‘Pensar sobre o que já conquistamos e o caminho a percorrer’, diz Cármen Lúcia no Dia Internacional da Mulher

A ministra Cármen Lúcia, única mulher em uma cadeira do Supremo Tribunal Federal (STF), divulgou, hoje, um vídeo sobre os desafios e conquistas no Dia Internacional da Mulher. Estudiosa e conhecedora do tema, a ministra gravou uma mensagem, antecipada pelo Conexão Globonews, direcionada às mulheres do Judiciário.

No vídeo, a ministra relata porque é momento de pensar sobre onde as mulheres já chegaram, mas também colocar luz em muitas conquistas que têm de ser alcançadas. “Eu quero deixar esse abraço especial, neste mês da mulher, comemorado internacionalmente, mas que é o momento de reflexão sobre o papel que nós temos em relação aos que vieram antes e que até aqui palmilharam caminhos tão difíceis para que a gente tivesse essa oportunidade e para os que vierem depois de nós”, declarou.

A ministra falou em igualdade, que é a tradução do feminismo. Disse que o caminho pavimentado até aqui é para as mulheres “que, então, poderão contar com o que já conseguimos obter e manter para que se tenha uma vida mais fácil e igual de mulheres e homens que querem seu destino em busca da felicidade”.

Cármen Lúcia fala sobre mulheres com propriedade. Sempre recebe em reuniões em seu gabinete mulheres que representam reivindicações variadas, atendendo a grupos plurais. Nos votos, sempre se posiciona de forma clara sobre questões estruturais e históricas pelas quais as mulheres passam e com faróis para soluções – propostas que precisam ser abraçadas pela sociedade em debates maduros e renovadores.

Um encontro realizado, na noite de ontem, selou o destino do Avante na eleição de outubro, no município do Paulista, um dos mais importantes da Região Metropolitana do Recife. Francisco Padilha será o nome do partido na disputa pela prefeitura da “Cidade das Chaminés.”

De acordo com o presidente estadual do Avante, Sebastião Oliveira, Padilha une juventude e competência, e possui total capacidade para realizar as transformações que o município necessita. “O Avante não poderia ter feito melhor escolha. Padilha representa o novo e está totalmente alinhado ao partido. É preciso oxigenar a gestão municipal, e ele tem total conhecimento do que realmente precisa ser feito e a capacidade para fazer com que a cidade recupere o caminho do desenvolvimento e a sua importância no Estado”, destacou Sebastião Oliveira.

O município de Araripina, no Sertão do Araripe, vai receber mais de R$ 20 milhões em investimentos do Novo PAC, programa de investimentos coordenado pelo Governo Federal. A notícia foi comemorada pelo prefeito Raimundo Pimentel, que destacou a aprovação de todos os projetos enviados pela sua gestão.

“É com imensa alegria que anunciamos a inclusão de Araripina no Novo PAC. Isso representa um grande avanço para o nosso município, que vai receber investimentos essenciais para a educação, saúde, esporte e lazer da nossa população”, disse Pimentel em suas redes sociais.

Os investimentos contemplam a construção de uma Escola em tempo integral de 13 salas de aula no Alto da Boa Vista (R$ 13 milhões); um Espaço Esportivo Comunitário com campo, quadra de basquete e parque infantil; duas Unidades Básicas de Saúde (UBS); uma creche e um ônibus escolar.

“Tenho certeza de que esses investimentos farão a diferença na vida dos araripinenses, proporcionando mais qualidade de vida e oportunidades para todos”, completou o prefeito Pimentel.

Por Magno Martins – exclusivo para a Folha de Pernambuco

O novo presidente do Tribunal de Contas do Estado, Valdecir Pascoal, que volta ao comando da Corte após dez anos, afirma que a discussão em torno do orçamento repassado para os poderes pelo Executivo Estadual tomou uma proporção além da esperada. Em sua avaliação, embora a estimativa inicial para o orçamento do TCE tenha sofrido uma queda, trata-se, ainda, de uma estimativa.

“Uma estimativa é um cálculo para frente e que, caso seja frustrado, todos terão que fazer contingenciamento e, caso necessário, se resolve na conversa. Além disso, se vai no orçamento uma receita menor do que aquela que vai ser realizada, cada órgão tem como pedir o reforço no seu orçamento ao Executivo”, diz Pascoal em entrevista à Folha.

A postura conciliadora de Valdecir diverge do seu antecessor, o conselheiro Ranilson Ramos, que procurou, na época em que tramitou o PLDO, os representantes da Alepe para detalhar que o Governo do Estado havia subtraído R$ 1,1 bilhão do orçamento para os demais poderes neste ano.

Mas, apesar de o projeto de lei ter passado com uma emenda, garantindo que o superávit das receitas seria dividido entre os poderes, a governadora judicializou o tema no STF, que concedeu liminar em favor da tucana. Com isso, o excedente de R$ 384 milhões do orçamento, não deverá ser mais repartido.

Mesmo diante de recursos abaixo do previsto, Valdecir garante que vai dar andamento às ações programadas para a sua gestão. Entre as principais, a que vai iniciar em breve, na área da educação. “Vamos lançar o Índice de Compromisso com a Alfabetização. É um absurdo sabermos que apenas 27% dos alunos do 1º e 2º ano do ensino fundamental saibam ler e compreender um texto. Iremos, em parceria com a Secretaria de Educação do Estado, estabelecer indicadores para melhorar aquilo que é fundamental para o combate ao analfabetismo”, relata o presidente do TCE.

Além dessa meta, Valdecir elenca também como sua prioridade, a atuação do TCE na fiscalização da Segurança Pública. “Sabemos que esse é um problema nacional, que passa pela competência da União, do Estado, e dos Municípios. Este ano já divulgamos o Índice de Segurança Pública do ano de 2022, em breve, divulgaremos o do ano passado, para com base na análise de todos esses dados, possamos cumprir o nosso dever constitucional de fiscalizar o que tem sido feito na área em nosso Estado”, explica Valdecir.

Consciente dos desafios que têm pelos próximos dois anos, Valdecir se mostra otimista para dar continuidade ao legado deixado por Ranilson Ramos, como a fiscalização permanente dos lixões em Pernambuco, primeiro Estado da Federação a zerar esse problema ambiental; e as ações do Tribunal voltadas à primeira infância.

“Nesta minha segunda passagem na presidência do TCE, me sinto mais maduro e experiente para cumprir com o princípio fundamental do Tribunal, que é orientar e fiscalizar, cumprindo o nosso papel que é saber se a política pública do Governo em todas as áreas está causando o resultado esperado”, pontua.

A corridinha diária de 8 km, hoje, foi no Parque Verde, em Arcoverde, a 250 km do Recife, minha pátria do coração, onde tenho uma choupana com minha Nayla Valença, refúgio dos agitos do Recife e Brasília. Aqui, os dias amanhecem mais lindos com o canto do sabiá e as noites são de lua e estrelas mais brilhantes, como os olhos do meu amor.

Espantou-me a mais recente estatística brasileira: de cada dez mulheres, quatro já sofreram algum tipo de violência doméstica. Cresci meu pai dizendo: em mulher não se bate nem com uma flor, refrão, aliás, de uma modinha de carnaval bem antiga, dos carnavais românticos de clubes. Às mulheres, todas honras e glória! 

Não por causa da convenção pelo seu dia hoje, mas pela certeza, a plena convicção, de quem sem elas, o mundo seria muito deprimente, sem graça. As mulheres movem o mundo, enchem de beleza e ternura o universo. Possuem uma força incansável. São clarão da lua, quentura do sol para esquentar nossos momentos frios e sem razão de viver. 

Minha Nayla Valença, o amor da minha vida, é assim: inspiração permanente, ondas do mar para embalar minha vida. Uma força que ressurge das cinzas, materialização do divino feminino. Estrela que brilha com sua própria luz, a luz que vem do nosso, seu e meu sertão, chão de vidas secas. 

Tem a essência de mulher como uma poesia, cheia de nuances e mistérios. Encanta e emociona em cada verso, em cada ação. Traz paz, busca força onde não existe, como sua avó Quitéria, mulher de fibra, sangue guerreiro como as mulheres de Tejucupapo, que buscam sorrisos em meio às lágrimas. 

Admiro todas as mulheres: as sinceras, lindas, loiras, morenas. Mas as que mais me fascinam são as que têm garra e coragem, como minha Nayla. Ela é sábia como uma abelha, que só ferroa sob ameaça, mas nunca antes de entregar a sua doçura. É espiritualizada, conselheira, confidente, uma pedra de diamante, ouro que reluz. 

Inspirado nela, o meu abraço a todas as mulheres pelo Dia Internacional daquelas que não se batem nem com uma flor!

Série governadores: Paulo Guerra

Capítulo 4

Como Nilo Coelho, personagem de ontem desta série sobre governadores de Pernambuco, Paulo Pessoa Guerra (PSD), que chegou ao poder com a deposição de Miguel Arraes em 1964, de quem era vice, veio do Interior. Enquanto Nilo partiu de Petrolina, no Sertão, para quebrar preconceitos naturais de um Estado movido pela supremacia da economia açucareira, Guerra deu seu grito de guerra saindo de Nazaré da Mata, a Nazaré dos seus maracatus encantados.

Veio ao mundo em 1916, cheirando a melaço, nascido no engenho Babilônia, onde seu umbigo foi enterrado, uma das formas, naquela época, de estreitar os vínculos sentimentais e criar raízes com a terra. Mas enquanto Nilo foi governador biônico, nomeado pelo presidente Castelo Branco, Guerra passou pelo teste das urnas em 1962, ano da última eleição direta antes do golpe, em 1964. Pelo sistema eleitoral vigente, o vice também era votado numa chapa em separado.

Vice de Arraes por uma indicação do PSD, legenda comandada por Etelvino Lins, sertanejo de Sertânia, também ex-governador, Paulo Guerra teve quase a mesma votação do seu companheiro de chapa: 224.350 votos, o que equivalente a 46.59% dos votos válidos, enquanto Arraes teve 264.499 votos, 47,9% dos votos válidos. Arraes só ficou um ano no poder. Perseguido pelo regime militar, acabou cassado.

“Mas em nenhum momento, Paulo Guerra conspirou para ver Arraes deposto e ele assumir o Governo”, atesta o tarimbado e veterano jornalista Ângelo Castelo Branco, que conviveu de perto com Guerra, de quem ouviu muitas histórias de bastidores. “Guerra era um político correto, do bem, jamais puxaria o tapete de quem quer que fosse, menos de Arraes, por quem nutria forte admiração”, completa Castelo.

A coligação que apoiou Arraes e Paulo Guerra era formada por dois pequenos partidos, o Social Trabalhista, de Guerra, e o Trabalhista Brasileiro, de Arraes. Juntos, derrotaram João Cleofas de Oliveira, da UDN (União Democrática Nacional) e Armando Monteiro Filho do, do Partido Social Democrático (PSD).

Paulo Guerra começou a sua vida pública ainda estudante, nomeado pelo governador-interventor Agamenon Magalhães prefeito de Orobó, cargo que exerceu entre 1938 e 1940. Deu certo e foi nomeado em seguida prefeito de Bezerros por 14 meses, também por Agamenon. Em 1939, foi diplomado bacharel em Direito pela mais concorrida e célebre instituição de ensino superior da época, a Faculdade de Direito do Recife.

Recém-formado, assumiu a função de delegado distrital do Recife até o dia 10 de dezembro de 1942. Em seguida, até 1945, foi diretor da Penitenciária Agrícola de Itamaracá. Naquele ano seria eleito deputado federal pelo PSD e reeleito em 1949. Em 1950, foi deputado estadual e presidiu a Assembleia Legislativa, numa carreira política que culminou com a eleição para vice-governador de Miguel Arraes, em 1962.

Senador da República – Depois de cumprir a missão de governador, em um período tão conturbado da vida nacional, com o povo resmungando do regime e chorando com saudade de Arraes, convertido em mito por causa da cassação, Paulo Guerra foi eleito senador da República, mandato que exerceu concentrando as suas preocupações na atuação na defesa dos interesses do Nordeste. Durante seu governo, ocorreram vários impasses políticos, devido à influência exercida pelos chefes do movimento militar, resultando em várias prisões políticas, sobretudo de pessoas consideradas esquerdistas.

Restauração, sua grande marca – Marco da gestão de Paulo Guerra, o Hospital da Restauração do Recife, a quem a Assembleia prestou uma grande homenagem batizando-o com o seu nome, ainda é, hoje, a maior emergência mantida pelo sistema SUS no Estado. Em seu Governo, Guerra lançou também as bases da Fundação do Ensino Superior de Pernambuco, hoje Universidade de Pernambuco. Estimulou a eletrificação rural, a industrialização e investiu em infraestrutura. Criou também o Colégio da Polícia Militar de Pernambuco (CPM), em 1966.

Perfil apaziguador – Com o golpe de 1º de abril, o governador Miguel Arraes foi deposto pela Assembleia Legislativa, sob a pressão dos militares vitoriosos, Paulo Guerra procurou apaziguar os ânimos e atenuar as perseguições políticas. Mas foi um período em que os movimentos operários e camponeses foram fortemente reprimidos, não por desejo de Guerra, mas por fortes pressões que recebia do Governo Central. Durante o governo de Arraes, teve divergências, sobretudo nas ocasiões em que os grupos políticos radicalizaram as suas posições. Habilidoso, soube superar com o tempo.

Líder do Governo Geisel – Em 27 de outubro de 1965, o Ato Institucional Número Dois instituiu o bipartidarismo e, em razão disso, Paulo Guerra ingressou na Arena. Dedicou-se à pecuária após deixar o Palácio do Campo das Princesas. Retornou à política em 1970, quando foi eleito senador, chegando ao posto de vice-líder do governo Ernesto Geisel. Em 1977, o governo baixou o Pacote de Abril, para garantir a maioria governista em 1978. Paulo Guerra aceitou renovar seu mandato por via indireta, mas faleceu três meses depois, assumindo a sua cadeira Murilo Paraíso.

Nem na pressão cedeu – Filho de João Pessoa Guerra e Maria Gayão Pessoa Guerra, tradicional família proprietária de engenhos na Zona da Mata e com grande influência política, o governador Paulo Guerra foi surpreendido com o convite de Arraes para compor a sua chapa. Consultou Etelvino Lins, presidente estadual do PSD (na foto ao lado), e dele recebeu carta branca. Mas depois que participou do primeiro ato ao lado de Arraes, na praça central de Limoeiro, Etelvino foi pressionado a forçá-lo a sair da chapa. A esta altura, Guerra, já afinado com Arraes, bateu o pé e foi até o fim, saindo vitorioso.

CURTAS

OS ELEITOS – Nas eleições de 1962, a última antes da deposição do presidente João Goulart e a instalação do regime militar, também foram eleitos em Pernambuco os senadores José Ermírio de Moraes e Pessoa de Queiroz, mais 24 deputados federais e 65 estaduais.

PROLE GRANDE – Enquanto exercia cargos públicos, de deputado estadual a senador da República, Paulo Guerra se dedicava também às atividades voltadas para a pecuária e a agricultura. Faleceu em 9 de julho de 1977, deixando viúva Dona Virgínia, com quem gerou para o mundo 13 filhos.

AMANHÃ TEM AGAMENON MAGALHÃES – Quinto capítulo da série, Agamenon Magalhães será o personagem de amanhã. Vindo de Serra Talhada, foi primeiro interventor do Estado e depois governador consagrado pelas urnas, uma das maiores referências políticas e de gestão do País.

Perguntar não ofende: Republicanos ou PSB, qual vai ser o destino de José Queiroz para disputar a Prefeitura de Caruaru?