O presidente Jair Bolsonaro (PL), que é candidato à reeleição, recebeu nesta segunda-feira (26) integrantes da missão da Organização dos Estados Americanos (OEA) que vai observar as eleições no Brasil. O primeiro turno ocorre no próximo domingo (2).
Bolsonaro, que há anos ataca sem apresentar provas a segurança das urnas eletrônicas, recebeu no Palácio do Planalto o ex-chanceler paraguaio Rubén Ramirez Lezcano, chefe da missão da OEA.
Depois do encontro, Rubén Lezcano disse que a reunião com Bolsonaro foi “muito cordial”. “Estamos levantando todos os depoimentos dos diferentes candidatos, de maneira que, oportunamente, nós vamos divulgar nosso relatório [sobre o processo eleitoral]”, disse.
“A nossa missão é absolutamente de observação, no respeito da institucionalidade do Brasil, promovendo a participação dos cidadãos brasileiros ao voto”, acrescentou Lezcano.
Após a realização das eleições, a OEA apresentará um relatório preliminar com observações e recomendações. Neste ano, os brasileiros elegerão presidente da República, governadores, senadores, deputados federais e estaduais.
Bolsonaro aparece em segundo lugar nas pesquisas de intenção de votos feitas por diferentes institutos de pesquisa. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera as pesquisas.
A equipe de observação da OEA também terá encontros com outros candidatos à Presidência, partidos, e autoridades, entre as quais o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes.
O candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, fez um pronunciamento, hoje, em São Paulo no qual fez críticas ao ex-presidente Lula (PT), ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e à tese do chamado “voto útil”, se dizendo “vítima” de uma “campanha virulenta” que tenta, segundo ele, fazê-lo desistir da disputa.
Ciro Gomes aparece em terceiro lugar nas pesquisas divulgadas pelos institutos desde o início da campanha eleitoral. Nas últimas semanas, apoiadores de Lula e de Ciro passaram a defender que eleitores do candidato do PDT migrem para Lula com o objetivo de fazer com que o petista possa vencer já no primeiro turno.
Levantamento Datafolha divulgado na semana passada, por exemplo, mostrou Ciro com 7% das intenções de voto, atrás de Lula (PT), que apareceu com 47% das intenções, e de Jair Bolsonaro (PL), com 33%. Na pesquisa, IPEC, também divulgada na semana passada, Ciro apareceu com 7%, enquanto Lula ficou com 47%, e Bolsonaro, 31%.
“Estou sendo vítima de uma gigantesca e virulenta campanha, nacional e internacional, para retirada da minha candidatura. Anotem e leiam meus lábios: nada deterá minha disposição em seguinte em frente […] e denunciar os corruptos, farsantes e demagogos, que tentam ludibriar a fé popular com suas falsas promessas”, declarou Ciro.
“Minha candidatura está de pé para defender o Brasil em qualquer circunstância. E meu nome continua posto, como firme e legítima opção, para livrar nosso país de um presente covarde e de um futuro amedrontador”, afirmou o candidato em outro trecho do pronunciamento.
Sem citar nomes, Ciro Gomes disse “querem” calar o que ele chamou de “vozes da dissidência” e submetê-las a dois blocos rivais que, na opinião dele, disfarçam “profundas semelhanças”.
“Agora, na reta final da campanha mais vazia da história, embalam tudo no falso argumento do voto útil. Com essa pregação, querem eliminar a liberdade das pessoas de votar. No regime de dois turnos, primeiro [votar] no candidato que mais representa seus valores e, se for o caso, optar depois por aquele que mais se aproxime de suas ideias”, declarou Ciro Gomes.
Ontem, o candidato ao Senado pelo PL, Gilson Machado Neto, recebeu o apoio de dois prefeitos do União Brasil. O prefeito de Belo Jardim, Gilvandro Estrela, e a prefeita de Bezerros, Luciele Laurentino. Os gestores apoiam Miguel Coelho para o Governo de Pernambuco e Gilson para o Senado.
Em meio às atividades do seminário internacional “Francisco Brennand: a Oficina como Território”, realização da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) com a Oficina Francisco Brennand, foi promovida, no último sábado, uma visita à exposição “Devolve a terra à pedra que era: 50 anos da Oficina Francisco Brennand”, em cartaz desde o ano passado no espaço cultural localizado na Várzea, no Recife. Na ocasião, o público pôde conhecer, em mais detalhes, a história, a obra e o legado do ceramista e artista plástico pernambucano, que faleceu em dezembro de 2019.
A visitação foi guiada pela diretora artística da Oficina, Júlia Rebouças, que assina a curadoria da exposição ao lado de Julieta González. A ação foi prestigiada pelo presidente da Fundaj, Antônio Campos.
Dividida em três eixos temáticos – Natureza, Território e Cosmologias –, a mostra resgata momentos vividos por Brennand, reunindo esculturas, pinturas, desenhos e registros fotográficos de diferentes épocas. Também traça um histórico do local que abriga a fábrica de cerâmica São João, pertencente à família, e a Oficina. Entre as peças expostas, estão ilustrações feitas em 1968 para o texto “O Auto da Compadecida”, de Ariano Suassuna, e um painel que reconta a Batalha dos Guararapes, concluído em 1961, que Francisco considerava como sua melhor obra.
Os visitantes foram recepcionados pela curadora Júlia Rebouças, que destacou o caráter coletivo da construção do espaço, visto como um marco da História da arte brasileira. “Quando celebramos os 50 anos da Oficina, de maneira nenhuma, fazemos uma cronologia acabada. Estamos falando de acontecimentos geradores de novas histórias”, afirmou.
Entre o público participante, o jornalista Jefferson Duarte, de 31 anos, de São Paulo, veio com um amigo, que mora em Recife, para conhecer a Oficina e, coincidentemente, chegou na hora da visita guiada. “Foi uma baita surpresa. Achei bastante legal. Acho interessante que, para cada pessoa, a arte pode ser uma coisa diferente, colocando nela o que você entende”, observou.
Neste vídeo, exclusivo ao blog, dois professores da rede pública de ensino do Recife obrigam os alunos a uma votação simulada sobre eleição presidencial. Na hora de anunciar o resultado, uma das professoras vibra gritando o voto 13 de Lula e, numa demonstração de analfabeta política, erra o número de Bolsonaro afirmando ser o 40, quando, na verdade, é 22. Confira!
MONTANHAS DA JAQUEIRA – Olha só quem aflorou no recinto! O filósofo The Gaule, meu amigo de infância desde os tempos inocentes da Rainha da Borborema. Dizei-nos, filósofo, de quem será o seu voto secreto para presidente nesta Ilha de Vera Cruz, Terra de Vera Cruz, a terra da verdadeira Cruz?
The Gaule me disse que não revela seu voto secreto, nem morto. Ora, grande estadista, você já morreu em 1970, depois de ter sido considerado herói na França, Europa, Bahia e nesta Capitania da Nova Lusitânia. Nosso herói respondeu, meio invocado: “Morri para você, que é um ingrato, mas permaneço vivo no coração da galera”.
Depois de saber que já havia morrido, The Gaule abriu seu coração. Disse que jamais votaria num descondensado que quer voltar à cena do crime. Neste reino politicamente correto de Pindorama os viventes podem ser incriminados por obras, palavras ou pensamentos antidemocráticos.
O mau olhado e os pensamentos secretos antidemocráticos estão previstos no novo código eleitoral politicamente correto, segundo os doutores infravermelhos. The Gaule disse que as eleições no Brazil são muito sérias, os eleitores são muito sérios, os descondenados, flagrados em assalto aos cofres públicos na operação LavaJato, são muito sérios, os comedores de chuchu são muito sérios, nosso céu tem mais estrelas encarnadas, nossos corruptos são mais gentis.
Pense em duas criações muito sérias, multipartidárias e de autoria do Congresso Nacional: o Fundo Partidário e o Orçamento Secreto. Não falta dinheiro para suprir esses fundos bilionários, só falta dinheiro para pagar o piso salarial de enfermeiros e profissionais de saúde.
LIVRO PLANETA PALAVRAS – Números são infinitos, palavras são mais infinitas que números. Este é o título do meu novo livro, que está quentinho, saindo do forno. O livro é dedicado “aos meus primos da família dos Primatas: Os símios, gorilas, orangotangos, Chipan–Zés, e a todos os Zés da humanidade brasileira”. O prefaciadores são o escritor, poeta e jornalista Zé Nêumanne Pinto e o médico e poeta Alvacir Raposo, o popular Doutor Fox.
Nêumanne já mandou brasas e brisas: “Diretamente das montanhas da Jaqueira, Adalbertovsky assumiu profecia, provocação e descrição de quase tudo, inclusive verso, em seu novo livro”. O Doutor Fox analisa as palavras com olhos de lince. Estou preparando o enxoval para a publicação do livro.
Arriba, leitores Magnaneanos, Adalbertovskyanos, gregos e troianos!
Os debates na TV em campanha sempre têm audiências baixas, muitos porque são promovidos muito tarde da noite, outros pelo modelo engessado. Mas no geral, são chatos, enfadonhos e repetitivos porque envolvem muitos personagens. Os que valem, influenciam e são decisivos para parte do eleitorado indeciso são os de segundo turno, quando se duelam apenas dois candidatos.
Debates decidem uma eleição? Não, mas influenciam. Na campanha presidencial de 89, a edição do último debate na Globo, dirigida para beneficiar Fernando Collor, com certeza ajudou a jogar o petista na jaula dos leões. Em Pernambuco, na campanha histórica de 90, um clássico, Joaquim Francisco desafiou Jarbas Vasconcelos para um debate dentro do horário eleitoral, se saiu melhor, estancou a queda nas pesquisas e ganhou no primeiro turno.
No debate presidencial promovido pelo SBT, sábado passado, o que ficou na cabeça do eleitor? A ausência de Lula, os ataques ao petista e ao presidente Bolsonaro, a certeza de que as mulheres – Simone e Soraya – roubam a cena, além da firmeza de Ciro Gomes nos ataques a Lula no momento crucial para a sua campanha, a entrada na última semana que antecede as eleições com o presidente do seu partido, Carlos Lupi, caindo na onda de Lula pelo voto útil.
Mas teve algo que se sobressaiu, pelo menos na exploração pós-debate pela mídia: um tal de padre Kelmon, candidato do PTB, em substituição a Roberto Jefferson, que usou seu tempo para uma dobradinha com Bolsonaro, pondo na discussão temas de interesse do presidente e candidato à reeleição, como o auxílio emergencial e as corrupções na era petista.
Quem saiu perdendo ou ganhando? Depende de quem avalia. Majoritariamente a mídia que torce por Lula e vota no petista como alternativa para se livrar de Bolsonaro, mesmo sabendo do mal que o PT fez ao País, com mensalão, Lava Jato, dinheiro na mala e na cueca, corre para escrever que Lula não perdeu nada pela ausência.
Mas perdeu sim. Como disse Ciro Gomes, o petista foi antidemocrático e covarde. Na verdade, Lula só faltou porque, supostamente líder nas pesquisas, já se acha eleito. Seria bom ler a cartilha de Marco Maciel, que dizia: eleição e mineração só após a apuração. Ou outra máxima: não se pode botar o carro na frente dos bois.
O caso FHC – Cantar vitória antes do tempo não é nada aconselhável ou inteligente. Candidato a prefeito de São Paulo em 1985, Fernando Henrique Cardoso, liderando todas as pesquisas, esnobou do adversário sentando-se na cadeira de prefeito antes do tempo e acabou traído pelas urnas, sofrendo um tremendo revés eleitoral com a vitória de Jânio Quadros. Ao assumir, Jânio Quadros ganhou projeção mundial com as imagens desinfectando a cadeira do prefeito.
Da Globo, ele não foge – Lula mentiu quando disse que não fora informado da data do debate no SBT. A emissora exibiu documento assinado pela assessoria do petista, que ainda não tem posição clara quanto ao debate na Globo, no próximo dia 29. Uma hora diz que não vai, outra que avalia, mas o certo é que ele teme a capacidade de fazer o mal da poderosa, alinhada claramente à sua candidatura, a julgar pelo comportamento de Bonner na entrevista água com açúcar com o petista no JN.
Adversário de Marília – Diante da solidez de Marília Arraes nas pesquisas e o nivelamento dos seus demais adversários, o debate da Globo em Pernambuco, na próxima quinta-feira, está sendo encarado como algo que pode definir o adversário da candidata do Solidariedade. Quem se apresentar melhor certamente conquistará um bom quinhão dos eleitores indecisos, na faixa de 7% a 8%, o que é muito baixo, diga-se de passagem, mas decisivo em razão do empate entre Miguel Coelho, Raquel Lyra e Anderson Ferreira, com Danilo Cabral um pouco atrás.
Ainda o padre – Integrantes da campanha de Bolsonaro avaliaram que os esperados ataques durante o debate foram “suavizados” pela presença do candidato do PTB, Padre Kelmon. O desconhecido religioso serviu de escada para o presidente, com elogios ao governo. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o assessor da Presidência Filipe Martins ressaltaram que o candidato do PTB se posicionou contra o aborto, tema da pauta ideológica de Bolsonaro. Pelas redes sociais, o ex-secretário de Cultura Mário Frias (PL-SP), candidato a deputado federal, disse que a “dobradinha” de Kelmon com Bolsonaro “fez o debate valer a pena”.
Vai bombar o PP – O que se diz nos bastidores da campanha em Pernambuco é que a grande vedete eleitoral na eleição para a Câmara dos Deputados será Clarissa Tércio (PP). Se estourar o balão de votos – ela teria a grande massa do eleitorado bolsonarista e dos evangélicos que não seguem André Ferreira – Clarissa levará o PP a eleger entre cinco e seis federais. Falam que ela pode ter acima de 400 mil votos. Entre os candidatos que seriam puxados pela sua expressiva votação, a pastora Michele Collins.
CURTAS
SÓ DUQUE – No Sertão do Pajeú, o único candidato com cadeira confirmada na Assembleia Legislativa até o momento é o ex-prefeito de Serra Talhada, Luciano Duque (SD). Quem conhece de projeção eleitoral diz que passará dos 50 mil votos.
DANÇOU – Já pelas projeções da nova bancada federal, no MDB o que se dá como certo é que o deputado Raul Henry perderá sua cadeira para Iza Arruda, filha do prefeito de Vitória de Santo Antão, Paulo Roberto.
Perguntar não ofende: qual posicionamento do TRE frente às denúncias do dia D montado por Danilo usando ostensivamente a máquina?