ceda na queda de braço e utilize o pragmatismo neste momento, deixando de lado a briga de egos, esquecendo essa bobagem de quinta série de “ou vota tudo ou não vota nada”. Quem o fizer, inclusive, pode até colher frutos, demonstrando grandeza política e humildade.
A governadora Raquel Lyra (PSD) está mais fragilizada nesse processo porque precisa fazer entregas e porque é ela quem vai disputar a reeleição em 2026. Portanto, seria, no mundo ideal, do interesse dela acabar com essa pendenga pública que vem corroendo cada dia mais a imagem do Poder Executivo, a cada esvaziamento de plenário promovido pela base governista e articulado pela Casa Civil, com o aval da chefe do Executivo.
Imagem da falta de diálogo já se consolidou – A essa altura, a imagem de gestora sem diálogo de Raquel Lyra já está consolidada e é reforçada desde o início da administração dela, com sucessivos erros de condução política e com essa relação difícil com a Assembleia, mesmo que em alguns momentos a governadora acene com gestos de bandeira branca, como as ligações que tem feito para o presidente da Alepe, deputado Álvaro Porto (PSDB) – gestos esses que entram em contradição com a postura da bancada governista, que não tem comparecido ao plenário, orientada por Raquel.
Outra forma de fazer política – Enquanto isso, o presidente da Casa, Álvaro Porto, trabalha em outras frentes, chamando os professores para uma conversa sobre o projeto de reajuste da categoria, na manhã da próxima segunda-feira (9), reunião na qual vai se comprometer a pautar o projeto na primeira sessão plenária da semana e em todas as outras, caso não haja quórum na tarde da segunda-feira. Quem vai ficar com a imagem desgastada perante a categoria se esse projeto chegar em agosto sem ser votado, inclusive depois de a governadora receber os professores no Palácio e afirmar que “educação é prioridade”?
Não há impedimento – O entendimento da Procuradoria-Geral da Alepe é de que, com a pauta trancada, todos os projetos de mesma natureza daquele que originou o trancamento não podem ser apreciados. No entanto, os que tiverem natureza diferente ou forem de autoria de outros poderes podem ser votados, mesmo com a pauta trancada. A matéria que motivou o trancamento foi o Projeto de Lei Ordinária nº 2692/2025, que autoriza o Estado a contrair empréstimo de R$ 1,5 bilhão.
Reajuste dos professores e demais projetos – Mas o reajuste dos professores e os projetos dos Tribunais de Contas e de Justiça, assim como a indicação do novo presidente da Adagro (uma resolução), estão liberados para votação. A proposta de reajuste dos professores, por exemplo, é o Projeto de Lei Complementar nº 2968/2025, ou seja, não é de Lei Ordinária nem de Resolução, portanto, não está condicionada ao trancamento. Além disso, já passou pelas comissões e está pronta para ser votada no plenário mesmo com a pauta trancada. Não há impedimento nem justificativa para que a bancada governista não compareça na segunda-feira durante a votação da matéria.
Contas de Paulo Câmara na Comissão de Finanças – A Comissão de Finanças, Orçamento e Tributação da Alepe (CFOT) vai pautar, na próxima reunião, as contas do ex-governador Paulo Câmara, referentes aos exercícios de 2017 a 2022. A matéria consta do edital de convocação da CFOT, publicado na última quinta-feira (5), no Diário Oficial. Presidido pelo deputado Antônio Coelho (UB), o colegiado tem a competência para apreciar – antes do plenário – as contas anuais do chefe do Poder Executivo estadual. Considerando que o parlamentar foi líder da oposição durante a segunda gestão Paulo Câmara, sua decisão de pautar as contas do seu antigo adversário pode ser interpretada como um gesto republicano. Todos os relatórios do Tribunal de Contas (TCE) recomendam a aprovação das contas de Câmara.
CURTAS
Grupo Moura – A inauguração da Unidade de Reciclagem e Metais do Grupo Moura, ontem (6), marca um avanço estratégico da nova política industrial brasileira no Nordeste, na opinião do superintendente da Sudene, Danilo Cabral. A autarquia, que tem atuado na territorialização da Nova Indústria Brasil (NIB), participou da solenidade realizada no município de Belo Jardim, no Agreste pernambucano. O empreendimento recebeu um investimento de R$ 850 milhões, o maior da história do grupo, e reforça o protagonismo da região na transição para uma economia mais verde, com geração de cerca de 300 empregos diretos e indiretos.
Miguel Coelho bota o pé na estrada – Presidente do União Brasil em Pernambuco e pré-candidato ao Senado em 2026, o ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, vai começar, no próximo domingo (8), um giro pelo interior do Estado, em cidades do Agreste e Zona da Mata. A primeira parada será em Santa Cruz do Capibaribe, mas cidades como Surubim, Casinhas, Orobó e Limoeiro estão no roteiro.
Lançamento do livro de Magno – O titular deste blog, que além de jornalista é escritor, lança na próxima segunda-feira (9) a sua mais nova obra, Os Leões do Norte, publicada pela Eu Escrevo Editora. O evento ocorre a partir das 18h, no Boteco Porto Ferreiro, localizado na Avenida Rui Barbosa, 458, bairro das Graças, Zona Norte do Recife. Resultado de uma extensa pesquisa jornalística e historiográfica, o livro reúne 22 minibiografias de ex-governadores de Pernambuco, que exerceram mandatos entre 1930 e 2023. “É uma contribuição necessária para que leitores e pesquisadores tenham mais elementos para interpretar a história do Estado e identificar os desafios que ele enfrenta”, afirma Magno.
Perguntar não ofende: Os professores de Pernambuco terão que esperar até agosto para virem o projeto de reajuste salarial da categoria ser votado na Alepe?