Israel anuncia morte de comandante do Hezbollah no Líbano

Israel realizou ontem um bombardeio em Beirute no qual afirma que matou o comandante do movimento libanês Hezbollah Fuad Shukr, que responsabilizou por um ataque letal recente nas Colinas de Golã.

Segundo o Ministério da Saúde libanês, o ataque matou três civis, dois deles crianças, e deixou 74 feridos.

“Os aviões de combate da força aérea de Israel eliminaram o comandante militar de mais alta patente da organização terrorista Hezbollah e chefe da sua unidade estratégica, Fuad Shukr, na zona de Beirute”, anunciou o corpo armado.

Shukr foi o responsável pelo ataque do último sábado “no qual 12 crianças morreram depois que o Hezbollah disparou um foguete iraniano diretamente contra um campo de futebol no norte de Israel”, declarou o porta-voz militar israelense, Daniel Hagari.

“Fuad Shukr era o braço direito de Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah, e seu conselheiro no planejamento e na direção de ataques e operações”, acrescentou Hagari, afirmando que Shukr era “um terrorista de alto nível, que tinha o sangue de israelenses e muitos outros em suas mãos”.

O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, denunciou o que chamou de “agressão flagrante” e “ato criminoso”, e pediu que a comunidade internacional pressione “para obrigar Israel a deter sua agressão e suas ameaças”.

O Irã, que apoia o Hezbollah, considerou o ocorrido “uma ação implacável e criminosa da gangue criminosa sionista”.

Israel e Estados Unidos responsabilizaram o Hezbollah pelo bombardeio de sábado na cidade de Majdal Shams, nas Colinas de Golã, o que o grupo libanês (aliado do movimento islamista palestino Hamas) negou.

Do Jornal O Globo.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse ontem não ver “nada de anormal” em relação à contestada reeleição de Nicolás Maduro na Venezuela.

Em entrevista a um canal afiliado à TV Globo na manhã desta terça, Lula descreveu a situação como “um processo” em curso. Mencionando uma nota publicada pelo seu partido na segunda, disse que o que estava ocorrendo era um conflito entre o tribunal eleitoral venezuelano e a oposição.

“Vejo a imprensa brasileira tratando como se fosse a Terceira Guerra Mundial. Não tem nada de anormal. Teve uma eleição, teve uma pessoa que disse que teve 51%, teve uma pessoa que disse que teve 40 e pouco. Um concorda, o outro não”, afirmou, acrescentando que quem deveria arbitrar a decisão é a Justiça.

O governo brasileiro já tinha se pronunciado sobre o resultado das eleições na Venezuela, alvo de questionamentos de líderes regionais. Por meio de nota, ele havia pedido a divulgação das atas eleitorais e se absteve de parabenizar Maduro.

Esta foi, porém, a primeira declaração de Lula sobre o tema. A entrevista, concedida à TV Centro América, de Mato Grosso, foi gravada fora da agenda oficial, e trechos dela foram divulgados pelo canal GloboNews à tarde. A transcrição integral do comentário foi divulgada pela Secom à noite.

Lula afirmou que Celso Amorim, assessor especial para assuntos internacionais que acompanhou o pleito em Caracas, conversou com ambos Maduro e o candidato da oposição, Edmundo González. Segundo o petista, Amorim relatou que o ditador apresentaria a ata. “Só não disse quando, mas disse que vai apresentar”, disse o presidente.

Lula ainda minimizou as contestações ao resultado feitas pela oposição e referendadas por outros países. Ele comparou o caso com a contestação que Aécio Neves fez às eleições de 2014 após ser derrotado. Na época, o seu partido, o PSDB, pediu uma auditoria dos votos ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Ao analisá-los, porém, não encontrou nenhum indício de irregularidade.

“Sempre que tem um resultado apertado as pessoas têm dúvidas. Aqui no Brasil você viu o que aconteceu. Mesmo quando o Aécio perdeu para a Dilma, que entrou com recurso para anular a eleição”, disse Lula.

Ainda na entrevista, o presidente disse que, se a vitória de Maduro for confirmada pelas atas de votação, tanto o seu governo quanto o de outros países seriam obrigados a reconhecer o resultado.

Ele acrescentou que Brasil, Colômbia e Chile negociam a formulação de uma declaração conjunta. As chancelarias dos três países comandados por líderes de esquerda pediram a divulgação de dados individualizados. Até a noite desta terça, o documento conjunto não tinha sido publicado.

“O presidente Maduro sabe perfeitamente bem que, quanto mais transparência houver, mais chance ele terá de ter tranquilidade para governar a Venezuela”, prosseguiu o petista.

“Eu, enquanto cidadão do planeta Terra, cidadão brasileiro, presidente, acho que é preciso acabar com a ingerência externa nos outros países”, completou. “A Venezuela tem direito de construir o seu modelo de crescimento e de desenvolvimento sem que haja um bloqueio. Cada um constrói o seu processo democrático, cada um tem o seu processo eleitoral.”

Da Folha de São Paulo.

Convidado pela Secretaria de Comunicação Social do Governo Federal, participo, em instantes, junto com um grupo de jornalistas de vários Estados, do “Bom dia, Ministro”, programa transmitido pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC) com a participação de rádios de todo País. O entrevistado será o ministro da Articulação Política, Alexandre Padilha.

Na pauta, o fortalecimento das relações entre os poderes Executivo e Legislativo. O ministro também vai abordar a aprovação da regulamentação da reforma tributária na Câmara dos Deputados, a aprovação do arcabouço fiscal, a taxação de offshores e as discussões que o governo ainda pretende debater, como o caso da desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia.

O “Bom Dia, Ministro” começa exatamente às 8 horas, com uma hora de duração, sendo transmitido ao vivo pela EBC. Pode ser acompanhado pela TV (aberta ou via satélite) e pela internet, no YouTube, Facebook, TikTok e Instagram do CanalGov. Para as rádios, o sinal de transmissão é oferecido pela Rede Nacional de Rádio (RNR), pelo mesmo canal de “A Voz do Brasil”.

Acompanhe on-line através do link https://canalgov.ebc.com.br/ao-vivoavés do link .

Debates e efeitos das fugas

Com o prazo final das convenções partidárias marcado para a próxima segunda-feira, as eleições municipais vão, naturalmente, entrar numa nova fase para os candidatos a prefeito e vereadores. A grande expectativa passa a ser a realização dos debates no rádio e na TV, especialmente para os postulantes majoritários. Será que todos vão aceitar participar?

Não é incomum que candidatos decidam não participar de algum debate. Essa decisão, geralmente, é estratégica. Normalmente, quem ocupa as primeiras posições nas intenções de votos nas pesquisas de opinião pública tende a recusar convites de presença em debates no primeiro turno.

Evitam se expor para não sofrer cobranças dos oponentes, preservando suas imagens junto ao eleitorado. Entretanto, essa é uma estratégia um tanto controversa, até porque dá a impressão de que o candidato está fugindo da disputa, ou, pior, não se mostra preparado, achando que que pode provocar vexames, refletindo nas pesquisas eleitorais.

Sendo assim, as atenções maiores de debates estarão voltadas para quatro cidades da Região Metropolitana: Recife, Jaboatão dos Guararapes, Olinda e Paulista. No interior, Caruaru e Petrolina, municípios com mais de 200 mil eleitores. No Recife, o prefeito João Campos (PSB), hoje com 75% das intenções de voto, em nenhum momento deve ir a debates no primeiro turno.

Na capital, a não ser que ocorra uma hecatombe até lá, o cenário hoje é de decisão logo no primeiro turno. Já em Jaboatão, Mano Medeiros também tende a ir a debates somente no segundo turno, para não virar alvo de bombardeio por parte de muitos adversários, raciocínio que não se aplica a Mirella Almeida (PSD). Embora seja candidata da situação, apoiada pelo prefeito Lupércio, não há pesquisas que apontem Mirella numa situação privilegiada em Olinda.

Em Caruaru, o prefeito Rodrigo Pinheiro vai para reeleição enfrentando pelo menos quatro candidatos no primeiro turno e não se sabe qual a orientação ainda da sua assessoria em relação aos debates, que Zé Queiroz, seu principal adversário, já se antecipou, informando que vai a todos.

Candidato à reeleição, o prefeito de Petrolina, Simão Durando (UB), também não deve ir aos debates no primeiro turno, se valendo da mesma estratégia. Fugir de debates tira votos? A história das últimas eleições em Pernambuco mostra que sim, porque Marília Arraes, então candidata a governadora, que estava à frente das pesquisas, evitou os confrontos, se desidratou e perdeu a batalha no segundo turno.

Um caso histórico – Nas eleições para governador em 1990, o ex-governador Joaquim Francisco, então num cenário de voo de brigadeiro, despencou nas pesquisas depois que Jarbas Vasconcelos, seu principal adversário, usou um recurso infalível: a imagem da cadeira de Joaquim vazia. Numa reação inusitada, Joaquim fez um desafio a Jarbas para um debate olho no olho no horário do guia eleitoral, cada um cedendo o seu tempo na TV. Jarbas topou, Joaquim se saiu melhor no debate e ganhou a eleição no primeiro turno.

PSB na contramão do PT – Numa posição contrária ao PT, que já reconheceu a legalidade da eleição de Maduro, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, disse, ontem, em nota, que o partido não vai aceitar o resultado do que chamou de “farsa eleitoral” a reeleição do presidente da Venezuela. “O PSB, há muito tempo, aprovou uma decisão unânime de condenação às violações dos direitos humanos e democráticos perpetradas pelo regime chavista. O partido considera o regime de Maduro uma ditadura. A eleição não foi transparente nem democrática”, afirmou.

Pau no PT – Integrantes da oposição brasileira criticaram o PT, ontem, por reconhecer a vitória do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro (Partido Socialista Unido da Venezuela – esquerda), reeleito para um novo mandato no País. O deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP) escreveu que o PT publicou a nota “tratando a fraude” de Nicolás Maduro como uma vitória. “São defensores de ditadores”, escreveu em seu perfil do X (ex-Twitter).

Magoado com o PCdoB – Em entrevista, ontem, à Rádio Folha, o senador Humberto Costa, principal liderança do PT no Estado, reclamou que o PCdoB não foi correto com o PT ao longo do processo da escolha do vice de João Campos (PSB) no Recife.  “O PCdoB sabia que o PT havia manifestado publicamente a aspiração de poder ter a vice. Não agiu o PCdoB com transparência. Se fosse colocada em discussão a possibilidade de filiação do Victor Marques, não haveria nenhum questionamento, mas isso deveria ter sido objeto de um debate, porque o PT aspirava ter a vice e a filiação de Victor veio com a finalidade de ele ser o vice”, afirmou.

Palanque duplo – Em Serra Talhada, a 420 km do Recife, a governadora Raquel Lyra (PSDB) deve subir em dois palanques, no da prefeita Márcia Conrado (PT), que disputa à reeleição, e no de Miguel Duque (Podemos), filho do deputado Luciano Duque, que faz parte da bancada de apoio governista na Alepe. “Essa é a impressão que eu tenho”, disse, ontem, no Frente a Frente, o deputado Valdemar de Oliveira, o Dema (Avante), irmão do ex-deputado federal Sebastião Oliveira. Dema aposta na vitória de Conrado por achar que Miguel não tem o mesmo capital político do pai para derrotar a prefeita.

CURTAS

ARCOVERDE 1 – Em entrevista, ontem, à Rádio Itapuama, o pré-candidato do Podemos à Prefeitura de Arcoverde, Zeca Cavalcanti, praticamente confirmou que o prefeito Wellington Maciel, que o derrotou na eleição passada e a quem tanto criticou por fazer uma gestão desaprovada pela população, estará no seu palanque.

ARCOVERDE 2 – Forçado a falar sobre o assunto, Zeca declarou: “Não vou rejeitar o apoio de ninguém. Como eu vou dizer que não quero o voto do prefeito Wellington?”. Quem te viu, quem te vê! A política, como disse Roberto Magalhães, é diabólica.

CADÊ OS VICES? – Na reta final para o prazo final das convenções, em Caruaru, nem o prefeito Rodrigo Pinheiro (PSDB), nem José Queiroz, seu principal adversário, que disputa pelo PDT, fechou a chapa. Parece que um está à espera do outro para definir uma estratégia.

Perguntar não ofende: Lula aprovou a nota do PT reconhecendo a legalidade da eleição na Venezuela?