Mulher negra é acusada de furto na Renner: ‘Puxou minha bolsa e tirou tudo’

A secretária Awdrey Ribeiro, 21 anos, foi acusada de furto em uma unidade das Lojas Renner no Madureira Shopping, no Rio de Janeiro (RJ), no sábado (12), e acredita que a acusação se deu por ela ser negra, segundo contou em entrevista para Universa, do portal UOL. Ela afirma que uma das funcionárias da loja a abordou enquanto ela se dirigia ao provador, empurrando-a e puxando sua bolsa.

“Ela já veio passando na minha frente e me empurrando para dentro da cabine, bem agressiva, gritando, dizendo que eu tinha roubado, que eu estava com várias peças da loja dentro da bolsa, sendo que eu não tinha nada”, afirma Awdrey, que também relata que a funcionária jogou sua bolsa no chão e tirou os seus pertences.

“Dentro da bolsa tinha um casaco meu bem antigo da Radley, uma marca que nem tem na loja, mas ela disse que eu tinha roubado aquele casaco e gritava comigo o tempo todo”, conta Awdrey.

O momento foi filmado por Juliana Costa, prima que a acompanhava no shopping, e compartilhado no Twitter.

Segundo Awdrey, quando a funcionária percebeu que estava sendo filmada, ainda com o casaco na mão, mudou o discurso e disse que estava indo entregar a placa indicativa do número de peças que a secretária havia levado para o provador.

“Aí chegou a gerente da loja mandando ela sair, mandando ela ir embora, e todo mundo começou a gritar falando que tinha sido preconceituosa”, afirma. “Ela foi preconceituosa sim, só veio até mim porque eu sou negra, porque tinha outras pessoas brancas com bolsas no provador e ela não fez nada disso.”

A polícia foi chamada, e a gerente tentou conversar com Awdrey, afirmando que a situação havia sido “uma coisa mínima”. “Ela pedia calma o tempo todo, pedia para não causar tumulto na loja e disse que não tinha necessidade de chamar a polícia. Depois, a supervisora chegou e me deu um suporte melhor”, afirma a secretária.

Apesar de considerar que a situação tenha ocorrido por motivação racial, Awdrey afirma que no 29º DP, onde ela registrou um boletim de ocorrência, o caso foi caracterizado apenas como constrangimento. “Eles não registraram como racismo. O policial que foi até lá disse que aquilo tudo era um circo, uma palhaçada, e me deu todo o suporte”, afirma.

Em nota enviada a Universa, a Polícia Civil do estado do Rio de Janeiro afirmou que “os agentes ouvem testemunhas e realizam outras diligências para esclarecer as circunstâncias do fato.”

Ela destaca o constrangimento causado pela abordagem. “No momento fiquei com muita vergonha, porque todo mundo estava me olhando. Eu nunca pensei que isso fosse acontecer comigo”, afirma ela.

Ela destaca o constrangimento causado pela abordagem. “No momento fiquei com muita vergonha, porque todo mundo estava me olhando. Eu nunca pensei que isso fosse acontecer comigo”, afirma ela.

“Estou muito abalada e chateada. Sofro de psoríase, que é uma doença autoimune, e estou toda atacada, cheia de bolinhas, minha pele está ficando em carne viva”, afirma.

O que diz a Renner

Em nota enviada a Universa, as Lojas Renner afirmaram que o episódio é “inaceitável” e que a funcionária foi demitida da companhia. Além disso, a empresa também disse que a abordagem foi “totalmente inadequada e não está alinhada aos valores da Lojas Renner”.

“A empresa não tolera racismo ou qualquer tipo de preconceito e discriminação”, diz a nota, que destaca uma “atuação imediata na loja em questão, com o objetivo de garantir que o respeito e a equidade sejam aplicados em todas as nossas relações”.

“Continuaremos empenhados em avançar na conscientização de nossos times e no aprimoramento de nossos processos. Reforçamos que temos uma política de direitos humanos, além de um Código de Conduta e um programa de diversidade que buscam promover a inclusão, o que passa pela sensibilização e capacitação constante das nossas equipes”, afirmou as Lojas Renner.

Em fim de mandato, o presidente Jair Bolsonaro, primeiro a não se reeleger na história do Brasil, vai enviar uma representação esvaziada para a 17ª Cúpula do G-20, em Bali, na Indonésia. Além de o próprio Bolsonaro ter desistido da viagem, o vice-presidente Hamilton Mourão e o ministro da Economia, Paulo Guedes, recusaram liderar a comitiva brasileira. A delegação será chefiada pelo ministro das Relações Exteriores, Carlos França.

Além das ausências de Bolsonaro, Mourão e Guedes, outra falta confirmada pelo Estadão é o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. O BC disse que não enviará representantes à cúpula. As informações são do Estadão.

Criado no fim dos anos 1990, o G-20 é um dos mais importantes fóruns multilaterais econômicos, tendo participação das maiores economias e papel de destaque dos ministros de finanças e presidentes de bancos centrais. Eles se reúnem ao longo do ano e preparam o evento principal, que desde a crise financeira de 2008 passou a reunir os chefes de Estado anualmente. Nas cúpulas, são discutidos acordos e coordenadas de ações internacionais entre os países. Os presidentes e primeiros-ministros também costumam aproveitar a ocasião para reuniões bilaterais.

A próxima cúpula, entre 15 e 16 de novembro, é considerada importante por autoridades do governo por causa da situação das economias em todo o mundo, face à inflação global enfrentada pelos países, as consequências da Guerra na Ucrânia e a recuperação pós-pandemia. O governo da Indonésia decidiu promover discussões sobre a transição energética, transformação digital e arquitetura global de saúde, com destaque para distribuição igualitária de vacinas.

Nas palavras de um embaixador, será um G-20 “sensível” com todas as discussões que envolvem crédito, inflação, segurança alimentar, e o Brasil pode se ver com uma representação tecnicamente capacitada, mas de segundo escalão político, sem peso para discutir com as principais delegações do mundo.

Questionados, o Ministério da Economia e o Banco Central não justificaram as ausências de Guedes e Campos Neto.

Até a derrota nas eleições, Bolsonaro havia participado de todas as cúpulas do G-20. Em 2019, estreou em Osaka, no Japão. Em 2020, discursou de Brasília, quando a reunião ocorreu por videoconferência, por causa da pandemia da covid-19. No ano passado, despediu-se ao liderar a comitiva brasileira em Roma, na Itália, ocasião em que foi flagrado deslocado na antessala reservada aos líderes.

Logo após a derrota para o ex-presidente Lula Inácio Lula da Silva (PT), Bolsonaro se recolheu no Palácio da Alvorada e cancelou compromissos, inclusive internacionais. Passou a receber apenas alguns ministros e aliados, despachando da residência oficial, e não promoveu mais nem mesmo as transmissões nas redes sociais. Encastelado, não quis se deslocar enquanto parte de seus apoiadores continuam a contestar o resultado das eleições e cobram intervenção militar.

Diante da negativa de Bolsonaro, integrantes do primeiro escalão do governo se esforçaram para elevar o nível político de representação do País. Em vão. Um dos que tentaram convencer o vice-presidente a ir à cúpula foi o chanceler Carlos França, a quem sobrou a tarefa de chefiar a delegação.

Além do deslocamento longo, com mais de 36 horas de voo com escalas, pesou o fato de o assunto não ser da esfera de domínio de Mourão. Ele teria de fazer um discurso com informações técnicas, sob encomenda. Como não houve uma determinação de Bolsonaro, que deixou o vice decidir livremente sobre o embarque, ele optou por não participar.

Mourão já havia “escapado” da Cúpula do Clima (COP-27), no Egito, assim como Guedes. Embora seja o nome forte do Conselho da Amazônia Legal, o vice havia ficado descontente em não ter liderado a delegação despachada no ano passado à COP-26, em Glasgow, e agora viu risco de desgaste político e cobranças com a presença de Lula e aliados em solo egípcio.

Antes, Paulo Guedes também rejeitou liderar a comitiva do G-20, embora seja considerado o “dono da bola” no assunto. O ministro decidiu enviar como representante da pasta o secretário de Assuntos Econômicos Internacionais, Marco Rocha. Um auxiliar do ministro ponderou que o roteiro das cúpulas de líderes é diferente das reuniões ministeriais, quando os titulares das pastas e presidentes de bancos centrais têm maior protagonismo.

O Ministério das Relações Exteriores também enviará o embaixador Sarquis José Buainain Sarquis, que é o sherpa do País na organização. Secretário de Comércio Exterior e Assuntos Econômicos, Sarquis foi indicado por Bolsonaro como próximo representante permanente do Brasil na Organização Mundial do Comércio (OMC), mas a aprovação está pendente no Senado e depende de acordo com Lula. Dois funcionários da coordenação-geral de G-20 também compõem a delegação brasileira.

A cadeira no fundo, rente ao quadro da Santa Ceia, casa dos meus pais, em Afogados da Ingazeira, ficou vazia hoje. Cresci e compreendi o mundo vendo ela ocupada pelo meu pai Gastão Cerquinha. Mas, enquanto a família se reunia mais uma vez, nosso varão, com 100 anos e sete meses, preferiu ficar sozinho em seu quarto, com o corpo bastante debilitado pelo peso da idade.

Minha irmã Ana Regina, a primeira à esquerda na foto, que deixou seus afazeres no Recife para cuidar do nosso pai e mestre, foi logo dizendo: “Esta cadeira vazia me dá um nó na garganta”. Dá em todos nós, Ana, seus nove filhos, resultados do casamento dele com nossa saudosa Margarida Martins, que Deus chamou aos 86 anos, em fevereiro de 2013. Uma ferida que não se cicatriza com nenhum remédio, por maior que seja seu poder bálsamo.

Nesta sala de jantar, ainda emoldurada por azulejos coloniais, assisti, por muito tempo, em volta desta mesma mesa gigante, almoços e jantares inesquecíveis. De um lado, os dois pombinhos – papai e mamãe. De outro, os nove filhos, netos, bisnetos e agregados que foram aumentando o tamanho da família.

Ouvi minha avó dizer que cadeira de balança embala o sono, mas cadeira esvaziada pela ausência do varão conselheiro nos tira o sono, provoca um imenso vazio, uma saudade sem tamanho. Papai era um gentleman em torno de uma mesa gastronômica. Mais servia aos outros do que saciava a sua fome.

“Beleza, bota mais um pouquinho. Prove isso, prove aquilo”, repetia a ladainha de bom anfitrião, chamando a todos de Beleza. Era um homem carinhoso, jeitoso, adorável. Nasceu para servir, nunca para se servir. Sua felicidade era puxar uma cadeira e sentar-se ao seu lado, para servi-lo de tudo. Aliás, ele empurrava comida nos pratos alheios inadvertidamente.

“Come mais um pouquinho, Beleza,” dizia. Â mesa, papai preservava o cavalheirismo. Para ele, isso era fundamental. Não tenho a menor dúvida: papai também preserva as virtudes de um homem humano e benevolente para com todos, sem distinção de raças, nem de crenças.

Vi papai chorar pelo que ama e lutar a vida inteira pelo que acreditou. Enquanto o tempo não o levou para a cama, mais ou menos até os 92 anos, foi dono de uma coragem impressionante. Compreendeu os passos da vida e a maneira certa de ensinar o que é viver para seus filhos e descendentes.

Por isso, a cadeira vazia hoje firmou-se como um símbolo marcado pela dor. Sentado nela, por muitos e muitos anos, papai nos ensinou a maneira certa de viver. A cada olhada em nossa direção, seja dando uma garfada ou não na comida, nos seus olhos brilhavam o amor.

O amor pelos filhos, a família e, sobretudo, o amor de saber viver feliz.

Do Farol de Notícias

Quem pensa que as discussões para 2024 dentro do grupo governista andam paradas, está muito enganado. Pelo menos três nomes já estariam à disposição para a disputa de vice da prefeita de Serra Talhada, Márcia Conrado, daqui a 2 anos. A revelação veio do empresário Marcos Oliveira (PSDB) em entrevista ao Programa do Farol, ontem.

Marcos foi candidato a deputado federal nestas eleições e vem pavimentando o seu nome junto ao grupo da governadora eleita e sua correligionária, Raquel Lyra, desde muito antes do primeiro turno, sendo um de seus principais interlocutores em Serra Talhada. Marcos se colocou à disposição do grupo governista para um eventual convite a vice em 2024.

“Tem muita gente no grupo da prefeita [Márcia] querendo essa vaga de vice. Alguns nomes de vereadores já querendo essa vice. Eu escuto falar muito o nome de Ronaldo de Deja e Gin Oliveira. Então, já tem muita gente querendo essa vaga. Olha, eu acho que sim [que meu nome pode agregar] pela nossa trajetória e o nosso trabalho que a gente fez… E eu acho que a gente tem um nome limpo e um nome bom para somar e coloco meu nome à disposição”, disse Oliveira. Veja mais detalhes dessa declaração no vídeo abaixo.

O leitor Antônio Salada denunciou ao blog, hoje, o que aconteceu com ele e sua esposa, ontem, no Bompreço do Parque Amorim. Confira, abaixo, o relato.

“Ontem, sábado, no final da tarde, fui com minha mulher numa consulta médica e depois de ela ter sido atendida, fomos até o Bompreço do Parque Amorim, próximo ao Clube Português. Para minha surpresa, o supermercado estava praticamente sem clientes em seu interior e só depois deu pra entender o motivo, ao invés de clientes realizando compras, o supermercado estava cheio de “pedintes” no interior do estabelecimento abordando as poucas pessoas que ali estavam, pedindo ajuda e até mesmo em tom de coação o que nos causou uma certa apreensão.

Observei que os funcionários estavam temerosos e bastante assustados com aquela situação, imagine você, se alguém tivesse me contado esse fato eu ficaria até em dúvidas se realmente chegamos a esse ponto, mas, infelizmente eu vivenciei a situação e até eu e minha mulher fomos abordados no setor de padaria por dois rapazes jovens e procuramos sair o mais rápido possível do estabelecimento, pois ficamos temendo pela nossa segurança.

O negócio é sério e só nos resta pedir a Deus pra que o país não entre em estágio de caos e a população não fique privada de exercer seus direitos de ir e vir sob ameaças.

É triste e constrangedor a gente sentir essa situação na própria pele.”

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse ontem que o teto de gastos deve ser “relativizado” só para acomodar no Orçamento o Auxílio Brasil de R$600 a partir de 2023. Em palestra no Rio de Janeiro, o senador defendeu a manutenção do mecanismo e assegurou que o Congresso Nacional manterá a regra.

“Os 2 candidatos prometeram R$ 600 no 2º turno e é esse caminho que o Congresso Nacional tem que encontrar. E é nisso que nós estamos trabalhando todo dia. E qual a fórmula para isso? Mais uma vez, assim como foi feito em 2020, 2021 e 2022, nós relativizarmos o teto exclusivamente para o programa social e permitir que haja espaço fiscal, inclusive para outras coisas de investimento no Brasil”, disse Pacheco. As informações são do Poder360.

O governo eleito propõe a aprovação de uma PEC ainda nesta legislatura para assegurar o pagamento do Auxílio Brasil de R$600. A ideia do grupo político de Lula é gastar R$ 175 bilhões com o pagamento do benefício. A maior parte do dinheiro, o equivalente a R$ 105 bilhões, já está prevista no Orçamento. Com a proposta, os recursos poderiam ir para outras áreas, como a recomposição de investimentos, farmácia popular e aumento real do salário mínimo, acima da inflação.

Durante a campanha, o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falou que iria revogar o teto de gastos se vencesse. A regra, criada em 2016, limita o crescimento das despesas públicas do governo federal à inflação do ano anterior.

“Agora, eleito, o presidente afirma que existirá o teto de gastos e que ele será relativizado para o programa social especificamente. Eu considero que há, inclusive, uma conquista que é a compreensão desse novo governo, de que o teto de gastos vai existir no nosso ordenamento jurídico e vai ser mantido na Constituição”, afirmou.

De acordo com o presidente do Senado, em 2023, o teto de gastos deve ser relativizado da mesma forma que ocorreu durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), quando implementou-se medidas, como o Auxílio Emergencial, para auxiliar a população durante a pandemia.  

“Essa relativização do teto de gastos vem sendo necessária ao longo do tempo, em razão de um conjunto de problemas que tivemos em função da pandemia, por exemplo. É inegável que, com mais de 30 milhões de pessoas em estado de miséria, vamos precisar manter o Auxílio Brasil, ou o Bolsa Família, em R$ 600”, afirmou Pacheco.

A bolsa de valores registrou queda na última quinta-feira (10) e o dólar subiu depois que Lula criticou o que chamou de busca pela responsabilidade fiscal às custas dos mais pobres.

“Evidentemente, um governo responsável e consciente não precisaria de teto de gastos, mas nós não podemos ficar à mercê da consciência de quem governa”, disse Pacheco.

O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, defendeu, neste domingo (13), que a chamada PEC da Transição seja implementada somente para a manutenção do pagamento dos R$ 600 do Auxílio Brasil, que deverá ser rebatizado de Bolsa Família.

Em mensagem divulgada em grupo de contatos, Ciro Nogueira afirmou que o texto deve se limitar às propostas feitas por Lula e Jair Bolsonaro durante a campanha. As informações são do O Antagonista.

“A PEC da Transição, como o próprio nome diz, é para a TRANSIÇÃO. Deve garantir somente os pontos comuns das duas candidaturas: 600 reais de auxílio e aumento real do salário mínimo em 2023”, escreveu.

“O posicionamento que defenderei no Progressistas é o de aprovar uma PEC, sim, mas para a transição, para garantir estabilidade para o 1º ano do governo.”

Como mostramos, integrantes da equipe de transição, especialmente ligados ao PT, passaram a defender que a excepcionalidade dos recursos destinados ao benefício se estenda por quatro anos.

O assunto foi levado a Lula durante reunião na semana passada. Esse é um ponto de impasse para a consolidação da PEC de Transição, que pretende retirar até R$ 175 bilhões do teto em 2023 para o pagamento do benefício.

Ao menos 75 cidades de Pernambuco não têm vacinas infantis contra a Covid-19, aponta um levantamento da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe), entidade que representa as prefeituras do estado.

O número, porém, deve ser maior. Isso porque apenas 104 dos 184 municípios responderam ao levantamento da Amupe até a publicação desta reportagem. A lista ainda não inclui, por exemplo, as cidades de Olinda, Paulista, Abreu e Lima, Moreno e São Lourenço da Mata, que já disseram ao G1 não ter mais estoque dos imunizantes para crianças entre 3 e 4 anos de idade.

A pesquisa da associação questiona às prefeituras se elas têm estoque de Coronavac para crianças a partir dos 3 anos, sem limite máximo de idade.

O presidente da Amupe, José Patriota, disse que vê o cenário como preocupante. “Acho que as autoridades sanitárias do Ministério da Saúde não tiveram previsibilidade. Porque cabe ao ministério comprar as vacinas”, se queixou.

Segundo Patriota, o problema precisa ser observado ainda mais de perto por causa do aumento na taxa de positividade para o vírus em um período que antecede as festas de final de ano, as férias de janeiro e o Carnaval.

“Os municípios, da sua parte, que é colocar a vacina no braço, estão preparados. Não temos desmobilização (das equipes de saúde). Esse desafio que está posto é uma das coisas que mais sabemos fazer”, indicou Patriota.

O levantamento da Amupe aponta ainda que seis cidades não têm vacinas contra o coronavírus mesmo para os adultos: Calçado, Calumbi, Camocim de São Félix, Carnaubeira da Penha, Floresta e Lagoa do Carro.

Há cinco dias, a Prefeitura do Recife foi a primeira a anunciar a suspensão da imunização de crianças de 3 a 4 anos por falta de Coronavac infantil. O município disse ter pedido novas doses ao Ministério da Saúde.

Na sequência, mais cidades adotaram a medida. Há três dias, o g1 havia contabilizado nove cidades na Região Metropolitana sem vacinação para os pequenos.

Mesmo cidades que ainda não haviam suspenso o atendimento das crianças diziam ter estoque baixo do imunizante. Era o caso de Jaboatão dos Guararapes, segunda maior do estado, que afirmava contar com doses para manter a vacinação apenas até a próxima segunda-feira (14). Na lista da Amupe, Jaboatão ainda não aparece entre as cidades sem vacina infantil.

Polos importantes do interior, como Caruaru, no Agreste, e Petrolina, no Sertão, ainda não haviam respondido à pesquisa da associação até este sábado.

Segundo o painel de vacinação do governo do estado, das 1,4 milhão de crianças entre 3 e 11 anos aptas para imunização em Pernambuco, apenas 799,2 mil receberam a primeira dose (o equivalente a 53,76% do total).

Um número ainda menor de crianças foi imunizada com a segunda dose: 516,6 mil. Isso significa que apenas 34,76% dos meninos e meninas pernambucanos da faixa etária concluíram o esquema vacinal.

De acordo com o presidente da Amupe, muitas famílias deixaram de vacinar suas crianças porque, na época em que os imunizantes chegaram nessa faixa etária, os números de infecção estavam em queda. “Houve um relaxamento, um afrouxamento”, diz Patriota.

Segundo ele, isso pode ter contribuído para o cenário atual. “Quando a demanda é pequena, também não há uma pressão do município e do estado sobre a União”, diz.

Para Patriota, com a chegada das doses, o poder público precisa organizar uma ampla campanha de vacinação dos pequenos. “A criança sensibiliza muito, o cuidado das mães é muito grande. Se fizer uma campanha direitinho, é possível mobilizar bastante”, afirma.

O que diz o ministério

Em nota enviada ao g1 no início da semana, o Ministério da Saúde disse ter entregue 1 milhão de doses das vacinas a todos os estados do país para atender as crianças entre 3 e 4 anos de idade.

A pasta também dizia estar “em tratativas” para adquirir novos imunizantes.

Segundo o ministério, os envios são feitos de acordo com a solicitação de cada estado, considerando ainda o tamanho do público-alvo da campanha e a capacidade de armazenamento das doses.

De acordo com a pasta, cabe a cada governo estadual a responsabilidade pela distribuição das doses a cada município.

Cidades sem vacina infantil contra a Covid-19, segundo a Amupe, neste sábado (12):

  • Afogados da Ingazeira
  • Afrânio
  • Águas Belas
  • Altinho
  • Angelim
  • Araçoiaba
  • Araripina
  • Barra de Guabiraba
  • Betânia
  • Bodocó
  • Bonito
  • Brejão
  • Brejinho
  • Buenos Aires
  • Buíque
  • Cabrobó
  • Calçado
  • Calumbi
  • Camutanga
  • Canhotinho
  • Capoeiras
  • Carnaíba
  • Carpina
  • Catende
  • Cumaru
  • Cupira
  • Custódia
  • Exu
  • Feira Nova
  • Ferreiros
  • Flores
  • Floresta
  • Frei Miguelinho
  • Gameleira
  • Goiana
  • Granito
  • Iati
  • Igarassu
  • Ingazeira
  • Ipojuca
  • Ipubi
  • Itaíba
  • Ilha de Itamaracá
  • Itambé
  • Jatobá
  • João Alfredo
  • Joaquim Nabuco
  • Jucati
  • Jupi
  • Lagoa dos Gatos
  • Lagoa Grande
  • Lajedo
  • Macaparana
  • Maraial
  • Recife
  • Riacho das Almas
  • Sairé
  • Salgueiro
  • Saloá
  • Sanharó
  • Santa Cruz
  • Santa Maria do Cambucá
  • Santa Terezinha
  • São Bento do Una
  • São Caetano
  • São João
  • São Joaquim do Monte
  • São José da Coroa Grande
  • São José do Egito
  • Sertânia
  • Terra Nova
  • Triunfo
  • Venturosa
  • Vicência
  • Xexéu

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, fez um apelo, ontem, para que a população procure os postos de imunização para receber as doses de reforço das vacinas contra a Covid-19.

O ministro destacou os mais de 69 milhões de brasileiros que não tomaram a primeira dose de reforço, e outros 32,8 milhões que poderiam ter recebido a segunda dose de reforço, mas não se vacinaram. As informações são da Carta Capital.

Ele também chamou a atenção para os novos antivirais disponibilizados pelo Ministério da Saúde que, segundo Queiroga, “têm sido importantes para tratar um grupo específico de pacientes”, mas não citou quais são esses medicamentos.

Ainda ontem, a Coordenação-Geral de Vigilância das Síndromes Gripais da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde divulgou uma nota técnica com alerta para o aumento do número de casos de Covid-19 e a circulação de novas linhagem da Variante ômicron, as sub variantes BQ.1 e BA.5.3.1. Ambas já foram identificadas no Brasil e os estados de São Paulo e no Amazonas registraram mortes diante da nova sub variante.  

Segundo o levantamento do Ministério, até 11 de novembro deste ano, são 34.908.198 casos e 688.656 óbitos acumulados de Covid-19 no país. Os números representam um aumento de 120% em relação à média móvel da semana anterior, que teve 3.834 notificações. Já o número de mortes diárias cresceu 28% na comparação entre os períodos. Nos últimos sete dias, até 11 de novembro, foram registrados 46 óbitos.

Por José Nêumanne Pinto*

Às vésperas da chegada do verão e das festas de fim de ano, as atenções do Brasil voltam-se para a Copa do Mundo da Fifa, a transição do desgoverno Bolsonaro para a frente amplíssima comandada por Lula e os palpites dos militares sobre a liberdade da palavra e da ação das instituições democráticas. Em jogo estão a paz e a prosperidade de um País ameaçado.

Em óbvio abuso do nepotismo, o treinador da seleção nacional, Adenor Bachi, vulgo Tite, mantém um filho na comissão técnica, pôs o gente fina Dani Alves no avião para o Qatar e manteve no Brasil o craque do Brasileirão, Gustavo Scarpa, do Palmeiras.

Treinando no Barcelona B, o lateral direito baiano está distante de atender às exigências da disputa de um torneio rápido e de excelência. Mas exerce, segundo notícias da cobertura da aventura nas Arábias, a habilidade de pandeirista-mor no ônibus que transporta o time do hotel para os estádios e de volta. A ausência do melhor jogador do mais disputado campeonato nacional do planeta torna o sonho do hexa uma miragem nos desertos dos emirados.

Com 60 milhões de votos na bagagem, o ex-dirigente sindical Luiz Inácio Lula da Silva, compareceu na mesma semana ao Centro Cultural do Banco do Brasil para escalar a equipe que receberá os dados oficiais do desgoverno do ex-presidente em exercício e de folga, Jair Bolsonaro, para começar o ano novo conduzindo a reconstrução do Brasil destroçado. No discurso de abertura dos trabalhos, ele exaltou a isonomia ao lembrar que os derrotados na disputa eleitoral não são menores do que os vencedores. Conceito vago, mas precioso.

Cometeu, porém, o deslize inoportuno de tratar sua terceira gestão presidencial como oportunidade para se vingar do juiz que o condenou, Sérgio Moro, e do procurador que o acusou, Deltan Dallagnol. Este lembrou, oportunamente, que o primeiro não foi o único magistrado a apenar o chefão do Partido dos Trabalhadores (PT), mas teve a companhia de mais nove. E agora? A mancada não impedirá o vencedor de exercer o terceiro mandato, mas este perdeu a oportunosa ensancha de virar a página e manter no esquecimento as vantagens que recebeu da cúpula do Poder Judiciário para disputar o pleito.

Outra falta de oportunidade dessa fala foi a confissão de descrença no teto de gastos e, por extensão, na estabilidade fiscal. Nisso ele não difere do antecessor desastrado, mas, como este, jogou no tal do mercado uma bomba desnecessária e infeliz. Lula manterá seu posto no pódio dos ex-presidentes mais populares se conseguir cumprir a promessa de tornar possível aos brasileiros mais pobres fazerem três refeições ao dia. Chorou. Foi aplaudido.

Sua frente amplíssima protagonizará um capítulo bom da história se conseguir os prodígios possíveis de dar emprego e título de propriedade senão a todos pelo menos à maioria, como lembrou o jurista Joaquim Falcão em entrevista no canal José Nêumanne Pinto no YouTube. Para tanto terá de usar os melhores gestores de quaisquer posições ideológicas na administração de uma economia debilitada pela educação fragilizada pela má gestão e pelo desperdício de recursos por uma máquina pública dispendiosa e ineficiente.

Para atingir tal meta, Sua Excelência terá de contar com um Congresso que entenda que orçamento não combina com secreto, um Judiciário mais judicioso e comandos militares infensos à lorota de que suas dragonas e canhões os credenciariam para assumirem o poder moderador. Que, aliás, em vez de moderar, assanha. A intromissão do Ministério da Defesa na Justiça Eleitoral é uma iniciativa kafkiana. A nota imprópria assinada pelo titular, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, se intrometendo na tarefa da Justiça Eleitoral para caçar no ovo das urnas eletrônicas o pelo da fraude é de um ridículo atroz. Mas caiu no vazio, como era de esperar.

E muito menos era de esperar a nota de 31 linhas assinada pelos comandantes da Marinha, almirante Almir Garnier Santos; do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, e da Aeronáutica, tenente-brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior. Claramente destinada a deter os ímpetos dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), em especial entre eles o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, é de uma inutilidade limítrofe à tragédia institucional e à comédia de caserna. 

A defesa dos militantes que se apropriam da bandeira nacional para pedir ditadura, ou seja, liberdade para cassar a liberdade dos civis, tendo como base o dever militar de garantir o contrário, de acordo com a Constituição, recomenda a volta dos signatários ao grupo escolar.

Embora, na verdade, os membros dos tribunais superiores que se aproveitaram da anarquia reinante no desmantelamento do Estado e das instituições no quadriênio Bolsonaro também precisem ser lembrados de que não detêm o poder do paraguaio José Gaspar Rodríguez de Francia, retratado no genial romance de Augusto Roa Bastos, Eu o Supremo.

Ao prestar juramento ao pavilhão pátrio, cada alto magistrado deve, como Tite, Lula, deputados, senadores e comandantes de quaisquer tropas, limitar-se ao poder descrito na Constituição de 1988. O que não fizeram Ricardo Lewandowski, ao rasurar o artigo que impede a um servidor de exercer cargo público por oito anos após sofrer o impeachment, e Dias Toffoli, ao usurpar o dever do Ministério Público Federal para abrir inquéritos judiciais. 

Essa conclamação a cada qual na sua caixa, conforme prevê a lei maior, não estaria completa se não fosse lembrado, só por exatidão histórica, que ambos foram nomeados por Lula da Silva. O princípio de cada um no limite permitido pela ordem democrática vigente será a primeira garantia de que haverá o progresso, acrescentado à bandeira pelo lema positivista do autores do primeiro golpe dos fardados, o que extinguiu o império dos Bourbouns e criou esta República, que tenta mais uma vez, fugir da pecha do diminutivo republiqueta.

É útil adicionar que o conceito também vale para o ex, que ora antecipa seu lazer, irresponsavelmente. Jair Bolsonaro terá um papel histórico se também cuidar apenas do que deve: liderar a oposição à frente amplíssima, que passará a governar o Brasil, legitimamente. Sem urnas fraudadas nem baionetas em riste.

*Jornalista, poeta, escritor e colunista de O Antagonista