Bolsonarismo pode virar algoz de Ricardo Nunes em 2024

A bronca de bolsonaristas com a postura do prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), pode custar mais cara ao emedebista do que uma candidatura adversária apoiada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em São Paulo, tudo o que ele tenta evitar para viabilizar sua reeleição em 2024.

Em reservado, aliados de Nunes já temem que o prefeito paulistano vire alvo de ataques da militância bolsonarista nas redes, assim como ocorreu com o ex-governador paulista João Doria, que se elegeu em 2018 pegando carona no bolsonarismo e depois rompeu com o ex-presidente. As informações são do site Metrópoles.

O alerta no grupo do prefeito acendeu após as primeiras críticas feitas a Nunes pelo vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos), filho 02 do ex-presidente e principal estrategista do bolsonarismo nas redes.

Nesse sábado (9), Carlos disse que Nunes quer “usar” seu pai para se reeleger, ao comentar na rede social X (ex-Twitter) uma notícia publicada pelo colunista Igor Gadelha sobre a estratégia do MDB em explorar a imagem da ministra do Planejamento, Simone Tebet, para alavancar a candidatura à reeleição do prefeito.

“Ao menos agora estão sendo sinceros, mesmo que não percebam! A estratégia ‘usar o Bozo’ está sendo desmascarada!”, escreveu Carlos Bolsonaro. Dias antes, o vereador já havia insinuado que Nunes só quer o “dinheiro do partido” do ex-presidente, o PL.

A preocupação entre aliados de Nunes é que uma eventual artilharia bolsonarista contra o prefeito nas redes sociais neste momento impacte o desempenho dele nas pesquisas. Segundo o último Datafolha, Nunes tem 24% das intenções de voto, atrás apenas do deputado federal Guilherme Boulos (PSol-SP), com 32%.

Crise com o bolsonarismo

Aliados de Bolsonaro estão irritados com o que consideram “falta de reciprocidade” no tratamento dado aos bolsonaristas pelo prefeito Ricardo Nunes e passaram a cogitar lançar uma candidatura própria à Prefeitura de São Paulo.

Em julho, a ala mais pragmática do bolsonarismo, que atuou para minar a pré-candidatura do deputado federal Ricardo Salles (PL-SP), cobrou espaço na gestão municipal como “contrapartida” pela ajuda dada para fortalecer o palanque de Nunes na capital.

Além disso, os bolsonaristas reivindicam o posto de vice na chapa do atual prefeito, com o objetivo de derrotarem Boulos, que já tem o apoio do PT do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A aliados, Nunes já descartou dar cargos a representantes do bolsonarismo no primeiro escalão da Prefeitura, com o argumento de que o PL, partido de Bolsonaro, já ocupa uma secretaria (Meio Ambiente) e integra sua base de apoio na Câmara Municipal.

Agora, os bolsonaristas acompanham com indignação uma série de nomes não alinhados ao bolsonarismo sendo especulados para o posto de vice na chapa do prefeito, como o da ex-prefeita e ex-petista Marta Suplicy, atual secretária de Relações Internacionais da gestão emedebista.

Marta foi sondada pelo presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, mas descarta se filiar ao mesmo partido de Bolsonaro. O gesto de Valdemar foi visto como um acinte pelos bolsonaristas, que se sentem cada vez mais escanteados na discussão sobre a composição da chapa.

Incomodado com o isolamento de Bolsonaro das negociações envolvendo a aliança pela Prefeitura de São Paulo, o ex-secretário especial de Comunicação e articulador bolsonarista Fabio Wajngarten mandou uma indireta ao prefeito paulistano na última terça-feira (5).

“Ninguém, repito, ninguém se apropriará de votos bolsonaristas e deixará Bolsonaro distante. A era dos gafanhotos acabou. Fica a dica”, escreveu Wajngarten nas redes sociais.

Ex-secretário especial de Comunicação e assessor de Bolsonaro, Wajngarten era a principal ponte entre o ex-presidente da República e o prefeito da capital, o que o transformou em um dos nomes cotados a vice na chapa de Nunes para a eleição do ano que vem.

Publicamente, Nunes tem dito que não tem proximidade com Bolsonaro, mas que espera o apoio do ex-presidente à sua campanha pela reeleição para “derrotar a extrema-esquerda”. Segundo o prefeito, não há crise com o bolsonarismo e estão tentando criar “futrica” para prejudicá-lo.

A governadora Raquel Lyra participa, junto ao ministro da Casa Civil, Rui Costa, do evento que vai detalhar as obras prioritárias do Novo PAC em Pernambuco. Na cerimônia, que acontece nesta segunda-feira (11), serão explanadas as obras no Estado que entrarão nos investimentos do programa federal. 

Já no período da tarde, às 15h, a governadora e o ministro visitam um trecho em obras do Canal do Fragoso, em Olinda. O canal foi incluído no PAC com cerca de R$ 130 milhões para as obras da sua quinta e última fase, que serão licitadas em breve pelo Governo do Estado. 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que os países-membros do G-20, grupo que reúne as principais economias do mundo, encontrarão um “clima de paz” durante a próxima reunião, que acontecerá no Rio de Janeiro, em 2024, já que o País vai assumir a presidência do grupo a partir de dezembro. Lula garantiu que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, pode se sentir tranquilo em participar do encontro.

”O que eu posso dizer é que, se eu sou o presidente do Brasil e ele for para o Brasil, não há por que ele ser preso”, afirmou em entrevista ao canal indiano Firstpost em Nova Délhi, onde participa da cúpula do G-20, ao ser perguntado sobre o mandado de prisão emitido contra o líder russo. “Ninguém vai desrespeitar o Brasil, porque tentar prender ele no Brasil é desrespeitar o Brasil”, disse Lula, que afirmou que convidará Putin para o encontro. As informações são do Estadão.

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu em março um mandado de prisão contra Putin por crimes de guerra por causa de seu suposto envolvimento em sequestros e deportação de crianças de partes da Ucrânia ocupadas pela Rússia durante a guerra.

Ao falar sobre a guerra entre russos e ucranianos, o presidente brasileiro voltou a afirmar que o mundo “precisa falar sobre paz, e não sobre guerra”. Segundo ele, o Brasil é “100% contrário a qualquer invasão territorial”, incluindo a da Rússia contra a Ucrânia; a dos Estados Unidos contra o Iraque em 2003, e a da França e Reino Unido contra a Líbia em 2011.

Lula chegou a declarar em janeiro, durante a visita do chanceler alemão Olaf Scholz ao Brasil, que a Rússia estava errada em invadir a Ucrânia, mas também sinalizou para culpa do próprio país invadido. “Continuo achando que quando um não quer, dois não brigam”, afirmou. Em maio, ao participar do G-7, no entanto, Lula disse que condenava a violação da integridade territorial da Ucrânia.

O presidente reiterou ainda a defesa de uma reestruturação do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), já que, segundo ele, o atual desenho do órgão não é compatível com a atual realidade global.”Hoje o Conselho de Segurança da ONU tem países que fabricam bombas atômicas e que causaram guerras”, afirmou o presidente brasileiro.

Na Cúpula em Nova Délhi, os países do G-20 decidiram abrandar o tom ao tratar da guerra na Ucrânia, poupando a Rússia, com objetivo de chegar a um comunicado conjunto de consenso. Os países ocidentais aliados da Ucrânia, sobretudo do G-7, precisaram fazer concessões para incluir palavras que agradam a Moscou, além de contemplar preocupações da China.

Brics

Lula afirmou que discussões em torno da criação de uma moeda única do grupo Brics têm como objetivo facilitar o comércio entre os países, e não causar algum tipo de confronto com países do G-7. Segundo o presidente, o Brics tem se posicionado no mundo não mais como um grupo de países pobres ou emergentes, mas como o “Sul Global”.

”O que sonhamos é construir um Estado de bem-estar social como a Europa conseguiu construir. Não queremos criar conflito nenhum com ninguém”, afirmou.

O anúncio da ampliação do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) na cúpula em Johannesburgo, no fim de agosto, criou conflitos ao incluir países autocráticos e com uma postura antiocidental declarada, que são aliados próximos de China e de Rússia, como é o caso do Irã. Foram formalmente convidados para integrar o grupo Arábia Saudita, Argentina, Emirados Árabes Unidos, Egito, Irã e Etiópia.

Lula voltou a destacar o papel do Brasil como promotor da paz pelo mundo e afirmou que o País “quer se dar bem” com Estados Unidos, Rússia, China e todas as nações do globo. Na visão do presidente brasileiro, apenas a união entre as potências mundiais será capaz de vencer a emergência das mudanças climáticas e promover o desenvolvimento sustentável. “Nós precisamos entender que todos estamos no mesmo barco”, disse Lula.

A Defesa Civil do Rio Grande do Sul informou, na manhã deste domingo (10), que subiu para 43 o número de mortos após as fortes chuvas que atingiram a região Sul do país nos últimos dias. Outras 46 pessoas seguem desaparecidas e 224 estão feridas.

O estado tem ainda 3.798 pessoas desabrigadas, além de 11.642 desalojados. Cerca de 150.341 pessoas foram afetadas pelo desastre. As informações são da CNN.

Além das 43 mortes no Rio Grande do Sul, o estado de Santa Catarina registrou uma morte durante a passagem do ciclone pela região.

Os conceitos de desabrigado e desalojado são diferentes. Desabrigado é aquele que perdeu a casa e está em um abrigo público. O desalojado teve de deixar sua casa – não necessariamente a perdeu –, e não está em abrigos, mas sim na casa de um parente, amigo ou conhecido, por exemplo.

De acordo com o boletim divulgado nesta manhã pela Defesa Civil, as 43 mortes confirmadas estão espalhadas por 11 cidades gaúchas, sendo que a maior parte delas nos municípios de Roca Sales e Muçum:

  • Cruzeiro do Sul: 5
  • Encantado: 1
  • Estrela: 2
  • Ibiraiaras: 2
  • Imigrante: 1
  • Lajeado: 3
  • Mato Castelhano: 1
  • Muçum: 16
  • Passo Fundo: 1
  • Roca Sales: 10
  • Santa Tereza: 1

Os 46 desaparecidos são de:

  • Lajeado: 8
  • Arroio do Meio: 8
  • Muçum: 30

Governo promete ajuda

O ministro do Desenvolvimento, Wellington Dias (PT), afirmou no sábado (9) que sua pasta irá disponibilizar aproximadamente R$ 56 milhões para as pessoas afetadas pelos efeitos do ciclone na região Sul.

Uma comitiva ministerial, junto do presidente em exercício, Geraldo Alckmin (PSB), deve visitar o estado neste domingo (10).

Alckmin já tinha anunciado, na sexta-feira (8), que o Ministério do Desenvolvimento deve liberar R$ 800 para cada pessoa afetada pelo desastre, além de providenciar o envio de 20 mil cestas básicas à população local.

Em entrevista à CNN, Elmar André Schneider, o prefeito de Estrela, um dos municípios gaúchos que foram em grande parte destruídos, disse que a cidade ainda está aguardando o repasse dos recursos do governo federal.

Diversos pontos do estado registraram, nesta semana, níveis recordes de chuvas, causados pela passagem de um ciclone extratropical pela região Sul.

Além das dezenas de mortes já confirmadas, o sistema causou enchentes, destelhamento de casas, queda de árvores e quebra de pontes, e já está sendo considerado pelos especialistas como o maior desastre natural do estado em pelo menos 40 anos.

A ApexBrasil lançou um novo programa, o Exporta Mais Brasil, que rodará o país inteiro promovendo oportunidades para exportação em cada estado. Goiânia abrigará a próxima edição e o Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Serviços (SIC), é parceiro da ação. 

Compradores internacionais selecionados virão ao Brasil para se reunir com empresas do setor de cosméticos. “Eles estão interessados em produtos de qualidade para serem comercializados em seus respectivos países. E Goiás tem muito a oferecer”, adianta o titular da SIC, Joel de Sant’Anna Braga Filho.

Empresas do setor de cosméticos de todo o Brasil podem se inscrever para participar. A inscrição deve ser feita até 15 deste mês, por meio deste link: click.apexbrasil.us/WEafT.

Por Jones Figueirêdo Alves*

Como muito poucos, ele praticou o melhor direito de família dentro da advocacia, iluminando a face do direito com o seu sorriso franco ao atuar como instrumento de paz dos casais em desordem. Vicente Moreno Filho, o jurista que exercitou os valores da família, dentro de casa, junto aos amigos e perante as partes, encantou-se no dia 31 de agosto passado. Viajou ao infinito nas asas da graúna.

Vicente (Vinces ou Vincenti), por metáforas da etimologia, era um vitorioso. De vinci, vincere, “ser vencedor”, ordenando ética e respeito, venceu todos os combates da vida. Mais do que apenas litígios judiciais, venceu o combate paulino. Nas várias formas, Vicente, Vicencio ou Vicenti; ainda Vicenzi e Vicenzo (do italiano e, aliás, seu neto), Vicent (do francês e inglês) ou Vicenz (do alemão), era mais que um prenome. Do verbo triunfar, fez-se verbo na palavra gentil e nas suas ações de concórdia. Ficou superlativo, por seu caráter de excelência. Triunfou na amizade e nas militâncias da fé, desde a paisagem bucólica de sua pequena cidade natal, Várzea Alegre (CE), de ordem irradiou suas auroras, para habitar o mundo no coração dos homens bons.

Do seu apostolado profissional, extrai-se o próprio lugar de onde situava o seu trabalho diário, Rua do Sossego, 591 (Santo Amaro, Recife). Quietude e placidez, oferecida pelos aconselhamentos e soluções meritórias dos problemas jurídicos. Não por mero acaso, o lugar de refúgio onde a clientela encontrava sempre a resposta pronta e adequada, tomada de sossego pela confiança no profissional sério e competente, sossegada sob os ajustes justos.

Nele reuniam-se as primeiras qualidades do homem de bem: o pai e o esposo amoroso, dedicado à família como sua principal razão de vida. Eis porque, assim, o direito de família se encontra inteiriço em suas lições de vida que servem de doutrina.

De sua esposa, Nicinha, sempre expressou a melhor ensinança do “affectio maritalis”, como elemento condutor da comunhão de vidas. Disse-me, certa vez, expressamente, o seguinte:

“Veja o que a vida nos premia. Hoje ao meu lado – uma esposa mãe. Que me adotou e de nossa convivência nasceram três filhos, Douglas, Dimitri e Karenina. Direciono todas as louvaminhas para Nicinha. Que exprime nesse amor maternal, o mais sublime afeto e dedicação. Verdadeira baraúna, altiva, destemida e amorosa, distribuindo afeto e amizade (…) Viva Nicinha, que com sua docilidade e leveza, conquista o mundo. Todos a amamos”.

É dizer muito mais que o próprio requisito disposto no artigo 1.723 do Código Civil de 2002, o qual traz a expressão “com o objetivo de constituição de família”.

Uma esposa de amor maternal, como o melhor conceito da afetividade conjugal. Casados há mais de 50 anos, Vicente e Nicinha, contextualizaram juntos e reciprocamente essa verdade. Constituiu-se uma família ditada pela comunhão de vida, como princípio básico existencial de vida a dois, uma vida una.

Personificaram eles, o casal-entidade. Consabido que o casal é o começo da história humana (Gn. 1,26.28.31) e que o princípio da mútua pertença implica na sua razão de existência, tenha-se a tudo isso paradigmático o vínculo que une homem e mulher com o termo amor (Mt. 19, 4s). Na visão paulina, o de “quererem-se entre si, como parte um do outro”. Quem ama sua mulher ama a si mesmo (Ef. 5,28).

É neste espaço relacional que o casal se reconhece como entidade, a construir a família a partir da eficácia da união. Em menos palavras, na complementaridade um do outro. O casamento perfeito simbolizado na Estrela de David, que é formada por duas estrelas, entrelaçadas entre si mas guardando suas próprias individualidades.

Um Casal Entidade, como símbolo ou protótipo de união idealizada de comunhão de vida, o de vida a sempre.

Aliás, a cláusula geral de “comunhão plena de vida”, como norma-princípio que remete às relações familiares a seus valores éticos e afetivos aparece, de logo, inserida no primeiro artigo do Livro de Direito de Família (artigo 1.511 do Código Civil), a dizer que “o casamento estabelece comunhão plena de vida, com base na igualdade dos direitos e deveres dos cônjuges”.

Mais: A comunhão plena de vida significa compartilhar a família nos seus atributos determinantes, onde para além da norma, estão todas as pessoas comprometidas entre si, comungando interesses comuns e resultados construídos. Efetivamente, figura como uma cláusula diretiva da existência da comunidade familiar.

Vicente flagrou o seu sentido de viver, ao professar uma vida plenamente satisfatória na dedicação plena ao objeto dos seus afetos (esposa, filhos e amigos).

Com acerto, diz-nos, a propósito, o filósofo norte-americano Harry Frankfurt:

“É o amor que dá significado ao mundo: o amor é a fonte originária do valor final. Se nada amássemos, nada teria mérito intrínseco e definitivo para nós. Não haveria nada que fossemos levados a aceitar como fim último. Por sua própria natureza, amar implica tanto que consideremos seus objetos valiosos por si mesmos como também que não tenhamos outra saída, a não ser adotar esses objetos como nossos fins últimos”.

No ponto, Vicente Moreno Filho sempre foi o guardião afetivo e presente dos seus filhos, em todas as suas idades. Dedicou-lhes proteção continuada e de vigília, na figura do “bom pai de família”, em experimento que mais dignifica o direito de família: o da condição mais legítima do cuidado como valor jurídico; do zelo da sua presença constante; das diligências de orientação paterna e de incentivo construtivo.

Demais disso, o sentido de família nele foi ampliado, no melhor apuro da família extensa (artigo 25, § único, Lei nº 8.069/1990) e assim se fez ele irmão de muitos amigos e de conhecidos, além dos seus outros oito irmãos, filhos mais velhos de Arlinda Batista de Freitas e Vicente Batista Moreno. Aos amigos menos favorecidos prestava-lhes conselhos, orientações jurídicas e apoio material. E na sua amada Várzea Alegre, as pessoas mais simples dele recebiam a mesma afeição e fraternidade, como se irmãos fossem. Vínculos de afinidade e de afetividade, verdadeiros vínculos tal como reportados pela lei no conceito da “família ampliada”.

Quando o princípio da Fraternidade como direito tem sido objeto de maior atenção da ordem jurídica, a partir do seu preâmbulo constitucional, ele, Vicente, construiu o seu mundo como “uma só família”, sempre amigo dos mais humildes, relacionando-se com todos sem hierarquia ou sem subordinação. Sua vida foi um meio ou sinal de esperança e de fraternidade, como experiência possível de tornar o mundo melhor.

Diz-nos Reynaldo Soares da Fonseca, ministro do STJ, doutrinador do direito da fraternidade, que a utilização da categoria jurídica da fraternidade revela-se como chave analítica normativamente válida para as maiores transformações sociais. De fato, como asseverou Luiz Edson Fachin, “o direito que tem o sabor substancial da fraternidade, também tem o saber essencial de um renascimento”. A vida de Vicente Moreno Filho sempre foi um abrigo vinculante do fraterno.

Solidário diante das adversidades dos amigos, os acolhia com eficiente presteza de apoio, a exemplo do amigo parlamentar, cassado nos anos de chumbo, convidado a compartilhar o seu escritório de advocacia, para continuar com dignidade o seu labor.

Ao receber a cidadania recifense (em 29/11/2013), simbolizou, em seu discurso, todos os afetos que sempre o guarneceram: “O batuque do meu coração agora é diferente, de coração tambor, vibrante como os batuques dos maracatus e dos afoxés da minha cidade adotiva”.

E lembrou: “Aos seis anos de idade, depois de uma viagem cortando toda a Paraíba, cheguei em Campina Grande e fiz baldeação numa marinete para aportar no Recife”.

Chegou com a bagagem da esperança, estudou no Colégio Marista e ingressou, em 1966, na Faculdade de Direito do Recife, a clássica “Casa de Tobias Barreto”. Integrante da icônica Turma de Bacharéis de 1970, sua atuação acadêmica foi semeadura da retomada democrática, com serenidade e altivez. Também se colocou na luta pela permanência da FDR no clássico templo da Praça Adolfo Cirne, onde ali permanece, quando pretendida a sua inclusão em um campus da Cidade Universitária, na Várzea.

Advogado na área civil — tendo exercido atividades como advogado de importantes empresas e de instituições bancárias, chefiado a Crédito Imobiliário do Banco do Estado de Pernambuco (Bandepe) por muitos anos, e atuado por mais de duas décadas na Procuradoria Jurídica do Estado, notabilizou-se no direito imobiliário e no direito de família.

No direito familiar, foi intérprete dos grandes conflitos conjugais, como mediador e pacificador social, incentivando o (re)encontro dos casais, mesmo para os fins de um desenlace não traumático. Ensinava os colegas mais beligerantes no trato das desavenças familiares a postularem com exação e maior sensibilidade, sem litígios ácidos, prevenindo-os que os filhos, mais adiante, poderiam ser surpreendidos com tamanhas injúrias recíprocas dos seus pais e que importava muito para a família a convivência parental daqueles pais dos mesmos filhos, como símbolo da dignidade existencial de todos os envolvidos. E aconselhava ao colega menos experiente, em tratativas de composição, como a dizer “Deixemos que eles resolvam a si mesmos para resolverem o processo, não será justo que resolvamos por eles a vida que não é nossa”.

Homem de muitas artes, onde o cordel e a rabeca, o repente e o humor refinado ditavam o seu mundo mágico, teve a arte excelente de cultivar amigos de longas datas. Cultura da boa conversa, da boa literatura, da dialética das boas reflexões. Identificações convictas sem ambivalências.

É de sua Várzea Alegre que extraiu todos os ditames de vida.

Várzea Alegre, terra natal também do padre Antônio Batista Vieira (1919/2003), cuja parentalidade e biografia muito o inspiraram. Sacerdote e político, deputado federal (1967/1970), graduado em Economia (Universidade de Los Angeles, EUA, 1964), em Direito (UFRJ, 1974), licenciado em filosofia, ciências e letras, padre Vieira é autor de inúmeras obras que lhes serviram de referências. Dele, destacam-se: “O verbo amar e suas complicações” (1965) e “A família: evolução histórica, sociológica e antropológica” (1987). Vieira e Vicente, ambos juristas e homens múltiplos.

Várzea Alegre, que ele “cultivava com admirável apego suas raízes, tratada com refinado senso de humor como Happy Valley”, como referiu Gustavo Krause, o grande esteta da palavra, em comovente artigo “Vicente de todas as cores”.

Festeiro e poético, as moradas do Pai o recebem, agora, em festa, com a mesma vibração candente dos batuques.

Morte, onde está a sua vitória? Vicente Moreno Filho (2/7/1947-31/8/2023) foi convincente por sua vida e por seu legado. Ele, sim, é o vitorioso, porque o jurista permanece.

*Do site Consultor Jurídico

Em conversa com a imprensa, o deputado federal Túlio Gadelha afirmou que ainda não abriu mão de uma possível candidatura própria à prefeitura do Recife. Porém, o parlamentar disse que não há nada definido na federação entre PSol e Rede para a disputa em 2024, e espera que uma pesquisa seja realizada para escolher o melhor nome para a candidatura.

“Não existe acordo em defesa do meu nome, nem do nome de Dani Portela ou Ivan Moraes. Hoje a federação (PSol e Rede) discute suas prioridades. É legítimo que se coloquem candidatos no PSol, mas no nosso partido também tem dois nomes que estão sendo ventilados: o meu e o do professor Paulo Rubem Santiago, que hoje é o nosso porta-voz estadual (…) tudo isso demonstra que a Rede tem sim interesse em disputar a capital, e isso está em aberto”. As informações são da CBN.

Atualmente, são quatro nomes disputando a indicação do PSOL/Rede: o próprio deputado federal Túlio Gadêlha, a deputada Dani Portela, o ex-deputado Paulo Rubem Santiago e o vereador do Recife, Ivan Moraes.

Forte terremoto na noite de sexta-feira (8), no Marrocos, matou mais de 2 mil pessoas. O número de feridos também passa de 2 mil. O governo marroquino decretou luto nacional de três dias.

O terremoto durou apenas 15 segundos, mas provocou muita destruição. O epicentro do terremoto foi na Cordilheira do Atlas, a cerca de 70 km de Marrakech. O tremor foi sentido também em países africanos vizinhos e no sul da Europa. As informações são do G1.

Em Marrakech, a maior cidade perto do tremor, pessoas corriam na nuvem de poeira para buscar um local seguro. O tremor de magnitude 6,8, segundo o Serviço Geológico Americano, surpreendeu a todos. Muita gente não entendeu o que estava acontecendo.

Um homem diz que ouviu um metal fazendo barulho e achou que era um gato. Um outro pensou que era uma chuva forte. A jovem conta que a mãe avisou que era um terremoto e ela respondeu: “Impossível”.

Já passava das 23h, hora local, 19h30 em Brasília. Nas zonas turísticas, bares, boates e restaurantes estavam lotados. Vídeos que circulam nas redes socais mostram a correria, a desorientação. Com medo de novos tremores, muita gente achou mais seguro dormir na rua. Em um hotel, os hóspedes se abrigaram à beira da piscina.

Só de manhã foi possível ver o tamanho da destruição nas vielas estreitas de Marrakech. A cidade – que é Patrimônio Mundial da Unesco – sentiu fortes tremores. Uma comparação de fotos mostra o que restou da torre de uma mesquita na principal praça do centro histórico.

A preocupação é com as construções antigas, coladas umas nas outras. Um homem diz que não consegue chegar até a casa dos pais idosos porque os escombros bloqueiam o caminho.

A Organização Mundial da Saúde diz que 300 mil pessoas foram afetadas de alguma forma pelo tremor. E a Cruz Vermelha Internacional acha que os esforços de resposta a esta tragédia devem duram anos, devido ao tamanho da devastação.

Os hospitais estão lotados de feridos e de quem quer ajudar. Muita gente correu para doar sangue, inclusive turistas. Onde as equipes de socorro não conseguem chegar, o resgate é improvisado. Já passa da meia noite no Marrocos, e a busca por sobreviventes continua. A cada hora que passa, fica mais difícil achar alguém com vida.

Os governos europeus, por enquanto, não estão desaconselhando viagens para o Marrocos e os principais aeroportos do país continuam abertos. Neste sábado (9), a maior companhia aérea do Reino Unido mandou aviões maiores para resgatar turistas europeus. Um turista francês que já voltou para casa agradece a Deus por estar vivo.

Ao longo do dia, o número de mortos nessa tragédia foi aumentando. isso porque os socorristas tentam atingir os vilarejos que ficam em áreas mais remotas — em meios às montanhas.

A última informação do governo marroquino é que 2 mil e doze pessoas foram encontradas sem vida. O número de feridos também passa de 2 mil – sendo 1,4 mil em estado crítico de saúde. O rei do Marrocos, Mohammed Sexto, prometeu comida e abrigo para os desalojados – principalmente as crianças e os mais vulneráveis.

Na noite deste sábado (9), o governo de Israel ofereceu o envio de equipes altamente especializadas na busca de sobreviventes em tragédias como estas. Mas ainda não recebeu o sinal verde do governo do Marrocos.

As equipes de resgate acreditam que ainda há muita gente sob os escombros.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu pela primeira vez neste domingo (10) com Mohammed bin Salman, príncipe herdeiro e primeiro-ministro da Arábia Saudita. O encontro aconteceu logo após o encerramento da 18ª Cúpula de Chefes de Estado e Governo do G20, em Nova Delhi, na Índia.

Na conversa, Lula deu as boas-vindas à Arábia Saudita como novo país-membro do BRICS. A nação árabe faz parte do grupo de seis novos integrantes oficializados no bloco de nações emergentes em agosto – juntamente com a Argentina, Egito, Emirados Árabes, Etiópia e Irã – durante a cúpula de Joanesburgo.

Os representantes sauditas indicaram ao presidente Lula que desejam ampliar investimentos no Brasil, principalmente na área de petróleo e gás e também nas fontes verdes, além de retomar uma agenda comercial que ficou parada nos últimos anos.

Também ficou acertado que uma delegação de empresários e autoridades sauditas deve visitar o Brasil em breve para conhecer a carteira de projetos do Novo PAC que estão abertos a investimentos estrangeiros. Essa agenda será discutida pelos ministérios das Relações Exteriores de ambos os países.

Segundo o presidente Lula, o crescimento dos investimentos sauditas no Brasil é bem vindo e pode ser importante no processo de transição para uma economia mais sustentável, com destaque para setores de alta tecnologia, como o desenvolvimento de motores híbridos e também em hidrogênio verde.

O presidente também falou sobre as relações comerciais entre os dois países, que vêm crescendo ano a ano. Em 2022, o volume comercializado chegou a US$ 8,2 bilhões.

Joias

Foi a família Bin Salman que ofereceu de presente joias milionárias ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O governo anterior tentou trazer as peças ilegalmente ao Brasil. O caso é investigado pela Polícia Federal.

Aos 98 anos de idade, Dona Maria José, torcedora símbolo do Sport, que enfrentava complicações de um câncer, faleceu neste domingo (10), às 6h40.

Dona Maria José estava hospitalizada desde julho no Recife. O quadro clínico acabou piorando, quando começou a receber cuidados paliativos. As informações são do Globo Esporte.

A última vez que havia ido à Ilha do Retiro ocorreu em janeiro. Dona Maria reencontrou o estádio depois de dois anos desde o início da pandemia de Covid-19. Ali, revelou ansiedade para voltar a ter seus encontros constantes com o clube, e disse: “Deixar o Sport? Só quando morrer”. Neste domingo, infelizmente, ela partiu.

Ainda serão definidas mais informações sobre o velório, que será na sede do Sport. No lugar onde tudo começou.