“Quem tiver apostando que o Brasil vai dar errado, vai errar”, diz Silvio Costa Filho

Em debate com as principais lideranças do setor produtivo brasileiro, durante o fórum Esfera, realizado neste sábado (8), em São Paulo, o ministro Silvio Costa Filho destacou a melhora de praticamente todos os indicadores macroeconômicos e econômicos brasileiros. Segundo o titular da pasta de Portos e Aeroportos, o governo do presidente Lula é o principal responsável por esse cenário positivo, quando em comparação com a gestão passada. Ao lado de nomes importantes da administração pública federal, como o ministro Renan Filho (Transportes) e a ex-ministra e atual secretária executiva da Casa Civil, Miriam Belchior, Silvio Costa Filho cravou: “quem tiver apostando que o Brasil vai dar errado, vai errar!”

“Quando o presidente Lula assumiu o país, o Risco Brasil era de mais de mais de 200 mil pontos. Entramos o ano (2024) com o Risco País na faixa dos 130 mil pontos. Quando o presidente Lula assumiu o país, a taxa de desemprego era de mais de 9%. Nós terminamos o ano de 2023 e agora o primeiro trimestre de 2024 com a menor taxa de desemprego do país segundo o Caged, em 7,4%, com mais de 100 milhões de carteiras assinadas”, pontuou Silvio Costa Filho, traduzindo em números a alavancada que o Governo Lula deu na economia brasileira.

Em seguida, o ministro de Porto e Aeroportos ressaltou o crescimento na renda do brasileiro. “Lógico que é importante a gente dialogar com o setor financeiro, com o setor produtivo. Até porque eu sou um defensor da Agenda Brasil, da parceria público privada; sou defensor da inclusão do setor produtivo na economia, isso é fundamental. Mas o poder de crescimento do consumo faz com que a gente tenha um crescimento do setor terciário, da indústria, do setor de servidos”, explicou. 

Costa Filho ainda fez uma reflexão sobre a importância do incentivo ao investimento privado, postura observada no Governo Lula. “Sabe quanto o governo federal, nos quatro anos do governo passado, investiu em recursos públicos? Foram R$ 650 milhões. Terminamos o ano de 2023, o primeiro do Governo Lula 3, com investimentos de mais de R$ 1 bilhão. E vamos terminar o ano 2024 com investimentos de mais de R$ 2 bilhões, só de investimentos públicos; só na área de portos. Vamos fazer uma reflexão na área de investimentos privados. No último ano do governo passado, o setor produtivo investiu R$ 3,5 bilhões; um investimento privado no Brasil. Sabe quanto terminamos o ano passado, 2023? Com R$ 8 bilhões! E este ano o setor privado brasileiro vai investir mais de R$ 10 bilhões”, argumentou. 

Aplaudido por todos os presentes, Silvio Costa Filho encerrou sua fala em grande estilo. “Quem tiver apostando que o Brasil vai dar errado, vai errar! O Brasil vai dar certo, o Brasil vai voltar a crescer, a gerar emprego, a gerar renda. O povo vai voltar a ser mais feliz!”

Paulista - Boa praça

A CDD (Comissão de Defesa da Democracia) do Senado aprovou, na última quinta-feira (6), o Projeto de Lei (PL) 2.140/2020 que tipifica o crime de apologia à tortura e de apologia à instauração de regime ditatorial no país.

Atualmente, o Artigo 287 do Código Penal diz ser crime fazer, publicamente, apologia de fato criminoso ou de autor de crime, com pena de detenção de 3 a 6 meses ou multa. O projeto muda a redação desse artigo, acrescentando ser crime fazer apologia à tortura e à ditadura. As informações são do Poder360.

“Art. 278 – Fazer publicamente ou disseminar, inclusive em ambiente virtual, apologia de fato criminoso ou de autor de crime; de tortura ou de torturadores; de instauração de regime ditatorial no país ou de ruptura institucional”, diz a proposta para o artigo.

O texto ainda dobra a pena se a apologia for cometida por membro do Poder Judiciário ou do Ministério Público, aumentando a punição pela metade se a apologia ao crime for cometida por meio de perfis falsos nas redes sociais.

A relatora da matéria, senadora Teresa Leitão (PT-PE), disse que a medida é necessária diante do aumento da polarização política no Brasil.

“Observamos o surgimento de discursos de ódio, violentos e que defendem o retorno da ditadura militar no país, assim como celebram figuras ligadas a atos de tortura durante aquele período sombrio da nação. Essas manifestações, indubitavelmente, acabam estimulando o crescimento de grupos radicais que se opõem à democracia e à ordem constitucional”, disse.

A relatora ainda destacou a diferença entre liberdade de expressão e apologia ao crime. “A liberdade de expressão é um direito fundamental em uma democracia, mas que há limites, uma vez que certos discursos podem inflamar grupos radicais que difundem discurso de ódio travestido de liberdade de pensamento”, diz o relatório.

Não houve manifestações contrárias à proposta. O projeto agora segue para análise da Comissão de Segurança Pública do Senado. Para virar lei, precisa ainda passar pelos plenários da Câmara e do Senado e ser sancionado pelo presidente da República.

Petrolina - Viva a nossa arte

A economista Maria da Conceição Tavares morreu neste sábado (8), em Nova Friburgo, aos 94 anos. Referência do pensamento desenvolvimentista no país, sem papas na língua, a portuguesa de nascimento e brasileira de coração, formou uma geração de economistas no país que têm decidido o destino econômico do Brasil nas últimas décadas. Ela deixa dois filhos, Laura e Bruno, dois netos, Ivan e Leon e o bisneto Théo. A família não divulgou a causa da morte

A sua festa de 80 anos, em 2010, na Casa do Minho, exatamente em frente ao prédio onde morava no Cosme Velho, encheu o lugar de ex-governadores, ex-ministros da Fazenda, da Saúde e por aí vai. Dois candidatos à Presidência, Dilma Rousseff e José Serra, dividiram a mesa com a economista. As informações são do O GLOBO.

O respeito pelo conhecimento da mais provocativa economista brasileira se soma ao carisma da professora da Unicamp e da UFRJ, que conseguia hipnotizar uma plateia de jovens, entrantes na faculdade de Economia, por mais de uma hora, como na aula magna que lotou o auditório Pedro Calmon, no campus da UFRJ na Urca. Era 2009.

Nascida em 24 de abril de 1930, em plena Grande Depressão, temia aquele início de ano, quando o Brasil e o mundo viviam a recessão: “Nasci numa depressão e vou morrer noutra”, falou, para ser desmentida pela realidade. Em abril de 2018, estava de volta àquele mesmo palco para receber homenagem pelos seus 88 anos.

Maria da Conceição Tavares chegou ao Brasil em 1954, três anos depois, tornou-se cidadã brasileira. Intensa, neutralidade nunca fez parte do seu vocabulário. Combateu ferozmente a política econômica do regime militar e os planos liberais dos governos de Fernando Henrique Cardoso.

Chorou em frente às câmeras de TV na defesa do Plano Cruzado, nos anos 1980, em um dos momentos mais marcantes daquela época de euforia que o congelamento dos preços trouxe ao povo brasileiro, a crença de que finalmente a inflação tinha sido vencida. A preservação dos ganhos dos trabalhadores foi a razão para essa defesa emocionada na frente das câmeras de televisão, contou ela 30 anos depois:

“Pela primeira vez se fazia um plano anti-inflacionário que não prejudicava o trabalhador. Isso é comovedor, todos os outros, como este agora também (referindo-se ao ajuste fiscal promovido em 2015), provocaram recessão, desemprego e queda de salários. Acompanhei o plano todo, até que capotou de maneira estrondosa”, disse.

Ipojuca - Minha rua top

Por Aldo Paes Barreto

Naquele início dos anos 60, um grupo de jovens, igual a tantos que se formavam no ainda provinciano Recife, começava a desvendar os mistérios da cidade em incursões fora do bairro. Eram as primeiras sessões dos cinemas de arte, as discussões políticas e literárias, cursinhos para vestibular, as festinhas de aniversário, os “assustados”, os bailes de formatura, as ultrapassagens às fronteiras impostas pelos bons costumes e pelas velhas pontes da cidade, nos primeiros gozos do corpo e do espírito.

Caminhante daqueles alegres caminhar, Gasparino Ribeiro sempre seguia na frente, incutindo em todos – inclusive nos apreensivos familiares que ficavam na retaguarda – um sentimento de segurança, de fraterna presença, de sábia convivência. Corajoso, bravo e decidido, Gaspar era incomparavelmente leal e solidário, principalmente com os menores, os fracos e os oprimidos.

Originário da aristocracia rural da zona da Mata Norte pernambucana, Gasparino, à frente de meia dúzia de irmãos, aportou certo dia numa casa na Encruzilhada para se realizar doutor. Seria mais uma “república de estudantes”, se não fosse pelo espírito democrático que logo impregnou todos os circunstantes, transmitido pelo refúgio quase-abrigo, misto de biblioteca e centro de intermináveis discussões políticas. Líder natural, o Camarada Gaspar, como costumávamos chamá-lo, depois das desditas da “Redentora”, foi combatente de primeira hora contra os abusos de 64. Não porque fosse simpatizante das causas marxistas, mas porque era sempre solidário com os vencidos, com os perseguidos políticos, com as primeiras vítimas vencidas pelos que se impunham pela força.

Logo na longa noite de 1° de abril daquele 64, foi Gaspar junto com Fernando Menezes e outros braços amigos, quem buscou, guiou e deu abrigo ao perseguido jornalista Mílton Coelho da Graça, num comportamento que se tornaria rotina, até mesmo quando o irmão Renato Ribeiro teve que se exilar no Chile.

Cristina Tavares (1934-1982) costumava lembrar Gaspar como o bravo que venceu no braço um motorista de praça, por ousar detratar uma velhinha em plena Rua da Palma, local de ponto de táxi onde o detrator era uma espécie de xerife da área.

Já Nílton Monteiro prefere recordar Gaspar como o homem que revidou a agressão de um feroz pastor alemão com tamanho soco nas fuças que se esse animal ainda existir, certamente continua ganindo lá pelas bandas de Ponto de Parada. Fernando Mendonça evoca o Gaspar leal de sua única campanha política, a catar e recomendar votos para ele entre seus muitos amigos.

Todos, porém, amigos que cultivou entre os melhores de sua geração, certamente haverão de lembrar do Camarada Gaspar como o amigo leal, o cidadão agindo sempre em defesa dos desvalidos, dos excluídos, dessas esquálidas mãos armadas que um dia lhe tirariam a vida.

Era para esses miseráveis que ele sempre tinha algo a dizer, se irmanar, no permanente exercício da solidariedade construtiva. Não com a hipocrisia dos sepulcros caiados que tentam esconder a cruel realidade de uma sociedade injusta, produto muito mais da impunidade, da falta de limites, como se a barbárie pudesse conviver com a civilização. Mas com a certeza de que só poderemos construir uma sociedade justa e equilibrada quando não houver mais excluídos nas ruas com uma arma na mão e a maldade na cabeça. 

Do contrário, sempre haveremos de ter, desgraçadamente, mais excluídos do que amigos, irmãos e camaradas como Gaspar.

Ipojuca - Minha rua top

O desembargador aposentado João David de Souza Filho, um dos grandes nomes da magistratura pernambucana, faleceu na madrugada de ontem. Ele faria 102 anos de idade no próximo dia 30 deste mês. O corpo será velado neste sábado (8), no Salão dos Passos Perdidos do Palácio da Justiça, das 11h às 15h. O sepultamento será em Santa Maria do Cambucá, sua cidade natal.

O presidente do TJPE, desembargador Ricardo Paes Barreto, determinou cinco dias de luto no Judiciário pernambucano. “Trata-se de uma grande perda para todo o Judiciário pernambucano. Fica o legado de uma vida inspiradora para todos nós. O desembargador João David foi um exemplo de trabalho, competência e honradez em todos os sentidos. Que Deus conforte o coração de familiares, parentes e amigos”, disse o presidente do TJPE.

A trajetória de vida do desembargador João David de Souza Filho caminha lado a lado com a história do Judiciário pernambucano. Filho de João David de Souza e Luiza Severina David de Souza, ele nasceu em 30 de junho de 1922, em Santa Maria do Cambucá, no Agreste do Estado. Em 1947, formou-se em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e poucos meses depois foi aprovado no concurso para juiz do TJPE.

João David foi nomeado juiz de direito em 1948 e foi trabalhar em Serrita, no Sertão. Depois, atuou nas comarcas de Salgueiro (1948), Pedra (1950), Lagoa dos Gatos (1950), Taquaritinga do Norte (1951), Surubim (1952), São Joaquim do Monte (1957) e Água Preta (1958), até ser promovido, por merecimento, para a Capital em 1962.

Chegando na Capital, o magistrado atuou em Varas de Família durante 15 anos, área do direito é a que sempre teve mais afinidade. Nesse período, o magistrado também exerceu atividades no Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE) durante dois biênios e chegou a atuar como presidente da instituição.

Pelo critério de antiguidade, João David de Souza Filho foi promovido a desembargador do Tribunal de Justiça de Pernambuco no ano de 1984. Em 1987, foi eleito Corregedor Geral da Justiça e, em 3 de fevereiro de 1992, assumiu a Presidência do TJPE. Exerceu todos os cargos de direção do Poder Judiciário: juiz, desembargador, corregedor-geral, juiz eleitoral, presidente do TRE e presidente do TJPE.

Serra Talhada - Saúde

Por Marcelo Tognozzi*

O Brasil muitas vezes dá a nítida impressão de estar em marcha batida para a decadência. O caso do PL das saidinhas é exemplar. O Congresso votou a matéria 3 vezes. Na última delas, derrubou o veto do presidente Lula que mantinha as saidinhas. Pois bem, mesmo depois de deputados e senadores decidirem pelo fim do passeio dos presidiários, a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) foi ao Supremo pedir a derrubada da lei, alegando ser ela inconstitucional.

É o caso de se perguntar para que serve o Congresso? Onde foi parar a soberania do Legislativo, que cumpre seu papel de votar e legislar e logo em seguida vê suas decisões tornadas sem efeito por quem não tem voto e nem delegação do eleitor.

A sociedade não quer saidinha. Qualquer pesquisa feita com honestidade mostrará isso. Insistir em derrubar a lei é se colocar contra a sociedade que, em outubro de 2022, votou e elegeu seus representantes e a eles delegou deliberar sobre assuntos desse tipo.

O mesmo aconteceu com o marco temporal das terras indígenas, assunto pacificado pelo Supremo em 2009 pelo relatório do ex-ministro Menezes Direito, agora revisto pelo tribunal sem a menor necessidade, uma vez que não houve fato relevante capaz de ressuscitar a questão.

O contrato social, tácito, implícito nas relações entre o Estado, representado pelo Poder Público, e a sociedade, representada pelos cidadãos pagadores de impostos, está sendo esvaziado pela falta de confiança. O cidadão cumpre suas obrigações, elege seus representantes e dá a eles poder de força e coerção. Mas o que está acontecendo no Brasil virou um desvirtuamento dessa força e desse poder de coerção, usados contra uma ampla maioria da sociedade que não quer conviver com saidinhas de bandidos.

A sociedade delegou ao Estado a responsabilidade sobre os presos e, agora, esse mesmo Estado quer a sociedade assumindo parte dessa responsabilidade em nome da tal ressocialização. A mesma sociedade financiadora da máquina da Justiça cara, lenta e burocrática, tantas vezes ineficiente. No Brasil, condenar e fazer valer a condenação é quase uma proeza.

O Estado brasileiro gasta muito tempo, muita energia e muitos recursos humanos e financeiros para investigar, denunciar, processar, condenar e manter presos criminosos. Não é possível que depois de tudo isso as pessoas de bem sejam obrigadas a “socializar” com quem foi para a cadeia porque afrontou a lei, matou, roubou, falsificou ou cometeu qualquer outro tipo de delito grave.

Não é por acaso que a maioria das pessoas perdeu a confiança no Estado e na sua capacidade de garantir coisas básicas como a independência dos Poderes, respeitando as deliberações do Congresso tomadas dentro da lei e das regras do jogo democrático. Se as decisões de deputados e senadores deixarem de valer, corremos o risco de um novo 13 de abril de 1977, quando o então presidente Ernesto Geisel decidiu fechar o Congresso e criar senadores biônicos.

Esse esgarçamento entre Estado e sociedade não acontece só no Brasil. Nesta semana, o presidente de El Salvador, Nayib Bukele deu entrevista ao jornalista Tucker Calrson e contou o caso de um criminoso preso na Espanha, acusado de cometer inúmeros crimes graves, como homicídios, em El Salvador. Quando soube da prisão do bandido, Bukele publicou nas suas redes sociais um “mandem para cá que cuidaremos dele”. Mas os espanhóis decidiram que o criminoso não deveria ser devolvido a El Salvador, porque as condições carcerárias eram melhores na Europa.

“Eu não entendo o motivo de a Espanha querer manter um bandido lá. Para mim seria uma boca a menos para alimentar, mas esse tipo de atitude é um indicativo da decadência vivida pela nossa sociedade ocidental, uma inversão de valores”, disse Bukele.

O presidente de El Salvador, 42 anos, filho de palestino muçulmano, está no 2º mandato e com uma aprovação recorde porque conseguiu transformar seu país num lugar seguro em que cada um tem seu papel: bandido é bandido, polícia é polícia e cidadão é cidadão. Virou fenômeno mundial simplesmente por cumprir sua obrigação de governante, fazendo valer o tal contrato social pelo qual o cidadão vota e paga impostos, enquanto o Estado usa sua força e seu poder de coerção para fazer valer a lei.

Rompimentos entre os que governam e os que votam trazem o risco da decadência, traduzida na imposição goela abaixo da sociedade de medidas por ela rejeitadas, como as saidinhas. Nestas horas, todos os argumentos para defender condenados, sejam técnicos ou não, acabam na vala comum do nós contra eles, ou seja: o Estado contra a sociedade.

Essa é a percepção, o sentimento de quem tem medo sair de casa, usar o transporte público, atender o celular na rua ou usar um relógio de pulso. O direito de ir e vir encolhe todos os dias.

Em 1965, o menestrel Marcos Valle lançou uma música chamada “A Resposta”. Sua letra, ainda muito atual, critica os que julgam saber tudo não sabendo nada, aqueles que vivem no limite entre o oportunismo, a ignorância e a má-fé.

Canta Marcos Valle:

“Falar de terra na areia do Arpoador

Quem pelo pobre na vida não faz um favor

Falar do morro morando de frente pro mar

Não vai fazer ninguém melhorar”.

*Jornalista

Vitória Reconstrução da Praça

Do G1

Pelo menos três meses antes da execução de Marielle Franco, Ronnie Lessa esteve perto de matar a vereadora. Segundo disse em delação premiada, o ex-PM que confessou o crime afirmou que ela estava em um bar na praça da bandeira com amigos, mas que ele “perdeu a oportunidade”.

“Esse bar da Praça da Bandeira. Porque esse bar, é, eu já tinha perdido uma oportunidade porque o Macalé não tinha chegado a tempo. E ela estava sentada nesse bar, não sei como o Macalé soube disso. Mas alguém que estava seguindo ela falou: ‘ela está no bar’. Alguém estava seguindo ela”, disse Lessa.

Macalé é Edmilson Oliveira da Silva, apontado pelas investigações como interlocutor dos executores com os mandantes. Macalé foi morto em novembro de 2021.

Lessa e Élcio de Queiroz foram presos juntos em março de 2019, suspeitos de serem os assassinos. Élcio foi o primeiro a delatar e confessou ter participado do crime, dirigindo o carro usado para matar Marielle e o motorista Anderson Gomes, em fevereiro de 2018.

Lessa confirmou o que as investigações já mostravam, que ele pagava uma espécie de mesada ao comparsa mesmo após os dois serem presos.

Endereço de Marielle dificultou crime

Na delação premiada, cujo sigilo foi levantado parcialmente nesta sexta-feira (7), o ex-policial Ronnie Lessa, preso pelo assassinato da vereadora Marielle, disse que o endereço de Marielle era muito policiado e, por isso, a emboscada teve que ser em outro local.

O assassinato ocorreu em março de 2018. Lessa foi preso em 2019, por suspeita de ser um dos executores do crime. Ele já foi condenado e prestou depoimento de delação premiada em 2023. Na delação premiada, ele conta o que sabe em troca de eventual diminuição da pena.

Nesta sexta-feira (7), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a transferência do Lessa para o presídio de Tremembé, em São Paulo. Lessa estava no presídio de Campo Grande (MS). O ministro ainda retirou sigilo de parte da delação.

É em um desses vídeos, cujo sigilo foi retirado, que Lessa conta detalhes da preparação do crime.

“O endereço dela era um lugar muito difícil. Com policiamento e sem estacionamento. Tentativas sem êxito levaram que a gente procurasse outros meios”, disse Lessa aos policiais.

“A gente já tinha informações sobre o endereço dela, e a partir dali nós tentamos que fosse feito a partir dali, tentamos algumas vezes em vão dar prosseguimento ao fato, só que sem sucesso. Ali é uma área de difícil acesso, não tem onde parar, tem policiais andando na calçada, ali é um lugar difícil de monitorar”, continuou o executor confesso do assassinato da vereadora.

A emboscada contra Marielle acabou ocorrendo na saída dela de um evento na Casa das Pretas, no Estácio, bairro do centro do Rio de Janeiro.

Lessa contou ainda que, no dia do crime, recebeu ligação de um outro homem que participou dos preparativos, identificado como Macalé. Na ligação, Macalé disse que não era mais possível ficar adiando o crime, porque estava ficando “estranho”, e passou onde Marielle estaria naquela noite.

Lessa disse ainda que foi neste momento que Élcio Queiroz, também preso por ser mandante, foi chamado para a emboscada. “Dia 14, no dia do crime, eu recebi a ligação do Macalé. ‘Tenho uma novidade, cara. É hoje, e eu não estou aí’. Eu falei: ‘Tudo bem, vou acionar aquele amigo lá [Élcio] que estava aguardando o contato para cobrir’. ‘Tem que ser hoje, tem que ser hoje. Porque está ficando estranho, era pra ter acontecido’, relatou Lessa, reportando as palavras de Macalé.

Então Lessa diz a Macalé: “Me passa aí o que tu tem”.

“Ele me passou a Casa das Pretas. Resumindo, onde ela [Marielle] teria uma reunião. E o Élcio veio”, contou.

Detalhes que já haviam sido revelados

Alguns detalhes da delação já haviam sido revelados. Ronnie Lessa confessou sua participação no crime e apontou os mandantes, em vídeo da delação que já havia sido obtido com exclusividade pelo Fantástico há duas semanas. Lessa descreveu a oferta recebida para cometer o crime como parte de uma parceria, não apenas como um assassinato por encomenda.

Durante o depoimento, Lessa identificou Domingos Brazão, ex-conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, e Chiquinho Brazão, deputado federal, como mandantes. Segundo Lessa, os Brazão ofereceram como pagamento um loteamento clandestino na Zona Oeste do Rio, avaliado em mais de 20 milhões de dólares.

Os irmaõs Brazão foram presos pela PF.

Lessa também detalhou reuniões preparatórias, nas quais Marielle foi descrita como um obstáculo aos planos dos Brazão. A falta de registros das operadoras de celular antes de 2018 impediu a confirmação desses encontros pelas autoridades.

A defesa dos irmãos Brazão negou as acusações, chamando-as de tentativa de Lessa de obter vantagens judiciais. Além disso, Ronnie Lessa mencionou Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Delegacia de Homicídios do Rio, como parte do plano para proteger os mandantes do crime. Lessa afirmou que Barbosa foi instruído a desviar as investigações.

Barbosa foi promovido a chefe de polícia um dia antes do assassinato de Marielle e indicou Giniton Lajes para comandar a Delegacia de Homicídios. Segundo a Polícia Federal, a nomeação de Lajes foi parte de uma estratégia para interferir nas investigações.

Do blog do Ney Lopes

Como se diz que política é um assunto local, não custa nada analisar as “idas e vindas” da sucessão da Prefeitura de Natal. Embora se fale em anúncios de nomes de candidatos, o “palpite” é que tudo poderá ainda acontecer, inclusive nada.

A sucessão em Natal teria hoje como principais candidatos: Natália, Carlos Eduardo, Paulinho e Rafael Motta. Esses candidatos envolvem projetos “político-eleitorais: PT e esquerda com influência do governo estadual; o prefeito Álvaro Dias construindo a sua permanência na política estadual; o senador Rogério Marinho construindo a sua candidatura ao governo do RN; Carlos Eduardo, reivindicando voltar para o mandato no qual se saiu bem e a resistência heroica de Rafael Mota.

O Palácio Potengi se fixa no nome da deputada Natália Bonavides, inegavelmente uma parlamentar atuante e preparada para o exercício da defesa das teses e pontos de vistas mais ortodoxos do seu grupo político, apoiada por aliados nacionais, onde tem bom conceito.

Para agregar apoios no seu partido e coligações, ela não será diferente de outros candidatos do centro ou direita. Usa a “linguagem” tradicional das cooptações, na “ajuda a cada um”, na luta pelo voto. Não há sinais de “propostas ideológicas” em debate, nem mesmo da própria Natália.

O “feijão com arroz” volta a predominar. O Prefeito Álvaro Dias é um político que aliou “sorte” a “competência”. Saiu de Caicó e região, com liderança consolidada, e aceitou o convite do seu velho companheiro Henrique Alves para ser o vice de Carlos Eduardo.

Henrique, com poder e influência à época, precisava de um nome para indicar em Natal. O nome foi o de Álvaro Dias. Revelando extrema competência, Álvaro Dias deixou de ser mero indicado de Henrique, para tornar-se um dos melhores prefeitos de Natal. Agrega cacife de bom administrador.

Ao aceitar o nome do deputado Paulinho Freire como seu candidato, o prefeito Álvaro Dias ratificou o nome indicado pelo grupo econômico-empresarial, que atua em favor da implantação das metas do Plano Diretor, recém aprovado.

Deixou de lado a via natural de indicar o vice de Carlos Eduardo e somar as forças de centro e direita. Para crescer, Paulinho terá que combater e tirar votos não apenas de Natália., mas também de Carlos Eduardo, o que não será fácil, pois poderá ter um efeito bumerangue. Foram recentes aliados.

Por outro lado, Paulinho terá que mudar o seu estilo de fazer política. Até hoje, preferiu contatos nos bastidores partidários. Tem fama de cumprir compromisso. Já Álvaro Dias terá que provar se boa administração transfere votos.

O deputado Rafael Motta é um bom quadro político, traído aqui e acolá, luta para sobreviver. O seu lançamento à candidato será hoje, 8, e os caminhos a percorrer são imprevisíveis. 

Carlos Eduardo tenta voltar à Prefeitura de Natal. Manteve-se nos últimos tempos em expectativa, observando o cenário, sem desgastes – ao contrário, cresceu e lidera todas as pesquisas.

Há quem chame atenção para o fato de que, somados os votos que Carlos Eduardo demonstra ter nas pesquisas aos de Álvaro Dias, ele ganharia a eleição. Mas, até agora, a direita prefere fracionar a votação.

E o centro?

Se existe em Natal, ninguém sabe, ninguém viu, ainda. Bolsonaro e Lula participarão deste processo? Que influência terão? 

Essa é uma conversa que fica para o próximo artigo.

Comecei a era dos festejos juninos, ontem, pelo festão da OAB, promovida pela direção estadual da instituição, à frente o presidente Fernando Ribeiro Lins e sua vice Ingrid Zanella, candidata do grupo à presidência nas eleições que transcorrem em novembro deste ano. 

O forrobodó aconteceu no amplo espaço da Cachaçaria Carvalheira, na Imbiribeira. Super bem organizado e prestigiado, atraiu uma multidão de advogados, formadores de opinião e profissionais de outras áreas. Encontrei por lá muitos amigos. Entre os comunicadores, Bocão, da rádio Folha.

Também gente do meio em campanha para a vaga de desembargador pelo quinto constitucional da OAB, eleição também em novembro, como minha amiga Diana Câmara e meu amigo Carlos Gil. Ambos circularam bastante e foram bem recebidos pela categoria. 

Além de prestigiado e animado, o arraiá da OAB contou com vários grupos musicais, teve quadrilha, um serviço de qualidade e até casamento matuto. 

Bom demais!

Porque o PT perdeu a vice

A não ser que ocorra uma reviravolta improvável e inesperada, a decisão do prefeito do Recife, João Campos (PSB), de não ceder a vaga de vice-prefeito na sua chapa para o PT foi tomada há tempos, com a anuência do presidente Lula e da presidente nacional da legenda, Gleisi Hoffmann.

Dentre outros argumentos, João convenceu a ambos de que Pernambuco, desde as trajetórias dos ex-governadores Miguel Arraes e Eduardo Campos, é a única base sólida e consolidada do PSB no Brasil, e que não seria justo sofrer interferência do PT nacional.

O PSB tem um projeto, hegemônico, para se manter no Estado, que hoje é sustentado a partir da Prefeitura do Recife. Mexer nessa estrutura, teria dito João, poderia abalar significativamente a relação PSB/PT, com consequências e efeitos graves na aliança construída para a eleição e reeleição do próprio Lula.

Em compensação, o prefeito se comprometeu junto a Lula e Gleisi, caso reeleito, a ampliar o espaço dos petistas na futura gestão, a partir de 2025, e assegurar um espaço político para o PT na futura composição da chapa majoritária nas eleições para governador, vice e duas vagas para o Senado em 2026.

João Campos é candidatíssimo ao Governo do Estado, em oposição à atual gestora Raquel Lyra (PSDB), e essa condição de se desincompatibilizar como prefeito para concorrer e disputar, de forma competitiva, como candidato único da Frente Popular, dependerá, necessariamente, da segurança e confiança pessoal dele, João, sobre quem vai assumir a Prefeitura.

Em tempo: o PT estadual errou na estratégia desde o início do processo pré-eleitoral no Recife, adotando uma tática autofágica, uma briga interna e vaidosa, lançando vários nomes para ter a indicação de vice. Depois, ficou na defensiva, apesar da força política e eleitoral, jogando a legenda para um plano secundário e confortável.

Ficou, na verdade, esperando em berço esplêndido um mimo cair do céu. A vida é feita de escolhas, já ensinou Charles Chaplin. E os resultados são frutos dessas decisões. Que sirva de lição para outras oportunidades no futuro.

SÓ FALTA O NOME – O entendimento de João Campos com Lula foi iniciado numa conversa em Brasília e concluído num jantar no Recife, quando o petista o recebeu junto com a família, no hotel em que se hospedou, em Boa Viagem. Ali, foi batido o martelo, mas falta o prefeito comunicar ainda ao chefe da Nação o nome da sua equipe que será ungido ao cargo de vice, afunilado agora entre a ex-secretária de Infraestrutura, Marília Dantas, e o ex-chefe de gabinete, Victor Marques.

Daniel cumpre apenas uma missão – A própria governadora Raquel Lyra (PSDB) não acredita que Daniel Coelho, seu pré-candidato a prefeito do Recife, tenha a mínima chance de vitória. Disse que ele aceitou apenas uma missão delegada por ela. “Daniel vai para uma outra missão, e Mariana se prepara também para, possivelmente, assumir uma outra missão. Mas tem tempo, tem tempo. A gente tem um prazo aí do próprio calendário eleitoral para que as decisões possam ser tomadas num diálogo com os aliados. Então, para ambos, meu carinho, meu respeito, meu agradecimento”, afirmou, numa conversa com jornalistas.

Violência sem controle – A violência no Estado continua assustadora, especialmente no Grande Recife, sem que o plano de segurança zero da governadora resulte em absolutamente nada. Ontem, um soldado do Exército foi baleado em um tiroteio entre policiais militares e assaltantes, durante uma perseguição em frente ao 14º Batalhão de Infantaria, em Jaboatão dos Guararapes. Segundo a Polícia Militar (PM), um dos bandidos foi preso, e outro conseguiu fugir por uma área de mata.

Promoção atrapalhada – Igor Rocha, tenente-coronel da FAB (Força Aérea Brasileira), que sugeriu a morte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em publicações nas redes sociais, ganhou cargo de assessor de Assuntos Internacionais no Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, vinculado ao Ministério da Defesa, segundo o site Poder360. A nomeação do militar para o cargo foi revertida. Segundo a nota do Ministério da Defesa, a designação do tenente-coronel foi feita sem “anuência” do ministro José Múcio.

Dose cavalar do bolsonarismo – O Senado pode ter três senadores pró-Bolsonaro, a partir de 2027, caso Flávio se reeleja e Eduardo e Carlos sejam eleitos senadores, em 2026. Valdemar Costa Neto lançou, ontem, Eduardo Bolsonaro para o Senado por São Paulo, em 2026, e Flávio já anunciou que tentará ser reconduzido a mais um mandato na Casa pelo Rio de Janeiro. Carlos Bolsonaro não fala sobre o assunto, e seu irmão Flávio nega, mas pessoas próximas aos dois garantem que o plano é, se a dupla sair junta para o Senado, dar as costas a Cláudio Castro, o governador do Rio que quer se tornar senador.

Curtas

EXPLICAÇÃO – Em nota, o ministro José Múcio explicou que a nomeação do referido militar para a prestação de serviço na pasta foi um ato administrativo de rotina, que não passa pela avaliação do ministro, por se tratar de uma função subalterna. O fato citado foi apurado à época pela FAB. Em decorrência, as devidas medidas administrativas cabíveis foram adotadas no âmbito da Força. De toda a forma, o militar será revertido à FAB, diz a nota.

REBELIÃO – Uma coalizão formada por 24 parlamentares desencadeou um movimento contra a MP (Medida Provisória) 1.227 de 2024 do Ministério da Fazenda, apelidada por críticos de “MP do fim do mundo”. A proposta visa a compensar a desoneração da folha de pagamentos e dos municípios através da mudança dos créditos tributários do PIS/Cofins.

TÁ FORA – O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, teve um encontro com o ex-presidente Jair Bolsonaro e confessou que não teve nenhum plano para disputar as eleições presidenciais de 2026. Foi uma resposta às declarações do pastor Malafaia de que estaria se afastando do ex-presidente para apunhalá-lo pelas costas.

Perguntar não ofende: Quem vai mandar no PDT de Araripina, ministro Lupi?

Do G1 Pernambuco

O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) condenou dois homens pelo latrocínio, roubo seguido de morte, do turista alemão Werner Duysen Gurkasch. O assalto, também sofrido pelo marido, Wolfgang Gurkasch, 68 anos, aconteceu no Recife, em 8 de dezembro de 2022. Seis dias depois, Werner, de 81 anos, faleceu no hospital.

Ao todo, quatro homens foram indiciados pelo crime, mas dois deles foram inocentados. O caso teve repercussão internacional entre a comunidade LGBTQIA+, pois o casal , que desceu no Recife, vindo de uma viagem de navio, foi um dos primeiros a ter reconhecida a união civil na Alemanha.

O G1 teve acesso aos autos do processo. No documento consta que Jonas Félix de Souza foi condenado a 24 anos de prisão, além de 25 dias-multa. Mas teve a pena diminuída para 20 anos por ter confessado o crime. O outro réu condenado foi Marcílio Ferreira da Silva Júnior, com a pena de 22 anos de prisão e 25 dias-multa. Ao contrário de Jonas, ele não confessou o crime.

De acordo com os autos, os réus fizeram um cerco ao redor deles e “violentamente o agarraram pelo braço para arrancarem-lhe o relógio de pulso, empregando força bruta que arremessou a vítima no chão levando-a a bater violentamente a cabeça”.

Além disso, a decisão também definiu que os dois réus devem pagar, cada um, R$ 5 mil em indenização à família da vítima, totalizando R$ 10 mil. Ainda na decisão, o juiz anulou a denúncia de associação criminosa, por falta de provas. Com isso, os outros dois réus, Marcílio Ferreira da Silva Júnior e Rhuan Luiz Quixabeira, foram absolvidos e tiveram a liberdade concedida.

De acordo com o TJPE, os dois condenados ainda podem recorrer da decisão.

Da Agência Brasil

A ativista do direito das mulheres Maria da Penha Maia Fernandes foi incluída, nesta sexta-feira (7), no Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos (PPDDH) do governo do Ceará. O pedido de proteção especial à Maria da Penha foi feito pessoalmente pela ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, ao governador do Ceará, Elmano de Freitas, na última segunda-feira (3), em visita à Fortaleza.

Maria da Penha é símbolo de luta e dá nome à principal lei brasileira que coíbe atos de violência doméstica e familiar contra a mulher e estipula punição aos agressores. Antes da Lei 11.340/2006, este tipo de violência era tratado como crime de menor potencial ofensivo.

A notícia de inclusão no Programa de Proteção cearense foi dada pelo governador Elmano de Freitas, na rede social X, ex-Twitter . Ele diz que tomou conhecimento das ameaças sofridas pela ativista Maria da Penha por grupos de comunidades digitais que disseminam ódio contra as mulheres. O governador classificou as ameaças como “ações repugnantes e inadmissíveis”.

Em nota, o Ministério das Mulheres explicou que novas fake news sobre Maria da Penha, foram publicadas em redes sociais sobre uma versão falsa de que a farmacêutica teria sofrido um assalto, e não sido vítima de tentativas de feminicídio pelo ex-marido.

“É inaceitável que Maria da Penha esteja passando por esse processo de revitimização ainda hoje no Brasil, 18 anos após ter emprestado seu nome a uma das leis mais importantes do mundo para a prevenção e o enfrentamento à violência doméstica e familiar contra mulheres”, repudiou a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves.

Procurado pela Agência Brasil, o Instituto Maria da Penha (IMP), confirmou que Maria da Penha já está sob a proteção do programa, porque a inclusão foi imediata. O IMP informa que as providências tomadas pelo programa de proteção para dar garantia à vítima ameaçada são sigilosas e, portanto, não podem ser detalhadas.

Por Renato Fonseca*

Na história recente da política municipal do Recife, a figura de João Paulo (PT) destaca-se de maneira marcante e positiva. Ao contrário do que alguns críticos alegam, João Paulo deixou o cargo em 2008 com impressionantes 64% de aprovação, sendo considerado por muitos como o melhor prefeito que a cidade já teve. Vale lembrar que, na época, não havia redes sociais como Facebook e Instagram para promover suas realizações, o que torna seus índices de popularidade ainda mais notáveis.

A gestão de João Paulo foi caracterizada por uma série de avanços e melhorias na infraestrutura da cidade, saúde, e educação, conquistando a confiança e o apoio da população recifense. Apesar das críticas recebidas, é inegável que ele deixou um legado positivo e transformador.

É verdade que o Partido dos Trabalhadores (PT), atualmente, enfrenta desafios e se encontra em uma posição delicada na política local. Como militante petista, fico abismado ao ver um partido com a magnitude do PT se diminuindo por uma vaga de vice-prefeito, que muitas vezes nem se concretiza. É lamentável ver um partido tão influente e poderoso, que tem a Presidência da República, sujeitar-se a esperar por migalhas no cenário local.

João Campos, do PSB, embora esteja construindo sua própria trajetória, precisa do PT se almeja voos mais altos, como o governo do estado. É duvidoso que ele consiga alcançar tal objetivo sem o apoio do PT, um partido com uma base sólida e influência significativa no cenário político.

Vale lembrar também que, durante sua campanha para prefeito, João Campos declarou em alto e bom som que o PT não teria espaço em seu governo, chegando a chamar seus membros de ladrões. Hoje, no entanto, vive abraçado com os mesmos que ele anteriormente condenou, demonstrando uma incoerência em seu discurso e uma dependência política que ele havia negado.

Portanto, é essencial reconhecer que a política é dinâmica e que alianças são frequentemente necessárias. No entanto, é igualmente importante lembrar e respeitar o legado deixado por figuras como João Paulo, que contribuíram significativamente para o desenvolvimento do Recife e que ainda possuem um papel crucial no cenário político atual.

*Conselheiro de cultura

Se o leitor não conseguiu acompanhar a entrevista com o cantor e compositor Wanderley Andrade ao quadro “Sextou”, do programa Frente a Frente, ancorado por este blogueiro e exibido pela Rede Nordeste de Rádio, não se preocupe. Clique aqui e confira. Está incrível!

Pré-candidato do PT à Prefeitura do Jaboatão dos Guararapes, Elias Gomes defendeu um acordo de cooperação técnica entre a segunda maior cidade do estado e a capital pernambucana, a partir de 2025. A declaração se deu após um encontro com o prefeito do Recife, João Campos (PSB), no Centro Comunitário da Paz (Compaz), no Ibura.

“Estamos entusiasmados em anunciar uma futura parceria, através de cooperação técnica entre o Recife e Jaboatão, com o objetivo de replicar programas e ações de sucesso, uma colaboração que promete gerar incontáveis benefícios para nossa cidade”, destacou Elias, enaltecendo o papel social desempenhado pelo Compaz. Iniciativa premiada mundialmente, o projeto foi colocado à disposição de outros municípios por João Campos.

Há uma semana, Campos oficializou o apoio do PSB a Elias Gomes. “Juntos, vamos trabalhar para implementar essas práticas de excelência na cidade do Jaboatão, elevando a qualidade de vida da população e promovendo desenvolvimento sustentável para todos”, afirmou Elias.

O Sextou de logo mais, às 18h, vem com um som bem diferente: o brega pop calypso, ritmo que do Pará na voz do seu mais autêntico representante: o cantor e compositor Wanderley Andrade, que em suas apresentações faz uso de um visual irreverente e mistura a música do Norte com baladas caribenhas.

Ele assume que sua forma estravagante de se vestir é uma crítica aos que o consideram brega. Entre os seus sucessos, ‘Traficante do amor’, ‘Conquista’ e ‘Morena sereia’. Wanderley canta também os grandes sucessos de Reginaldo Rossi e tem uma voz muito parecida com a do rei do brega.

O Sextou vai ao ar em instantes, das 18 às 19 horas, pela Rede Nordeste de Rádio, formada por 48 emissoras em Pernambuco, Paraíba, Alagoas e Bahia, tendo como cabeça de rede a Rádio Folha 96,7 FM, no Recife. Se você deseja ouvir o programa pela internet, clique no link do Frente a Frente em cima em destaque ou baixe o aplicativo da Rede Nordeste de Rádio na play store.