Feitosa sai em defensa de Gilson e diz que Trump pode ajudar o Recife

Durante essa semana, o candidato a prefeito do Recife, Gilson Machado (PL), falou sobre sua relação de amizade com o ex-presidente Donald Trump, afirmando que poderá trazer frutos para o Recife caso seja eleito. A declaração causou polêmica nas redes sociais.

O deputado estadual Coronel Alberto Feitosa (PL) postou um vídeo em sua rede social convidando os recifenses e os profissionais da imprensa a “abrirem a visão”. Segundo Feitosa, a experiência de Gilson Machado na captação de recursos e parcerias como ministro do Turismo é capaz de trazer frutos como parcerias com instituições americanas para ações de melhoria da saúde, educação e segurança.

“Lamento que ainda existam muitos políticos com uma visão provinciana que usam como estratégia de conquistar votos a escadaria pintada nos morros, um poste de luz, um ponto d’água como solução para as dores do Recife. O que Gilson está oferecendo é uma parceria com potências mundiais para ajudar em projetos de investimento nos morros, por exemplo, ampliação do número de creches, de intercâmbio na educação de adolescentes, investimento em tecnologia a favor da segurança pública” exemplificou.

Confira o vídeo:

Do Portal de Prefeitura

Os deputados estaduais Waldemar Borges e João Paulo Lima, presidente e vice-presidente, respectivamente, da Comissão de Educação e Cultura da Alepe, visitaram nesta quarta-feira (28) a Escola de Aplicação do Recife. Eles estiveram na instituição de ensino a pedido de alguns pais de alunos que vêm há algum tempo reclamando que a escola vive um impasse sobre a gestão da unidade. 

A escola é vinculada à Universidade de Pernambuco – UPE, mas seus professores são da Secretaria Estadual de Educação. E sempre que há algum problema na instituição há um jogo de empurra de responsabilidades.

“Os alunos não têm acesso à biblioteca e outros equipamentos da UPE, encontram alguns banheiros fechados no turno da tarde e a unidade não tem fiscalização, nem vigilância adequadas, já que a escola atende o ensino fundamental e o ensino médio, fora os problemas de infraestrutura. Ficamos angustiados com a segurança de nossos filhos, que convivem com adolescentes e até adultos sem nenhuma fiscalização”, relata Anderson Brito, pai de um aluno do 6º ano. 

Os pais e mães de alunos alegam que não querem que a escola saia da Fcap, já que é localizada em uma área central, com fácil acesso à transporte público. “Já ouvimos ameaças veladas de tirar a unidade daqui”, diz Nielson Ximenes, pai de dois alunos da instituição, um do 9º ano e outro do 2º ano do Ensino Médio. 

O deputado Waldemar Borges, ao final da visita, disse a gestora da unidade escolar, Iane Vasconcelos, e aos pais e alunos que a Comissão de Educação vai chamar uma audiência pública com representantes da UPE, das secretarias estaduais de Ciência e Tecnologia e de Educação, além do Ministério Público para esclarecer de quem é a gestão da unidade de ensino e cobrar as responsabilidades. “Não podemos deixar que uma instituição de excelência como é a Escola de Aplicação do Recife sofra com essa confusão. Queremos que a escola tenha condições de funcionar plena e adequadamente onde se encontra”, concluiu o parlamentar.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) indicou nesta quarta-feira (28) o economista Gabriel Galípolo para presidir o Banco Central (BC). Galipolo atualmente faz parte da diretoria do BC. A indicação foi anunciada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no Palácio do Planalto.

“O presidente da República me incumbiu de fazer um comunicado aqui de que hoje ele está encaminhando ao Senado Federal o indicado dele para a Presidência do Banco Central, que vem a ser o Gabriel Galípolo, que hoje ocupa a Diretoria de Política Monetária do Banco”, declarou Haddad.

O ministro também explicou que, a partir do anúncio, o governo vai “começar a trabalhar para definir os três nomes que irão compor a diretoria até o final do ano”.

Escolhido pelo presidente da República, Galípolo ainda precisa receber o aval do Senado Federal antes de assumir o cargo. Ele será sabatinado pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) da Casa Alta. Em seguida, precisa ter seu nome aprovado pelo plenário do Senado. A votação é secreta.

Caso seja aprovado, Galípolo será o sucessor de Roberto Campos Neto, atual presidente do BC, que permanece no cargo até dezembro deste ano. Ele cumpre o mandato de quatro anos, conforme a legislação.

A indicação era esperada pelo mercado. Galípolo chegou a adiantar o retorno a Brasília após uma viagem e ficou de sobreaviso a pedido do petista, conforme apurou a TV Globo. O objetivo era tentar costurar uma data para apreciação do nome dele no Congresso antes das eleições municipais.

Galípolo é um economista próximo de Lula. Ele atuou na campanha do petista, na equipe de transição de governo e no Ministério da Fazenda antes de assumir a Diretoria de Política Monetária do BC.

Formado em Ciências Econômicas e mestre em Economia Política pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), o atual diretor do banco chegou a substituir o presidente Campos Neto durante as férias dele, em julho.

Taxa de juros e BC autônomo

Como diretor de política monetária, Galípolo investiu em declarações que o mostrassem como independente das visões políticas de Lula. Em diversas ocasiões, o economista defendeu que a manutenção da taxa de juros é uma decisão puramente econômica.

No início de agosto, por exemplo, ele afirmou que “todos diretores [do BC, com voto na definição da taxa de juros] estão dispostos a fazer o que for necessário para cumprir a meta [de inflação]”.

“Se por acaso, o poder democraticamente eleito [governo federal] conviver com uma economia onde seja necessário um esforço de política monetária inferior [juro menor] ao esforço necessário para persecução de uma meta de 3% há uma maneira institucional legal, objetiva e simples para que o poder democraticamente eleito transfira esse comando ou orientação para a autoridade monetária, que é o decreto da meta de inflação. Você altera a meta de inflação”, afirmou, na ocasião.

Do g1

Um dos prefeitos mais bem avaliados de Pernambuco, Vinícius Labanca (PSB), reuniu, na noite desta terça-feira (27), uma verdadeira multidão pelas ruas de São Lourenço da Mata, no evento que marcou o lançamento de sua candidatura à reeleição.

Ao lado de Lucca, seu candidato a vice-prefeito, Labanca recebeu apoios importantes também no seu palanque, como os senadores Humberto Costa (PT) e Fernando Dueire (MDB), os deputados Eriberto Filho e Eriberto Medeiros – ambos do PSB – e os ex-deputados Marília Arraes, Sebastião Oliveira e Raul Henry, entre outras lideranças políticas do estado.

“Foram dias de muito trabalho para que pudéssemos recuperar nossa cidade. Não medimos esforços para melhorar a vida das pessoas com obras e ações transformadoras. Isso é só o começo. Se fizemos muito nesse primeiro mandato, estou pronto e preparado para trabalhar ainda mais na segunda gestão”, pontuou Labanca.

Por Carol Brito*

O vice-prefeito de Olinda, Márcio Botelho (PP), denunciou que sua residência, localizada no bairro de Jardim Atlântico, foi invadida por criminosos na madrugada desta quarta-feira (28), por volta das 2h.

Ele inclusive divulgou vídeos das câmeras de segurança internas e externas mostrando a ação dos bandidos. Este é o segundo episódio de invasão em menos de dois anos. 

Em 2023, Botelho e seus familiares foram feitos reféns por criminosos armados, que roubaram todos os pertences da casa. Desta vez, o invasor entrou na residência e levou pertences da garagem, incluindo as duas bicicletas da família. 

Campanha

O vice-prefeito, que rompeu com a gestão do prefeito Lupércio (PSD) em 2023 e se lançou candidato à Prefeitura no pleito deste ano, aproveitou a ação dos bandidos para criticar a situação da segurança pública no bairro. 

“O nosso lar tem que ser o local onde devemos nos sentirmos seguros. Sou morador de Olinda e já tive a minha casa invadida duas vezes em menos de dois anos. É uma sensação de insegurança enorme em alguns bairros, como é o caso de Jardim Atlântico. Não dá para negligenciarmos uma pauta tão importante”, afirmou Botelho.

O candidato ainda aproveitou para dizer que defende a implementação de tecnologias de vigilância, como videomonitoramento e reconhecimento facial, e a capacitação da Guarda Municipal.

*Colunista da Folha de Pernambuco

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sugeriu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva definir o novo presidente do Banco Central (BC) entre o fim de agosto e o início de setembro. Em participação por teleconferência em um evento promovido pelo Banco Santander, Haddad informou que discutiu a data ideal para o anúncio do futuro nome com o atual presidente do BC, Roberto Campos Neto.

“Fiz questão de consultar o Roberto Campos Neto para que a transição fosse mais longa [com a indicação saindo até setembro para a troca de comando em 2025]. Acredito que o presidente [Lula] já está considerando o assunto”, afirmou Haddad.

Segundo Haddad, a conversa com Campos Neto ocorreu no início do ano, antes de as tensões entre Lula e o presidente do BC se agravarem. O ministro, no entanto, disse que a decisão sobre o momento da indicação do futuro comandante do BC depende de Lula.

“Eu cumpri uma formalidade que me parece mais do que um gesto de educação, que foi conversar com Roberto Campos Neto sobre isso. Nós dois chegamos à conclusão, que foi levada ao presidente Lula, de que agosto seria um bom mês de anúncio para que houvesse um prazo de transição”, disse.

No início da noite, o líder do Governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), disse acreditar que a indicação e a sabatina do futuro presidente do BC sairão até a segunda semana de setembro. Na primeira semana do mês, o Senado fará um esforço concentrado de votações, em meio à campanha para as eleições municipais. No entanto, Wagner afirmou que o esforço poderá ser estendido para a semana seguinte, de 9 a 13 de setembro.

No fim do ano, acaba o mandato de Campos Neto e dos diretores de Regulação, Otávio Damaso, e de Relacionamento, Carolina Barros. O governo ainda não definiu se indicará os três nomes de uma só vez ou se deixará a indicação dos diretores para o fim do ano

Da Agência Brasil

Investimentos em festividades culturais e esportivas tradicionais da cidade são algumas das propostas do candidato a prefeito de Moreno, Heitor de Enoque ( PL) e da sua vice, Irmã Karina. Eles ressaltaram a importância de resgatarem as raízes culturais durante reunião na Associação Origem da Capoeira de Moreno. O encontro foi proposto, pelo candidato a vereador de Moreno, Toni do João Paulo (PL) e contou com a participação do deputado estadual Nino de Enoque ( PL)

Na ocasião, o grupo ressaltou a necessidade de mais visibilidade, apoio, investimentos na preservação e no fortalecimento da cultura e do esporte local. “ A cultura e o esporte de Moreno estão abandonados, esquecidos! Falta apoio para nossos grupos culturais locais, que fazem parte da nossa tradição e da história da região. Vamos mudar essa realidade, valorizando nossas raízes culturais e mantendo vivas as nossas tradições”, destacou Heitor de Enoque.

Os candidatos e candidatas à prefeitura do Recife declararam seus respectivos bens ao Tribunal Superior Eleitora (TSE) no ato da candidatura. Três postulantes registraram ter patrimônios milionários, sendo o maior deles superior a R$ 3 milhões.

A declaração dos bens é apresentada à Justiça Eleitoral junto aos registros de candidatura e deve conter os registros de imóveis, veículos, participação em empresas e valores aplicados em poupança ou ações, por exemplo.

Os candidatos precisam fazer a declaração para que seja possível identificar se eles terão de onde tirar recursos para financiar suas campanhas, por exemplo. Por lei, os postulantes só podem financiar até 10% do limite de gastos de campanha com recursos próprios.

Confira o patrimônio e os bens declarados pelos candidatos à prefeitura do Recife nas Eleições 2024.

Dani Portela (PSOL)
Dani Portela não declarou bens próprios no registro de candidatura nas eleições de 2024.

Daniel Coelho (PSD)
Daniel Coelho declarou ter patrimônio de R$ 962.830,55. Entre os bens declarados, estão um apartamento de R$ 476 mil, depósitos em conta corrente, diferentes fundos de ações, aplicação de renda fixa e outras aplicações e investimentos.

Gilson Machado (PL)
Gilson Machado é o candidato com maior patrimônio declarado ao TSE: R$ 3.354.263,29. Ele registrou um apartamento no bairro de Candeias, em Jaboatão, cinco casas e um sítio em São Miguel dos Milagres, em Alagoas, um terreno no Tocantins.
O candidato também declarou uma lancha no valor de R$ 50 mil, um caminhão de R$ 15 mil e um carro avaliado em R$ 45 mil. Gilson também declarou ter R$ 8 mil euros e R$ 32 mil dólares em espécie, além de R$ 20 mil depositados em contas bancárias, fundos de ações e uma cota de participação de R$ 10 mil em uma empresa em Alagoas.

João Campos (PSB)
O atual prefeito e candidato à reeleição João Campos tem o segundo maior patrimônio declarado ao TSE: R$ R$ 2.697.388,78. Ele registrou mais de R$ 2,5 milhões em aplicações, um imóvel de R$ 40 mil e R$ 100 em participação em uma empresa.

Ludmila Outtes (UP)
Ludmila Outtes não declarou bens próprios no registro de candidatura nas eleições de 2024.

Simone Fontana (PSTU)
O patrimônio declarado por Simone Fontana ao TSE é um apartamento no valor de R$ 160 mil.

Técio Teles (Novo)
O candidato Técio Teles declarou ter patrimônio de R$ R$ 1.029.081,48. Ele afirma ter um apartamento no valor de R$ 850 mil e uma sala ou conjunto de R$ 100 mil, além de R$ 47 mil depositados em conta, R$ 4,8 mil em aplicações e R$ 27 mil em participação em uma empresa.

Victor Assis (PCO)
Victor Assis não declarou bens próprios no registro de candidatura nas eleições de 2024.

Do JC.

O Conselho de Ética da Câmara decidiu, nesta quarta-feira, pela perda do mandato do deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), acusado de ser um dos mandantes da execução da morte da vereadora Marielle Franco, do PSol, ocorrida em 2018. O motorista Anderson Gomes também morreu com os disparos feitos por Ronnie Lessa, assassino confesso de ambos. A cassação foi aprovada por 15 votos a favor e 1 contra no colegiado.

O único voto contrário foi do deputado Gutemberg Reis (MDB-RJ). A defesa do parlamentar deve recorrer da decisão à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e, depois, o caso vai ao plenário. Dificilmente a decisão final ocorrerá antes das eleições municipais de outubro. No seu voto, a relatora Jack Rocha (PT-ES) afirmou que a ação de Brazão atinge toda a imagem da Câmara dos Deputados.

“Há uma honra coletiva nessa casa de lei que precisa rigorosamente ser preservada. E que encontra sua forma no conceito de decoro parlamentar, que tem a ver com dignidade, honradez e integridade de cada um dos deputados. Quando um deputado extrapola os limites toda a percepção pública sobre a Câmara é atingida como um todo”, disse.

Ao concluir a leitura, Jack Rocha apontou para cassação do mandato de Brazão.

“Faz-se impositiva a perda de mandato para impedir que o representado faça obstruções à Justiça. Destaco a influência da família Brazão no Rio de Janeiro e a quebra do decoro parlamentar do deputado”, afirmou a relatora.

A defesa de Brazão pediu ao conselho, nas suas alegações finais, que os integrantes troquem a possível cassação do parlamentar por uma pena de suspensão de seu mandato por seis meses. Os advogados do deputado argumentam que esse é o tempo suficiente para que a ação penal no Supremo Tribunal Federal (STF) esteja concluída e o veredicto conhecido. A aposta de seus defensores é que será absolvido na Corte.

Do Correio Braziliense.

A candidata à Prefeitura de Olinda, Mirella Almeida (PSD), realizou caminhada pelas ruas do Alto da Conquista, na noite passada. A postulante recebeu demonstrações de apoio da população e declarou que a cidade não quer mais voltar a um passado de abandono. O ato foi acompanhado pelo candidato a vice, Chiquinho (Solidariedade), e do atual gestor do município, Professor Lupércio (PSD).

“Olinda não quer mais voltar a um passado de abandono. A gente quer seguir fazendo com que as pessoas mantenham o sorriso no rosto. A gente vai trabalhar incansavelmente para seguir com um legado de respeito com a população”, comentou Mirella.

Mirella tem seis reuniões na agenda de hoje. A candidata também vai caminhar, amanhã, pelo bairro de Rio Doce. O ato começará às 16h, nas imediações do terminal de ônibus.

A governadora Raquel Lyra exonerou ontem o criador de conteúdos e fotógrafo de campanha de Henrique Queiroz à Prefeitura de Buenos Aires, João Victor de Moraes. A exoneração, com efeito retroativo a 16 de maio, foi seguida pela nomeação da mãe de João Victor, Miriam Barata de Moraes, para o mesmo cargo de apoio administrativo ao gabinete do Instituto de Terras e Reforma Agrária do Estado de Pernambuco (Iterpe). A decisão foi publicada ontem no Diário Oficial do Estado.

O doutor em Economia pelo Instituto de Economia (IE) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rogério Sobreira, foi nomeado o novo economista-chefe do Banco do Nordeste (BNB). Sobreira será responsável por oferecer assessoria ao presidente e à Alta Administração do Banco nas decisões com impactos econômicos e sociais, além de avaliar o cenário macroeconômico nacional e mundial e seus reflexos sobre a área de atuação do Banco.

Rogério Sobreira possui graduação em Ciências Econômicas pela Universidade Federal de Pernambuco (1986) e mestrado em Economia pela Universidade Federal Fluminense (1995). Sua atuação profissional acumula experiência acadêmica – foi professor associado de economia e finanças na EBAPE/FGV – e executiva, tendo sido Diretor Financeiro do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) no período de 2015 a 2019. Rogério Sobreira atua principalmente nas áreas de financiamento do investimento, firma bancária e bancos de desenvolvimento.

O candidato do PL à prefeitura de Caruaru, Fernando Rodolfo, em sabatina realizada hoje na Associação Comercial e Empresarial de Caruaru (ACIC), acusou gestões passadas pela perda do protagonismo de Caruaru na região e no estado. “Caruaru é líder. Sempre foi e precisa voltar a ser”, afirmou.

Fernando também publicou nas redes sociais um vídeo em que a família Coelho se vangloria por “Petrolina ter deixado Caruaru para trás”. “Isso é revoltante e mexe com o nosso orgulho. Tenho dito que vamos trazer de volta o progresso, investir na industrialização, fortalecer nosso polo de serviços, apoiar nossa agricultura e resgatar nossa cultura. E mais: vamos colocar para funcionar o Comitê de Articulação Regional do Agreste, com Caruaru à frente, liderando. Vamos mostrar que nossa região não vai ficar atrás de ninguém”, declarou.

A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira um convite para o ex-assessor Eduardo Tagliaferro (TSE) prestar esclarecimentos sobre a troca de mensagens entre servidores do Tribunal Superior Eleitoral e do STF (Supremo Tribunal Federal).

O requerimento foi apresentado pela deputada federal e líder da minoria na Casa, Bia Kicis (PL-DF), na segunda (26) e era o primeiro item da pauta do colegiado.

Tagliaferro era ex-chefe da AEDD (Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação) da corte eleitoral, à época presidida por Moraes. O setor era responsável pela apuração, investigação e elaboração de relatórios encomendados pelo gabinete do ministro no Supremo. Os documentos pedidos eram usados para embasar decisões do próprio ministro contra bolsonaristas no inquérito das fake news.

“A troca de mensagens sugere que houve supostamente adulteração de documentos, prática de pesca probatória, abuso de autoridade e possíveis fraudes de provas”, diz a parlamentar em sua proposta.

Ela afirma que os alvos escolhidos sofreram bloqueios de redes sociais, apreensão de passaportes, intimações para depoimento à PF, entre outras medidas e que os pedidos para investigação e produção de relatórios eram feitos via WhatsApp, sem registros formais.

A deputada cita os casos dos jornalistas Rodrigo Constantino e Paulo Figueiredo, da Revista Oeste, dos deputados Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Carla Zambelli (PL-SP) e dela própria.

Da Folha de São Paulo.

O MasterChef é um fenômeno global que conquistou audiências em mais de 40 países. A franquia, que começou no Reino Unido em 1990, rapidamente se espalhou pelo mundo, alcançando países tão diversos quanto Itália, Índia, Hungria, Indonésia e muitos outros. 

O formato do MasterChef é simples, mas cativante: aspirantes a chef competem entre si em desafios culinários que testam suas habilidades e criatividade. Os competidores são julgados por chefs renomados, e a pressão é alta para criar pratos impressionantes. Essa fórmula comprovada mantém os espectadores engajados e ansiosos por cada novo episódio.

Cada versão nacional adapta o formato original, trazendo elementos culturais e culinários específicos de cada região, o que contribui para o sucesso global do programa. A partir daí, outras variações do programa também foram produzidas, como o MasterChef Profissionais e o Júnior.

Não por acaso, a Agência Conversion, especialista em análise de dados e SEO, apurou o destaque internacional do programa e constatou, por meio da ferramenta SEO Ahrefs, que nos últimos 12 meses a Turquia lidera o ranking de países que mais procuram pelo programa, com 510.000 buscas mensais.

O interesse global pelo programa MasterChef

De acordo com os dados levantados pela Agência Conversion, os cinco países que mais pesquisaram sobre o programa MasterChef foram:

  1. Turquia: 510.000 buscas.
  2. Espanha: 187.000 buscas.
  3. Brasil: 180.000 buscas.
  4. Colômbia: 111.000 buscas.
  5. Grécia: 88.000 buscas.

Esse levantamento demonstra como o programa tem um apelo universal, atraindo espectadores de diferentes culturas e regiões do mundo. 

A versão turca do MasterChef tem conquistado uma legião de fãs graças à combinação de culinária de alta qualidade, personalidades carismáticas e uma competição acirrada. 

Os espectadores turcos são apaixonados por gastronomia e encontram no programa uma fonte de inspiração e entretenimento, que representa perfeitamente uma culinária turca, rica em sabores e tradições

O sucesso do MasterChef no Brasil

Reality shows como o MasterChef desempenham um papel crucial em popularizar a gastronomia e promover a educação culinária entre o público em geral. Eles não apenas entretêm, mas também ensinam técnicas de cozinha, inspiram criatividade e fomentam uma apreciação pela arte culinária.

No Brasil, o MasterChef é transmitido pela Band e já se tornou um dos programas de culinária mais amados do país. 

O programa não só lançou a carreira de muitos chefs talentosos, como também influenciou a cultura gastronômica brasileira, inspirando amadores a se aventurarem na cozinha e experimentarem novas receitas. 

Além disso, o MasterChef Brasil tem sido um palco para discussões sobre técnicas culinárias; utensílios de cozinha; produtos indispensáveis como liquidificador, fogão e geladeira; e as mais recentes tendências gastronômicas.

Por Renato Hayashi*

A prestação de contas eleitorais é um dos pilares fundamentais que garante a transparência e a integridade do processo eleitoral democrático. No contexto de uma campanha política, onde os recursos financeiros desempenham um papel crucial, a correta declaração de receitas e despesas não é apenas uma exigência legal, mas também uma demonstração de comprometimento com a ética e a confiança pública.

No entanto, muitos candidatos e suas equipes de assessoria acabam cometendo erros que podem comprometer não apenas o resultado final da campanha, mas também a reputação do candidato e sua elegibilidade para cargos públicos.

Diante da complexidade das regras e dos prazos estabelecidos pela legislação eleitoral, é comum que surjam dúvidas e dificuldades na hora de preparar a prestação de contas. Pequenos descuidos, como a falta de organização documental ou a subnotificação de despesas, podem resultar em graves consequências, incluindo a reprovação das contas e a imposição de multas.

Além disso, a crescente atenção das autoridades eleitorais para com a fiscalização do uso dos recursos durante as campanhas torna imperativo que candidatos e assessores estejam completamente alinhados às exigências legais.

Este artigo visa oferecer um guia prático, destacando os principais erros a serem evitados na prestação de contas eleitorais.

1. Desorganização na documentação

Um dos erros mais comuns é a falta de organização dos documentos financeiros. Cada receita e despesa deve ser registrada e comprovada. É essencial manter todos os recibos, notas fiscais, contratos e outros documentos relacionados à campanha em ordem e devidamente arquivados.

Destaque-se que na contratação da militância recomendamos que seja acompanhada de contrato, documento de identificação, comprovante de residência e conta bancária e no tocante à locação de comitê, o candidato deve comprovar a propriedade ou posse do locador do imóvel.

Inclusive, os candidatos devem verificar os extratos bancários diariamente para que toda e qualquer movimentação bancária seja devidamente acompanhada.

 2. Subnotificação de receitas e despesas

Alguns candidatos cometem o erro de subnotificar receitas ou despesas, seja por descuido ou intencionalmente. Isso pode levar à reprovação das contas. Todas as receitas, independentemente do valor, devem ser declaradas, assim como todas as despesas. A transparência é fundamental para evitar problemas legais e manter a confiança do eleitorado.

Em caso de recebimento de doações, por exemplo, o prazo para informar à justiça eleitoral é de 72h. É importante lembrar que doações de pessoas físicas devem obedecer ao limite de 10% do imposto de renda 2023 do doador. Já as pessoas jurídicas não podem doar. O autofinanciamento (pelo candidato) tem o limite de 10% do teto de gastos da campanha.

3. Utilização indevida de recursos

O uso de recursos próprios, de doações ou de fundos partidários fora das regras estabelecidas pela legislação eleitoral pode levar à rejeição das contas e, em casos graves, à inelegibilidade do candidato. É importante seguir rigorosamente as normas sobre a origem e o uso desses recursos.

4. Erro no registro de doações

As doações devem ser registradas corretamente, especificando o nome do doador, CPF, o valor e a data da doação. Não registrar uma doação ou registrá-la incorretamente pode ser interpretado como tentativa de ocultação de recursos.

 5. Omissão de gastos com pessoal

Os gastos com pessoal de campanha, incluindo salários, diárias, transporte e alimentação, muitas vezes são negligenciados ou mal registrados. Todos os gastos com equipe, sejam eles fixos ou temporários, devem ser devidamente contabilizados e documentados.

6. Desrespeito aos prazos

O não cumprimento dos prazos estabelecidos pela Justiça Eleitoral para a entrega da prestação de contas é um erro grave. A entrega fora do prazo pode resultar em multas e na desaprovação das contas. Por isso, é essencial que candidatos e assessores estejam atentos ao calendário eleitoral e entreguem a documentação dentro dos prazos estipulados.

A prestação de contas parciais deve ocorrer entre 9 e 13 de setembro, já a prestação de contas finais deve ser enviada até 30 dias após a eleição.

Todas as despesas e receitas ocorridas antes do dia 13/09 devem ser indicadas na prestação de contas parciais, sob pena de irregularidade, o candidato não deve deixar para reportar tudo na prestação de contas finais.

Finalizada a prestação de contas, o candidato deve protocolar um arquivo com a prestação de contas diretamente na justiça eleitoral, com um pen drive. A ausência desse protocolo faz com que o julgamento das contas seja de contas não prestadas, o que deixa o candidato inelegível.

7. Falta de conhecimento das normas legais

Desconhecer as regras da prestação de contas eleitorais é um erro comum que pode ter consequências severas. Candidatos e assessores devem estar informados sobre as normas vigentes e, se necessário, buscar orientação de profissionais especializados, como advogados e contadores, para garantir que todas as obrigações legais sejam cumpridas.

 8. Ausência de controle interno

A falta de um controle interno eficaz durante a campanha pode levar a erros na prestação de contas. É aconselhável implementar um sistema de controle que permita o acompanhamento constante das receitas e despesas, facilitando a prestação de contas ao final da campanha.

9. Não realização de análise prévia

Antes de submeter a prestação de contas à Justiça Eleitoral, é importante realizar uma análise prévia detalhada para identificar possíveis erros ou inconsistências. Essa revisão final pode evitar que pequenos erros se transformem em grandes problemas.

10. Subestimar a importância da transparência

Subestimar a importância da transparência é um erro fatal. A prestação de contas não é apenas uma exigência legal, mas uma oportunidade para demonstrar ao eleitorado a seriedade e o compromisso do candidato com a ética e a legalidade. Uma prestação de contas clara e detalhada fortalece a imagem do candidato e evita suspeitas de irregularidades.

11. Deixar de constituir contador e advogado

Tanto o contador, quanto o advogado são profissionais indispensáveis para o processo de prestação de contas eleitorais. Por exemplo, a ausência do advogado regularmente constituído pode resultar a prestação de contas como não prestadas, acarretando a inelegibilidade do candidato.

A prestação de contas eleitorais é um processo complexo, mas essencial para a integridade das eleições. Candidatos e assessores devem estar atentos aos detalhes para evitar erros que possam comprometer a candidatura. A organização, a transparência e o cumprimento das normas legais são os pilares de uma prestação de contas bem-sucedida.

*Advogado, Cientista Político e Professor. Mestre em Políticas Públicas pela UFPE. Pós-graduado em Direito Eleitoral, Direito Político e Marketing.

Por Carol Bradley
Da Revista Viva Vida 60+

Mergulhar com tubarões, cobrir seis Copas do Mundo e duas Olimpíadas, indicado como finalista ao prêmio Emmy de Jornalismo. Primeiro nordestino a fazer reportagens para o Jornal Nacional, deu visibilidade ao problema da seca no Sertão e denunciou compras de votos no interior. Aos 80 anos, em plena forma, Chico José, como é mais conhecido, tem muito o que comemorar.

Casado com a jornalista Beatriz Castro, é pai de quatro filhos, um homem e três mulheres; dois deles seguiram seus passos no jornalismo, além de seis netos. Cearense do Crato, aos onze anos se mudou com a família para Pernambuco, após três anos da morte do pai e o novo casamento da mãe.

Iniciou sua carreira no Jornal do Commercio e saiu da Globo aos 77 anos, após 46 anos na emissora.  Recebeu diversos convites para morar fora: em São Paulo, Londres, mas recusou todos, nunca quis deixar o Recife. Decidiu comemorar os 80 anos do jeito que mais gosta, com a família, os amigos e um mergulho radical em Fernando de Noronha.

Como foi o início da sua carreira de jornalista?

Eu ganhei um concurso literário no colégio Americano Batista e quando o diretor foi me entregar o prêmio, falou que eu tinha muito jeito para ser jornalista. Foi a primeira pessoa que me despertou o interesse pelo jornalismo, mas a minha paixão era pelo esporte, principalmente pelo futebol e foi isso que me levou para o jornalismo. No Jornal do Commercio tinha um vespertino chamado Diário da Noite, que era dedicado aos esportes. Eu corrigi uma estatística errada do Campeonato Pernambucano de Futebol, que tinha mais de vinte erros e mandei uma carta desaforada para o jornal. O editor de esporte, chamado Aramis Trindade, tinha uma crônica diária na resenha esportiva, da Rádio Jornal do Commercio e durante o programa, ele chamou: “O leitor que corrigiu a estatística do campeonato, por favor venha à redação,” mas, eu não fui. Pensei, ele deve estar querendo me devolver os desaforos que eu disse (risos), porém, no dia seguinte, chamou de novo no programa e eu fui. Ele me pediu para ficar fazendo a estatística do Campeonato Pernambucano, até que um dia, o repórter que cobria o Náutico adoeceu e Aramis me pediu para ficar no lugar dele. Na época, não tinha o curso de jornalismo, eu sofri muito pra aprender na prática, a redação foi minha universidade.  

Você já cobriu seis Copas do Mundo e duas Olimpíadas, o que mais te marcou na cobertura esportiva?

O que mais me marcou foi acompanhar o Náutico na época do hexacampeonato. Era um time maravilhoso, jogadores extraordinários e um sistema de jogo diferente, eu já vi ganhar do Santos, com Pelé, na Vila Belmiro era um super time.

Ganhei um sorteio para cobrir a minha primeira Copa do Mundo em 1966, no ano que entrei para o Jornal do Commercio. Na Copa do Mundo de 1970, no México, ganhei um concurso de reportagem, também pelo Jornal do Commercio. Foram catorze dias de treino de manhã e de tarde em Guanajuato, nesse período, Zagalo formou talvez a melhor seleção brasileira de todos os tempos. Tive oportunidade de acompanhar tudo, naquela época não tinha treino secreto, eu tinha acesso à concentração e jogávamos futebol com a comissão técnica. Havia um entrosamento muito grande e isso para um jovem como eu, convivendo com Pelé, Rivelino, Zagallo era uma gratificação e me fez apaixonar ainda mais pelo esporte. Nas Olimpíadas, acompanhei Joaquim Cruz (no atletismo), quando ganhou a medalha de ouro para o Brasil.    

Como foi sua experiência na área da publicidade?  

Quando o Jornal do Commercio faliu, antes do João Carlos Paes Mendonça comprar, minha filha mais velha tinha apenas três meses de idade e estavam pagando em vale. Então, fui trabalhar numa agência de publicidade que chamava Abaeté Propaganda, com o Seu Queiroz, que atualmente é a Ampla. Fiquei lá por um tempo, como eu cobria o Banorte, o banco acertou com a agência de publicidade para eu ir trabalhar como gerente de marketing no Banorte. Eles investiram em mim, fiz curso de especialização em marketing e fiquei ainda dois anos como gerente de marketing do sistema financeiro Banorte, foi quando veio o convite da Globo e deixei o banco. Estava num cargo muito bom, mas a minha vocação era o jornalismo, tanto que fui ganhar em salário na Globo, a metade do que ganhava como gerente no banco, mas eu achava que tendo oportunidade na Globo, conseguiria vencer nessa profissão. 

Suas imagens mergulhando junto aos tubarões são impressionantes, como é a sua relação com o mar?

Comecei a mergulhar com Dr. Nelson Caldas, otorrino, que mergulhava em naufrágios. Ele localizou o Trafalgar, um naufrágio com uns canhões de bronze, ligou para o Jornal do Commercio e falou comigo para fazer a reportagem. Comecei a mergulhar assim, por acaso, fazendo reportagens. Eu fazia caça submarina, mas depois achei que era uma covardia ficar atirando nos peixes lá embaixo e passei a ser um defensor da natureza. Jacques Cousteau (cineasta e oceanógrafo francês) fez uma relação dos dez principais pontos de mergulho do mundo, já fui aos dez, onde tinha um lugar bom de mergulho, eu dava um jeito de ir. Mergulhei muito com tubarões, já fui procurar os tubarões que atacam aqui (no litoral de Pernambuco). Eu fui pras Bahamas, na época estava proibido levar mergulhadores pra área que fica ao lado do abismo das Bahamas, porque os tubarões dali tinham matado um turista alemão e o governo proibiu o mergulho naquele local, mas a Globo conseguiu uma autorização pra fazer a reportagem. Então eu e o cinegrafista que foi comigo assinamos um termo de responsabilidade pela própria vida. Você tem que ficar preparado, não deixar o tubarão vir por trás, eles vieram cinco vezes pra cima de mim, na quinta vez quando ele abriu a boca eu filmei dentro da boca do bicho e tem vídeo pra comprovar.  

Qual trabalho você considera o mais marcante de toda sua carreira?

O que mais me marcou foi a seca, quando comecei na Globo eu era repórter esportivo. Fui o primeiro apresentador do Globo Esporte em Pernambuco e com o tempo, passei a fazer reportagens gerais. Nessa época só entrava no Jornal Nacional repórter do Rio, São Paulo e Brasília, fui o primeiro a entrar fora dessas três praças. Eu entrei em 1976 e em 1978 começou a grande seca que durou até 1982. Morriam as pessoas, os animais e morriam principalmente as crianças desnutridas. O Nordeste era recordista mundial de mortalidade infantil, não havia assistência médica no Sertão, só Ouricuri, Salgueiro, Serra Talhada e Petrolina tinham hospitais, era muito difícil pra população, aquilo me emocionava demais. A BR 232 nem era asfaltada, o governo não ia lá, depois inventaram carro pipa pra ganhar voto e eu denunciei tudo isso:  o voto do carro pipa, o voto de cabresto, compra de voto, entrei na fila pra comprar votos em Salgueiro, então eu fazia todas essas reportagens do interior. 

Como se sentiu sendo finalista do prêmio Emmy Internacional em 2013?

Eu estava na primeira fila do teatro Lincoln Center, em Nova Iorque e me senti como se estivesse no Oscar, foi muito marcante pra mim. A matéria foi sobre a cultura dos índios Enawenês Nawês, que passam sete meses do ano fazendo rituais e oferendas para o espírito do mal não castigarem eles. Eu morei trinta e dois dias dentro da selva, convivendo com eles e fomos muito bem recebidos, o filho do cacique era meu intérprete e falava português. Teve um acidente com a filha do cacique, um galho de uma árvore caiu na cabeça da menina e ela ficou em coma por dois dias. Eles fazendo dança e pajelança ao lado dela, tinha um funcionário da Funai com um barco para levar a menina pro hospital, mas eles não deixavam, então eu tomei a iniciativa de falar com o cacique e o filho traduzindo, que a filha dele ia morrer, se não fosse para um hospital e ele deixou. No dia seguinte, o filho dele me acordou de madrugada e me levou para falar com o cacique que estava bravo porque o hospital não tratava da menina, ele disse que branco não gostava de índio. A realidade é que só tinha uma ginecologista e um clínico geral e ela precisava de um neurologista. Eu liguei para o Secretário de Saúde de Mato Grosso e disse que ele precisava mandar um avião com neurologista a bordo para tratar da menina já no avião. Ele ficou botando dificuldade, então eu disse: Tenho dois finais para o Globo Repórter; tem a abertura mostrando o drama dessa menina e dois finais para o senhor escolher um. No primeiro, ela foi salva porque o senhor mandou o avião com o neurologista a bordo, foi operada e voltou, o outro é que ela morreu porque o senhor não deu atenção. Ele disse: Vou mandar buscar agora mesmo. O final do Globo Repórter foi a menina tomando banho de rio, ela ficou boa. 

Você conhece bem a Amazônia, já dava para antecipar que teríamos os atuais problemas climáticos?

Cobri a Amazônia durante quase vinte anos, eu era o repórter da Amazônia, tinha sala na TV Amazonas, em Manaus. Fiz os grandes rios da Amazônia, percorri todas as estradas, que são os rios, porque não tem estrada pela selva, então eu fiz o Rio Negro, Solimões, Tapajós, fiz o rio Amazonas desde a nascente na Cordilheira dos Andes e tive muito contato com indígenas. Nessa época, não havia ainda o avanço da agricultura e a coisa mais maléfica que existe é o garimpo. Denunciei várias vezes o garimpo ilegal na terra dos Ianomâmis, que se repetiu no governo passado e a Sônia Bridi fez um trabalho extraordinário, para o Fantástico. Naquela época não havia tanto desmatamento, se você andar hoje pelo município de Santarém, no Pará, vai ver que é tudo plantio de soja, sementes. Eu voltei ao Jalapão dezenove anos depois e quase não reconheci, porque onde havia cerrado tinha se transformado em plantio de eucalipto, soja, avançaram demais com fazendas de gado, tem muitos casos também de grilagem de terra e a gente está vendo as consequências agora.

Como estão os projetos profissionais atualmente

Sai da Globo depois de 46 anos, aliás todos saíram, eu fui um dos últimos a sair, depois que estava demitido, ainda me deram oportunidade para fazer um Globo Repórter e escolhi fazer o Atol das Rocas e Fernando de Noronha e fui curtir a vida, mas começaram a surgir as propostas. No Jornal do Commercio, na CBN, TV Tribuna, surgiram boas oportunidades, mas não era isso que eu queria. Eu trabalho para uma agência chamada Caséfala, de Regina Casé e ela me manda para o Brasil inteiro fazendo palestras, então eu conto as minhas histórias e é isso que quero fazer. Mais recentemente fiz uma série de seis documentários para a Petrobrás “Um Brasil de Energia”, sobre transições energéticas. 

Você decidiu comemorar seus 80 anos, com um mergulho na Corveta Ipiranga, naufragada em Noronha, como foi essa comemoração?

Eu decidi que ia comemorar os 80 anos do meu jeito, fazendo um dos mergulhos mais radicais do país, em Fernando de Noronha. Fui pra ilha no dia 29 de abril, dois dias antes do meu aniversário, com um grupo grande de amigos e família, mas só quem foi comigo pro barco de mergulho foi a minha filha, Mariane Brito, que é jornalista e mora na Espanha, porque o mergulho é um pouco afastado da ilha e se não tiver experiência de barco termina enjoando. Ela me filmou pulando na água, lá embaixo fui até o fundo e botei o computador na areia pra mostrar que estava a 62 metros de profundidade, tudo registrado pela minha amiga fotógrafa, Zaira Matheus e pelo cinegrafista que sempre viaja comigo, Fábio Borges. Fiz o mergulho pra mandar uma mensagem para os velhinhos, que como eu, chegaram aos 80 anos de idade: Isso não significa o fim da vida, reaja, lute, procure continuar vivendo, a vida é bela, você tem que aproveitar o seu tempo com a família e com os amigos. (O vídeo do mergulho está no insta @chicojosedebrito).