Milton Chaves Ferreira Jr., diretor-presidente do Hospital Santa Efigênia, localizado em Caruaru, no Agreste de Pernambuco, enviou, na última quarta-feira, uma nota à imprensa com um pronunciamento à população da região sobre o piso salarial da enfermagem.
No texto, o diretor-presidente afirma que o Hospital Santa Efigênia teme comprometer a qualidade do atendimento diante da aprovação do lei do Piso da Enfermagem.
“À sociedade Caruaruense e do Agreste Pernambucano,
O Hospital Santa Efigênia teme em comprometer com a qualidade do seu atendimento ao paciente diante da aprovação da Lei Federal 14.434/2022, que estabelece um piso salarial a nível nacional para enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem. Consciente de que o novo piso é importante na valorização dos profissionais da saúde, que são verdadeiros pilares na garantia da assistência à população, a Lei, já em vigor, traz efeitos imediatos com graves impactos financeiros para hospitais e unidades de saúde espalhados pelo País.
O Santa Efigênia, que tem 41 anos de serviços prestados aos moradores de Caruaru e de todo o Agreste pernambucano, conta com mais de 220 profissionais de enfermagem, o que representa uma elevação significativa nos custos fixos diante dos pisos estabelecidos. Impacto financeiro insustentável para o hospital, que ainda enfrenta as dificuldades financeiras deixadas pela pandemia da Covid-19.
Honrar os compromissos junto aos profissionais e a população, com a aplicação imediata da Lei, torna-se impossível por falta de recursos, uma vez que não foi concedido tempo suficiente para renegociação juntos as fontes pagadoras (Planos de Saúde/Operadoras), as quais, em sua maioria, não deram retorno aos nossos apelos, o que dificulta ainda mais a manutenção dos serviços ofertados nesta unidade.
Em respeito aos pacientes, colaboradores, prestadores de serviços e demais parceiros, resta informar que, caso não haja avanço nas negociações e garantia de equilíbrio econômico-financeiro da operação, infelizmente, corremos sério risco de suspender permanentemente nossas atividades nos próximos 60 dias.
Caruaru/PE, 31 de agosto de 2022
Milton Chaves Ferreira Jr. Diretor Presidente Hospital Santa Efigênia”
O ministro Luís Roberto Barroso deve decidir até segunda-feira o pedido de liminar para suspender a lei que estabeleceu um piso salarial para enfermeiros. O dia 5 é data para pagamento dos funcionários dos hospitais. E o ministro sabe que hospitais não devem pagar os salários conforme a lei recentemente aprovada pelo Congresso. Isso aumentaria a insegurança jurídica e possíveis conflitos gerados por essa indefinição.
Desde que recebeu o processo, o ministro tem demonstrado sensibilidade para o pleito dos enfermeiros, mas preocupação maior com a situação de hospitais (com risco de demissões, fechamento de leitos e aumento dos custos para os pacientes).
Depois de decidir liminarmente a questão, o ministro deve levar o referendo da liminar para o plenário do STF (ainda sem definição se para o plenário físico ou se para o virtual).
No Sextou de hoje, o vocalista Marcelo Melo vai falar sobre os 50 anos da trajetória artística do Quinteto Violado, conjunto instrumental-vocal genuinamente pernambucano. Criado em 1970, no Recife, foca nas músicas nordestinas, com arranjos nos mais variados ritmos do cancioneiro popular e roupagens transformadoras.
O Sextou vai ar das 18h às 19h pela Rede Nordeste de Rádio, formada por mais de 40 emissoras em Pernambuco, Alagoas e Bahia. Se você deseja ouvir pela internet, clique no link do Frente a Frente acima ou baixe o aplicativo da Rede Nordeste de Rádio na play store.
O debate entre os candidatos a governador, ontem, em Caruaru, me levou à cama já depois da meia-noite, mas às sete da matina já estava na beira da pista da lateral da BR-232 cumprindo meus 8 km diários de corrida. Caruaru me adotou, sou cidadão caruaruense, conterrâneo de Vitalino, o homem das mãos mágicas que fez do barro a arte que levou Caruaru a se transformar no maior centro de artes figurativas das Américas.
Adoro minha Caruaru. Aliás, daqui a pouco vou contar uma boa nova na área da gastronomia: a abertura de um lindo e maravilhoso restaurante no sétimo andar do Shopping Caruaru. Foi lá que almocei, ontem, com meu amigo Ivan Feitosa, diretor do sistema de comunicação Liberdade, ex-presidente da Associação das Emissoras de Rádio e TV de Pernambuco.
Chama-se Ferreiro Rooftop. De lá, do seu alto, minha Caruaru é mais linda e encantadora. Não deixe de fazer uma foto panorâmica, principalmente à noite. De quinta à sábado, aliás, você degusta a boa cozinha internacional da casa com música ao vivo, o que torna o cenário, que é fantástico, ainda mais romântico.
Não tivesse Miguel Coelho, do União Brasil, roubado a cena, o debate de ontem, em Caruaru, entre os candidatos a governador de Pernambuco, teria sido mais enfadonho do que, literalmente, foi. Ausentes, Marília Arraes, do Solidariedade, e Anderson Ferreira, do PL, sequer foram chamados de fujões pelos seus concorrentes.
Miguel mostrou preparo, raciocínio lógico e preciso. Foi irônico quando necessário e duro nos ataques a Danilo e Raquel. Carimbou o candidato do PSB como continuador do mais desastroso Governo de Pernambuco, o de Paulo Câmara. Disse que ele mente e vende ilusões quando promete baixar impostos, melhorar a distribuição de água e duplicar estradas, como a BR-232 até Serra Talhada.
Quando Raquel o quis atingir por não ter uma maternidade igual à que ela fez em Caruaru, Miguel aproveitou para mostrar o que fez na saúde em Petrolina, os prêmios que ganhou e ainda ironizou afirmando que saiu com uma aprovação popular mais que o dobro dela, sendo reeleito com o maior percentual de votos no Estado e um dos maiores do País.
Miguel só esqueceu de dizer que a maternidade que tanto Raquel estufa o peito como referência da sua gestão só saiu do papel graças ao elevado espírito público do deputado Wolney Queiroz, líder do PDT na Câmara, que liberou uma emenda federal no valor de R$ 20 milhões, o que a tucana esconde, para não dividir os louros da boa ação com o adversário político no município.
O debate durou duas horas e meia. Uma iniciativa da rádio Cultura, TV Nova Nordeste e Diario de Pernambuco, contou com a participação ainda de um pool de mais de 20 emissoras de rádio em várias regiões do Estado, do Litoral ao Sertão. O cenário foi o teatro do Senac, amplo moderno e de excelente acústica.
Marília Arraes faltou pela segunda vez a um debate. Segundo os organizadores, justificou agenda de campanha em outros municípios no mesmo horário. Já Anderson, que no debate anterior polarizou com Danilo, trocando farpas, avisou à coordenação que havia passado mal na noite anterior em razão de um quadro virótico.
A estratégia dos candidatos da oposição ao Governo do Estado, especialmente a tucana Raquel Lyra, em bombardear Marília Arraes (Solidariedade), que lidera todas as pesquisas, está equivocada. Marília já está com vaga garantida no segundo turno, mesmo que venha a sofrer ataques covardes do PSB, que mandou levantar um dossiê contra ela.
Raquel, Anderson Ferreira (PL) e Miguel Coelho (União Brasil) estão empatados em todos os levantamentos. A diferença de um para outro varia entre um a três pontos percentuais. Diante disso, o que se conclui: travar a guerra entre eles. Na campanha de 2018, Mendonça Filho errou ao bombardear João Campos.
O inimigo era Marília. Centrou fogo em João e esqueceu Marília, que tomou o seu lugar no segundo turno. Só para cego que não enxerga, a lógica é Raquel levantar os podres de Anderson, este bombardear Miguel e Miguel, por sua vez, tentar destruir os dois, porque a briga para ser o adversário de Marília no segundo turno está entre eles e não Danilo Cabral (PSB), que não reage nas pesquisas.
Há muito, Pernambuco não assistia a disputa tão diferente. Tudo porque o PSB, que detém o poder há 16 anos, não soube o que é ameaça de perda do poder. Isso pintou lá atrás, quando Eduardo Campos escolheu o sem sal Paulo Câmara, salvo pela morte num acidente de avião pelo seu padrinho. Não fosse a tragédia, Armando Monteiro teria encerrado o ciclo socialista no Estado.
Com 16 anos no poder, sendo os últimos oito anos desastrosos, não há mais discurso para o PSB sobreviver. Chegou a hora da mudança. Os ventos sopram nessa direção, mas é preciso que os postulantes da oposição em condições de empate nas pesquisas tenham discernimento de que o único alvo de bombardeio é o candidato do PSB e não Marília Arraes.
Telhado de vidro – Raquel Lyra é a que mais erra. Deu um tiro no pé, por exemplo, ao desafiar Marília para comparecer aos debates. Ora, esqueceu que tem telhado de vidro. Na disputa pela reeleição em Caruaru, em 2020, não compareceu a nenhum debate com os seus adversários porque, como Marília hoje, liderava todas as pesquisas de intenção de voto. Seu marqueteiro parece caolho.
Área prostituída – Na corrida presidencial, tem pesquisa de intenção de voto para todos os gostos nos últimos dez dias. Uma que Lula, candidato do PT, põe uma diferença de 12 pontos para Bolsonaro, outra que cai para sete pontos e até uma configurando empate técnico, esta é a do Paraná Pesquisas, liberada na última quarta-feira. Em qual confiar? Melhor recorrer a bola de cristal.
O regresso – O coordenador da campanha de Lula em Pernambuco, senador Humberto Costa (PT), sinaliza que o candidato petista ao Planalto voltará a Pernambuco no final do mês de setembro, mas não definiu data. Apesar da visita não estar confirmada, disse que vem buscando essa agenda porque está prevista a volta do candidato ao Nordeste nos próximos dias.
Quase R$ 20 milhões – Em pouco mais de duas semanas de campanha, os candidatos ao Palácio do Planalto já gastaram R$ 19,7 milhões do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), também conhecido como Fundão. Os presidenciáveis têm até 1º de outubro, véspera do primeiro turno, para usar o valor. No total, o Fundão teve neste ano o maior montante já destinado desde 2017, quando o dispositivo foi criado: R$ 4,9 bilhões. O dinheiro é dividido com base em critérios preestabelecidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Fora da disputa – O plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negou, por unanimidade, o pedido de candidatura de Roberto Jefferson (PTB) à Presidência da República. A decisão foi tomada na manhã de ontem. O PTB terá 10 dias para apresentar outro candidato. O vice dele, padre Kelmon Luís da Silva Souza, no entanto, teve a candidatura aprovada. O ministro relator do caso, Carlos Horbach, ponderou que, apesar de Jefferson ter sido indultado, o crime a qual ele foi condenado não foi apagado.
CURTAS
SEM CELULAR – O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou, ontem, resolução com as regras sobre proibição de uso de armas e celulares nos locais de votação. O eleitor terá que entregar o celular desligado ao mesário da seção eleitoral. Quem se recusar a fazê-lo, não poderá votar, diz o texto referendado pelos ministros da Corte eleitoral. Os ministros do TSE aprovaram por unanimidade o texto da nova resolução.
MULTA – Os ministros do Tribunal Superior Eleitoral decidiram, ontem, aplicar multa de R$ 5 mil ao presidente Jair Bolsonaro (PL) por três publicações realizadas no Twitter em que associou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à facção Primeiro Comando da Capital (PCC). A Corte ainda determinou a remoção das postagens por considerar que Bolsonaro incorreu em grave descontextualização de notícia jornalística com o objetivo de prejudicar Lula.
Perguntar não ofende: O Solidariedade também está preparando um dossiê em cima de Danilo?