De Gaulle tinha razão

Daqui a exatamente oito dias, o eleitor brasileiro estará de volta às urnas. É a prática do exercício democrático. Com o voto, maior arma do cidadão, se decide rumos, aposta-se no que está dando certo, muda-se o errado, se corrigem rumos. No Brasil, nunca se viu uma polarização tão maléfica como a que se observa entre Lula e Bolsonaro. Não é a luta do bem contra o mal.

Para uns, o voto em Lula, mesmo com todo passado tenebroso dele e do PT, marcado pelo símbolo da corrupção, servirá para se livrar de Bolsonaro. Há quatro anos, ocorreu justamente o contrário: o voto em Bolsonaro era livramento antipetista. O Brasil não é apenas o País dos contrastes sociais. É também das maledicências políticas.

Em contraponto a Bolsonaro e Lula foram oferecidas as alternativas Ciro Gomes e Simone Tebet, o primeiro já calejado em disputas presidenciais, a segunda o fato novo, preparada, inteligente, sem passado comprometedor.

Mas, pelas pesquisas, o eleitor não está fazendo aposta em nenhum dos dois. Com Bolsonaro, uns preferem evitar a volta da ladroagem, de uma quadrilha que levou o País à bancarrota, que aparelhou o Estado, avermelhou as instituições. O PT era o partido da moralidade e da honestidade.

No poder, foi o reverso: da imoralidade e da desonestidade. Nunca se roubou tanto nesta república de bananas! Um escândalo atrás do outro. Em delação premiada, o ex-ministro Antônio Palocci devolveu R$ 100 milhões e disse ter entregado nas mãos de Lula R$ 300 milhões em dinheiro vivo.

Maior empresário feitor de obras públicas no País, Marcelo Odebrecht foi preso com Lula. Também em delação, disse que deu dinheiro ao petista, que financiou o Instituto Lula e outras cositas, como a reforma do triplex do Guarujá e do sítio Atibaia. Tudo isso documentado nos autos processuais.

Lula diz que foi inocentado. Mentira. O que houve foi uma leitura vexatória do Supremo Tribunal Federal para tirá-lo da cadeia, porque suas excelências togadas, que não toleram Bolsonaro, em conluio com a Globo, chegaram à conclusão de que só havia uma saída para se livrar do atual presidente: passar uma borracha na Lava Jato e devolver os direitos políticos à alma mais honesta do País, como já disse dele próprio o ex-presidiário.

De Gaulle tinha razão: o Brasil não é um País sério. Triste das novas gerações, dos nossos filhos e netos.

Novo Polo, velho Gol: só 77 cavalos?

O Volkswagen Polo tem 47 anos, sendo 20 deles com passaporte brasileiro. Nunca foi um objeto de desejo de muitos jovens como o Golf. Mas era benquisto por sua ‘esportividade’, boa pega de volante e algum charme. Mas, agora, virou um mero ‘carro de entrada’ da marca alemã – e com motores 1.0 aspirado e turbo. Na versão MPI, está de ‘entrada’ o propulsor oferta apenas de 77cv (gasolina) a 84cv (etanol) e ínfimos 10,3kgfm de torque – e câmbio manual de 5 marchas. Nas versões mais caras, um 1.0 turbo de 116cv e 16,8kgfm de torque. O bom 1.0 turbo de 128cv e 20,4kgfm usado na linha atual foi aposentado.

Nas versões Comfortline e Highline, o propulsor TSI é acompanhado do câmbio automático de seis marchas. O tradicional modelo produzido em São Bernardo do Campo (SP) se ‘inspira’ visualmente no congênere europeu lançado em 2021 (na frente, usa o mesmo para-choque; atrás, a Volkswagen manteve o formato do Polo anterior). É o único modelo do segmento a oferecer faróis de LED desde as versões mais básicas – e conjunto é completo: farol alto, baixo, e sinalização diurna, luz de posição e luz direcional em LED. O farol principal tem 50% a mais bna quantidade de luz irradiada.

O interior, conforme mostrado em apresentação on-line a jornalistas, parece ter melhorado bastante. São os casos dos novos materiais do painel dianteiro e do tecido nos painéis – além de novos volantes e alavanca da transmissão. O carregador de celular por indução foi uma opção. O ar-condicionado é digital automático.

São quatro versões, com sugestões de preços a partir de R$ 83 mil a R$ 110 mil:

MPI – R$ 83 mil: Faróis e iluminação diurna em LED, quatro airbags, frenagem automática pós-colisão, ar-condicionado manual, controles de estabilidade e tração, assistente de partida em rampas, controle de pressão dos pneus, rodas aro 15” com calotas, vidros elétricos dianteiros;

TSI – R$ 93 mil: Motor 1.0 turbo, rodas de liga leve de 15”, painel de instrumentos digital de 8”, sensor de estacionamento traseiro;

Comfortline – R$ 103 mil: Transmissão automática de 6 marchas, controle de cruzeiro, volante em couro com paddle-shift, chave presencial e partida por botão;

Highline 170 TSI – R$ 110 mil: Acrescenta rodas de liga leve de 16”, bancos e portas com couro sintético, painel de instrumentos digital de 10”, carregador wireless para smartphones, ar-condicionado digital automático, câmera de ré, sensor de estacionamento dianteiro e sensor de chuva.

A VW também oferta o Kit Black, uma seleção de itens para incrementar o visual: rodas de liga leve, spoiler traseiro e cobertura do espelho retrovisor, por exemplo, em preto brilhante. Também estão no pacote cobertura dos parafusos da roda, capa para chave, tapetes de borracha para o assoalho, tapete de borracha para o porta-malas e soleiras. A configuração GTS, mais esportiva, não chegou ainda. Terá motor 1.4 TSI de 150cv e 25,5kgfm de torque.

História – O Polo começou a ser produzido no Brasil em 2002 e chegou logo mexendo com a fábrica da Volkswagen em São Bernardo do Campo (SP) – que ganhou 400 robôs, solda a laser e pintura automatizada. Em 2009, se tornou o primeiro modelo flex do mercado brasileiro sem o reservatório de gasolina para partida a frio. O Polo trouxe uma série de recursos e soluções para diminuir em 15% os níveis de consumo de combustível e de emissões de CO2.

Mini Cooper ganha série limitada – O modelo mais versátil da Mini no Brasil, o Cooper S E Countryman ALL4 ganha mais uma versão: é bem exclusiva, pois foi limitada a 40 unidades, e tem um visual bem mais off-road. A Untamed Edition custa R$ 323.390. A versão tem cor única (cinza) e teto e retrovisores pretos. As rodas de 18 polegadas também são exclusivas – assim como as faixas laterais. Por dentro, tons de verde e azul. O Cooper S E Countryman ALL4 – Untamed Edition é um híbrido plug-in, equipado com motor a combustão turbo de 1.499 cilindradas e com um segundo motor, elétrico. Juntos, rendem 224cv de potência e 38,5kgfm de torque. A transmissão é automática de seis marchas e a tração é integral nas quatro rodas.

Chegou a nova PCX 160 – A Honda acaba de apresentar no Brasil a reformulada PCX 160. A scooter mais popular do Brasil, já como ano 2023, ganhou mudanças visuais, uma lista maior de equipamentos de série e novo motor com cabeçote de quatro válvulas e com sistema de controle de torque. Além de novo chassi e amortecedores traseiros. O painel é também inédito.

As três versões chegam às concessionárias da marca em outubro. A configuração mais barata é a CBS, com preço sugerido de R$ 15.460. A ABS custa R$ 17 mil, E, por fim, a DLX, topo de linha, com preço de R$ 17,4 mil.

Em todas, a opção da chave inteligente tanto para a ignição quanto para a abertura do assento – além de acionar um alarme antifurto. A diferenciação entre as versões também se dá pelo sistema de frenagem: CBS na de entrada, ABS nas duas mais caras.

A PCX foi lançada no mercado nacional em 2012 (a partir da produção em Manaus, no Amazonas). Desde então, é o modelo mais vendido em sua categoria – principalmente por conta do baixo consumo de combustível, performance e muita praticidade no uso diário. É uma espécie de ‘coringa’: serve tanto para o lazer como para o transporte ou trabalho.

O motor teve aumento da capacidade cúbica, com a consequente elevação de potência e torque, e – com o cabeçote de quatro válvulas – ficou mais eficiente do ponto de vista ambiental. Isso exigiu um novo chassi, mais robusto e com especificações inéditas, com o aumento na dimensão dos pneus e novo ajuste de suspensão.

A potência do motor passou de 13,2cv para 16cv (sempre a 8.500rpm). Já o torque foi de 1,38kgfm para 1,5kgfm.

Motos: quem se valorizou? – O Monitor de Variação de Preços da KBB Brasil, empresa especializada em pesquisa de preços de veículos novos e usados, mostra que os preços das motocicletas 0km tiveram de aumento médio de 0,56% em agosto, enquanto as seminovas (até 3 anos de uso) valorizaram 1,89%. Já as usadas (de 4 a 10 anos) registraram alta de 0,86%, em média. No entanto, o aumento médio mensal se manteve em 1,02% para as 0km, 1,41% para seminovas e 2,32% para usadas. No caso das motos 0km, o MVP constatou que a valorização (de até 0,59% no caso dos modelos 2022) foi menor que a registrada em julho, quando a alta nos preços foi superior a 1%. Já as motocicletas ano/modelo 2021, mais uma vez, não tiveram nenhuma variação de preços de julho para agosto.

As mais buscadas – E a Webmotors, portal de negócios e soluções para o segmento automotivo, anunciou o ranking das motos novas e usadas mais buscadas pelos brasileiros nos meses de junho, julho e agosto de 2022. Segundo o Webmotors Autoinsights, os modelos CB 600F Hornet, CG 160 Fan e PCX foram os mais procurados pelos consumidores da plataforma no período. No recorte dos modelos usados mais buscados, a Honda ocupa todo o Top 3. Já em relação à procura por uma 0km, a Yamaha se destaca com a XTZ 250 Lander. Durante os três meses analisados, o interesse por motos foi responsável por mais de 700 mil visitas no site e cerca de 930 mil no aplicativo da Webmotors. Só os modelos da Honda obtiveram em torno de 300 mil visitas aos anúncios da plataforma e 250 mil no app.

Vem aí o EX90, o novo elétrico da Volvo – A marca sueca vai revelar em 9 de novembro o EX90, o mais novo SUV totalmente elétrico da marca. E ela promete: em relação à segurança, será além de qualquer Volvo antes dele. Os engenheiros querem inovar até que os carros (pelo menos os dela) não batam mais, por exemplo. E o que esperar do novo EX90? Ele foi projetado para entender o motorista e seus arredores. Que fica mais inteligente e seguro com o tempo, pois ‘aprende’ com novos dados e recebe atualizações. O desenvolvimento dessa mais recente tecnologia de segurança, segundo a Volvo, baseia-se na compreensão do comportamento humano, enraizado há décadas. O objetivo é ajudar a todos nós a ser pilotos melhores e reduzir o risco de um acidente acontecer. Essa iniciativa vem com um escudo invisível de segurança que inclui uma tecnologia de sensoriamento e permite que o carro entenda seu estado de espírito e o mundo ao seu redor. Como? Com sensores de última geração, como câmeras e radares, todos alimentados por uma plataforma e softwares de computação central que criam uma visão de 360 graus do mundo em tempo real.

E que tal importar carros elétricos? – Os veículos movidos a eletricidade são um sonho de consumo de muitos brasileiros, mas com os preços altos, estes veículos passam a ser um objetivo distante. Porém, recentemente temos recebido cada vez mais notícias de modelos sendo comercializados por valores muito abaixo do mercado nacional, com alguns deles com disponibilidade para a compra em sites como o Aliexpress. Porém, diferente dos smartphones, a importação de veículos precisa de atenção em vários aspectos e o valor final pode ser muito maior do que o anunciado.

Segundo Ricardo David, sócio-diretor da Elev, empresa que traz soluções para o mercado de carros elétricos no Brasil, a diferença de valores no mercado externo para o nacional é ligada diretamente com as políticas de incentivo nos países de origem dos modelos.

“Ainda estamos muito atrás na corrida pelo mercado de carros elétricos, enquanto países como a China se estabelecem no mercado, com políticas de incentivo. Podemos ver claramente esse cenário em números, no gigante asiático os eletrificados representam 24% de todos os automóveis no país, enquanto no Brasil essa porcentagem é de 2,4%”, declarou o executivo.

Um modelo que ganhou os holofotes nas últimas semanas é o Wuling NanoEV, da General Motors, que pode ser encontrado por valores abaixo dos R$ 17 mil. Enquanto isso, o veículo mais barato no território nacional tem um valor acima dos R$ 120 mil.

“No Brasil temos todas as condições de estabelecermos uma produção nacional, desenvolvermos a estrutura e permitirmos que essa realidade chegue ao nosso mercado. Mas são necessários incentivos claros ao setor, algo que ainda não temos”, explica Ricardo David.

Mas se você busca importar um modelo estrangeiro para utilizar no Brasil é importante estar atento a como importá-los. Fábio Pizzamiglio, diretor da Efficienza, empresa especializada em negócios internacionais que tem vasta experiência na importação de automóveis, afirma que o consumidor precisa estar atento a alguns aspectos: o veículo precisa ser novo e é necessário estar atento nas alíquotas vigentes para veículos elétricos, como o II (35%), IPI (18,81%), PIS (2,62%) e o Cofins (12,57%), além do ICMS para cada estado da federação.

“Existem formas de, no ato da importação, adquirirmos reduções de impostos. Algo que para o consumidor pode ser essencial, principalmente por se tratar de um bem de alto valor. Como é o caso do ex-Tarifário. Nesse caso, temos até uma modalidade específica para automóveis montados com autonomia de, no mínimo, 80km”, explica.

Além disso, é importante estar atento às permissões, ou dispensa delas, como é o caso da licença para uso da configuração de veículo do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Porém, mesmo com a atenção em todos esses aspectos, Pizzamiglio explica que a melhor opção é recorrer a uma assessoria especializada.

“É altamente recomendável uma assessoria em função da complexidade e valores envolvidos. Uma assessoria poderá enquadrar a operação de forma a gerar benefícios fiscais ao importador. Além disso, é essencial estar atento aos custos logísticos e benefícios fiscais, como de forma a reduzir os tributos”, explica.

O executivo finaliza afirmando que a Efficienza já realizou a importação de veículos elétricos e pode atender a demandas de pessoas físicas e jurídicas que buscam a importação desses automóveis.

Renato Ferraz, ex-Correio Braziliense, tem especialidade em jornalismo automobilístico.