Por Magno Martins – exclusivo para a Folha de Pernambuco
Há 27 anos comandando a Confederação Nacional dos Municípios (CNM) com mão de ferro, o presidente Paulo Ziulkoski pode ver seu reinado chegar ao fim, hoje, com a eleição de renovação da diretoria da entidade. Em entrevista à Folha, o candidato da oposição, Julvan Lacerda, disse que o sentimento é de mudança e que a esmagadora maioria dos prefeitos dos 5.568 quer e vai votar por um novo tempo na CNM.
Para dar essa guinada, experiência de gestão e disposição Julvan tem de sobra. Já atuou, por duas vezes, como presidente da Associação Mineira de Municípios (AMM), além de ter administrado, também por duas gestões, a Prefeitura de Moema. É o atual vice-presidente da CNM, sendo reconhecido como liderança municipalista de destaque na defesa dos 853 municípios mineiros nas esferas estadual e federal.
Leia mais“Após tantos anos, a CNM precisa ser oxigenada com alternância de poder e maior participação dos gestores. Por isso, vamos começar um novo mês diante de uma nova era. Fechar um ciclo de 27 anos para começar um novo”, acredita o candidato da oposição.
Com o apoio de associações do Acre, Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Piauí, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Tocantins, a chapa liderada por Julvan tem grandes chances de se consagrar vitoriosa no pleito desta sexta-feira. Prova disto, Julvan lembra, foi a surpresa, às vésperas do Carnaval, de ter que reunir a assinaturas necessárias para homologar sua chapa.
“Conseguimos reunir em tempo recorde, mil assinaturas, praticamente o mesmo nível de apoio da atual gestão. Isso mostra que temos uma tendência de crescimento, embora em um curto espaço de tempo, o que vai dar condições de mostrarmos que vamos realizar um trabalho prepositivo”, afirmou.
Sem desmerecer o trabalho de Paulo Ziulkoski ao longo dos anos, Julvan argumenta que o atual presidente da CNM se considera o dono da Confederação e não se mostra aberto ao diálogo, o que não condiz com o perfil de quem lidera uma entidade que representa quase 5 mil municípios brasileiros.
“O que estamos propondo é uma continuidade do que foi feito de bom nesses anos e ao mesmo tempo conseguir oxigenar a entidade para que suas ações possam mudar a realidade dos municípios, que é onde a gestão pública de fato acontece. Precisamos fortalecer nossos entes e só faremos isso através do diálogo, escutando as necessidades de cada um”, ressalta Lacerda.
Questionado sobre sua proximidade com o Governo Federal e com o presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco, Julvan é taxativo ao afirmar que pretende comandar a CNM com credibilidade, imparcialidade e independência. “Estamos abertos ao diálogo, mas estaremos firmes e intransigentes nas pautas municipalistas, assim como fiz na Associação Mineira de Municípios (AMM)”, pontua.
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