Vacilo de Raquel na Copergás
Depois do vacilo no desligamento das câmeras de monitoramento de segurança pública, na Região Metropolitana e em Caruaru, o que pode comprometer o trabalho da polícia no Carnaval, a governadora Raquel Lyra (PSDB) perdeu o prazo para o Estado exercer o direito de preferência para comprar a participação da Compass (Cosan) na Copergás – Companhia Pernambucana de Gás.
Trata-se de uma empresa de economia mista, que tem como sócios o Governo de Pernambuco, a Petrobrás Gás S.A, Gaspetro e a Mitsui. Segundo apurei, a Compass teve de sair por determinação do Cade, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica. Essa fatia agora será assumida pelo grupo Infra Gás, sem nenhuma referência no setor e que agora passa a ser o novo sócio do Estado.
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As ações seriam adquiridas por valor bem abaixo do mercado. Na verdade, valor histórico da venda da Petrobras. Um lucro que o Estado perdeu por incompetência, agora transferido a empresários do Sul do País e do Sudeste. O que se comenta é que ninguém sabe como será, a partir de agora, a gestão da Copergás com a participação de um novo sócio, sem a menor referência no mercado, diga-se da passagem.
Hoje, a Copergás distribui no mercado não termelétrico, por dia, 1,7 milhão de metros cúbicos de gás natural, chegando a mais de 80 mil unidades consumidoras em 30 municípios do Estado, com uma rede de distribuição que alcança 1.110 km. Está investindo R$ 600 milhões em infraestrutura, dando a sua contribuição para o fomento da economia do Estado nos setores industrial, comercial, residencial, veicular, termoelétrico e de cogeração.
Ampliação da rede – Em recente visita à Copergás, Raquel anunciou a decisão do Governo de expandir a rede de gás natural em vários municípios, investimento da ordem de R$ 100 milhões para ampliação da rede canalizada da empresa em 76 quilômetros. Com previsão de entrega das obras até o fim do ano, o gás vai poder ser distribuído para indústrias, comércios e residências. A ação será feita com recursos da Copergás.
Sem destino – O novo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, decidiu não manter nem um só auxiliar que serviu ao ex-ministro Flávio Dino. Depois de Ricardo Capelli, o número um de Dino, dançou, ontem, Diego Galdino, diretor-executivo da pasta, braço direito do ex-ministro. O próximo a entrar na dança das cadeiras é o secretário nacional de Segurança, ex-deputado Tadeu Alencar, indicado pelo PSB.
Posse só em fevereiro – Oficializado, ontem, pelo presidente Lula, o novo ministro da Justiça e da Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, somente tomará posse no início de fevereiro. “Eu penso que o Brasil ganha duas coisas importantes. Eu também sempre sonhei que teria que ter alguém com uma cabeça política no STF”, afirmou o presidente, ao confirmar o nome do ex-ministro da corte máxima da justiça brasileira como sucessor de Dino.
Mulheres na equipe – Aos jornalistas, Lewandowski disse que “certamente” terá mulheres em cargos de sua gestão no Ministério. Depois de ser anunciado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) brincou com Lewandowski, que é ministro aposentado do STF (Supremo Tribunal Federal). O petista disse que a primeira-dama Janja, também presente na cerimônia de anúncio, tem a expectativa de que haja muitas mulheres no Ministério da Justiça. Lewandowski respondeu, em tom discreto: “Certamente”.
Carnaval sem segurança? – Se já não tem câmeras de segurança, o Carnaval também pode ficar sem polícia nas ruas para dar segurança aos foliões. Pelo menos, essa é uma ameaça que a Polícia Civil está fazendo nos bastidores e já com uma assembleia para discutir o assunto para o próximo dia 23. Na verdade, a pauta será salarial, mas se a governadora não atender, o caminho certamente será cruzar os braços durante o reinado do momo.
CURTAS
DEVOLUÇÃO 1 – O chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, informou que os três servidores que o acompanharam ao Carnaval fora de época em Aracaju (SE) devolveram o dinheiro público utilizado na viagem.
DEVOLUÇÃO 2 – “Eles devolveram o recurso”, afirmou, para acrescentar: “Eu sabia que eles estavam lá, mas não sabia que estavam recebendo, que foram gastos recursos públicos sem agenda, soube há dois dias”, disse. “Isso não pode acontecer, tem de ser corrigido”, reforçou Macêdo.
MINISTRO DE GESTO – André de Paula, ministro da Pesca, foi ontem até Custódia, a 400 km do Recife, rezar pela alma do ex-prefeito Zé do Povo, pai do atual prefeito Manuca, na missa pela passagem do sétimo dia da sua morte. Em política, um gesto vale muito.
Perguntar não ofende: Qual será o novo prejuízo que a governadora dará ao Estado?
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