Patrimônio vivo de Caruaru, e por que não do País, o compositor Onildo Almeida, 97 anos, se emocionou com a crônica domingueira neste blog sobre a sua trajetória artística como um dos gênios das grandes canções que fez e Luiz Gonzaga gravou, como A feira de Caruaru.
Também me emocionei ao receber, há pouco, este áudio dele vibrando com o texto e fazendo um agradecimento. Que lindo momento histórico! Na foto, ele ao lado da sua Lenita, sua grande companheira, amiga do coração.
Na tarde deste domingo (9), o prefeito de São José do Egito, Fredson Brito (Republicanos), realizou a entrega de um trator para a Associação Riachão 2, na Zona Rural do município. O equipamento foi obtido através de verba federal do governo Lula, fruto do trabalho em parceria com o deputado federal Silvio Costa Filho, que atualmente ocupa o Ministério de Portos e Aeroportos. A entrega contou com a presença do vice-prefeito Zé Marcos Lima (PODE), do vereador Vicente de Vevéi (Republicanos), e de diversos moradores da comunidade.
O trator entregue neste domingo fará parte do programa Terra Arada, uma iniciativa da Prefeitura que vem beneficiando diversas comunidades rurais, garantindo o preparo da terra para os agricultores. Para o prefeito Fredson Brito, o programa não tem distinção política e está focado em atender a população.
“Nosso compromisso é com o povo de São José do Egito. O programa Terra Arada está chegando para quem realmente precisa, sem olhar quem decide. Aqui, a prioridade é garantir que as comunidades tenham o suporte necessário para produzir e crescer”, destaca.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu promover uma reforma ministerial em etapas, com a primeira concentrada no Palácio do Planalto e prevista para ocorrer antes do Carnaval. A iniciativa visa reorganizar a equipe do governo e fortalecer a articulação política com o Congresso Nacional.
A primeira mudança confirmada foi a substituição de Paulo Pimenta por Sidônio Palmeira na Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom). Além disso, a deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR) é cotada para assumir a Secretaria-Geral da Presidência, no lugar de Márcio Macêdo, destaca reportagem do G1.
Outro ponto central da reforma é a Secretaria de Relações Institucionais, responsável pelo diálogo com o Legislativo. O cargo é cobiçado por partidos do Centrão, e, caso a demanda seja atendida, o atual ministro Alexandre Padilha pode ser transferido para o Ministério da Saúde, substituindo Nísia Trindade.
Na segunda etapa da reforma, Lula pretende rever ministérios atualmente ocupados por membros do PT, incluindo o Ministério das Mulheres, o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar e o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. É possível que a pasta do Desenvolvimento Social seja entregue ao Centrão, caso a Secretaria de Relações Institucionais permaneça sob o controle petista.
Por fim, a terceira fase da reforma pode abranger ministérios ocupados por partidos aliados, como o Ministério da Pesca, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e o Ministério da Agricultura. Circulam especulações de que Arthur Lira, ex-presidente da Câmara dos Deputados, possa ser indicado para a Agricultura.
As mudanças propostas têm como objetivo fortalecer a base do governo no Congresso e otimizar a gestão das políticas públicas. O cronograma das próximas etapas será definido conforme as necessidades políticas e estratégicas do governo federal.
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estuda criar o cargo de enviado especial contra o negacionismo climático, na organização da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30).
Caso o governo oficialize a nova função, o nome cotado para ocupá-la é Frederico Assis, da área internacional do Palácio do Planalto. Ele é subordinado ao ex-chanceler Celso Amorim, que, hoje em dia, atua como assessor especial do presidente Lula.
Segundo fontes do governo, Assis já recebeu o convite e a nomeação deve ser publicada nos próximos dias. A informação sobre a criação do cargo foi antecipada pelo jornal Folha de S.Paulo e confirmada pela CNN Brasil.
Assis é formado em Relações Internacionais e mestre em História Social pela Universidade de São Paulo (USP). Ele já foi coordenador-geral da Secretaria de Relações Internacionais e Federativas da Prefeitura de São Paulo e assessor especial do prefeito da capital paulista.
Os detalhes sobre as atribuições do cargo ainda estão sendo definidos pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE) e pela Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom).
O ocupante da função deverá se reportar ao presidente da COP30, o embaixador André Corrêa do Lago. Entre as responsabilidades previstas estão a interlocução com plataformas digitais, movimentos sociais e agentes políticos.
A possível criação do cargo ocorre em um momento no qual o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, adota medidas que vão na contramão do combate à crise climática.
Trump é crítico de políticas de proteção ambiental e defende um plano de crescimento econômico baseado na expansão da exploração de petróleo, como estratégia para impulsionar a economia e conter a inflação.
COP30
A COP30 será realizada entre os dias 10 e 20 de novembro, em Belém (PA). Mesmo com o posicionamento de Trump, o governo brasileiro vai convidar o líder dos EUA para o evento.
No governo brasileiro, no entanto, a expectativa é que Trump não compareça. Diplomatas avaliam que, com o embate mundial entre Estados Unidos e China, há chances de Xi Jinping marcar presença.
Em janeiro, o governo nomeou Corrêa do Lago como presidente da COP30 e Ana Toni, secretária nacional de Mudança do Clima, do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, como diretora-executiva (CEO) do evento.
De acordo com Corrêa do Lago, o Brasil terá alguns desafios na COP30. Um deles seria a revisão das metas climáticas de todos os países que assinaram o Acordo de Paris, exatamente 10 anos depois do tratado ter sido fechado na capital francesa.
Outra grande questão seria o financiamento das ações contra as mudanças climáticas, um tema que gerou muitas discussões, mas poucos resultados nas últimas COPs.
No início da tarde deste domingo (9), por volta das 12h10, o Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco (CBMPE) foi acionado para uma ocorrência de incêndio em apartamento localizado na Av. São Paulo, no bairro de Jardim São Paulo, na Zona Oeste do Recife.
Por meio de nota, o CBMPE informou que enviou três viaturas ao local, sendo uma de combate a incêndio, uma de resgate (ambulância) e uma de comando operacional.
As equipes do Corpo de Bombeiros atuaram no combate às chamas em um dos cômodos (quarto) da residência e evitou que o incêndio atingisse os demais ambientes.
Pararelamente ao combate, outra equipe de bombeiros atendeu cinco vítimas de inalação da fumaça, das quais, duas delas, uma mulher de 52 anos e uma criança de 12 anos, foram conduzidas pelos bombeiros a uma unidade hospitalar.
O local atingido pelo incêndio ficou aos cuidados da defesa civil do município.
Após voltar de viagem internacional, o ex-prefeito de Petrolina e líder do bloco majoritário do União Brasil em Pernambuco, Miguel Coelho, compartilhou um vídeo através de suas redes sociais para afirmar que o seu partido seguirá na oposição ao Governo Raquel Lyra (PSDB). “O União Brasil mantém sua posição em Pernambuco”, destacou, chamando de “historinhas” as alegações de que ele e seu grupo estariam migrando para a base governista.
Há duas semanas, aliados de Raquel se esforçam para garantir que Miguel estaria prestes a trocar o palanque do prefeito do Recife, João Campos (PSB), pelo da tucana. O que representaria uma guinada para a chefe do Executivo Estadual, que tem patinado muito na política. Mas, pelo visto, o assunto parece encerrado.
A proposta do presidente norte-americano, Donald Trump, de “assumir o controle” da Faixa de Gaza e realocar permanentemente os dois milhões de palestinos que vivem no enclave foi ferozmente rejeitada por Egito e Jordânia. Na visão do chefe da Casa Branca, ambos representam destinos óbvios para esse enorme contingente populacional devido à proximidade geográfica com o território disputado e às suas afinidades étnicas e históricas. O líder egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, e o rei jordaniano, Abdullah II, não pensam assim.
— A Jordânia é para os jordanianos, e a Palestina é para os palestinos — disse o ministro das Relações Exteriores da Jordânia, Ayman Safadi.
Há décadas, Egito e Jordânia possuem acordos de paz com Israel, mediados por Washington, e são dois grandes beneficiários dos EUA no Oriente Médio, mas defendem a criação de um Estado palestino na Cisjordânia ocupada, em Gaza e em Jerusalém Oriental. Algo que, segundo eles, se tornaria impossível com a “limpeza” proposta por Trump.
Um influxo de refugiados dessa magnitude também teria um potencial desestabilizador para ambos, afirmam especialistas. Os dois países lidam com diversas questões internas delicadas, como crise econômica, dependência de ajuda externa, estabilidade política frágil (baseada em regimes repressivos) e um forte apoio populacional à causa palestina, sem contar a pressão exercida sobre os serviços públicos pelos fluxos migratórios já existentes.
— Egito e Jordânia têm muitos problemas, mas são dois países absolutamente importantes para a manutenção da estabilidade regional e do cessar-fogo em Gaza, e esse tipo de atitude [proposta por Trump] poderia simplesmente destruir seus governos e até esfacelar os acordos de paz históricos — explica Monique Sochaczewski, professora de Relações Internacionais do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP).
— As ruas do mundo árabe são pró-Palestina. A pressão popular seria enorme, continua Monica.
Durante muito tempo, o Egito foi considerado um destino amigável para estrangeiros de todos os tipos, incluindo refugiados, devido às suas regras frouxas de imigração. Desde 2023, porém, Cairo vem endurecendo suas normas, depois que uma guerra civil no Sudão levou mais de 1,2 milhão de pessoas a buscarem refúgio no país, seu principal destino, segundo dados oficiais.
O Egito diz que gasta US$ 10 bilhões por ano (equivalentes a quase 2,5% de seu PIB) com nove milhões de imigrantes e mais de 570 mil solicitantes de asilo. Analistas, porém, argumentam que esses números são inflacionados pelo governo para obter mais financiamento de apoiadores internacionais ávidos por evitar a migração para seus próprios países. Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), o país, na verdade, acolhe cerca de 1,5 milhão de refugiados e solicitantes de asilo, dos quais 902 mil são registrados.
Em março de 2023, a União Europeia anunciou um pacote de € 7,4 bilhões em ajuda para o Cairo, que, segundo a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, foi “o melhor jeito de lidar com os fluxos migratórios”. Nos últimos anos, governos europeus têm demonstrado preocupação com o risco de instabilidade no Egito, um país de 106 milhões de habitantes mergulhado em dívidas, dependente de importações de produtos básicos como trigo e energia, e cuja situação financeira já era precária antes mesmo das guerras na Ucrânia e em Gaza fazerem sua economia despencar.
De acordo com Sisi, o Egito perdeu US$ 7 bilhões em receitas cruciais do Canal de Suez em 2024, uma vez que o conflito em Gaza reduziu a navegação no Mar Vermelho após sucessivos ataques de rebeldes houthis a embarcações comerciais. O valor corresponde a mais de 60% do faturamento da via marítima no ano anterior.
Questões de segurança
A transferência de um grande número de palestinos para a Península do Sinai, na fronteira com Gaza, também teria implicações de segurança, alertou o presidente em janeiro. O Hamas e outros grupos de combatentes, afirmou, estão profundamente enraizados na sociedade palestina e provavelmente se mudariam com os refugiados, o que significaria futuras guerras em solo egípcio. Além disso, poderia jogar o país nas mãos da Irmandade Muçulmana, movimento político-religioso radical aliado do Hamas que esteve no poder entre 2012 e 2013 e hoje é classificado como terrorista internamente.
— A deportação ou o deslocamento do povo palestino é uma injustiça da qual não podemos participar — disse.
A linha vermelha da Jordânia também está fundamentada em uma dura realidade: o país enfrenta muitos desafios, incluindo alto índice de desemprego, baixo crescimento econômico e um grande déficit orçamentário, e tem o segundo maior número per capita de refugiados do mundo, 710 mil em uma população de 11,3 milhões de habitantes, segundo o Acnur. Seu território abriga também milhões de palestinos que chegaram em diferentes levas desde a criação do Estado de Israel, em 1948, e cujo exílio acabou tornando-se permanente, pois o retorno para a terra de seus ancestrais nunca foi permitido.
Estima-se que de 55% a 70% da população da Jordânia se identifique como palestina por origem ou nacionalidade. A população cresceu de 750 mil deslocados em 1948 para um número estimado de cinco milhões a sete milhões, incluindo pelo menos 2,4 milhões de refugiados registrados na Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA), muitos dos quais são de segunda geração e têm cidadania jordaniana.
O deslocamento prolongado tem causado desafios políticos, sociais e econômicos complexos há décadas para o país, afetando seu crescimento populacional e equilíbrio demográfico, dois fatores no centro das políticas de segurança e estabilidade nacional do reino desde que, em 1970, forças jordanianas e facções da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) se enfrentaram numa breve guerra civil que entrou para a história como o Setembro Negro ao deixar milhares de mortos, a maioria palestinos.
Foto rara mostra Gaza antes da criação do Estado de Israel
Ultranacionalistas israelenses há muito tempo, inclusive, sugerem que o território jordaniano seja considerado um Estado palestino, dada sua composição demográfica, para que Israel possa manter a Cisjordânia, que eles consideram o coração bíblico do povo judeu. A monarquia da Jordânia rejeita veementemente esse cenário.
— Os palestinos passam a imagem de um povo mobilizado, e nenhum governo autoritário quer gente criando caso no seu país — diz Márcio Scalercio, professor de Relações Internacionais da PUC-Rio. — Além disso, como realocar mais de dois milhões de pessoas, boa parte delas pobres, em dois países cuja população é também muito pobre e carente de serviços públicos? É uma política perversa.
Em 1986, uma desavença de ordem política e por espaços eleitorais tornou Paulo de Souza Coelho, empresário e industrial, um rebelde em família. Paulo queria espaço político para o filho Fernando Bezerra Coelho, que já havia sido consagrado com expressiva votação de deputado estadual e virado secretário-chefe de gabinete do então governador de Pernambuco, Roberto Magalhães. A ruptura era inevitável, e Paulo Coelho queria que o filho, FBC, fosse deputado federal constituinte.
O bastante para romper com os irmãos de sangue e aliar-se à Frente Popular de Pernambuco. Dali em diante, as eleições ficariam polarizadas em Petrolina. E Paulo de Souza Coelho elegeu o filho FBC deputado federal (1986), apoiando a eleição de Miguel Arraes de Alencar, governador de Pernambuco após 22 anos de exílio político pela ditadura militar. Paulo Coelho intrigava a opinião pública, sendo um conservador de centro-direita, ao apoiar contra seus irmãos aquele Miguel Arraes, considerado “comunista”.
Do núcleo familiar de Paulo Coelho, casado com dona Lizete Bezerra, filha do empresário e coronel Fernando Idalino Bezerra, na região de Ouricuri, Araripe, viriam duas gerações de políticos: os filhos deputados, Fernando Bezerra Coelho e Clementino Coelho Neto, além dos netos, Fernando Filho, deputado federal, Miguel Coelho, ex prefeito de Petrolina e ex-deputado estadual, e Antônio Coelho, deputado estadual (estes últimos, filhos de Fernando Bezerra Coelho)
Paulo de Souza Coelho se regozijou ao fazer FBC três vezes prefeito de Petrolina, junto com os irmãos com quem construiu um vasto império político e empresarial, tanto em Pernambuco quanto na Bahia, onde teve um irmão, Gercino Coelho, promotor de justiça e deputado estadual, e o sobrinho Nilo Coelho, que foi governador da Bahia de 1989 a 1990
Paulo de Souza Coelho sempre exaltou a política contundente dos irmãos Nilo Coelho, governador de Pernambuco, e Osvaldo Coelho, deputado federal com grande expertise empresarial. Paulo de Souza ainda é muito lembrado nas redes sociais e na política de Petrolina por sua inteligência ousada.
A fábrica de cimento Pajeú, em Carnaíba, fechou suas portas. O blog do Nill Junior confirmou a informação que começou a circular no início da semana.
Criada em 2013 pelo grupo Petribu, com promessa de gerar empregos na exploração do calcário na região, a fábrica sucumbiu a problemas de gestão e brigas na justiça.
A última, em junho do ano passado, foi entre a Mineradora Vale do Pajeú LTDA e a Mineradora MX LTDA.
A primeira, detentora da estrutura às margens da PE 320, acusou a MX de inadimplência, exigindo reassumir o espaço após um contrato de arrendamento.
A MX afirmou que o processo na justiça ainda encontra-se em fase inicial. A mineradora também afirma que recorreu da decisão. A empresa, acusada de inadimplência no contrato de arrendamento, tratou a acusação como fake news.
Findado o imbróglio, nem mel nem cabaça. Nem a arrendatário fez a roda girar adequadamente, nem a titular assumiu pra valer o que construiu. Agora, a situação só piora por conta das questões trabalhistas. A redenção da cidade de Carnaíba e região virou um elefante branco.
O escritor Marcelo Rubens Paiva criticou a fala em que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), sobre os atos de 8 de janeiro não configurarem uma tentativa de golpe de Estado. Ele é filho do ex-deputado Rubens Paiva, morto pela ditadura militar e cuja história foi retratada no filme “Ainda estou aqui”, indicado em três categorias no Oscar, incluindo melhor filme.
“Novo presidente do Câmara demonstra que Brasil continuará no atoleiro e nunca alcançará a democracia plena. O desequilíbrio no caso não é das penas, é dele mesmo”, escreveu Marcelo no X.
Na sexta-feira, Motta havia dito que os atos de 8 de janeiro não foram uma tentativa de golpe e defendeu que não haja “exagero” na punição aos condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
— Foi uma agressão às instituições, uma agressão inimaginável, ninguém imaginava que aquilo pudesse acontecer. Ninguém imaginava que aquilo pudesse acontecer. Querer dizer que foi um golpe? Golpe tem que ter um líder, golpe tem que ter uma pessoa estimulando, apoio de outras instituições interessadas, como as Forças Armadas. E não teve isso. Ali foram vândalos, baderneiros, que queriam demonstrar sua revolta achando que aquilo ali poderia resolver talvez com o não prosseguimento do mandato do presidente Lula — disse Motta em entrevista à rádio Arapuan FM, de João Pessoa.
O presidente da Câmara também defendeu que não haja “exagero” nas punições contra os condenados do 8 de janeiro, em relação a pessoas que não cometeram “atos de tanta gravidade”.
—Você não pode penalizar uma senhora que passou na frente lá do Palácio, não fez nada, não jogou uma pedra e que irá receber 17 anos de pena para regime fechado. Há um certo desequilíbrio nisso. Nós temos de punir as pessoas que foram lá que quebraram que depredaram, essas pessoas, sim, precisam e devem ser punidas para que isso não aconteça novamente. Mas entendo que não dá para exagerar no sentido das penalidades com quem não cometeu atos de tanta gravidade —complementou Motta.
Em entrevista ao GLOBO, Motta afirmou que a proposta que trata sobre a anistia dos condenados, em tramitação no Congresso, é de difícil consenso e que o tema cria tensão com o STF e Executivo.
— Não podemos inaugurar o ano legislativo gerando mais instabilidade. Teremos de, em algum momento, em diálogo com o Senado, combinar como faremos com esse tema. Vamos sentindo o ambiente na Casa. Não faremos uma gestão omissa. Enfrentaremos os temas, mas com responsabilidade e sem tocar fogo no país — disse.
Ele afirmou ainda que pautar o projeto não foi condição imposta pelo ex-presidente Jair Bolsonaro para que o seu partido, o PL, apoiasse sua eleição para a presidência da Câmara, mas que ele pediu que não houvesse empecilho para sua tramitação.
— Fomos instados por ambos os lados. Na conversa que eu tive com o presidente Bolsonaro, em um determinado momento, ele falou: “Eu queria que, se houver o acordo no colégio de líderes e se houver o ambiente na Casa, você não prejudique a pauta da anistia”. Na reunião com o PT, falaram: “Olha, essa pauta da anistia não pode andar. É uma pauta ruim e é uma pauta que nós não concordamos”. A nossa eleição foi construída do ponto de vista de uma convergência. Vamos sentindo o ambiente na Casa para que, a partir daí, se decida — afirmou Motta ao GLOBO.