Entre o câncer e a aids

Por Marcelo Tognozzi*

Em 8 de janeiro a direita achou que podia tudo. Inclusive quebrar, destruir e encurralar os Três Poderes. Agora, é ela quem está encurralada. Perdeu o rumo e terá de lidar com a política real, sem sonho nem ilusão. E a política real, gostemos ou não, é a da polarização, um fenômeno mundial. Os ataques ao Planalto, Congresso e Supremo são o símbolo perverso de uma era de conflitos cada vez mais profundos, alguns sangrentos, outros puro rancor. Se a direita hidrófoba sobreviverá a este desastre ou uma nova surgirá, isso só saberemos com o tempo.

Nestes “tiempos recios”, como diria Mario Vargas Llosa, a raiva e o ódio contaminaram a política e estão no cotidiano dos homens e mulheres deste século 21 –inaugurado com a promessa de mais qualidade de vida e uma revolução tecnológica capaz de unir as pessoas, mas que acabou por separá-las. O mundo pós-pandemia está cada vez mais complicado, rude e amargo. Não vamos ter nada muito melhor do que isto no curto prazo.

Este ano começou com a cantora colombiana Shakira, 45 anos, lançando uma música na qual destila rancor contra seu ex Gerard Piquet, 35 anos, empresário e ex-jogador do Barcelona, e a atual namorada dele Clara Chía, 23 anos. Shakira está ganhando rios de dinheiro cantando que ela vale mais que duas de 22 e que Piquet trocou um Rolex por um Casio, uma Ferrari por um Twingo (aquele carrinho 1.0 da Renault). Até 6ª feira (13.jan.2023) o clipe de Shakira versão jabiraca tinha 80,5 milhões de visualizações. É muita baixaria.

A sensação de poder tudo, conferida pela vitória, contaminou o governo do presidente do Chile Gabriel Boric, 36 anos, e seus aliados, ao tentarem meter goela abaixo dos chilenos uma nova Constituição virando do avesso os costumes de uma sociedade extremamente conservadora. A proposta da nova Constituição foi amplamente derrotada em plebiscito. O povo preferiu ficar com a Constituição de Pinochet do que com a de Boric.

Agora, o presidente vai tentar novamente mudar a Constituição chilena, justamente 50 anos depois da queda de Salvador Allende, presidente socialista violentamente deposto por Pinochet e morto em meio aos escombros de um Palácio La Moneda bombardeado por militares golpistas apoiados pelo governo americano.

Boric nasceu em Punta Arenas, no Estreito de Magalhães, um lugar tão frio que tem até uma raça de pinguim própria. Basta conferir o mapa do Chile para concluir que o presidente veio literalmente do fim do mundo. Ganhou uma eleição apertada e tinha tudo para unir seu país, mas enfrenta uma rejeição de quase 70% depois que a inflação disparou e a violência estourou. Pegou mal o indulto dado aos vândalos que participaram dos atos conhecidos como “estalido social”, realizados de outubro de 2019 a março de 2020, uma turba parecida com aquela do quebra-quebra de Brasília.

A inflação oficial de 20% virou um inferno. No Sul do Chile, 1kg de pão que custava 2.000 pesos há 1 ano, hoje custa 3.000, o leite subiu 40%, a comida está cada vez mais cara e as pessoas, principalmente as mulheres, já não escondem o arrependimento de ter votado em Boric. “Não nos deram outra opção. Era Boric ou Kast, que idolatrava Pinochet”, me disse uma dona de casa de Ancud, porto na Ilha de Chiloé, vizinha à Magalhões de Boric. Respondo que faltam só 3 anos para novas eleições. Mas ela balança a cabeça e sentencia: “Una eternidad”.

No Peru, o marxista Pedro Castillo, professor primário da zona rural acabou presidente depois de derrotar Keiko Fujimori, filha do ex-ditador Alberto Fujimori, presidiário mais famoso do Peru. Castillo tentou um golpe e foi preso. Não tinha preparo emocional para governar. Na Argentina, o presidente Alberto Fernándes derrotou Mauricio Macri em outro embate entre extremos. Na Colômbia, a esquerda também venceu por pouco e, há pouco, Gustavo Petro tentou e não conseguiu aprovar sua reforma política. Protestos violentos têm acontecido no Equador e na Bolívia. A chapa está esquentando. Ou melhor; não esfriou.

O Brasil não é um caso à parte do resto do nosso continente. Tem o péssimo costume secular de dar as costas aos nossos vizinhos latino-americanos. É um erro. Se olhássemos mais frequentemente para eles, entenderíamos melhor o que está ocorrendo por aqui, onde parte da direita conseguiu capturar a rebeldia, até então marca registrada da esquerda. Agora, governo é obrigado a prender manifestantes que mais dia menos dia vão ser chamados de presos políticos.

A direita brasileira achou que poderia tudo, inclusive bater de frente com o sistema e questionar o resultado das eleições, porque viveu a ilusão de ter líderes capazes de virar a mesa, submeter as instituições e mandar seus adversários para a cadeia. Não tinha nada disso. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi embora para Orlando, abandonou seus 58 milhões de eleitores à própria sorte, como, aliás, fez com muitos aliados ao longo dos últimos 4 anos, começando pelo ex-ministro Gustavo Bebiano. Achou que Donald Trump, um dos sujeitos ocultos desta eleição de 2022, iria colocá-lo debaixo da asa. Ledo engano. Acabou no hospital, a dor da facada que não acaba nunca.

Bolsonaro mergulhou na depressão depois de perder a eleição. Isto é fato. Um militar frequentador do Alvorada naqueles dias, contou –exagerando um pouco, imagino– que ele ficou dias sem tomar banho e parecia um zumbi. Pouco falava, com o olhar distante e sonolento. Sentiu na própria pele aquilo que o velho e sábio ACM ensinava: “o poder é para os fortes. É preciso ser forte na vitória e na derrota. Se você for fraco na derrota, o eleitor perde a confiança”. O ex-governador Waldir Pires, que deu a ele a pior de todas as derrotas, soube disso no 1º dia do seu governo. ACM acordou cedo e foi para o rádio: “Acorda Waldir moleza, tá na hora de trabalhar”. Voltou em 1990 nos braços do povo.

O dia 8 de janeiro vai entrar para a História como o dia em que a direita entregou a Lula (PT) uma parte, talvez o maior naco, daquelas 58 milhões de almas que votaram em Bolsonaro porque eram contra o PT. O vandalismo protagonizado pelo grupo operacional metido no meio dos manifestantes, cuja missão era quebrar e destruir, foi o salvo conduto para legitimar os atos praticados pelo ministro Alexandre de Moraes, desmobilizar novos protestos, encolher a oposição radical e, sem exagero, tornar Lula candidato ao Prêmio Nobel da Paz.

No mais, continuamos divididos como nunca. Tão divididos e insatisfeitos como nossos vizinhos latino-americanos. Em toda América Latina e nos Estados Unidos as feridas se recusam a fechar, porque, na definição certeira do escritor Mário Vargas Llosa, os políticos estão obrigando os eleitores a escolher entre o câncer e a aids.

*Jornalista

Morreu, ontem, aos 57 anos, Tereza Barroso, esposa do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso. Ela morreu em decorrência de complicações causadas por um câncer no fêmur. Tereza deixa dois filhos: Luna Barroso e Bernardo Barroso. Detalhes sobre velório e enterro não serão divulgados para preservar a família.

“Discreta, mas queridíssima, conservou o bom humor até o último momento de lucidez. A família — Luís Roberto, Luna e Bernardo — está serena e confortada. Tereza viveu uma vida boa e feliz”, diz o comunicado do STF.

A ex-secretária de Desenvolvimento Rural de Caruaru Thallyta Figuerôa Peixoto teve seu nome aprovado, ontem, por unanimidade, na Comissão de Justiça (CCJ) da Alepe para ocupar o cargo de administradora do arquipélago de Fernando de Noronha. A pauta segue agora para votação no plenário da Casa, marcada para a próxima semana.

O ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, foi preso na manhã deste sábado (14) pela Polícia Federal. A prisão ocorreu após ele desembarcar em Brasília, vindo dos EUA. Ele está, agora, indo para o Centro de Detenção Provisória, a Papuda, que ele mesmo mandou construir. Fica no Complexo da Papuda, no Distrito Federal.

Na próxima terça-feira, na Câmara de Vereadores de São Lourenço da Mata, retomo a agenda de palestras sobre a temática do pós-eleição no Brasil. Será às 19 horas, na Câmara de Vereadores, aberta ao público em geral.

Após minha abordagem, o debate é aberto e aí não tem hora para acabar. O último, na Câmara de Vereadores de Arcoverde, só foi encerrado porque pedi, em tom de brincadeira. Mas o debate é salutar, democrático e muito importante, principalmente quando se dá em torno de um tema tão atual e oportuno.

Na última vez que estive na Câmara de São Lourenço, que já me adotou, oficialmente, como cidadão honorário, foi para uma noite de autógrafos do meu sétimo livro, Histórias de Repórter, no qual relato bastidores da cena nacional e regional que acompanhei de perto desde as Diretas Já até o impeachment de Dilma.

Depois de São Lourenço, estarei em Gravatá para uma análise da conjuntura nacional num evento promovido pela nova diretoria colegiada do Sindicato do Grupo Ocupacional Administração Tributária do Estado de Pernambuco (Sindifisco-PE). A palestra começa às 9h, no auditório do Hotel Canarius, onde o encontro do Sindifisco-PE acontece até sexta.

O ex-ministro da Justiça Anderson Torres chegou ao Brasil na manhã deste sábado (14), após viagem aos Estados Unidos. Há um mandado de prisão contra Torres, decretado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O avião pousou por volta de 7h20 no Aeroporto Internacional de Brasília.

Ele será investigado devido aos ataques às sedes do Congresso, do STF e ao Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro, pois era secretário de Segurança do Distrito Federal — cargo ao qual foi exonerado no mesmo dia –, responsável pela segurança da Esplanada dos Ministérios na data. As informações são da CNN Brasil.

Torres é acusado de ser conivente e omisso na situação, não preparando um esquema capaz de proteger os Poderes contra os ataques, mesmo com a informação de que eles poderiam ocorrer.

“As omissões do Secretário de Segurança Pública e do Comandante Geral da Polícia Militar, detalhadamente narradas na representação da autoridade policial, verificadas, notadamente no que diz respeito à falta da devida preparação para os atos criminosos e terroristas anunciados, revelam a necessidade de garantia da ordem pública”, afirma Moraes na decisão que determinou a prisão de Torres.

O ministro do STF também ressalta a entrada de 100 ônibus fretados em Brasília “sem qualquer acompanhamento policial, mesmo sendo fato notório que praticariam atos violentos e antidemocráticos”.

Ainda no domingo (8), a Advocacia-Geral da União (AGU) pediu ao STF a prisão do ex-secretário, conforme revelou o analista de Política da CNN Caio Junqueira.

Próximos passos

Segundo apuração da CNN junto a fontes da PF, Anderson Torres deve seguir para uma delegacia da corporação no aeroporto. Lá, pode ser ouvido ou se manter calado.

Em seguida, o ex-ministro deve passar por avaliação médica — exame de corpo de delito, como manda a lei antes do encaminhamento à prisão.

O procedimento deve ser realizado no Instituto de Medicina Legal (IML) da Polícia Civil ou em dependências da própria Polícia Federal.

Então, Torres seguirá para a carceragem. Não está confirmado para qual prédio da PF ele será encaminhado após o exame.

A PF conta com dois prédios em Brasília: o da Superintendência, no Setor de Polícia, e a Sede administrativa, perto do Setor Hoteleiro Norte, na região central da cidade.

Por ser delegado federal e ter ocupado os cargos de ministro da Justiça e Secretário de Segurança Pública, não ficará no mesmo local onde estão os presos comuns. O objetivo é proteger sua integridade.

“Sabotagem”

Em entrevista à CNN na terça-feira (10), o interventor federal na segurança pública do DF, Ricardo Cappelli, acusou o ex-secretário de sabotar a segurança da capital federal nos atos criminosos. Ele teria alterado todo o comando da secretaria e viajado para fora do Brasil.

“Houve uma operação estruturada de sabotagem comandada pelo ex-ministro bolsonarista Anderson Torres. Ele montou a sabotagem e fugiu do Brasil”, disse Cappelli.

O interventor explicou que agora serão apuradas as responsabilidades. “Há farto material para identificar não só a conduta dos manifestantes, mas também a conduta daqueles que, como agentes da lei, não cumpriram o seu papel”, afirmou.

Minuta para alterar eleições

Na quinta-feira (12), foi divulgado que a Polícia Federal (PF) encontrou na casa de Anderson Torres uma minuta (proposta) para um decreto para que o Bolsonaro instaurasse “estado de defesa”, visando alterar o resultado das eleições presidenciais.

Especialistas ouvidos pela CNN classificaram como “gravíssimo” o episódio, que demanda mais apurações.

Ainda assim, de acordo com o especialista em Direito Eleitoral, Arthur Rollo, o ex-ministro pode ter infringido o Código Penal por tentativa de “abolir o Estado Democrático de Direito”.

O que diz Torres

No início de segunda-feira (9), logo após ter sido exonerado do cargo de secretário, Anderson Torres publicou um pronunciamento pelo Twitter dizendo que foi “surpreendido pelas lamentáveis cenas” em Brasília durante seu “segundo dia de férias”.

“Lamento profundamente que sejam levantadas hipóteses absurdas de qualquer tipo de conivência minha com as barbáries que assistimos. Estou certo de que esse execrável episódio será totalmente esclarecido, e seus responsáveis exemplarmente punidos”, escreve o comunicado.

Em entrevista exclusiva à CNN, um dos advogados que o representa afirmou ele não foi omisso e não tem “a mínima parcela de culpa” nos ataques em Brasília.

Já sobre o documento encontrado em sua casa após diligências da Polícia Federal, o ex-ministro ressaltou que havia na casa dele “uma pilha de documentos para descarte, onde muito provavelmente o material descrito na reportagem foi encontrado”.

“Tudo seria levado para ser triturado oportunamente no MJSP. O citado documento foi apanhado quando eu não estava lá e vazado fora de contexto, ajudando a alimentar narrativas falaciosas contra mim”, destaca.

Minutos antes da postagem de Torres, à CNN, o advogado pontuou que o documento não é de autoria de Torres.

“Não é da autoria dele o documento. Eram diárias as abordagens feitas por populares ao ministro da Justiça e a mim mesmo como secretario nacional do Consumidor pedindo que levasse ao presidente algum tipo de sugestão”, disse.

“Eram escritos, às vezes manuscritos, às vezes digitados, mas era muito comum isso, principalmente no Ministério da Justiça”, continua o advogado.

O representante disse ainda à CNN ser “testemunha de que ele se desfazia disso, mas por cortesia e educação, não jogava fora na hora. A maior prova que ele não levava ao presidente é que foi encontrado na casa dele”.

“O que posso afirmar é que ele nunca levou ao [ex-]presidente”, observou.

Lula sem superministros

As jornalistas Helena Chagas e Lydia Medeiros, que assinam o Tag Report, uma análise da conjuntura nacional, trouxeram na edição do fim de semana uma interessante avaliação sobre o chamado “Novo mapa do poder”. Antecipam que, diferente dos dois governos anteriores, Lula não terá um ministro todo poderoso, como se deu lá atrás com José Dirceu e depois Dilma Rousseff.

“Até agora declaradamente não candidato à reeleição, Luiz Inácio Lula da Silva preside uma Esplanada onde florescem múltiplas candidaturas para 2026 e sabe o risco que isso representa para o bom andamento de sua gestão. Por isso, ao lado do movimento que levou representantes do centro e da direita à equipe para assegurar governabilidade parlamentar, tratou de organizar as coisas de forma a delimitar espaços de potenciais candidatos – e até de não candidatos. Se há uma coisa que Lula não quer em sua versão 3.0, dizem pessoas próximas, é ter superministros”, afirmam.

Sobre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apontado como o candidato de Lula em 2026, dizem que não tentará que ir além do seu quadrado, que já é enorme, e nem seguirá o modelo Paulo Guedes. “Já no discurso de posse, valorizou sua equipe ao dizer que tem “uma rede de postos Ipiranga”, relembram. Um dos auxiliares mais leais a Lula, presente nos tempos difíceis da cadeia e das campanhas de 2018 e 2022, Haddad é o ministro com maior proximidade pessoal com o presidente e sabe como ele funciona.

Para Helena e Lydia, ele não tentará aparecer mais do que o chefe, nem se impor à revelia dele – que, claramente, dividiu em quatro a pasta e os postos da Economia para desconcentrar o poder. “Haddad vai fugir de confrontos também com Simone Tebet. Afinal, o ministro sabe que, pela lei natural da política, tem tudo para ser o candidato preferencial de Lula à própria sucessão. Se tiver bom desempenho na economia – que, neste governo, envolve também o social – pode sonhar com trajetória semelhante à de Fernando Henrique Cardoso nos idos de 1994, quando saiu da Fazenda para o Planalto. Não vai se desgastar em querelas de gabinete”, ponderam.

Livre de Gleisi e Mercadante – “Calejado, o presidente não deseja ter Paloccis ou Dirceus, auxiliares muito fortes que, às vezes, pareciam mandar mais do que o chefe. Nesse sentido, ausências do primeiro escalão – como as de seus braços direito e esquerdo na campanha, Gleisi Hoffmann e Aloizio Mercadante – falam mais do novo arranjo do que algumas presenças”, avaliam Helena e Lydia, para completar: “Essa dupla, por exemplo, terá tarefas muito importantes, mas fora da Esplanada. Por lá, Lula distribuiu milimetricamente o poder para fazer o governo funcionar e não perder o controle – nem da gestão nem da sucessão. Uma semana é pouco para avaliar a correlação de forças que vai se impor, mas o primeiro desenho do mapa do poder já tem seus traços”.

Neófito no jogo sujo da corte – Quanto ao ministro chefe da Casa Civil, Rui Costa, apelidado de “Rui Corrida” na Bahia, avaliam que talvez em função da rapidez nas cobranças a auxiliares, o ex-governador já deu sinais de que sua pasta vai centralizar a administração com rigor. “Já nas primeiras horas no cargo, enquadrou o colega Carlos Lupi ao negar intenção de rever a reforma da Previdência. Pragmático, defensor do equilíbrio das contas públicas, tem ótima relação com empresários e com o mercado financeiro. Mas é um neófito em Brasília e, dificilmente, se arriscará a nadar com os tubarões do Lago Paranoá – isto é, entrar na politicagem para virar candidato a qualquer coisa. Por isso, provavelmente, foi escolhido e vai mandar bastante”, acrescentam.

Cabelos brancos – Ao anunciar o ex-secretário estadual de Cultura, Marcello Canuto, na presidência da Fundação de Cultura da Cidade do Recife, o prefeito João Campos se rendeu, finalmente, à tese de que não pode governar apenas com uma equipe de menudos. Diante disso, é possível que promova uma reforma na sua equipe optando por mais gente competente com os cabelos brancos da maturidade.

Pegou mal para Noronha – A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu, em Fernando de Noronha, Pedro Vasconcellos do Amaral Sodré de Mello, apontado como um dos maiores traficantes de drogas do Rio. A prisão aconteceu em uma festa na paradisíaca ilha e contou com a colaboração da Polícia Civil de Pernambuco. Pedro é apontado pelas investigações como o responsável por vários crimes e tinha 24 anotações criminais, além de registros na polícia quando ainda era menor de idade. Em 2018, ele chegou a ser preso.

Pauleira no Cabo – Prefeito do Cabo, Keko do Armazém (PL), não se conforma com a soltura do ex-prefeito Lula Cabral (SD), eleito deputado estadual. Quer acionar a justiça para o município recuperar R$ 77 milhões dos R$ 92 milhões da previdência municipal que teriam sido desviados na gestão de Lula. Na nova ação, quer acelerar a realização dos leilões de bens do ex-prefeito que estão bloqueados. Há, segundo o prefeito, uma força tarefa atuando em duas grandes frentes. “A primeira se refere ao trabalho desempenhado com o atual gestor dos fundos, CaboPrev e o MPPE na parte extrajudicial, com o objetivo de promover amortização para os cotistas dentro dos próprios fundos de investimentos. Com esse trabalho, conseguimos devolver para os cofres do CaboPrev cerca de R$ 4 milhões”, disse Keko.

CURTAS

NO IMPROVISO – Devido à demora na escolha do secretariado, só feita no apagar das luzes do ano passado, Raquel Lyra também não conseguiu montar o segundo escalão. A consequência? Nomear interinos, de preferência secretários, para acumular funções, como fez com a secretária de Desenvolvimento Profissional e Empreendedorismo, Amanda Aires, que desde ontem responde também pela Jucepe.

HORA DE SOMAR – Já o prefeito do Recife, João Campos (PSB), está cuidando da sua reeleição, em 2024. Trouxe de volta o PSD, do agora ministro da Pesca, André de Paula, nomeando a filha Cacau de Paula secretária de Turismo, pasta por ela ocupada até André romper com o PSB e se aliar a Marília Arraes para disputar o Senado.

Perguntar não ofende: Qual vai ser o próximo parente a ser nomeado por Raquel?