Termina desmontagem do acampamento de bolsonaristas golpistas na BR-232

Do G1/PE

A desmontagem do acampamento de bolsonaristas golpistas às margens da BR-232, no bairro do Curado, na Zona Oeste do Recife, foi finalizada hoje. Eles estavam acampados na frente do Comando Militar do Nordeste, há mais de 70 dias, desde o segundo turno das eleições presidenciais, quando Lula (PT) venceu nas urnas Jair Bolsonaro (PL).

O acampamento localizado no quilômetro 7 da rodovia federal começou a ser desmontado na tarde da segunda-feira (9), em cumprimento a uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) (veja vídeo abaixo). A ordem do ministro Alexandre de Moraes foi dada no final da noite do domingo (8), após os atos terroristas ocorridos em Brasília.

Através da “Operação Reintegra”, a Polícia Rodoviária Federal(PRF) realizou o monitoramento da desmobilização, que não interferiu no tráfego de veículos no local. Havia, ao menos, 15 pessoas acampadas em apoio às pautas inconstitucionais defendidas pelo ex-presidente Bolsonaro, em uma estrutura que contava com barracas e cabines de banheiros químicos.

Por volta das 16h15 da segunda-feira (9), chegaram viaturas da Polícia Militar e da PRF. Depois, teve início uma movimentação. Pessoas passaram a colocar objetos na caçamba de um veículo branco. 

“A retirada foi de forma espontânea e não houve a necessidade do emprego de força policial. Por volta das 19h30, as principais estruturas (barracas, toldos, caixa d’água) já haviam sido retiradas. A PRF segue acompanhando a movimentação no local e, na manhã desta terça (10), observou apenas algumas pessoas concluindo a retirada dos poucos materiais restantes”, disse a polícia, em nota.

Em Pernambuco, havia outro acampamento golpista, que teve a desmontagem finalizada na segunda-feira (9). Bolsonaristas estavam acampados no quilômetro 92 da BR-423, em frente ao 71° Batalhão de Infantaria Motorizada, no município de Garanhuns, no Agreste do estado.

A Polícia Federal já identificou um grupo de financiadores dos atos golpistas de domingo (8) e, agora, quer ir além na apuração.

O novo foco dos investigadores está na ligação dos terroristas com líderes políticos que tenham articulado a vinda de bolsonaristas radicais a Brasília, no último fim de semana.

A equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) trabalha com a informação de que políticos bolsonaristas vinham mantendo contato com os empresários que bancaram as caravanas de radicais que desembarcaram em Brasília.

Esses apoiadores radicais de Bolsonaro, no domingo, invadiram e depredaram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal.

“Não podemos apenas punir quem invadiu, mas também quem financiou e quem articulou politicamente. Esse é um movimento golpista, político, não é algo de um grupo isolado que agiu espontaneamente”, disse ao blog do Valdo Cruz um assessor de Lula envolvido nas investigações.

Apesar das cenas trágicas de domingo, a avaliação do governo Lula é que o “tiro saiu pela culatra”, isolando os bolsonaristas radicais, já que houve um condenação dos atos golpistas até por aliados do ex-presidente da República.

Agora, segundo a equipe de Lula, o governo ganhou aval para atuar de forma rigorosa contra os golpistas.

Até os militares – que antes resistiam a retirar os bolsonaristas radicais acampados em frentes aos quartéis do Exército –, agora, terão que mudar de posição.

A ordem vinda do Palácio do Planalto é para que não sejam mais permitidos acampamentos em frente a nenhum quartel no país.

Caro Magno, 

Infelizmente, pessoas mal intencionadas, que vivem na surdina da intriga, lhe repassaram falsas informações sobre minha pessoa e minha atuação como gestor da Superintendência Política Educacional Indígena (SUPIN) do Governo de Pernambuco. Primeiramente, não organizamos nenhum movimento, protesto ou ação que valha tal nome para pleitear permanência em cargo do qual já cumprimos nosso dever e de forma exemplar, entre 2015 e 2022. 

Temos o maior respeito pela democracia, a alternância de poder e a liberdade que os governantes, legitimamente eleitos, tem de escolher seus auxiliares em todos os níveis. Nosso apoio ao nome de Raquel Lyra foi dado dentro de uma decisão de um grupo político que viu nela a melhor opção para comandar e fazer as transformações de Pernambuco. 

Durante oito anos à frente a Superintendência, sempre pautamos nosso trabalho pela transparência e fomos um dos poucos gestores que ao final de nossa gestão, em dezembro passado, apresentamos detalhadamente todas as ações desenvolvidas nos últimos oito anos. Trabalho esse feito com honestidade, seriedade e diálogo permanente com as comunidades indígenas. Em todos os momentos, sempre estivemos presentes para garantir as soluções reivindicadas. 

Por tanto, quero refutar e lamentar, que não tenhamos sido consultado como manda o bom jornalismo, e colocar à disposição de nobre jornalista o nosso relatório de gestão. Como servidor do estado, estamos sempre a disposição de atender a qualquer chamado que possa contribuir para o desenvolvimento da Educação em nosso estado, e assim o fizemos ao longo desses últimos oito anos.

Caetano Bezerra Barboza Neto

O Ministério da Justiça e Segurança Pública dispensou do posto, hoje, o superintendente da Polícia Federal no Distrito Federal, delegado Victor Cesar Carvalho dos Santos.

A portaria é assinada pelo secretário-executivo do MJ, Ricardo Cappelli – que, desde domingo (8), é também interventor na segurança pública do DF.

O novo superintendente será o delegado Cézar Luiz Busto de Souza. O delegado já foi superintendente em Maringá (PR) e teve uma breve passagem pele Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado (Dicor). O nome não foi publicado no “Diário Oficial da União”.

A decisão foi publicada dois dias após uma minoria de bolsonaristas radicais promover atos de terrorismo e vandalismo na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. O governo e o Ministério Público apuram se houve conivência das forças policiais distritais e federais no enfrentamento aos golpistas.

GloboNews apurou que o superintendente já tinha sido informado da mudança na última semana, antes dos atos.

Victor Cesar dos Santos assumiu o comando da Polícia Federal no DF em agosto de 2021. Antes, tinha sido o delegado responsável pela segurança do papa Bento XVI, quando o então pontífice veio ao Brasil.

O superintendente despachou normalmente no cargo hoje, coordenando os trabalhos da PF na capital federal após a desmobilização dos acampamentos golpistas no Distrito Federal (feita pela Polícia Militar e pelo Exército) e pela detenção de 1,2 mil envolvidos.

Ibaneis na marca do pênalti

Afastado das suas funções por 90 dias pela caneta implacável do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), corre agora risco de ser cassado. Ontem, dia seguinte aos atos de terrorismo e vandalismo nos três poderes, o Partido Verde protocolou pedido de impeachment.

O documento foi entregue ao presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), Wellington Luiz (MDB), e ao vice-presidente, Ricardo Vale (PT), responsáveis por julgar o processo de impedimento. Por que tamanha voracidade na reação das instituições ao governador? Há uma forte desconfiança de que foi omisso ou conivente com a barbárie na capital federal. Afinal, os atos terroristas vinham sendo anunciados nas redes bolsonaristas.

Em coletiva, o ministro da Justiça de Lula, Flávio Dino, disse que o Governo do DF sabia da movimentação e que havia sido alertado sobre a necessidade de reforço na segurança. No entanto, imagens mostram policiais acompanhando o comboio que depois invadiram e depredaram prédios públicos. Há ainda registro de policiais fazendo fotos e conversando enquanto terroristas instalavam o caos. Além daqueles que foram flagrados já dentro dos espaços, sem impedir os manifestantes.

A polícia do DF, assim como na prévia do caos na diplomação de Lula, em 12 de dezembro, não agiu para conter o grupo. As imagens são a prova da anuência dos agentes de segurança e do governo do DF, que não reagiu à altura e em tempo de conter o caos. Um dos indicativos é o nome do secretário de Segurança no DF até o domingo: Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PL). No domingo, ao longo do ataque, Torres já não estava em Brasília ou no Brasil, mas nos Estados Unidos, onde também está Bolsonaro.

Em novembro, Ibaneis foi cobrado por ministros do STF sobre a nomeação de Torres. Na ocasião, o governador agora afastado disse aos magistrados que o ex-ministro de Bolsonaro não iria criar problemas. Após a invasão e depredação, Ibaneis esboçou uma reação e exonerou Anderson Torres. Na sequência, fez um vídeo com um pedido de desculpas ao Governo Federal. A gravação, na verdade, era uma tentativa de evitar a responsabilização pelo caos que permitiu se instalar em Brasília e o STF reagiu.

Prevaricação e obstrução – No pedido de impeachment, o PV alega que os atos dos vândalos, “imorais e anticivilizatórios”, foram causados pela incapacidade do Governo do DF de garantir a lei e a ordem. O texto caracteriza, ainda, a ação de Ibaneis e das forças de segurança da capital do país como “comissivas, omissivas e negligentes”. Como possíveis atos ilegais cometidos por Ibaneis Rocha, o documento destaca os crimes de prevaricação e obstrução de justiça, além de atentado contra o Estado democrático de Direito e a Lei Orgânica do DF.

O gesto de Raquel – A governadora Raquel Lyra (PSDB) fez a sua parte, ontem, ao autorizar o envio de 50 policiais militares do Estado para reforçar a segurança do Distrito Federal. “Estou dando a minha colaboração. Vamos trabalhar em conjunto para que ações criminosas não voltem a acontecer em Brasília e nem em qualquer outro lugar do País”, afirmou em fala pelas redes sociais. Informou também que estava indo a Brasília para um encontro dos governadores de todo o País com o presidente Lula.

Extremistas presos – Até ontem à tarde, pelo menos 1,5 mil pessoas já haviam sido detidas ou presas em Brasília, segundo o ministro da Justiça, Flávio Dino. Foram, na verdade, 209 prisões em flagrante e 1,2 mil extremistas ouvidos. É considerado um flagrante, e as providências de polícia judiciária serão tomadas. Caberá ao Poder Judiciário dar resposta final quanto ao que ocorrerá com eles. Alguns serão submetidos à audiência de custódia; outros podem, eventualmente, receber o benefício da liberdade provisória”, adiantou Dino, durante coletiva.

Estados reforçam segurança – Flávio Dino também anunciou a ida ao Distrito Federal de 500 homens de outras forças de segurança de vários estados para compor a Força Nacional, que dispõe, atualmente, de pouco mais de 300 agentes. “Esse contingente visa apoiar as providências que nós estamos adotando ao longo dessa semana, sobretudo na proteção à Esplanada, Praça dos Três Poderes. E, com isso, o contingente da polícia do Distrito Federal poderá retornar às suas funções normais”, destacou o ministro.

Fé na justiça – O governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), disse que respeita a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que o afastou do cargo por 90 dias. Em nota, Ibaneis declarou que reitera a “fé na Justiça e nas instituições democráticas”. “Vou aguardar com serenidade a decisão sobre as responsabilidades dos lamentáveis fatos que ocorreram em nossa capital”, afirmou.

CURTAS

DESMOBILIZAÇÃO – O prefeito do Recife, João Campos, em sintonia com a governadora Raquel Lyra, começou a retirar, ontem, bolsonaristas em frente ao comando do Exército, no Curado. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), há golpistas em frente ao Comando Militar do Nordeste, na margem da BR-232. São, ao menos, 15 apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) defendendo pautas criminosas e antidemocráticas.

VIOLÊNCIA – Começaram com cenas de violência e até arrastões as prévias carnavalescas em Olinda, no último fim de semana.  Imagens pelas redes sociais mostram pessoas correndo e brigando, e algumas delas caindo no chão. Para os moradores, o problema é a falta de planejamento para que as prévias aconteçam de forma segura.

Perguntar não ofende: Quando Raquel vai escolher o segundo escalão?