O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) arbitrou a favor da Marinha do Brasil e contra sua ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede), autorizando o afundamento do porta-aviões São Paulo. A operação foi concluída na 6ª feira (3.fev.2023), a 350 km da costa e a embarcação, que tem 9,6 toneladas de amianto, ficará depositada numa área com 5.000 metros de profundidade.
Marina Silva, apurou o Poder360, fez carga dentro do governo para impedir essa operação. No entanto, Lula arbitrou a favor da decisão da Marinha, contrariamente ao que defendia a ministra do Meio Ambiente. A Marinha argumentava que o custa era alto para manter o porta-aviões estabilizado ao longo da costa, e que isso poderia causar ainda mais danos ao meio ambiente. Havia ainda o risco de o navio ficar à deriva e acabar encalhado próximo a alguma praia.
Leia maisO porta-aviões São Paulo foi adquirido pela Marinha do Brasil no ano 2000, por US$ 12 milhões. Por ser um navio da década de 1960, tem em sua estrutura substâncias tóxicas que não eram proibidas na época em que foi construído, como o amianto.
Depois de longo debate interno, Lula deu o OK para a Marinha explodir as partes do navio que ainda estavam íntegras e assim afundar o equipamento.
Essa é a 2ª decisão de Lula que contraria o Ministério do Meio Ambiente. A 1ª foi anunciar na Argentina a decisão de oferecer financiamento brasileiro para o governo do país vizinho construir um gasoduto que vai transportar gás de xisto, cuja exploração é altamente poluente. Marina foi procurada pelo Poder360 e disse desconhecer o assunto.
A Marinha afundou o porta-aviões São Paulo na tarde de 6ª feira (3.jan). Segundo nota divulgada pela Força, o afundamento foi realizado de forma controlada e planejada, a 350 quilômetros da costa brasileira, em uma região com cerca de 5.000 metros de profundidade.
“O procedimento foi conduzido com as necessárias competência técnica e segurança pela Marinha do Brasil, a fim de evitar prejuízos de ordem logística, operacional, ambiental e econômica ao Estado brasileiro”, acrescenta o comunicado assinado também pelo Ministério da Defesa e pela AGU (Advocacia Geral da União).
A decisão pelo afundamento do navio foi anunciada na 4ª feira (1°.fev) depois de a empresa turca SÖK, que havia comprado em 2021 o casco para reciclagem, abandonar a embarcação. O porta-aviões retornou ao Brasil, porque a Turquia cancelou a autorização que havia emitido para a exportação no fim de julho de 2022.
Segundo a Marinha, o casco do navio precisava de reparos que a SÖK não demonstrou interesse em fazer. “Não sobrou alternativa ao Estado brasileiro a não ser considerar o bem como perdido, e assumir o controle administrativo do casco, de modo a evitar danos ao meio ambiente e preservar a segurança da navegação”, informou a Marinha, anteriormente, em nota conjunta.
IMPACTO AMBIENTAL
Em nota técnica, o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) indicou diversos impactos ambientais que poderiam ser causados pelo afundamento. Entre os riscos, está a liberação de materiais poluentes que fazem parte da estrutura do navio. Para o órgão ambiental, a melhor opção seria a reciclagem ambientalmente correta do casco.
Na 6ª feira (3.fev), o Ibama solicitou informações à Marinha sobre o naufrágio do porta-aviões para estudar alternativas para diminuir e salvaguardar impactos ao meio ambiente.
Leia menos