O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Nobre Guimarães (PT/CE), passou por uma cirurgia, na manhã de hoje, na Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação, em Brasília. De acordo com a assessoria do hospital, o procedimento de prótese total do quadril à direita “ocorreu sem interferências”.
“O deputado encontra-se clinicamente estável e já foi transferido às 12h30 para a enfermaria de pós-operatório, com boa evolução”, diz o hospital. José Guimarães deu entrada no hospital no domingo (29) e vai ficar sob supervisão médica nos próximos dias. Ainda não há previsão de alta.
Tantos e tantos anos depois, lembro em detalhes dos acontecimentos no Recife, que culminaram com o golpe militar de 1964. Como está acontecendo atualmente, a cidade estava dividida. Naqueles últimos dias de março, os primeiros movimentos do golpe militar pareciam mais uma das tantas escaramuças que o recifense assistira nos últimos anos. Parte da sociedade civil queria a intervenção militar para combater o comunismo e a corrupção. A outra pedia o fim do capitalismo.
Também como hoje, poucos sabiam, mas os interesses econômicos e políticos estavam longe daqui. Era a Guerra Fria.
Estudante vestibulando fiquei zanzando pelo centro da cidade naquele resto de manhã do 1º de abril. O cursinho suspendera as aulas e poucos ônibus circulavam. Na confluência das avenidas Dantas Barreto e Guararapes, um grupo de jovens prosseguia na manifestação que tivera início da Escola de Engenharia, na Rua do Hospício, contra o golpe militar. As informações, desencontradas, diziam que o governador Miguel Arraes estava preso e era para o Palácio, já cercado pelo Exército, que os manifestantes se dirigiam.
Foi então que uma patrulha do Exército, comandada pelo major Hugo Coelho – soube-se depois –, procurou barrar a passeata. Os estudantes recuaram, apanharam algumas bandas de cocos e arremessaram contra os soldados. A violenta resposta veio com a ordem do major: “Fogo!” Ele mesmo mirou dois manifestantes pelas costas e atirou com arma curta atingindo mortalmente os dois.
Jonas Albuquerque, estudante secundarista e Ivan Rocha, vestibulando de Engenharia, que até poucos dias servia ao Exército, haviam sido mortalmente feridos pelos disparos. Pelas costas, pude verificar horas depois, diante dos corpos dos dois no necrotério do antigo Pronto Socorro, na Rua Fernandes Vieira.
Após os tiros, os manifestantes debandaram e eu quase arrastado por um amigo, Edmundo Lins da Cunha, fui para casa. Na Encruzilhada, bairro onde morava, a notícia das mortes já chegara, somando-se a outra tragédia: um acidente automobilístico dias antes, no Sábado de Aleluia, provocara a morte do estudante de Medicina, Cândido da Fonte, e ferira Paulo Jácome, colegas da Faculdade do meu irmão.
À noite, junto com amigos e colegas do sobrevivente Paulo Jácome fomos visitá-lo no antigo Pronto Socorro, na Avenida Fernandes Vieira. E no térreo, na “pedra” do necrotério do antigo hospital vigiados por soldados do Exército, jaziam os corpos de Jonas e Ivan. Jonas recebera um tiro que lhe arrancara o maxilar, evidenciando que ele corria e procurava olhar para trás quando levou o balaço. Ivan recebeu um disparo que lhe varara o peito e explodiu o tórax. Ambos, pelas costas.
Os militares já eram donos do poder e prometiam o fim do Comunismo, a prosperidade do Brasil e bem-estar de todos os brasileiros. Era o dia 1° de abril. Dia da Mentira
A governadora em exercício de Pernambuco, Priscila Krause (PSDB), nomeou 13 aliados políticos para cargos comissionados na Secretaria da Casa Civil. Entre os nomeados estão ex-prefeitos, ex-vice-prefeitos e ex-candidatos a vereador que não foram eleitos na última disputa municipal.
As nomeações dão continuidade à estratégia da governadora Raquel Lyra (PSD), que está em recesso, de fortalecer sua base política. Desde janeiro, a gestão estadual já havia nomeado outros 37 políticos para cargos na Casa Civil. Em 29 de janeiro, 22 ex-prefeitos foram indicados, seguidos por mais 15 nomeações no dia seguinte.
Os novos nomeados, que tiveram suas designações oficializadas ontem, ocuparão os seguintes cargos: sete atuarão como assessores especiais de articulação e acompanhamento, um como assessor especial de coordenação estratégica, dois como assistentes técnicos e três como assessores. Eles são oriundos de cidades da Zona da Mata, Agreste, Sertão e também do Recife.
Confira a lista de nomeados:
José Geovane Bezerra (ex-prefeito de Camocim de São Félix e pai do atual prefeito Giorge Bezerra, do PSD) – assessor especial de coordenação estratégica.
Marco Barreto (ex-deputado e ex-prefeito de Joaquim Nabuco, pai do ex-prefeito Neto Barreto) – assessor especial de articulação e acompanhamento.
Danilson Gonzaga (ex-prefeito de Feira Nova e sobrinho do atual prefeito Joel Gonzaga, do PSD) – assessor especial de articulação e acompanhamento.
Bruno Chaves (ex-vereador e ex-candidato a prefeito de Feira Nova pelo PSDB) – assessor especial de articulação e acompanhamento.
Professor Thiago (ex-candidato a vereador do Recife pelo PSD) – assessor especial de articulação e acompanhamento.
Tonhão (ex-candidato a prefeito de Água Preta pelo PP em 2024) – assessor especial de articulação e acompanhamento.
Neto Cavalcanti (ex-vice-prefeito de Água Preta, cassado junto a Noé Magalhães) – assessor especial de articulação e acompanhamento.
Luciano Júnior (ex-vice-prefeito e ex-vereador de Palmares, filiado ao PSDB) – assessor especial de articulação e acompanhamento.
Renato Sandre (ex-candidato a vereador de Goiana pelo Agir) – assessor.
Nelson Lima (ex-prefeito de Santa Maria do Cambucá) – assessor.
Galego de Tonho (ex-candidato a vereador de Taquaritinga do Norte pelo PSDB) – assessor.
Claudeilson Oliveira (ex-vice-prefeito e ex-candidato a vereador de Paranatama pelo PP) – assistente técnico.
Representante da Enfermagem na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), o deputado Gilmar Júnior (PV) questionou o Governo do Estado sobre o motivo de os recursos repassados pelo Governo Federal para pagamento do Piso Nacional da categoria estarem presos em uma conta bancária.
O parlamentar informou em uma live, ontem, que o Estado tem R$ 14,7 milhões enviados pela União para serem pagos aos profissionais, mas o Poder Executivo não liberou os valores. “Governadora Raquel Lyra, com todo o respeito, esse dinheiro não é seu, não é da Secretaria de Saúde. Esse valor pertence aos meus colegas auxiliares, técnicos e enfermeiros. O Estado está segurando um valor que não lhe pertence e isso é simplesmente uma vergonha, um absurdo. O Estado precisa trabalhar para que cada centavo vá para o bolso de quem lhe é devido”, cobrou Gilmar Júnior.
Gilmar fez esse mesmo questionamento para a secretária de Saúde da gestão Raquel Lyra, Zilda Cavalcanti, durante audiência pública da Comissão de Saúde da Casa. Na ocasião, a secretária respondeu que os repasses do Piso são feitos para as Organizações Sociais (OS) e para as entidades filantrópicas. Segundo a gestora, o Estado está 100% em dia com o repasse. “Se você trabalha em uma OS ou hospital filantrópico, o Estado garantiu que todo dia 20 ele faz o repasse, sempre. A gente precisa questionar por que não está chegando no bolso dos profissionais e descobrir se quem está mentindo é o Governo do Estado ou as OS e a filantropia”, enfatizou o parlamentar.
Na manhã de hoje, alunos da rede estadual de Petrolina, no Sertão pernambucano, realizam uma manifestação em frente a Gerência Regional de Educação (GRE), na Avenida Monsenhor Ângelo Sampaio. Entre os motivos para o protesto dos alunos estão a falta de merenda, de material escolar, e a necessidade da climatização da unidade de ensino. Com informações do blog Petrolina em Destaque.
Depois de cumprir agenda no Japão, onde foi recebida pelo casal imperial, a primeira-dama Janja Lula da Silva participou, na manhã de hoje, da abertura da cúpula da iniciativa N4G (Nutrition For Growth, Nutrição para o Crescimento), em Paris, na França.
“Gostaria de lembrar que, até o final deste evento, milhares de crianças terão morrido no mundo por falta de alimentos, fome e má nutrição”, disse a primeira-dama durante a leitura de seu discurso, com duração de 5 minutos. As informações são do portal Poder360.
Chefe da delegação brasileira na N4G, Janja destacou os investimentos em programas de segurança alimentar e de proteção social realizados durante os governos de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de Dilma Rousseff (PT). Segundo Janja, tais iniciativas, como o Bolsa Família, são muito necessárias “apesar de muita gente dizer o contrário”.
A primeira-dama deu destaque à aliança global contra a fome, apresentada por Lula durante a cúpula do G20, realizada no Rio de Janeiro em 2024. Na ocasião, o lançamento do programa foi ofuscado pelo xingamento de Janja a Elon Musk, somando-se às críticas de opositores e aliados à postura da primeira-dama.
Na agenda divulgada por Janja hoje, está incluído um almoço oferecido pela primeira-dama francesa, Brigitte Macron. À tarde, ela acompanha a sessão “Juntos para alimentar o mundo: mobilização do setor privado para alimentação em escala mundial”, com o presidente Emmanuel Macron.
A N4G é organizada por países-sede das Olimpíadas. A iniciativa foi lançada em 2012 pelo Reino Unido. Brasil e Japão também já promoveram a cúpula. Participam comitivas governamentais, sociedade civil e setor privado de 76 países no debate de questões relacionadas ao tema. A 4ª edição terá como foco os desafios das mudanças climáticas e o uso da inteligência artificial na nutrição.
Mesmo ainda não sendo empossado efetivamente como o novo administrador do arquipélago de Fernando de Noronha, o advogado Virgílio Oliveira, filho do deputado federal Waldemar Oliveira e sobrinho do presidente estadual do Avante, Sebastião Oliveira, já promoveu seu primeiro “ato administrativo”. A governadora em exercício, Priscila Krause (PSDB), afastou 14 servidores comissionados a pedido do novo administrador, que sequer foi aprovado pela sabatina da Assembleia Legislativa, um desrespeito com os parlamentares.
A lista está no Diário Oficial. O objetivo é acomodar a nova equipe que será empossada em breve, comandada por Virgílio. Confira abaixo o nome dos exonerados e suas funções.
Em Caruaru, onde estou desde ontem, cumpri minha corridinha diária de 8 km na Via Parque. Não resisti aos maravilhosos produtos da feirinha orgânica e saí de lá cheio de sacolas para surpreender e paparicar minha Nayla.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comentou, ontem, a decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) que tornou Jair Bolsonaro réu e disse ser “visível” que o ex-presidente tentou dar um golpe de Estado no País. As informações são do portal Estadão.
Lula também considerou que Bolsonaro teve participação no plano que incluía o seu assassinato, o do vice-presidente Geraldo Alckmin e o do ministro do STF Alexandre de Moraes. “É visível que o ex-presidente tentou dar um golpe no País e contribuir para meu assassinato”, disse Lula. A declaração foi feita em coletiva de imprensa a jornalistas, em Tóquio, no último dia de visita do presidente brasileiro ao Japão.
Lula, contudo, disse que seria “presunção” fazer qualquer previsão em relação ao desfecho do julgamento de Bolsonaro pelo STF. “Eu acho que o que é correto é que a Suprema Corte está se baseando e se manifestando nos autos do processo, depois de meses de investigação muito bem-feita pela Polícia Federal e pelo Ministério Público”, declarou.
Na avaliação do presidente, não adianta Bolsonaro ficar agora “fazendo bravata” e dizendo que está sendo perseguido. “Ele sabe o que ele cometeu. Só ele sabe. Só ele sabe o que ele fez. Ele sabe que não foi correto. E não adianta ficar pedindo anistia antes do julgamento”, disse Lula. “Quando ele pede anistia antes do julgamento, significa que ele está dizendo que foi culpado”, complementou.
Lula pontuou ainda que é preciso respeitar o processo legal e o direito à defesa, mas que, se Bolsonaro for considerado culpado, ele precisará cumprir a pena. “E isso vale para todos os 213 milhões de habitantes. Então, ao invés de chorar, caia na realidade e saiba que você cometeu um atentado contra a soberania desse país”, declarou.
O município de Goiana, na Zona da Mata Norte do Estado, pode ser abalado por um escândalo administrativo. Atos do prefeito interino, Eduardo Batista, estão na mira da Diretoria de Controle Externo do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Um parecer assinado pelo analista Augusto Carlos Diniz Costa Filho recomenda a suspensão imediata de contratos milionários firmados sem licitação e sem publicação no Portal da Transparência pelo prefeito. Também aponta risco de desvio de finalidade e utilização indevida da máquina pública, além de considerar o contexto institucional no município agravado pela proximidade da eleição suplementar, no dia 04 de maio.
Embasado no conjunto probatório e na análise técnica realizada, o documento será peça importante para subsidiar o conselheiro Rodrigo Novaes, relator da representação. O caso, que iria ser apreciado na segunda-feira passado, pode ser julgado a qualquer momento. Se depender do documento, Novaes contará com uma robusta e detalhada análise para tomar sua decisão.
A gestão municipal, às vésperas do pleito eleitoral, firmou seis contratos emergenciais com empresas privadas, sem comprovar qualquer situação real de emergência, como exige a legislação. Confira abaixo o parecer do TCE na íntegra.
Eduardo Batista é candidato a prefeito e enfrenta Marcilio Régio (PP), que tem o apoio do ex-prefeito Eduardo Honório. Batista já foi aliado de Honório, mas a informação que circula em Goiana é que ele traiu a parceria política Honório com foco em assumir a prefeitura de Goiana.
EVIDÊNCIAS
As contratações, somam mais de R$18 milhões por mês, todas fundamentadas em dispensa de licitação na forma do art. 75, VIII da Lei 14.133/21, amparadas no Decreto Municipal nº 003/2025, que declarou situação de emergência administrativa após a exoneração de todos os cargos comissionados.
Um dos contratos, celebrado com a Secretaria de Saúde, chega a R$7,6 milhões por mês, enquanto os demais variam entre R$2,4 e R$5 milhões mensais, todos com duração de apenas 180 (cento e oitenta) dias.
O órgão técnico do TCE avalia que a justificativa apresentada pela Prefeitura é vaga e genérica e não atende aos critérios legais de urgência ou imprevisibilidade exigidos pela nova Lei de Licitações (Lei nº 14.133/2021).
O analista Augusto Filho informa em seu parecer, entre outras questões, que “a situação de Goiana extrapola os limites de mera gestão administrativa, “atingindo aspectos sensíveis da regularidade fiscal e da moralidade administrativa”.
O analista vai além e afirma: “As evidências demonstram afronta aos princípios da legalidade, moralidade e transparência, com risco fiscal elevado e possibilidade de desvio de finalidade em contexto eleitoral”.
Diante de tudo isso, recomenda três medidas. A primeira delas é a suspensão dos efeitos administrativos e financeiros de seis contratos firmados com duas empresas fornecedoras de mão de obra. Sugere também que a prefeitura se abstenha de realizar novas contratações emergenciais similares até “ulterior deliberação do TCE”. E, por fim, manda que preste as informações necessárias, em prazo a ser definido pelo relator, para subsidiar a instrução definitiva do feito, que segundo a auditoria não foi publicada no Portal Nacional de Contratações Públicas e nos meios oficiais da Prefeitura.
Fechando o parecer, recomenda posterior instauração de Auditoria Especial, visando à apuração detalhada das condutas administrativas e contratuais adotadas pela gestão municipal no contexto da decretação de emergência e da execução das contratações emergenciais.
O parecer da Diretoria de Controle Externo atende representação, com pedido de Medida Cautelar, do vereador de Goiana, Carlos Viegas Júnior, autor da denúncia.
A par de todas as evidências realçadas pelo órgão técnico do TCE, cabe, agora, ao Conselheiro Rodrigo Novaes apreciar o Pedido de Medida Cautelar, para conceder a liminar e reconhecer as irregularidades apontadas, ou negá-la, chancelando todas as contratações e os respectivos valores a serem despendidos.
O que as próximas gerações saberão sobre Jair Bolsonaro
Por Larissa Rodrigues
Repórter do blog
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) já havia entrado para a história do Brasil de uma forma que poucos teriam orgulho. Foi ele o chefe do Poder Executivo que poderia ter sido o primeiro no mundo a vacinar seu povo no meio da maior crise sanitária do século 21, a pandemia da Covid-19, mas se deixou levar pelo negacionismo.
Naquele momento, inclusive, ao fazer essa escolha, o capitão perdeu a maior oportunidade da sua trajetória política. Teria figurado como herói nos registros posteriores, caso tivesse protegido sua nação.
Nem ele nem seu entorno tiveram competências suficientes para enxergar as obviedades escancaradas durante a pandemia. É num momento difícil como aquele que o verdadeiro líder mostra seu tamanho. Sendo, de fato, um líder preparado, duplica sua força. Sendo Bolsonaro, que optou por zombar dos doentes e dos mortos, acaba atestando seu caráter juvenil (para dizer o mínimo).
À frente de uma população assustada, cheia de dúvidas e em lágrimas, Jair Bolsonaro disse que não era coveiro e que o Brasil precisava “deixar de ser um país de maricas”, garantindo que seu nome entrasse dessa forma para a posteridade.
Outro episódio, até então inédito, assegurou ao capitão mais um lugar desagradável na história brasileira: Jair Bolsonaro foi o primeiro presidente que não conseguiu a reeleição no país, quando perdeu a disputa para Lula (PT), em 2022. Desde que a reeleição passou a ser permitida no Brasil, em 1997, todos os presidentes da República que tentaram renovar os mandatos foram reconduzidos ao cargo.
Agora, aquele que por vezes foi chamado de mito pelos seus admiradores conquistou mais um espaço nos livros, sustentando sua posição pioneira quando se trata de fracassos acumulados por chefes de Estado: entrou para a história como o primeiro presidente da República do Brasil a se tornar réu em uma investigação por tentativa de golpe.
O homem que se apresentou ao povo como opção contra a esquerda, defensor dos valores morais da pátria e do que ele entende por família vai caminhando para encerrar sua participação na política de forma melancólica, resultado de suas escolhas, ao ignorar a ciência, as leis, a democracia, a razão e o bom senso. Para as próximas gerações, ficará a imagem de alguém que jamais soube o tamanho da cadeira na qual sentou, tampouco o valor e a força das instituições brasileiras.
CONTINUA IGNORANDO A REALIDADE – O mais impressionante nos suspiros finais da carreira política de Jair Bolsonaro é a capacidade que ele tem de continuar ignorando a verdade, como se vivesse em uma realidade paralela. Diante de todas as informações que levaram o Supremo Tribunal Federal (STF) a receber a denúncia contra Bolsonaro e mais sete aliados por tentativa de golpe de Estado, após uma robusta investigação da Polícia Federal (PF), o ex-presidente continua com a mesma narrativa mentirosa, afirmando que as acusações contra ele são “graves e infundadas”.
É inacreditável – “Golpe tem povo, tem tropa, tem armas e tem liderança. Não descobriram, até agora, quem porventura seria esse líder”, afirmou Bolsonaro, instantes depois de se tornar réu no Supremo Tribunal Federal (STF). É inacreditável que, a essa altura, o ex-presidente ainda creia que alguém fora de sua bolha lunática compre essa narrativa. Nem ele mesmo deve acreditar nas próprias palavras, mas as profere como se não lhe restasse outra opção a não ser negar até o fim.
Até Trump reconheceu – O dia de ontem (26) foi difícil para ser um bolsonarista. Até o outro mito da bolha de seguidores do capitão provocou uma derrota pública para o grupo. O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou, na última terça-feira (25), um decreto que prevê mudanças no sistema eleitoral do país. O documento cita o Brasil como um bom exemplo de segurança nas eleições, no caso da aplicação da biometria. A medida explodiu nas redes sociais, ontem.
Ginástica argumentativa – O elogio de Donald Trump ao sistema eleitoral brasileiro caiu como uma bomba entre os seguidores de Bolsonaro. A ordem no grupo político do mito é para que influenciadores ligados a ele ocupem as redes sociais para desmentir. Eles não podem acusar Trump de ter errado ou mentido, então a solução é dizer que Trump elogiou apenas a identificação biométrica dos eleitores, mas não o sistema de voto eletrônico. O difícil vai ser explicar por qual motivo uma Justiça Eleitoral cria um sistema para evitar fraudes na identificação dos eleitores, mas o objetivo seria fraudar o resultado das eleições.
Repercussão internacional – A decisão da Primeira Turma do STF de tornar réus o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete aliados por participação na trama golpista repercutiu na imprensa internacional. O caso foi noticiado por jornais estrangeiros, que deram destaque ao papel do ex-mandatário na tentativa de golpe e na classificação de Bolsonaro como um nome da extrema direita que não teria aceitado a derrota nas eleições de 2022. O jornal americano The New York Times afirmou que a investigação revelou “quão perto o Brasil chegou de retornar para uma ditadura militar em quase quatro décadas como uma democracia moderna”. As informações são do jornal O Globo.
CURTAS
Busca por investimentos – O presidente em exercício e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin (PSB), se reúne, nesta quinta-feira (27), às 15h, em Brasília, com secretários estaduais de Desenvolvimento Econômico. O encontro terá como tema principal a atração de investimentos ao país e como os Estados da federação desempenham papel fundamental nesse processo.
Nova integrante da gestão de Raquel – A nova secretária de Esportes de Pernambuco, Ivete Lacerda, tomará posse no cargo nesta quinta-feira (27). A cerimônia será comandada pela governadora em exercício, Priscila Krause (PSDB), a partir das 17h, no Palácio do Campo das Princesas. Ivete é diretora da Agência de Empreendedorismo de Pernambuco (AGE) e chega ao primeiro escalão do Governo por indicação do deputado federal Mendonça Filho (UB).
Mudança de perfil – O novo presidente do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), Miguel Duque (Podemos), avaliou como positiva a mudança de perfil no comando dos órgãos e das pastas do Turismo e Empreendedorismo da gestão Raquel Lyra (PSD). Em entrevista à Rádio Folha FM, ontem, ele disse que não se pode atribuir um caráter negativo à troca de pessoas técnicas por políticos no comando de áreas do Governo. “É preciso sensibilidade política para ouvir as pessoas e fazer o governo servir a quem mais precisa. A gente vai ter todo esse carinho com a política por conhecer como funciona. Essa parceria é necessária.”
Perguntar não ofende: quando os aliados de Bolsonaro começam a pular do barco e recalcular a rota?
Nesta quinta-feira (27), das 8h às 13h, o auditório do Centro Universitário Frassinetti do Recife (UniFafire), na Boa Vista, recebe o 2º Workshop de Saúde da Mulher, com foco nas transformações enfrentadas pelas mulheres a partir dos 40 anos. O evento é gratuito, aberto ao público e terá inscrições disponíveis no site da instituição (www.unifafire.edu.br). A proposta é abordar, de forma multidisciplinar, os desafios relacionados ao climatério, à menopausa e às mudanças físicas e emocionais dessa fase da vida.
Promovido pela coordenação do curso de Nutrição da UniFafire, o workshop trará especialistas em diversas áreas da saúde. Estão previstas palestras sobre nutrição no climatério, síndrome musculoesquelética da menopausa, maternidade após os 40 anos e estratégias de enfrentamento à violência contra a mulher. Entre os convidados estão a nutricionista Karol Araújo, a fisioterapeuta Renata Soraya Coutinho da Costa, a psicóloga Ana Cláudia Alexandre e o mestre em Educação Física Bruno Santana.
A coordenadora do curso de Nutrição da UniFafire, Tâmara Gomes, destaca que o evento busca ampliar o acesso a informações que ajudam as mulheres a lidar com as transformações dessa fase da vida. “O perfil da mulher brasileira está mais maduro, e é urgente falar sobre isso. Muitas enfrentam dificuldades sozinhas e precisam saber que existem tratamentos específicos e outras mulheres passando pelas mesmas situações”, afirmou.
Agora réu por tentativa de golpe de Estado, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quarta-feira (26) que a primeira, a segunda e a terceira opções da direita para as eleições presidenciais de 2026, caso ele não possa disputar, são “Jair, Messias ou Bolsonaro”.
“Não vai ser o Jair, é isso que você quer dizer? Vai ser o Messias. Você quer um terceiro nome? Seria o Bolsonaro. É Jair, Messias ou Bolsonaro. Se você me comprovar que eu fui justamente condenado a inelegibilidade, eu respondo para você”, afirmou. As informações são da Folha de S. Paulo.
Além de réu por tentativa de golpe, o ex-presidente está inelegível por decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). A ação julgada em junho de 2023 teve como foco a reunião em julho de 2022 com embaixadores estrangeiros no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República.
Na ocasião, a menos de três meses da eleição, Bolsonaro fez afirmações falsas e distorcidas sobre o processo eleitoral, alegando estar se baseando em dados oficiais, e buscou desacreditar ministros do TSE.
Nesta quarta, a Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) tornou o ex-mandatário réu sob a acusação de integrar o núcleo central da trama golpista de 2022. A decisão do Supremo abre caminho para julgar o mérito da denúncia contra o ex-presidente até o fim do ano.
Além de Bolsonaro, foram tornados réus Alexandre Ramagem (deputado federal e ex-chefe da Abin), Almir Garnier (ex-comandante da Marinha), Anderson Torres (ex-ministro da Justiça), Augusto Heleno (ex-ministro do GSI), Mauro Cid (ex-ajudante de ordens de Bolsonaro), Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa) e Walter Braga Netto (ex-ministro da Casa Civil e da Defesa).
Eles são acusados pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio público e deterioração do patrimônio tombado. Somadas, as penas máximas podem passar de 40 anos de prisão.
Após o resultado, Bolsonaro falou duas vezes com a imprensa em frente a um dos anexos do Senado. O ex-presidente acompanhou a sessão do gabinete do filho mais velho, senador Flávio Bolsonaro (PL), e passou o dia no local.
A segunda entrevista foi momentaneamente interrompida por um manifestante que tocava a Marcha Fúnebre de Frédéric Chopin no trompete.