Após acidente, prefeita de Primavera passa por cirurgia e esposo morre

A prefeita de Primavera, Dayse Juliana, e seu esposo, João Paulo, sofreram um acidente de moto na noite de hoje (13), na cidade de Paulo Afonso, na Bahia. Eles vinham de viagem à Brasília-DF.A informação é que João Paulo não resistiu ao acidente e faleceu. Já a gestora está neste momento no bloco cirúrgico após fraturar os braços.

De acordo com informações preliminares, o acidente foi perto do município de Paulo Afonso. Eles estavam vindo, de moto, de Brasília.

Izabel de Souza Oliveira, juíza de Primavera e Amaragi, lamentou a fatalidade ocorrida com João Paulo e espera pelo pronto restabelecimento da prefeita. Segundo ela, que está abalada, a notícia trouxe um pesadelo à cidade, porque o marido da prefeita era muito querido.

Às vésperas da eleição, o New York Times, um dos jornais mais importantes do mundo, divulgou uma videorreportagem defendendo a ideia de que a preservação da Amazônia dependia da vitória de Lula. Na peça, de seis minutos, a publicação classificou o 30 de outubro — data do segundo turno das eleições — como o dia “mais importante para o planeta Terra e sua sobrevivência” e enumerou retrocessos do governo Bolsonaro, destacando que a reeleição do atual mandatário seria um incentivo à destruição definitiva da floresta.

Um pouco de exagero, é verdade. Mas, após o triunfo do petista, é seguro dizer que a perspectiva de uma guinada nas políticas do Brasil no meio ambiente, ao menos no cenário internacional, foi imediata. No dia seguinte ao resultado do pleito, a Noruega anunciou que retomaria os investimentos no bioma e, dias depois, a Alemanha acompanhou a decisão dos nórdicos. As informações são da revista Veja.

A expectativa criada pela troca de governo é proporcional aos desafios que o Brasil enfrenta. Durante a campanha, Lula prometeu empoderar índios, com a criação inédita de um Ministério dos Povos Originários, chegar ao desmatamento zero na Amazônia e eliminar garimpos ilegais.

Disposto a transformar ações bem-sucedidas no meio ambiente no principal cartão-postal de seu governo no exterior, dentro de uma política que entende como oportunidade de recuperar o protagonismo do Brasil lá fora, Lula dará seu primeiro grande passo nessa direção na COP27, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. Ele foi convidado pelo presidente do Egito para participar do evento, além de ter sido incluído na lista da comitiva de governadores da Amazônia.

A expectativa é que o presidente eleito marque presença por lá na próxima quarta, 16. “Lula vai cumprir papel importante no chamamento de responsabilidade dos países no âmbito do clima, em contrapartida com uma agenda ambiental que estava abandonada. Todos têm clareza de que o programa do Lula vai enfrentar o desmatamento”, diz o deputado federal eleito Nilto Tatto (PT-SP), que atuou como coordenador da campanha petista para o meio ambiente e que já está participando da conferência.

Também devem acompanhar Lula as ex-ministras do Meio Ambiente Marina Silva e Izabella Teixeira, o ex-ministro das Relações Exteriores Celso Amorim e o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) — além de uma comitiva de parlamentares que inclui os senadores Jaques Wagner (PT-BA) e Jean Paul Prates (PT-RN).

Reservadamente, membros da cúpula petista não descartam a possibilidade de que o nome do futuro titular da pasta do Meio Ambiente seja anunciado por Lula durante a COP. Uma das possibilidades aventadas para o posto é Randolfe, nome que brilha aos olhos do PT devido à sua aguerrida atuação na campanha. Mas, inegavelmente, a favorita para o cargo é Marina Silva. Ela chegou a romper com Lula após desentendimentos que começaram em 2006, quando a Casa Civil era chefiada por Dilma Rousseff — à época, a pasta acusava a então ministra de atrasar licenças ambientais e de, com isso, frear o desenvolvimento econômico do país.

Os atritos ganharam contornos mais sérios quando, em 2008, o PAS (Plano Amazônia Sustentável) foi destinado à Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos da Presidência, chefiada por Roberto Mangabeira Unger. No mesmo ano, Marina pediu demissão e voltou ao Senado. Após a recente reaproximação com Lula, anunciada pouco antes do primeiro turno, grande parte das arestas foi aparada.

Na campanha, ela se destacou pelo empenho e disponibilidade e, no trabalho de transição do governo, indicou pessoas de sua confiança para tratar do meio ambiente, como o ambientalista João Paulo Capobianco, vice-presidente do Instituto Democracia e Sustentabilidade.

“Lula assumiu de forma muito intensa o compromisso com a questão ambiental”, elogia Capobianco. Ele lembra que o plano de prevenção e controle ao desmatamento foi um grande sucesso na gestão do petista na Presidência, reduzindo em mais de 83% a destruição entre 2004 e 2012. “A expectativa é de que esse plano seja retomado, devidamente atualizado e posto em prática”, completa.

Apesar do ânimo em torno de Marina, a recondução da ex-ministra ao cargo não é unanimidade entre a cúpula petista. O que mais preocupa é o histórico de “inflexibilidade” da ex-senadora ao ser confrontada com decisões contrárias do governo, como foi a sequência de eventos que levou ao seu pedido de demissão. Embora os tempos tenham sido outros — bem como o conjunto de acontecimentos que se sucederam à época em que esteve à frente do ministério —, sua reação foi um prelúdio do que poderá vir a ser um desacordo caso não tenha apoio na condução de suas pautas.

Capobianco, que foi braço direito de Marina no Meio Ambiente, defende a ideia de que nenhum ministro consegue executar agendas de forma adequada e relevante sem os apoios necessários da Presidência e da Casa Civil, mas avalia que a preocupação com a questão ambiental, hoje, passou a ser central para a agenda do governo, e não mais transversal, como era há quase quinze anos. “Os dados científicos e os acontecimentos que vêm ocorrendo nos últimos anos mostram que essa é uma agenda prioritária”, diz.

Independentemente de quem assumir a pasta do Meio Ambiente, algumas medidas prioritárias já estão definidas, como a do “revogaço”, apelido que se deu à revisão de decretos, portarias e demais dispositivos considerados “antiambientais” assinados na era Bolsonaro. Isso é visto como peça essencial para o plano de desmatamento zero da Amazônia. “Há cerca de 120 medidas que podem ser derrubadas já no começo do governo”, afirma Carlos Minc, ex-ministro de Lula e um dos conselheiros do presidente eleito para essa área. Um exemplo disso, segundo ele, é o fim do ato que facilitou a exportação de madeira sem fiscalização.

Ainda no tema desmatamento, outro ponto a ser tratado pelo futuro governo é a articulação da bioeconomia sustentável. “Tecnicamente, é possível zerar o desmatamento ilegal na Amazônia, mas o governo Bolsonaro deixou essa jornada muito mais longa e difícil por ter estrangulado as agências de extensão rural, que levam tecnologia para o campo, e as agências de controle — como ICMBio, Ibama e Funai —, além de ter facilitado a vida de quem abre novas áreas de forma criminosa”, enumera Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima.

Segundo ele, estudos mostram que o país tem uma grande quantidade de terras que um dia foram produtivas, mas que acabaram abandonadas. De acordo com ele, isso seria suficiente para dobrar a produção de alimentos.

No entanto, recuperar esses espaços — uma tarefa mais cara e demorada do que abrir novas áreas — envolve esforços que foram enfraquecidos no atual governo: o combate rigoroso ao crime de roubo de terras (grilagem e apropriação de áreas públicas) e a disponibilização de tecnologia de ponta para os produtores.

Outra revisão urgente e necessária envolve a questão dos crimes ambientais, que deixaram de ser enfrentados tanto pela expressiva queda na aplicação de multas como pela proibição de que os fiscais destruam os maquinários e os produtos das atividades ilegais apreendidos na floresta. “Um sujeito que entra numa terra indígena para fazer garimpo investe 60 milhões de reais em maquinário e logística para acessar a área”, lembra Astrini.

“É preciso inutilizar a operação dele, mas o governo proibiu a ação de inutilização. Então, o criminoso tem certeza de que vai reaver o valor investido. O grileiro, o garimpeiro e o madeireiro ilegal têm, hoje, a certeza da impunidade e do lucro”, completa o especialista.

Há ainda um consenso fortalecido nos últimos anos em torno de políticas para o meio ambiente de que não basta apenas combater esse tipo de criminalidade. É preciso ir além e levar desenvolvimento social para a região. “Para dar sustentabilidade às medidas de comando e controle, que já sabemos fazer desde a Rio-92, precisamos cuidar dos aproximadamente 26 milhões de brasileiros que vivem na Amazônia. Levar infraestrutura, comunicação, saneamento, oportunidade de trabalho.

Já há experiências boas, como na área de cosméticos. Isso vai permitir que as ações de comando e controle tenham sustentabilidade e não tenham um novo retrocesso lá na frente”, diz Paulo Hartung, ex-governador do Espírito Santo e presidente da associação Ibá (Indústria Brasileira de Árvores). O deputado federal Nilto Tatto ressalta ainda que a preocupação com trabalhadores do garimpo e de madeireiras, por exemplo, deve ser um dos pontos centrais.

Ele lembra que, segundo estimativas do Ibama, há cerca de 100 000 pessoas dependentes da exploração de garimpo e de madeiras. “Não há a possibilidade de enfrentar o desmatamento sem pensar alternativas econômicas para quem está envolvido na própria cadeia do clima, que são os trabalhadores”, diz.

No campo político, o novo governo terá o desafio de dialogar com as forças mais retrógradas do agronegócio e da mineração, que vinham defendendo a desregulamentação ambiental sob a justificativa de destravar a produção desses setores. Parte dos empresários do setor assegura que não haverá oposição imediata, mas paira no ar certa preocupação.

O presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins da Silva Junior, afirmou que espera que o governo atue para “proteger a produção nacional das barreiras ao comércio (internacional) abertas ou disfarçadas de preocupações com a saúde e o meio ambiente”. Também disse que o novo governo deve garantir segurança jurídica para o produtor, defendendo-o de invasões de terra — em referência ao MST, historicamente próximo do PT.

O coordenador da comissão de meio ambiente da bancada ruralista no Congresso, deputado Zé Vitor (PL-MG), sustenta que o agronegócio também quer zerar o desmatamento ilegal, mas há um ponto que desagrada ao setor. “Somos contrários à burocracia, que não estabelece prazos para análise de processos de licenciamento e autorizações”, critica.

O setor do agro, em peso, apoiou a tentativa de reeleição de Bolsonaro. Não por acaso, o presidente teve votação acima da média nas regiões Norte e Centro-Oeste, que concentram a produção no país. Na campanha presidencial, Bolsonaro tentou desmentir que o petista tenha sido mais eficiente no combate ao desmatamento na Amazônia, o que não é verdade. Dados do Inpe mostram que o petista assumiu seu primeiro mandato, em 2003, com altas taxas de desmatamento, e que elas começaram a cair de maneira expressiva a partir de 2005. Sob Bolsonaro, em sentido inverso, a área devastada aumentou entre 2019 e 2021.

Apesar dos avanços da gestão de Lula, no entanto, a destruição da floresta, que havia atingido o menor patamar em 2012, voltou a crescer no ano seguinte, sob Dilma Rousseff, caindo novamente em 2014. De 2015 em diante, o desmatamento só aumentou (com exceção de 2017). Relacionados a isso, a ocupação irregular do bioma, o fortalecimento do crime organizado na região amazônica e a explosão de garimpos ilegais aumentaram exponencialmente os desafios para convencer o mundo de que o Brasil tem capacidade de cuidar de seu patrimônio e cumprir uma agenda verde estabelecida em acordos internacionais.

A presença de Lula na COP27 é um ótimo cartão de visitas, mas representa ainda o passo inicial para o imenso desafio que o país terá pela frente para proteger seu patrimônio e limpar sua manchada imagem no exterior no campo ambiental.

As estatais controladas pelo governo federal bateram lucro recorde de R$ 188 bilhões em 2021. O volume equivale ao triplo do registrado no ano anterior (R$ 61 bilhões). Do total, 98% dos R$ 188 bilhões vieram de 5 companhias: Petrobras, BNDES, Caixa, Banco do Brasil e Eletrobras –que foi privatizada em 2022.

O levantamento foi feito pelo Ministério da Economia, a partir dos balanços das empresas. As informações são do Poder360.

A Petrobras responde pela maior parte do resultado. Com o petróleo em alta no mercado internacional, a empresa lucrou R$ 107 bilhões em 2021.

As outras empresas –fora as 5 maiores– também tiveram um resultado consolidado positivo. O bom resultado se deveu a uma melhor gestão das empresas públicas, principalmente depois da nova Lei de Responsabilidade das Estatais, que criou parâmetros para a governança das companhias em 2016.

Quando se observa o lucro das empresas por período de governo, é possível observar também que os governos Lula (PT) tiveram aumento da lucratividade das estatais no resultado consolidado.

O pior momento foi no final da gestão de Dilma Rousseff (PT). O período foi marcado pela queda da receita da Petrobras, com o preço do barril do petróleo em baixa, e o auge das investigações de casos de corrupção pela operação Lava Jato.

Houve uma melhora a partir do início do governo Michel Temer (MDB), que aprovou a nova Lei das Estatais.

Jair Bolsonaro (PL) manteve a política de Temer, principalmente na Petrobras. A gestão do atual presidente registrou os melhores resultados da história também para os bancos públicos, como Caixa, Banco do Brasil e BNDES.

De Lauro Jardim, colunista do O Globo

Além de um escritório, com assessores, motoristas e carros à disposição, Jair Bolsonaro deverá receber do PL uma remuneração equiparada à de Valdemar Costa Neto.

Na cúpula da legenda, há um consenso de que, por se tratar de recursos públicos do fundo partidário, o valor não ultrapasse os R$ 39.293,32, que é o salário de um ministro do STF.

A esse montante, Bolsonaro somará mais R$ 42 mil que ganha com as aposentadorias de militar e de deputado. Fora os oito funcionários a que terá direito por ter sido presidente.

Setor em que houve reduzido apoio ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na campanha, o agronegócio brasileiro terá uma nova política de abastecimento e crédito, que começará a ser desenhada nos primeiros dias do novo governo.

Entre as medidas em estudo na equipe de transição para reaproximar Lula de um setor que responde por mais de um quarto do PIB do país, segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), estão juros menores para agricultores com produção ambientalmente sustentável e a retomada dos estoques reguladores de alimentos, usados pelo setor público para calibrar preços e até combater a inflação. As informações são do O Globo.

Segundo aliados de Lula no agro, o presidente eleito quer reposicionar a produção brasileira no mercado internacional, ampliando os destinos das exportações e aumentando o valor agregado de produtos enviados a parceiros tradicionais, como China, Europa e países árabes.

Maior importador da soja brasileira, a China está com estoques baixos e há informações de que já encomenda farelo de soja do Brasil, que não era significativo no comércio bilateral até agora. A adoção de uma nova política de garantia de preços mínimos ao produtor permitiria uma ação balizadora da oferta de itens, com o governo incentivando ou desestimulando a produção.

Os estoques reguladores podem ser colocados à venda para forçar queda de preços ou ficar armazenados em locais públicos ou privados para melhorar a rentabilidade do produtor, um instrumento que não foi prioritário no governo de Jair Bolsonaro (PL).

Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mostram que, em setembro deste ano, o total de arroz nas mãos do governo era de 1,7 mil toneladas, ante mais de 20 mil toneladas em 2021. E não há nada hoje de café, feijão, trigo, açúcar e farinha de mandioca.

No ano passado, não havia milho estocado, mas neste ano há 40 mil toneladas. Na década de 1980, o órgão chegou a guardar 6 milhões de toneladas. O plano do futuro governo é reforçar esse tipo de ação.

— As prioridades são retomar com força o mercado internacional, fazer investimentos em infraestrutura e diminuir os juros do crédito rural — resume o deputado Neri Geller (PP-RS), que foi ministro da Agricultura no governo de Dilma Rousseff (PT).

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Luciano Huck fez questão de registrar o momento em que encontrou com o prefeito do Recife e um dos coordenadores da equipe de transição de Lula, João Campos e com a namorada dele, a deputada federal Tabata Amaral, no GP de F1 do Brasil, neste domingo (13) e legendou: “Sempre bom estar com vcs”.

Mesmo no melhor cenário, o PT não deve comandar as principais comissões temáticas da Câmara dos Deputados no ano que vem, o que impõe mais uma dificuldade ao presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT)

Aliados do presidente da Câmara e candidato à reeleição, Arthur Lira (PP-AL), montaram uma tabela de distribuição dos colegiados da Casa levando em consideração diferentes cenários para a eleição da Mesa Diretora em fevereiro de 2023. No melhor deles, o bloco do PT ficaria com a quinta escolha. As informações são da Folha de S.Paulo.

Isso significa que colegiados importantes como a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e a CFT (Comissão de Finanças e Tributação), por exemplo, devem ficar sob o comando de aliados de Lira.

A distribuição das presidências de comissões na Câmara leva em consideração o tamanho das bancadas. Os maiores têm direito às primeiras escolhas, variando o número de comissões proporcionalmente ao de parlamentares.

Tradicionalmente, no início de cada legislatura, os partidos se reúnem em blocos de modo a garantir grupos maiores e, assim, mais comissões sobre as quais teriam a preferência. Em bloco, Lira, por exemplo, pode costurar acordos e distribuir esses cargos entre os aliados.

Na planilha são considerados diferentes cenários a partir da movimentação do PSD. A adesão a Lira do Republicanos, PP, PL, União Brasil, PTB, PSC e Patriota já é dada como certa e o grupo somaria 256 votos. Dessa maneira, teria a prerrogativa de fazer a escolha das quatro principais comissões.

Caso o PSD apoie o PT, o bloco teria 166 parlamentares, somando ainda PC do B, PSOL, Rede, PSB. Caberia, portanto, a quinta escolha.

Em um cenário no qual o PSD fique sozinho e não componha com bloco nenhum, a situação do bloco do PT pioraria. Com 124 parlamentares reunidos, teria a sétima escolha. Caso o partido comandado por Gilberto Kassab opte por entrar no bloco liderado por Lira, cenário tido dentro da bancada como o mais provável, sobraria para o PT a décima escolha.

O comando das comissões temáticas mais influentes pode impactar qualquer gestão. Pela CCJ, por exemplo, passam todos os projetos que tramitam pela Câmara.

Um candidato que fazia prova do Enem foi preso no prédio onde estava neste domingo, primeiro dia da avaliação. O caso aconteceu em Arcoverde, no Sertão de Pernambuco. No Estado estão inscritos 184.860 estudantes para o Enem impresso e 1.977 para o modelo digital. Provas de redação, linguagens e ciências humanas vão até 19h.

Outras quatro ocorrências foram registradas pela Polícia Militar de Pernambuco relacionadas às provas neste domingo. Foram nas cidades de Recife, Cabo de Santo Agostinho e Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana; e Caruaru, no Agreste. As informações são da coluna Enem e Educação, do JC Online.

Ainda neste domingo houve queda de energia em duas escolas que são locais de prova: em Bonito, no Agreste; e em Águas Belas, no Sertão.

PRISÃO

“Em Arcoverde, o candidato tinha um mandado de prisão por tráfico de drogas. Ele estava na sala. Um dos nossos PMs se passou por fiscal e o chamou para fora, logo no início da aplicação. Quando saiu, recebeu voz de prisão”, relata o major Daniel Augusto da Silva, que coordena o Enem em Pernambuco pela PMPE.

Segundo o oficial, os demais participantes do Enem não perceberam a prisão e a aplicação transcorreu sem problemas no prédio de Arcoverde.

Em Caruaru, um show que estava sendo realizado em um shopping atrapalhou os candidatos por causa do som alto. Mas a PM interviu e resolveu.

Em Pontezinha, no Cabo de Santo Agostinho, um grupo de capoeira estava reunido em um prédio próximo a um local de prova. Antes mesmo de começar o exame, candidatos pediram que o barulho fosse interrompido. Foram atendidos.

No Recife houve um desentendimento entre duas pessoas nas proximidades da Unicap, na Boa Vista, por causa de engarrafamento. Em Candeias, Jaboatão dos Guararapes, o pai de um candidato foi atropelado por uma moto.

“Uma viatura dos Bombeiros socorreu o homem e o levou para UPA de Barra de Jangada. O que soubemos é que ele machucou o joelho”, explica major Daniel.

SEM ENERGIA

Em Águas Belas, no Sertão, houve interrupção do fornecimento da energia, por cerca de 40 minutos, na Escola João Rodrigues Cardoso. O fato ocorreu por volta das 15h30. Os estudantes terão acréscimo de 40 minutos no final do exame para compensar, embora a realização da avaliação não tenha sido interrompida.

Em Bonito, na Escola Paulo Viana de Queiroz, o problema foi mais grave. A energia acabou por volta das 14h30 e até 16h30 não havia sido restabelecida. Como em Águas Belas, os feras continuaram realizando as provas. Mas terão aumento do tempo final, conforme o período em que a escola ficar sem energia.

EFETIVO

São 1.948 policiais militares de Pernambuco atuando em cada um dos dois dias do Enem. Os homens fazem a segurança no entorno e nos prédios onde acontecem as provas e também na escolta dos malotes com as provas e os gabaritos.

Os malotes com as provas chegaram em Pernambuco no início deste mês. Ficam armazenados em quartéis do Exército ou em galpões dos Correios em seis cidades do Estado: Recife, Caruaru, Garanhuns, Salgueiro, Arcoverde e Petrolina.

Do total de PMs por dia do Enem, 1.480 atuarão no Recife, Região Metropolitana e Zona da Mata. Outros 1.352 estarão no Agreste e 1.014 no Sertão. Para Fernando de Noronha e outros pontos a corporação separou 50 policiais. Mais 292 farão as escoltas.

COMANDO E CONTROLE

Nos dois domingos do Enem é acionado o Centro Integrado de Comando e Controle Estadual, que fica no bairro de São José, área central do Recife. É coordenado pela Secretaria de Defesa Social.

Neste local ficam reunidos representantes de diversos órgãos envolvidos direta ou indiretamente na aplicação do Enem: Policiais Civil, Militar, Federal e Rodoviária; CTTU, Bombeiros, Correios, Cesgranrio (consórcio aplicador), Celpe, Compesa, entre outros.

A ideia é que caso haja algum problema durante o exame, o órgão ou empresa responsável por resolvê-lo possa fazer isso rapidamente.

Uma das famílias mais tradicionais na política do Nordeste elegeu dois representantes nas eleições deste ano na Câmara dos Deputados. Tratam-se de Pedro Campos (PSB-PE), filho do ex-governador Eduardo Campos (1965-2014), e Maria Arraes (Solidariedade-PE). Pedro é bisneto e Maria é neta do também ex-governador Miguel Arraes (1916-2015). A eleição dos dois representa não só a renovação dos quadros familiares, mas também a união dos dois ramos da família, brigados, em torno do projeto do ex-presidente Lula (PT), que iniciará um novo mandato a partir de 2023.

Apesar do afastamento entre os Campos e os Arraes, tanto Pedro como Maria tiveram estratégias similares para conquistar a eleição: a aproximação com seus respectivos candidatos a governador. No caso de Pedro, ele foi favorecido pela força da máquina estadual. O PSB, que governa Pernambuco há quase 16 anos, o colocou na condição de puxador de votos para a Câmara. Mesmo não tendo o desempenho esperado, ele conquistou mais de 172 mil votos em sua estreia nas urnas. O seu candidato ao governo, o deputado federal Danilo Cabral (PSB-PE), saiu derrotado já no primeiro turno. As informações são do Congresso em Foco.

Maria Arraes, assim como o primo, também teve a força da candidatura ao governo da irmã, a deputada federal Marília Arraes (Solidariedade-PE). Marília chegou a ser vitoriosa no primeiro turno, mas perdeu de virada o governo para a ex-prefeita de Caruaru Raquel Lyra (PSDB) no segundo turno. A ligação de Maria com a irmã a favoreceu na conquista dos seus mais de 104 mil votos. Marília perdeu a eleição, mas conseguiu manter a representação dos Arraes na Câmara.

Cenário difícil

De fato, o sobrenome de peso aliado à estrutura partidária garantiram a eleição dos primos em um cenário difícil. O índice de renovação da Câmara dos Deputados nestas eleições, segundo cálculo da Secretaria-Geral da Mesa (SGM), foi de 39,38%. Apesar de ser uma queda em relação à renovação da última eleição, que foi recorde e ficou em 47,37%, eles disputaram no campo da esquerda que levou desvantagem quando comparado aos aliados do presidente Bolsonaro (PL), que mesmo derrotado nas urnas, garantiu amplos espaços no Congresso.

As similaridades dos primos, no entanto, ficam por aí. Nem sempre os Arraes concordaram com a forma como Eduardo Campos, e posteriormente seus aliados depois de sua morte, em 2014, conduziam o PSB. Eduardo, que também era neto de Arraes, não via com bons olhos, por exemplo, a eleição da prima Marília à Câmara dos Deputados. Os dois se separaram e Marília terminou indo para o PT. Em 2022, quando Marília Arraes disputou a Prefeitura do Recife pelo PT com o primo João Campos (PSB), que era deputado federal e irmão de Pedro Campos, ficou visível ainda mais o racha familiar.

Foi só nas eleições deste ano, com Marília indo ao segundo turno ao governo de Pernambuco, que o PSB reatou com a família Arraes. Em conversa com o Congresso em Foco, tanto Pedro como Maria desconversam sobre a costura de Lula para a união dos ramos familiares. Ambos falam que se tratou de um “momento político que exigiu união” em torno do agora presidente eleito. Lula, em agenda de campanha no Recife no segundo turno, conseguiu algo impensável até pouco tempo: uma foto com Marília e João de mãos dadas.

“Foi um posicionamento político muito importante que o PSB tomou guiado por norte do ex-presidente Lula. A nota do partido fez questão de dize que nós estávamos apoiando à candidata de Lula [Marília Arraes]. Era importante firmar essa posição política, onde Lula estivesse, estaríamos nós também, independente das diferenças e da questão local que existiu em outras eleições”, diz Pedro, que dos irmãos, é o que mais tem semelhanças físicas com o pai ex-governador.

“Todos os agentes que estavam envolvidos naquela ocasião, no segundo turno, a gente precisava reunir no palanque progressista. Lula, obviamente, como líder nacional e como candidato a presidente, contribuiu, mas foi uma coisa que veio na realidade muito do conjunto como um todo e como os palanques tinham se dado naquele momento”, defendeu Maria, sobre a reunião das famílias. “Política é muito cíclico. Um mês muda na política, imagine dois anos? […] De um lado tinha um palanque de extrema-direita e do outro lado tinha o palanque de Lula”, justificou.

Prioridades dos mandatos

Pedro Campos, de 27 anos, é engenheiro civil formado pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Chegou ao serviço público por concurso ao assumir a função de analista de saneamento da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), uma estatal do governo de Pernambuco. Também trabalhou na França no consórcio responsável pela iluminação pública e sinalização de trânsito da cidade de Paris. Assim como a prima, ele pretende realizar um mandato focado no que chama de “urgências”, em outras palavras, pautas sociais.

“Fiz um processo de escuta muito grande da sociedade, andando em feiras, comércio, na casa do povo… As prioridades são as urgências. No momento em que a gente vive no Brasil, com 30 milhões de brasileiros passando fome, existem algumas pautas que são urgentes que não dão para esperar”, disse o futuro parlamentar ao Congresso em Foco. “Qualquer um que chegue lá [Câmara] tem que começar a discutir a fome, o desemprego e algumas outras questões relacionadas ao poder de compra das pessoas. Aí entra o aumento do poder de compra do salário mínimo e a estrutura tributária do país, e outras formas de que assegure que as pessoas ganhem seja necessário para sobreviver”.

O filho de Eduardo Campos cita, por exemplo, o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que segundo ele, chegou a ter R$ 1 bilhão em orçamento e hoje está na casa dos R$ 60 milhões anuais. “O carro-chefe [de pautas para o futuro, além das urgências] é a educação, símbolo da atuação do meu pai e do PSB em Pernambuco, é o caminho para que daqui a 20, 30 anos a gente não discuta essas mesmas pautas e que as pessoas sejam protagonistas”.

Já Maria Arraes, 28 anos, é advogada. Ela é formada em Direito pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) e é especialista em Administração Pública. Antes de ingressar na disputa para a Câmara dos Deputados, atuou durante seis anos na área do direito nas esferas pública e privada. Para ela, os primeiros anos de atuação na Câmara serão para unir esforços em torno do que ela chama de reconstrução do desmonte de políticas sociais realizadas no governo Bolsonaro.

“Minha maior expectativa chegando em Brasília é resgatar os direitos trabalhistas e previdenciários. Eu acho que a gente precisa fazer isso e garantir que leis, que já foram aprovadas no Congresso, como a Lei da Dignidade Menstrual, sejam cumpridas”, disse a futura parlamentar ao Congresso em Foco.

Maria chama atenção para o esforço que a base de Lula terá no Congresso para aprovar pautas de interesse do governo. Ela diz que estará aberta ao diálogo, inclusive, com bolsonaristas. “Quem não tem essa disposição não deve estar nem na política. É necessário esse diálogo. Pernambuco mostrou um viés de direita. Os dois deputados mais votados no estado são bolsonaristas [André Ferreira, do PL, e Clarissa Tércio, do PP], mas a gente não pode esquecer também a vitória que teve”, avaliou a neta de Arraes.

Ministros de tribunais superiores ouvidos pela coluna de Rodrigo Rangel, no Metrópoles,  dizem que voltou a ganhar força a possibilidade de Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, antecipar sua aposentadoria a partir da posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva para assumir uma embaixada do Brasil na Europa — Londres seria o destino desejado por ele, segundo essas fontes.

Outra hipótese, a de o ministro do STF assumir um ministério no governo Lula, não estaria ainda descartada, mas é vista como menos provável, segundo os mesmos magistrados, que são próximos de Lewandowski e estão a par do assunto. O tema tem movimentado os bastidores das Cortes superiores de Brasília.

Caso a opção seja mesmo por assumir uma embaixada, a preferência de Ricardo Lewandowski seria por Londres em razão de conexões pretéritas de familiares dele com a cidade.

Em condições normais, Lewandowski se aposentadoria em maio, quando completa 75 anos e tem, obrigatoriamente, que largar a toga. Antecipada em alguns meses, sua saída abriria uma vaga imediata para Lula preencher no STF, e o nome favorito para ocupá-la é o do advogado Cristiano Zanin, que defendeu o presidente eleito nos processos da Operação Lava Jato. Outros candidatos correm por fora, mas teriam menos chances que Zanin, ao menos neste momento.

A segunda vaga a surgir no novo governo será a da ministra Rosa Weber, atual presidente do Supremo, que se aposenta em outubro de 2023. Para a cadeira, dizem fontes envolvidas nas conversas, Lula estaria decidido a escolher uma mulher.