Vice-prefeito de Arcoverde joga a toalha

Após romper com o prefeito Wellington Maciel (MDB) devido a divergências políticas, o delegado de carreira e atual vice Israel Rubis (PP), mais conhecido como Delegado Israel, usou suas redes sociais, há pouco, para comunicar que renunciará ao cargo.

“Olá, meus amigos e amigas de Arcoverde. Quero pedir a todos que assistam a todo o vídeo, pois estarei nos próximos dias requerendo a renúncia ao meu mandato de vice-prefeito. Aos que discordarem, peço perdão, porém tenho a convicção de que esta é uma decisão acertada. Quero voltar a minha instituição para fazer um bom trabalho, e ser novamente reconhecido. Ao mesmo tempo que não esquecerei de Arcoverde, e da necessidade da concretização de reformas para a busca do crescimento econômico, do desenvolvimento social, da geração de empregos, distribuição de renda, do combate à violência, e da redução da pobreza”, desabafou.

Circula na internet uma imagem que seria uma mensagem do ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, a uma pessoa de nome “Marinho”. O Poder360 mandou o arquivo para o ministro. Ele disse se tratar de algo “completamente falso”.

­A imagem que aparece no perfil de Múcio no arquivo montado não corresponde à foto que ele tem usado há meses no WhatsApp:

Na mensagem falsa há um texto longo e cheio de teorias da conspiração, com a pessoa que se passa por Múcio falando sobre risco de um suposto risco de insubordinação das Forças Armadas –algo que ele disse ao Poder360 “não ter nenhuma conexão com a realidade”.

O texto falso também menciona que o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, esperaria uma ação mais drástica contra manifestantes bolsonaristas que fazem atos pelo país.

O Poder360 opta por não divulgar a imagem do texto falso, pois a publicação implicaria em propagar desinformação.

O Poder360 apurou que há no governo federal, sobretudo na ala petista, um desconforto em relação ao ministro da Defesa. Nos dias que antecederam a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como presidente, vários integrantes do PT e o então futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, fizeram pressão para que o então futuro ministro da Defesa atuasse para desalojar de Brasília os manifestantes acampados em frente ao QG do Exército na capital federal. José Múcio foi contra. Disse que isso seria uma estratégia errada, pois teria o efeito de provocar reações imprevisíveis.

A primeira-dama, Janja Lula da Silva, foi uma das autoridades envolvidas na organização da festa da posse que desejava a retirada de bolsonaristas acampados em Brasília. A presidente do PT, deputada federal pelo Paraná Gleisi Hoffmann, também considerou inadequadas as declarações do ministro da Defesa, que argumentou ao assumir o cargo que as manifestações vão se dissipar ao longo do tempo.

Agora que a governadora Raquel Lyra completou sua primeira semana à frente do Executivo estadual é possível inferir qual tipo de comportamento resolveu adotar na chegada ao Palácio do Campo das Princesas. E embora seja prematuro estabelecer um conceito sobre como será seu modelo de gestão é possível inferir que fará diferente ao que foi adotado nos últimos 16 anos pelo PSB.

De qualquer forma é possível especular que, no caso dos servidores colocados à disposição de outros órgãos, a atitude tenha sido semelhante a de um pescador que chega às margens de um rio e, sem saber exatamente o tipo de peixe que existe nele, lança um tarrafa para ver o que vem quando puxa a corda que fecha a rede.

Pode vir tainha, camarão, bagre e muito material descartado rio acima que se acumulou no ponto onde a rede foi lançada. Se o objetivo do decreto publicado foi exatamente esse, saberemos depois. Embora já se saiba que na hora da verificação tenha vindo um grande número de peixes (grandes e pequenos) que vão precisar ser devolvidos ao rio. As informações são do colunista Fernando Castilho, do Jornal do Commercio.

É importante ter presente que esse tipo de decreto é padrão no começo de administrações. Até para o gestor saber mesmo o que outros poderes abrigam de servidores. O que talvez tenha diferenciado – no caso da governadora de Pernambuco no ato 0001/23 – tenha sido o fato de não telefonar aos chefes dos demais poderes dando ciência.

Certamente, ainda saberemos como se sentiram os presidentes do TJPE, Alepe e TCE ao serem informados pelo Diário Oficial que parte de seus colaboradores teria que voltar, até esta sexta-feira, às repartições de origem. Isso porque o decreto os obrigou a escrever ofício onde relatam suas necessidades o que não foi um gesto confortável embora tenham se apressado em dizer que não tem porque questionar o gesto.

Mas eles não gostaram de começar o exercício escrevendo um ofício com esse objetivo à governadora. 

O decreto, naturalmente, impactou mais na própria máquina administrativa do Estado onde está lotado o maior número de servidores. Eles foram deslocados de seus órgãos de origem há tanto tempo que levou a situações inusitadas como alguns secretários ficarem impedidos de tocar o expediente uma vez que os gestores não estavam inseridos nas exceções do decreto inicial.

Faz parte. Até porque boa parte do Governo não tinha conhecimento preciso onde eles se encontravam. E porque Raquel Lyra optou por fechar o convite oficial nas últimas 48 horas de 2022 pegando alguns deles escolhendo uma roupa para o Réveillon. Ou sem saber exatamente a parte que lhes estava reservada com a mudança da estrutura administrativa que a governadora está enviando a Alepe.

Mas se o impacto do “decreto tarrafa” foi grande, a decisão de reavaliar todos os contratos de fornecedores terá muito mais implicações. Pelo potencial de redução de custos após simples verificações dos termos aceitos pelo Executivo. 

O número é importante, embora não se possa dizer que os R$ 150 milhões que a governadora pretende economizar possam ser suficientes para pagar promessas de transferência direta de renda às famílias. É que, hoje, o Governo Federal não sabe exatamente o número delas devido a degradação que o CadÚnico (a base dos possíveis beneficiários).

Após a primeira semana de governo, já se sabe que o Governo Federal vai atrasar a promessa de pagar R$ 150, por criança, às famílias com filhos de até seis anos. E isso pode comprometer os planos da governadora de Pernambuco que deseja ainda no primeiro trimestre pagar R$ 300.

Mas é normal gestor público já nos primeiros dias de trabalho chamar fornecedor para revistar contratos. Aliás, esse a é uma boa prática porque nada como um final de governo para fornecedor ajustar preços, reduzir entregas e alongar prazo de validade. Entretanto, o que se faz tradicionalmente é apertar – sem alarde – de modo a que a notícia dos cortes seja difundida mais entre a comunidade do que do público externo.

O que a governadora Raquel Lyra parece ter optado foi o modelo de avisar que vai fazer o que, naturalmente, gera uma expectativa no público externo que passa exigir uma lista de irregularidades detectadas e que nem sempre podem ser eliminadas no curto prazo.

Entretanto, ninguém deve achar que depois de 16 anos, o modelo de contratação de Pernambuco seja uma referência no setor público. Fornecedor de governo naturalmente força o menos por mais numa inversão de procedimentos que desafia os órgãos de controle. Isso, aliás, faz parte da cultura brasileira e o impacto dessa chamada do feito à ordem em Pernmabuco só saberá com o tempo.

De qualquer forma não se pode dizer Raquel Lyra não “chegou chegando”. E esse deve ser um padrão padrão dada à enorme pressão que os pernambucanos colocaram sobre seus ombros em termos de expectativas.

Ninguém que votou em Raquel Lyra esperava um comportamento semelhante ao de gestores que assumem passando com grande articulação com os dirigentes anteriores nos atos administrativos só identificadps no Diário Oficial. E ela parece ter avisado aos pernambucanos, já na primeira semana, que fará diferente. Até porque quer entregar resultados visíveis.

O que só aumenta a pressão aos secretários que ainda estão se informando do detalhes da missão a qual foram incumbidos.

Por Paulo André Leitão

Seu Torrão de Barro, Reginaldo na certidão de nascimento, me diz quanto foi o café da manhã. “Cartão ou dinheiro?”, pergunto. “Dinheiro”, responde. Como preciso de trocado mas sei que a cédula de cem reais é muito falsificada no Brasil, pergunto se ele aceita. “O senhor não tem cara de cabra safado não”, dispara. Cédula entregue, troco recebido. Seu Torrão, comerciante em São José do Egito, botou na minha bagagem um incontestável atestado de honestidade. Quando voltar lá, quero ter me tornado tão franco quanto ele. A conversa vai ser boa.

Morreu, neste domingo, o maior ídolo da história do Vasco. Roberto Dinamite faleceu aos 68 anos. Ele vinha lutando contra um tumor no intestino desde o fim de 2021.

Carlos Roberto Gama de Oliveira nasceu em 13 de abril de 1954, em Duque de Caxias (RJ). Mas Roberto Dinamite veio ao mundo em 25 de novembro de 1971, no Maracanã. Foi neste dia que o atacante, então aos 17 anos, recebeu o apelido que marcou sua trajetória depois de marcar seu primeiro gol pelo Vasco, na vitória por 2 a 0 sobre o Internacional. A manchete do Jornal dos Sports do dia seguinte foi a certidão de batismo: “Garoto-dinamite explodiu”.

Este foi o primeiro dos 708 gols de Roberto em 1.110 jogos pelo Vasco. O primeiro dos 190 gols marcados no Campeonato Brasileiro, marca que até hoje ninguém alcançou. Este foi também apenas o primeiro dos muitos capítulos marcantes do ídolo com a camisa cruz-maltina. Com o Vasco, Roberto conquistou um Campeonato Brasileiro (1974) e cinco Campeonatos Cariocas (1977, 1982, 1987, 1988 e 1992). As informações são do GE.

Mas não são apenas títulos que contam a relação de Roberto Dinamite com o Vasco. Há episódios históricos como a volta do ídolo ao clube, em 1980, após uma breve passagem pelo Barcelona. Num Maracanã com 100 mil pessoas, ele marcou todos os gols do Vasco na vitória por 5 a 2 sobre o Corinthians.

Roberto também teve breves passagens pela Portuguesa, em 1989, e pelo Campo Grande, em 1991, antes de retornar ao clube do coração para encerrar a carreira em fevereiro de 1993 num amistoso entre Vasco e La Coruña, da Espanha, no Maracanã. Naquele dia, Zico, ídolo do rival Flamengo, vestiu a camisa cruz-maltina para homenagear o amigo.

Depois de deixar os gramados, foi a vez de Roberto Dinamite reencontrar o Vasco no gabinete. Numa disputa política polêmica, ele foi eleito presidente em 2008 e logo teve lidar com o primeiro rebaixamento da história do clube. No ano seguinte, a equipe conquistou o título da Série B do Brasileirão, e em 2011 alcançou o inédito título da Copa do Brasil. Em 2013, entretanto, o Vasco caiu novamente para a Segunda Divisão, e Roberto encerrou seu segundo mandato no ano seguinte.

Mas Roberto Dinamite nunca deixou de ser ídolo do Vasco. Prova disso é que, em outubro de 2021, um programa de financiamento coletivo arrecadou, em menos de seis horas, R$ 190 mil para a construção de sua estátua em São Januário. O monumento foi inaugurado em 28 de abril deste ano, com uma grande festa.

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, está tentando fazer as pazes com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes. Com a ajuda de amigos em comum, ele vem buscando marcar um encontro com Moraes para tentar amenizar os estragos provocados pela condenação que o presidente do TSE e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) lhe aplicou por litigância de má fé por ter questionado o resultado das eleições presidenciais. A interlocutores, Valdemar tem admitido que está arrependido de ter movido a ação. E quer fazer chegar a Moraes esse arrependimento.

O problema de Valdemar é como conciliar esse gesto de aproximação com o presidente do TSE com a pressão que sofre do ex-presidente Jair Bolsonaro e dos bolsonaristas mais radicais. Se por um lado a filiação de Bolsonaro fez com que Valdemar experimentasse uma situação até então inédita para ele – o comando de um grande partido, de fato –, por outro o obriga a tourear o imprevisível Bolsonaro, com um estilo de fazer política, ou não fazer, que foge completamente do figurino tradicional ao qual Valdemar estava acostumado. As informações são do Congresso em Foco.

Valdemar resistiu o quanto pôde a fazer o questionamento das eleições a partir do relatório feito pela empresa Audiency. Na verdade, ele nunca esboçou dúvidas sobre o sistema eleitoral. Quando foi votada a emenda da deputada Bia Kicis (hoje no PL do Distrito Federal) que propunha o voto impresso, Valdemar orientou que o partido fosse contra. Mas acabou sendo convencido por Bolsonaro e abraçou a ação. Hoje, depois da condenação de Moraes, ele já confessou a interlocutores que avalia ter sido um erro.

Em março, o partido terá conseguido pagar a multa que lhe foi imposta por Moraes. Somente a partir daí, ele poderá de fato usufruir de ter se tornado o maior partido do país, com 99 deputados e 15 senadores. Até lá, o PL está sem um tostão sequer. A decisão de Moraes bloqueou não apenas os recursos do fundo partidário, mas o dinheiro próprio do partido, de arrecadação para as campanhas. No final do ano passado, ele conseguiu comover o presidente do TSE a liberar uma quantia para que o partido pudesse pagar o salário e o 13º dos seus funcionários. O pagamento dos salário de dezembro, porém, que seria pago no início do ano, está atrasado. Uma das coisas que ele deseja conversar com Moraes é sobre conseguir o desbloqueio para honrar a folha salarial do partido.

Antes do episódio da condenação, o presidente do PL tinha uma boa relação com Alexandre de Moraes, construída a partir da política de São Paulo. Paulista da cidade de Mogi das Cruzes, Valdemar se relacionava bem com o governo de Geraldo Alckmin, hoje vice-presidente de Luiz Inácio Lula da Silva. Moraes era o secretário de Segurança Pública de Alckmin.

“Ele tem que voltar até março”

Resolvida essa querela jurídica, Valdemar projeta, então, a estratégia que traçou para que seu partido lidere a direita que aflorou no Brasil após a eleição de Bolsonaro. Um contingente de pessoas que ainda impressiona o presidente do PL. Um contingente de pessoas que hoje se aglutina em torno de Bolsonaro. E é isso o que angustia Valdemar. Ele não tem dúvidas que hoje está filiado ao seu partido um líder de massas. O problema é que é um líder de massas imprevisível. E que não raras vezes faz o oposto do que lhe é aconselhado.

Valdemar não sabia, por exemplo, que Bolsonaro iria para a casa do lutador de MMA José Aldo, em Orlando. “Uai, ele não ia para Mar-a-Lago?”, chegou a perguntar, referindo-se ao resort que o ex-presidente Donald Trump tem em Palm Beach, também na Flórida. Se Bolsonaro hoje está hospedado numa casa que tem um quarto de mínions, provocando uma piada pronta, isso não foi combinado com o presidente do seu partido.

Assim como não sabia para onde Bolsonaro iria, Valdemar também não sabe quando Bolsonaro irá voltar. Se é que irá voltar. “Ele precisa estar de volta até março”, angustia-se o presidente do PL, segundo interlocutores. Para que, então, possa vir a liderar o processo que Valdemar traçou para ele.

Na sede do partido em Brasília, já estão prontas as salas reservadas tanto para Bolsonaro quanto para sua mulher, Michelle. Bolsonaro será presidente de honra do PL, e receberá por isso um salário equivalente ao teto do funcionalismo, o vencimento de um ministro do STF: R$ 46 mil. Michelle Bolsonaro será presidente do PL Mulher, e essa função lhe garantirá um salário equivalente ao de deputado federal: R$ 33,7 mil.

Cargos e gabinete do ódio

Os dois cargos garantem a legalidade dos pagamentos. Os dois serão, assim, funcionários do partido. Para evitar questionamentos legais, o PL desistiu de pagar o aluguel de uma casa para o ex-presidente. Eles pagarão a moradia com seus salários.

Bolsonaro pediu também ao PL a contratação de oito assessores além dos oito a que têm direito como ex-presidente da República. Entre esses outros oito que serão funcionários do PL deverá estar o ex-assessor especial da Presidência Tércio Arnaud Tomaz, um dos integrantes do chamado “Gabinete do Ódio”.

Enquanto se espera pela vinda de Bolsonaro, já despacha diariamente em outra sala do PL o ex-candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro, o general Walter Braga Neto. Segundo integrantes do partido, Braga Neto, bem-humorado, tem dito que aprende com “os profissionais da política”, como o próprio Valdemar.

Braga Netto começou a ter notoriedade quando se tornou o interventor da segurança no Rio de Janeiro, quando foi decretada em 2018 a Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no estado. Ainda não se sabe em qual cargo, mas tanto Braga Neto quanto o PL têm a pretensão de que ele venha a disputar algum mandato no estado a partir dessa notoriedade.

Valdemar precisa de Bolsonaro de volta ao Brasil para que ele possa, com sua liderança popular, ser o vetor dos planos que ele projeta para o PL. A estimativa de Valdemar é de conseguir eleger em 2024 de mil a 1.500 prefeitos nas eleições municipais (hoje o PL tem 343 prefeitos).

A ponta de lança desse trabalho será no Congresso, a partir das bancadas conquistadas. O PL elegeu 99 deputados e inicia no Senado com 15 senadores. Projeta que, somando-se parlamentares de partidos próximos, venha a liderar uma bancada em torno de pelo menos 20 senadores. Com base nisso, na próxima semana fará uma reunião para avaliar o lançamento de uma candidatura alternativa à do atual presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que tentará a reeleição (na Câmara, o partido está comprometido com a reeleição de Arthur Lira, do PP de Alagoas). Um nome que almeja o cargo é o senador eleito pelo Espírito Santo Magno Malta.

Medo de ser preso

O problema de Valdemar: combinar tudo isso com o imprevisível Bolsonaro. O ex-presidente não esconde o medo de que ele, que responde a mais de 70 inquéritos, seja preso. E que venha a ser preso também seu filho, o vereador Carlos Bolsonaro. Ao contrário dos outros dois filhos na política, o senador Flávio (PL-RJ) e o deputado Eduardo (PL-SP), nem Bolsonaro nem Carlos têm foro privilegiado. Poderiam, assim, ser colhidos por qualquer juiz de primeira instância. E têm medo disso. Daí o temor de que Bolsonaro não retorne (há uma especulação de que ele poderia ir para a Itália, caso a família obtenha cidadania que está pleiteando).

Valdemar tem tentado tranquilizar Bolsonaro nesse sentido. Alega, inclusive, que caso uma prisão venha a acontecer, ele pode se tornar mártir para o seu eleitorado. Usa nesse sentido mesmo o exemplo do próprio Lula, que foi condenado e preso, reverteu suas condenações e elegeu-se presidente.

De qualquer modo, o PL garantiu forte proteção jurídica a Bolsonaro. O advogado Marcelo Bessa está sendo contratado para atuar nas causas criminais contra o ex-presidente. Ele chefiará uma equipe com outros cinco advogados.

Mas tudo isso depende de Bolsonaro desocupar a mansão com quarto de mínions de José Aldo e retornar ao Brasil para se valer de sua popularidade e liderar o processo que Valdemar Costa Neto idealizou. O presidente do PL aguarda ansioso notícias.

O ex-governador do Rio, Leonel Brizola (PDT), em visita ao município de Afogados da Ingazeira, em 1982, sendo recepcionado pelo ex-deputado Josesito Padilha, seu fiel e maior aliado no Sertão de Pernambuco. Na foto, entre os que recepcionaram o cacique pedetista, o hoje desembargador Carlos Morais, que era advogado do PDT em Pernambuco, assim como o advogado Roberto Moraes, também no grupo. Roberto é irmão do desembargador Bartolomeu Bueno. A foto é do arquivo dele. Se você tem uma foto histórica no seu baú e deseja vê-la postada neste quadro, envie agora pelo WhatsApp 81.98222.4888.

Por J.R Guzzo*

É perigoso estar certo quando o governo está errado – o governo ou os que mandam no país, o que dá na mesma, sobretudo quando eles governam com a polícia, e não com a lei. No Brasil de hoje é pior. Tanto faz se você está certo, errado ou nenhuma das coisas. Se desagradar ao ministro Alexandre de Moraes e ao resto do STF, ou ao sistema de repressão do governo Lula que se juntou a eles desde o dia 1.º de janeiro, qualquer cidadão é punido – e não terá direito a advogado, processo legal regular ou qualquer garantia estabelecida pela Constituição brasileira.

Ninguém ouve as suas razões, ou os seus argumentos – na verdade, o cidadão não tem a oportunidade sequer de abrir a boca. É preso, multado, impedido de acessar sua conta no banco, banido das redes sociais, proibido de manter em sigilo suas comunicações pessoais e punido, pela força da Polícia Federal, por qualquer coisa que o STF possa querer – o STF e, agora, a ala policial do governo Lula. A ambos se juntam as plataformas estrangeiras que controlam as redes sociais.

É a negação direta da democracia, por qualquer critério que se encaixe dentro da lógica comum. Qual poderia ser a dúvida? A autoridade pública, no Brasil de hoje, não obedece mais às leis a que não quer obedecer – ou, até pior que isso, vai escrevendo as leis para dar a si própria a autorização de fazer o que bem entende. Se isso não é ditadura, ou uma ditadura em formação, seria o que, então?

As agressões simultâneas aos jornalistas Guilherme Fiuza, banido das redes sociais por forças que se pretendem “ocultas”, e Rodrigo Constantino e Paulo Figueiredo, que tiveram seus passaportes cancelados e suas contas bancárias bloqueadas por Alexandre Moraes, sem qualquer fiapo de lei que lhe permita fazer nada disso, são um insulto aos direitos civis e à liberdade pública.

São também um escândalo moral sem precedentes. Os jornalistas são acusados de crimes que simplesmente não existem na legislação brasileira: “discurso de ódio”, “desinformação” e “atos antidemocráticos”. É como se fossem acusados penalmente por adultério, ou por faltarem à missa; como vão se defender, se a própria lei diz que eles não cometeram delito nenhum?

É claro que, além disso, nenhum deles tem direito às garantias mínimas de qualquer cidadão – seus advogados não podem nem mesmo acessar os autos para saber, exatamente, do que estão sendo acusados. Também não podem recorrer a ninguém. Mas a mídia, as classes civilizadas e a elite “liberal” acham que os três escrevem ou dizem coisas “bolsonaristas”, ou de “direita” – que horror, não? Para quem faz isso, a democracia do Brasil de hoje não dá direito nenhum.

*Jornalista

Colaboradora no governo de transição, a apresentadora e chef de cozinha Bela Gil recusou o convite do ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, para ser secretária especial de Alimentação Saudável.

Em nota, a pasta afirma que Bela Gil informou neste sábado, 7, ao ministro que, por razões familiares e profissionais, não poderia assumir o cargo. Comprometeu-se, contudo, a “colaborar e prestar consultoria” ao novo governo na área de alimentação saudável.

O ministério já havia convocado uma coletiva de imprensa para a próxima segunda-feira, 9, para anunciar qual seria o papel da apresentadora na pasta. Com isso, o compromisso foi cancelado.

Na nota, Teixeira diz agradecer a disposição de Bela Gil e aponta que irá “contar com a ajuda dela na importante missão de combater a fome e melhorar a qualidade da alimentação do povo brasileiro”. “Um dos pontos centrais do programa de governo do presidente Lula”, diz.

*As informações são do Estadão