A defesa de Jair Bolsonaro ingressou, no fim da noite de ontem, com uma ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pedindo a cassação da chapa Lula e Alckmin, sob o argumento de que uma rede de influenciadores digitais associou o presidente ao crime de pedofilia.
Desde a semana passada, influenciadores digitais que fazem campanha para o petista, como Felipe Neto, têm explorado a fala de Jair Bolsonaro de que “pintou um clima” com meninas venezuelanas. As informações são do O Antagonista.
Segundo os advogados, essa rede formada por 23 influenciadores difundiu informações de forma orquestrada, com o intuito de beneficiar o candidato petista.
“As postagens se descolam completamente da realidade, fazendo uso de recortes e de encadeamentos inexistentes de falas gravemente descontextualizadas, com intuito de transmitir a falsa e absurda ideia de que [Bolsonaro] seria ‘pedófilo’ e estaria desrespeitando a legislação pátria e os costumes do povo brasileiro”, dizem os advogados.
“Todas essas ofensas foram irrogadas perante milhões de pessoas, baseadas em vídeo descontextualizado, valendo-se de uma expressão quando muito infeliz da fala de Jair Bolsonaro, que não possuía qualquer nenhuma conotação sexual, de modo a influenciar os eleitores e desinformá-los”, acrescentam os advogados.
O procurador-geral da República, Augusto Aras, pediu, ontem, ao Supremo Tribunal Federal (STF) que suspenda trechos da resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que busca agilizar a retirada de conteúdo com desinformação das redes sociais no período eleitoral. A resolução foi aprovada na sessão do TSE na última quinta-feira (20).
Entre outros pontos, prevê que o TSE pode determinar que redes sociais e campanhas retirem do ar links com fake news em até duas horas. As informações são do portal G1.
No pedido ao STF, Aras afirmou que a melhor “vacina” contra a desinformação é a informação. Segundo ele, nenhuma instituição detém o “monopólio” da verdade.
“Nas disputas eleitorais, são, em primeiro lugar, os próprios candidatos e partidos que devem, diante de ilícitos concretos, provocar a Jurisdição eleitoral, buscando o direito de resposta, que é o mecanismo de reequilíbrio por excelência nas campanhas eleitorais”, disse Aras. O procurador admite que é necessário aperfeiçoar os instrumentos de combate às fake news, mas sustenta que isso deve ser feito “sem atropelos”.
“Verifica-se que é necessário avançar, buscando um aperfeiçoamento dos instrumentos legais, processuais e técnicos no combate à desinformação na internet, sobretudo no processo eleitoral. Esse aperfeiçoamento, contudo, há de se fazer sem atropelos, no ambiente democraticamente legitimado para essas soluções, que é o parlamento, no momento adequado, em desenvolvimento contínuo de nossas instituições e do nosso processo civilizatório”, afirmou.
O relator do pedido de Aras no STF será o ministro Edson Fachin.
Na quinta (20), na sessão do TSE, o presidente do Tribunal, ministro Alexandre de Moraes, afirmou que as ocorrências de fake news cresceram em relação ao primeiro turno, o que levou à necessidade de medidas para endurecer o combate a essa prática.
O presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, afirmou, na noite desta sexta-feira (21), que não tem a intenção de entrar com pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). “Eu não pretendo entrar com nenhum pedido de impeachment contra o senhor Alexandre de Moraes, até qualquer um do povo pode fazê-lo”, garantiu.
A afirmativa foi feita durante sabatina transmitida no SBT em resposta à pergunta do jornalista da CNN Márcio Gomes, que citou uma fala do vice-presidente Hamilton Mourão, recém-eleito senador, sobre o STF. Segundo Mourão, o ministro Moraes “ultrapassou o limite” e, por isso, o futuro senador prometeu discutir o impeachment no Senado. “O senhor pretende, se reeleito, apoiar algum movimento de impeachment de ministros do STF no Senado?”, perguntou o jornalista.
Bolsonaro então lembrou que, no passado, já entrou com pedido de cassação de Moraes, mas “não prosperou por decisão do presidente do Senado”. “Qualquer processo de cassação compete exclusivamente ao Senado Federal. Da minha parte, não pretendo aumentar o número de ministros”, reforçou o presidenciável.
Meu amigo Maurílio Rodrigues, médico cardiologista da melhor linhagem nacional, também é poeta. E dos bons! Acabou de me enviar a capa do seu primeiro livro. Em Caligrafias Poéticas, o poetinha salvador de vidas nos brinda com uma viagem ao mundo encantado das poesias que aliviam corações sofridos.
O lançamento já está confirmado para o dia 24 de novembro, a partir das 17 horas, na Academia Pernambucana de Letras. Serei o primeiro da fila quilométrica. Doutor Maurílio tem uma legião de pacientes, amigos e fãs. A caneta de autógrafos vai lhe deixar com calos nos dedos.
Conheço Doutor Maurílio desde 2005, quando voltei a residir no Recife, depois de 15 anos em Brasília. É um médico extremamente dedicado à profissão, humanista, amante da noite e das coisas boas da vida. Matuto de Limoeiro, terra do coronel Chico Heráclio, conquistou Recife e os recifenses. Em breve, receberá o título de Cidadão Recifense.
O livro é produto das suas raras horas vagas, nas quais exercita a sua vocação poética. Além de romântico, Doutor Maurílio é um telúrico. Que bom que tenha resolvido retirar do seu baú suas melhores divagações poéticas e nos presentear com este livro.
Num de seus discursos mais brilhantes durante a segunda guerra, Churchill previu que “se a Inglaterra pudesse resistir a Hitler, toda a Europa poderia ser livre e a vida no planeta poderia seguir adiante para horizontes abertos e ensolarados. Se cairmos nele então, o mundo inteiro, incluindo tudo o que conhecemos, e do que gostamos, vai afundar no abismo de uma nova idade das trevas”, advertiu.
Alguns podem achar exagero esse cenário de terror vivido pela humanidade, há mais de 80 anos, ser transportado para o ambiente de disputa deste segundo turno das eleições no Brasil e em Pernambuco. Todavia, me arrisco a assegurar que não é. Há indícios claros nesta direção.
Quando se vê forças de diferentes pensamentos de esquerda como PSOL, REDE, PSTU, PC do B, PCB, PV, PT e alguns setores ainda progressistas do PSB se juntarem ao Solidariedade, ao Avante, PSD, PROS, sob a liderança política das candidaturas de Lula e Marília Arraes para barrar o avanço da extrema direita em Pernambuco, hoje representada nas candidaturas de Bolsonaro para presidente e Raquel Lyra para governadora, e das demais forças reacionárias que a esses dois se juntaram, é sinal de um novo embate entre o futuro e o retrocesso.
Lá, na segunda guerra, para vencer o inimigo e o mal maior na figura de Hitler, que avançava na ocupação de vários territórios europeus, o primeiro-ministro britânico Churchill também construiu uma aliança histórica com o exército russo, comandado por Stalin, seu adversário, para barrar a ascensão do ditador Alemão e seus asseclas. O avanço da candidatura de Jair Messias Bolsonaro registrado em todas as pesquisas eleitorais é um fato perigoso que não pode ser desconsiderado.
A se confirmar essa tendência nas urnas, a relação entre votos em Pernambuco, a favor de Lula, pode fazer a diferença no resultado geral final. E essa é outra evidência. É preciso urgentemente desfazer e virar o voto mais sinistro, mais quinta coluna do já visto como o do “eleitor tanto faz” (aquele que vota em Lula, mas trai o campo democrático, progressista e popular votando em Raquel Lyra, do PSDB).
Na prática, indiretamente, esse eleitor está ajudando a reforçar o palanque da extrema direita em Pernambuco, contribuindo para a eleição do presidente truculento e de sua ventríloqua delegada. A unidade política para barrar o avanço dos fascistas em Pernambuco passa, necessariamente, pelo voto casado Lula/Marília Arraes.
Sem a menor dúvida é possível e provável cumprir o nosso dever, assim como fizeram os britânicos no passado, de tal forma que se essa resistência alcançar êxito no próximo dia 30, as pessoas possam, enfim, dizer: “Aquele foi o seu melhor momento”.
*Jornalista
Bolsonaro provoca – O presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), provocou Lula, ontem, antes de ir à sabatina do SBT. Disse que o petista não aceitou o debate porque “brochou”. A declaração ocorreu durante encontro com um grupo de lutadores em São Paulo, ao lado do candidato Tarcísio Freitas (Republicanos), que disputa o segundo turno em São Paulo contra Fernando Haddad (PT). “O outro cara não vai. Brochou, pô. Acho que eu coloquei as mãos nas costas dele e ele ficou arrepiado”, disse gargalhando, em referência ao último debate ocorrido na Band.
Nervos de aço – A equipe do guia eleitoral de Marília Arraes está recebendo contribuições bombásticas para esquentar a propaganda no rádio e na televisão na reta final da campanha, que começa na próxima segunda-feira. Quem não tiver nervos de aço, como cantou Lupicínio Rodrigues, que prepare o coração! Até o dia 30, dia da eleição, a campanha vai pegar fogo, motivo para comemorações. Afinal, eleição só presta quente.
Assédio eleitoral – Balanço do Ministério Público do Trabalho (MPT), divulgado, ontem, aponta que denúncias de assédio eleitoral subiram de três para 20 em Pernambuco entre o primeiro e o segundo turno. Isso representa um aumento de 566,66%. “Essa eleição tem mostrado um quadro de assédio e de violência muito mais grave do que todas as anteriores”, disse a procuradora do Trabalho Melícia Carvalho Mesel em vídeo postado, ontem, no portal global G1.
“Picolé de menstruação” – A Justiça Eleitoral acatou um pedido de liminar feito pela candidata ao Governo de Pernambuco pelo Solidariedade, Marília Arraes, sobre publicações depreciativas contra ela em redes sociais. Na decisão, o Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE) determinou o prazo de um dia para a remoção de publicações em que a candidata foi comparada a um “picolé de menstruação”. O TRE também determinou as citações de Mateus Henrique Santana Souza e do policial militar Maxwell Cavalcanti Silva de Souza, administradores de perfis conservadores de direita que apoiam o candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL).
Promessas de Raquel – Candidata do PSDB ao Governo de Pernambuco, Raquel Lyra, prometeu, ontem, concluir obras de barragens e hospitais, e disse, também, que quer fazer com que o combate à desigualdade social seja marca de sua gestão. “Dinheiro existe, basta que não se desvie, não se deixe ter corrupção”. Sobre o transporte público, a candidata se disse disposta a estadualizar a gestão do Metrô do Recife para garantir expansão e manutenção. “Se o governo federal não quiser resolver, me dê, que eu tomo de conta”. As declarações foram dadas ao G1 Pernambuco, portal da Globo.
CURTAS
SEM FUSÃO – MDB, PSDB, Cidadania e Podemos descartaram uma fusão e passaram a discutir a possibilidade de formar uma federação entre eles. A decisão foi tomada durante uma reunião entre dirigentes e lideranças dos quatro partidos na última quarta-feira. “Fusão foi descartada. Começamos uma conversa sobre federação”, disse o presidente nacional do MDB, Baleia Rossi.
MORAES NA DISPUTA – Em entrevista ao Frente a Frente, o deputado Antônio Moraes, estadual reeleito para o sétimo mandato, confirmou o que esta coluna havia antecipado: será candidato à Presidência da Assembleia Legislativa. Trânsito e liderança para isso não lhe faltam. Moraes é muito querido não apenas pelos colegas, mas também pelos servidores da Casa.
Perguntar não ofende: Lula sai ganhando ou perdendo por não ter ido ao debate de ontem no SBT?