O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou hoje, em São Paulo, que as tarifas impostas pelos Estados Unidos prejudica o “consumidor norte-americano”. A declaração ocorre após o governo dos EUA anunciar tarifa de 50% sobre produtos brasileiros.
“Não tem sentido essa tarifa, inclusive ela prejudica o consumidor norte-americano”, disse Alckmin. O vice-presidente ainda afirmou que a resposta à decisão dos Estados Unidos virá por meio do decreto que regulamenta a Lei de Reciprocidade Econômica, que deve ser publicado até terça-feira (15). As informações são da CNN Brasil.
Leia mais“O Congresso Nacional aprovou a Lei da Reciprocidade, que determina: se houver tarifa lá, haverá tarifa aqui. A regulamentação, que é por decreto, sai amanhã ou até terça-feira”, afirmou Alckmin. “O governo vai trabalhar porque entendemos que essa medida é inadequada, não se justifica e vamos recorrer à OMC (Organização Mundial do Comércio).”
Alckmin declarou também que vai trabalhar “para reverter” as tarifas, além de mencionar que os Estados Unidos mantêm um superávit comercial com o Brasil, tanto na balança de bens quanto de serviços, e não há justificativa econômica para o chamado “tarifaço”.
“Em reação às tarifas americanas, o Brasil não é problema para os EUA. Os EUA têm um superávit conosco, tanto de serviços quanto de bens. O déficit comercial deles no ano passado foi de US$ 1,2 trilhão, mas não com o Brasil. O Brasil é superavitário para eles”, disse.
O mercado dos EUA é o segundo principal destino das vendas externas do Brasil, atrás apenas da China, com o petróleo tendo maior participação em receitas nas vendas para o país norte-americano.
O governo tem até o dia 1º de agosto para tentar mudar o cenário da sobretaxa, visto que Donald Trump afirmou que a imposição das tarifas de 50% dos produtos brasileiros acontecerá a partir desta data.
Leia menosEditorial do Estadão
A direita brasileira que se pretende moderna e democrática, se quiser construir um legítimo projeto de oposição ao governo Lula da Silva, precisa romper definitivamente com Jair Bolsonaro e tudo o que esse senhor representa de atraso para o Brasil. Não se trata aqui de um imperativo puramente ideológico, e sim de uma exigência mínima de civilidade, decência e compromisso com os interesses nacionais.
O recente ataque do presidente americano, Donald Trump, às instituições brasileiras, supostamente em defesa de Bolsonaro, é só uma gota no oceano de males que o bolsonarismo causa e ainda pode causar aos brasileiros. A vida pública de Bolsonaro prova que o ex-presidente é um inimigo do Brasil que sempre colocou seus interesses particulares acima dos do País. A essa altura, portanto, já deveria estar claro para os que pretendem herdar os votos antipetistas que se associar a Bolsonaro, não importa se por crença ou pragmatismo eleitoral, significa trair os ideais da República e arriscar o progresso da Nação.
Leia maisPor razões óbvias, Bolsonaro não virá a público condenar o teor da famigerada carta de Trump a Lula. Isso mostra, como se ainda houvesse dúvidas, até onde Bolsonaro é capaz de ir – causar danos econômicos não triviais ao País – na vã tentativa de salvar a própria pele, imaginando que os arreganhos de Trump tenham o condão, ora vejam, de subjugar o Supremo Tribunal Federal e, assim, alterar os rumos de seu destino penal.
Nesse sentido, é ultrajante a complacência de governadores como Tarcísio de Freitas (SP), Romeu Zema (MG) e Ronaldo Caiado (GO) diante dos ataques promovidos pelo presidente dos EUA ao Brasil. As reações públicas dos três serviram para expor a miséria moral e intelectual de uma parcela da direita que se diz moderna, mas que continua a gravitar em torno de um ideário retrógrado, personalista, francamente antinacional e falido como é o bolsonarismo.
Tarcísio, Zema e Caiado, todos aspirantes ao cargo de presidente da República, usaram suas redes sociais para tentar impingir a Lula, cada um a seu modo, a responsabilidade pelo “tarifaço” de Trump contra as exportações brasileiras. Nenhum deles se constrangeu por tergiversar em nome de uma “estratégia eleitoral”, vamos chamar assim, que nem de longe parece lhes ser benéfica – haja vista a razia que a associação ao trumpismo provocou em candidaturas mundo afora.
Tarcísio afirmou que “Lula colocou sua ideologia acima da economia, e esse é o resultado”, atribuindo ao petista a imposição de tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras aos EUA – muitas das quais saem justamente do Estado que ele governa. Classificando, na prática, a responsabilidade de Bolsonaro como uma fabricação, o governador paulista concluiu que “narrativas não resolverão o problema”, como se ele mesmo não estivesse amplificando uma narrativa sem pé nem cabeça.
Caiado, por sua vez, fez longa peroração, com direito a citação do falecido caudilho venezuelano Hugo Chávez, antes de dizer que, “com as medidas tomadas pelo governo americano, Lula e sua entourage tentam vender a tese da invasão da soberania do Brasil”. Por fim, coube a Zema encontrar uma forma de inserir até a primeira-dama Rosângela da Silva no script para exonerar Bolsonaro de qualquer ônus político pelo prejuízo a ser causado pelo “tarifaço” americano se, de fato, a medida se concretizar.
O Brasil não merece lideranças que relativizam os próprios interesses nacionais em nome da lealdade a um projeto autoritário, retrógrado e personalista. Até quando a direita brasileira permitirá ser escrava de um desqualificado como Bolsonaro? Não é essa a direita de um país decente. Não é possível defender o Estado Democrático de Direito e, ao mesmo tempo, louvar e defender um ex-presidente que incitou ataques às urnas eletrônicas, ameaçou as instituições republicanas, sabotou políticas de saúde pública e usou a máquina do Estado em benefício próprio e de sua família ao longo de uma vida inteira.
O Brasil precisa, sim, de uma direita responsável, madura e comprometida com o futuro – não de marionetes de um golpista contumaz.
Leia menosDo Estadão Conteúdo
A um ano e três meses das eleições de 2026, o governo Lula vai mudar o slogan, na tentativa de mostrar que sua identidade não pode ser confundida com a do Centrão. O mote “União e Reconstrução” será substituído agora pela ideia de que o terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem lado.
A estratégia para recuperar a popularidade perdida consiste em focar a propaganda oficial na seguinte mensagem: combater privilégios significa abrir espaço para que mais gente prospere na vida. Na prática, o governo quer ir além da toada “ricos contra pobres”.
Leia maisA ordem é bater na tecla de que programas lançados recentemente, como os que preveem linhas de crédito mais baratas para a reforma de casa e para microempreendedores, também beneficiam a classe média.
Ministros têm sido orientados a destacar em entrevistas que o principal adversário do País é o sistema de desigualdade, montado para favorecer 1% da população contra 99%. Para exemplificar esse raciocínio, devem dizer que, enquanto a maior parte dos brasileiros enfrenta uma jornada pesada, fila de ônibus e trânsito, impostos que levam mais de 20% dos salários de professores e até de pequenos comerciantes aliviam a carga de quem nasceu cercado por privilégios.
O Palácio do Planalto encomendou pesquisas qualitativas, que medem as percepções dos eleitores, para definir o novo slogan do governo e as consultas ainda estão em andamento. Já se sabe, porém, que o lema vai misturar os conceitos de trabalho, justiça social e enfrentamento aos privilégios com a defesa do Brasil. O toque nacionalista ganhou força após a ofensiva do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o País.
O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Sidônio Palmeira, tem conversado com os colegas sobre essa nova linha, que recebeu sinal verde de Lula. Nos bastidores, auxiliares do presidente afirmam que um governo de coalizão — no qual cada um puxa para um lado — acaba sem identidade. É por isso que, hoje, todas as iniciativas de ministros têm de passar pelo crivo da Secom.
Levantamentos do Planalto e do PT revelam que eleitores estão desencantados porque esperavam mais de Lula do que a reedição de programas como o Bolsa Família, o Farmácia Popular e o Minha Casa, Minha Vida. No diagnóstico dos entrevistados, essas ações já “fazem parte da paisagem” e é preciso ir muito além disso.
A troca do slogan “União e Reconstrução” por um mote que indique o rumo da segunda metade do governo e aponte para 2026, quando o presidente deve disputar novo mandato, já vinha sendo planejada por Sidônio.
Tudo foi acelerado, no entanto, após a crise entre o governo e o Congresso por causa do decreto que prevê o aumento de alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Partidos que ocupam 14 ministérios e não pretendem apoiar o PT nas eleições de 2026 — a maioria deles do Centrão — ajudaram a derrubar o decreto de Lula, que, por sua vez, recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, alega que a equipe econômica precisa dos R$ 10 bilhões previstos com as mudanças no IOF para fechar as contas públicas.
Uma audiência de conciliação entre as partes foi marcada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes para terça-feira, 15. O magistrado suspendeu todas as decisões tomadas até agora. O imbróglio estremeceu a relação entre Lula e a cúpula do Congresso, principalmente com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).
Nessa queda de braço, uma campanha do PT nas redes sociais martelou que Lula quer cobrar mais tributos do “andar de cima”, chamado agora de BBB (Bilionários, Bancos e Bets), para levar adiante a proposta de isentar quem ganha até R$ 5 mil do Imposto de Renda. Monitoramentos feitos pelo Planalto indicaram que a tática foi bem-sucedida.
Na quarta-feira, 9, após Trump anunciar a taxação de 50% sobre produtos brasileiros e justificar a medida sob a alegação de que o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe não deveria ocorrer, Lula voltou a usar o boné com o slogan “O Brasil é dos brasileiros”.
Publicitário que comandou a campanha petista, em 2022, Sidônio completa seis meses à frente da Secom na segunda-feira, 14. Neste período, enfrentou uma crise atrás da outra, atuou como bombeiro, mas também comprou muitas brigas, até mesmo com Haddad.
O chefe da equipe econômica não queria, por exemplo, revogar a norma da Receita Federal que ampliava a fiscalização de transações financeiras, incluindo o Pix.
À época, um único vídeo do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), com informações distorcidas sobre a operação, ultrapassou 200 milhões de visualizações. Haddad resistiu muito antes de recuar, mas acabou vencido.
“Eu vim aqui para fazer um doutorado. Estou ministro hoje e amanhã posso não estar”, disse Sidônio ao Estadão. “Não tenho interesse político”.
Em janeiro, quando assumiu a Secom no lugar de Paulo Pimenta (PT) — que foi demitido por Lula e voltou para a Câmara dos Deputados —, o marqueteiro prometeu recuperar a aprovação de Lula e do governo em três meses. Não foi o que ocorreu.
Até agora, o chefe da Secom não conseguiu fazer com que Lula resgatasse a popularidade. Pior: o presidente perdeu apoio no Nordeste, região que sempre foi reduto eleitoral do PT, e entre os mais pobres.
Pesquisas em poder do Planalto indicam que Lula começou a se levantar, mas ainda de forma lenta. As sondagens também mostraram que, na opinião dos eleitores, ele precisa falar mais com a população.
Lula não quer aumentar o número de entrevistas, mas Sidônio insiste. “Sou uma pessoa determinada”, garante o ministro franzino, que não come doce, só toma café amargo, mas diz estar disposto a fazer do limão uma limonada.
Foram tantas as turbulências enfrentadas por Sidônio desde janeiro que seus auxiliares até fizeram uma planilha. Nela, contabilizaram 12 crises em seis meses: de boatos infundados sobre a taxação do Pix a descontos indevidos de aposentados do INSS, passando pelo preço dos alimentos e a queda do então ministro Juscelino Filho.
“Comunicação é sempre um desafio, mas o Sidônio tem experiência, sensibilidade e vai avançar mais ainda”, afirmou ao Estadão o vice-presidente Geraldo Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.
Se depender da oposição, no entanto, o ministro entregará os pontos. Irritados com postagens nas redes sociais que se referem ao Legislativo como “Congresso da mamata” e atacam Hugo Motta, deputados convocaram Sidônio para explicar as últimas campanhas da Secom.
O ministro garante que essas mensagens não têm a digital do Planalto e conseguiu adiar sua ida à Câmara para agosto, depois do recesso parlamentar. Até lá, o novo slogan do governo já deve estar na praça.
Leia menosPor Tales Faria
Do Correio da Manhã
Quando deputado federal, Miro Teixeira costumava contar uma história bastante interessante. Envolvia seu amigo e então diretor de Redação do jornal o Globo, Evandro Carlos de Andrade, e o então senador pela Bahia Antônio Carlos Magalhães.
ACM era considerado um dos políticos mais fortes do país, à frente do PFL (ex-Arena e atual centrão), capaz de ameaçar e fazer tremer presidentes da República.
Leia maisMas também usava de sua força para alguns blefes, como aquele em que anunciou possuir um dossiê com “provas de corrupção” envolvendo o ministro do governo Itamar Franco, Jutahy Junior, do Bem-Estar Social, seu adversário na Bahia.
Itamar convocou ACM para apresentar pessoalmente o dossiê. O senador adentrou ao Palácio do Planalto cercado de repórteres com as supostas provas debaixo do braço.
Itamar sabia que, após um encontro reservado, o senador sairia contando vantagens sobre “as provas” que teria entregado. Mandou então os repórteres participarem da audiência. Ao abrir-se a papelada, o que toda a imprensa viu era apenas um monte de recortes de jornais. O dossiê virou pó. Era blefe.
Parte da força política de ACM, na verdade, vinha de sua amizade pessoal com Roberto Marinho, o dono do grupo Globo de Comunicação. Amizade esta fortalecida quando o baiano assumiu como ministro das Comunicações do governo de José Sarney.
ACM foi indicado ministro por Roberto Marinho a Tancredo Neves. Conta-se que Ulysses Guimarães chegou a protestar contra a escolha do político baiano, ao que Tancredo respondeu: “Meu amigo, eu posso até brigar com o papa, mas não vou arrumar confusão agora com o Roberto Marinho.”
E qual a história que Miro Teixeira contava?
Segundo o então deputado, por conta de uma informação que o Globo publicou e que desagradava a ACM, o poderoso político enviou a Evandro Carlos de Andrade um fax (naquele tempo não havia Whatsapp. O fax era uma reprodução fac-símele de uma mensagem transmitida por linha telefônica).
Evandro Carlos de Andrade é citado no livro biográfico “Roberto Marinho — o poder está no ar”, escrito por Leonêncio Nossa, como o homem que operou a grande renovação de O Globo, onde chegou em 1971.
Evandro pegou o jornal em decadência e ajudou a torná-lo líder de vendas durante sua gestão. Foi o único não Marinho a encabeçar a primeira página do Globo por quase 25 anos.
A mensagem via fax chegou a Evandro no melhor estilo ACM: agressiva, deselegante, meio que se baseando nos seus fortes laços com o dono do Globo e patrão do chefe da Redação.
Segundo Miro Teixeira, Evandro pegou o tal fax e determinou que ele fosse imediatamente devolvido ao mesmo número de telefone que o enviou. Mas, com um recado que rabiscou à mão, dizendo algo mais ou menos assim: “Deve ter havido algum engano na escolha do destinatário. Ponto.”
Pois é. Foi algo semelhante que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez com a carta que o presidente dos Estado Unidos, Donald Trump, vazou como tendo sido enviada ao mandatário brasileiro no último dia 9.
Não veio por fax. Então, por ordem de Lula, a embaixadora responsável no Itamaraty pela América do Norte e Europa, Maria Luisa Escorel, convocou o encarregado de negócios dos EUA no Brasil, Gabriel Escobar, a confirmar a tal carta, já que o governo do Brasil só soube da sua existência pela imprensa.
Escobar confirmou. Então a diplomata respondeu que, como o Brasil não havia recebido de fato o documento, desde já o devolvia, mesmo que simbolicamente, por não reconhecer legitimidade nos argumentos de Trump.
Sem legitimidade em relação à ingerência nos assuntos internos do país, e sem legitimidade quanto à afirmação de que há déficit comercial dos EUA com o Brasil.
Lula, no final das contas, imitou Evandro Carlos de Andrade: devolveu o fax. Não se sabe se ele já sabia da história do diretor de Redação do Globo com ACM.
Leia menosA Secretaria de Desenvolvimento Profissional e Empreendedorismo de Pernambuco (Sedepe), junto com seus órgãos vinculados, a Agência de Empreendedorismo de Pernambuco (AGE) e a Junta Comercial de Pernambuco (Jucepe), desembarcará, em Serra Talhada, nos próximos dias, com diversos atendimentos voltados à população. A ação, fruto de articulação do deputado federal Waldemar Oliveira e de Sebastião Oliveira, se dá na 25ª Exposerra, que acontece entre os dias 17 e 19 deste mês.
Durante o evento, a Sedepe, comandada por Manuca (Avante), apresentará o Programa de Qualificação Profissional do Estado (Qualifica PE) e o Programa ALI Produtividade, além disso, dará atenção especial ao Microempreendedor Individual (MEI), prestando atendimentos especializados, que incluem a verificação sobre parcelamento de débitos e esclarecimentos sobre regularização empresarial. Já a Jucepe vai orientar sobre abertura de empresas de portes variados, emissão de certidões e consultas e serviços digitais.
Por sua vez, na terça e quarta-feira (15 e 16) a AGE levará ao município a sua “Caravana do Crédito”, voltada a alavancar o empreendedorismo no Estado, por meio de linhas de créditos que oferecem tarifas especiais para atender empreendedores formais e informais. Na Exposerra, a Agência realizará uma palestra sobre “Empreendedorismo”. “O Governo de Pernambuco tem tido um olhar diferenciado para as áreas da qualificação e empreendedorismo. Conseguimos articular essa iniciativa que vai ofertar oportunidade para nosso povo trabalhador”, destacou Sebastião Oliveira. “São duas pautas muito importantes para o desenvolvimento de Pernambuco, sobretudo, do Sertão, e prioridades do meu mandato”, ressaltou Waldemar Oliveira.
Do g1
Uma criança de Padre Bernardo, no Entorno do Distrito Federal, montou uma festa de aniversário diferente. Em vez da comemoração tradicional, o pequeno Davi de Souza Teles, de 3 anos, pediu para compartilhar seu momento com os coletores de lixo que passam em sua rua. Compartilhada nas redes sociais, a cena comoveu internautas.
Segundo a mãe do garoto, Rafaela de Souza Miranda Teles, mesmo antes de saber falar, o garoto já cumprimentava os garis e admirava os caminhões. Mas a paixão se intensificou no fim de 2024. De acordo com Rafaela, Davi se levanta todos os dias e corre para ver o caminhão passar.
Leia maisEm janeiro deste ano, seis meses antes do aniversário, o tema já estava definido. Davi pediu que a festa fosse em homenagem aos coletores de lixo. A mãe conta que se surpreendeu com a escolha do filho e ficou orgulhosa.
Na região onde a família mora, a coleta de lixo acontece às segundas, quartas e sextas. Rafaela então decidiu organizar um café da manhã para os trabalhadores, já que o aniversário do filho foi na última segunda-feira (7).
Segundo Rafaela, o pai de Davi é um dos principais incentivadores do filho. “O pai dele não participou porque estava viajando, mas sempre incentivou, comprando miniaturas e carrinhos. Foi muito gratificante para nós como pais ver o coração do Davi”, conta Rafaela.
A festa
No vídeo feito pela mãe, dois coletores, Jailton Pereira de Morais, de 32 anos, e Renildo Ferreira de Jesus, de 34, aparecem para pegar o lixo. Quando veem Davi, param para abraçar e cumprimentar o aniversariante. Depois, Davi ainda entrou no caminhão e tirou fotos com os profissionais.
“Acordar de manhã todos os dias e, de repente, virar uma rua e ver algo inesquecível, sem saber de nada, é uma alegria imensa. Saber que o pequeno Davi está fazendo aniversário à nossa espera. O presente quem ganhou fomos nós, com um gesto de amor e carinho, é muito gratificante. Isso vai me marcar pelo resto da vida. O que ele fez não tem preço”, disseram os coletores.
Para Lázaro Marques, de 39 anos, gerente da empresa de coleta responsável pela região, a profissão precisa ser mais valorizada e reconhecida.
“O trabalho que a gente faz é tão importante quanto o de um médico ou de um mecânico. Se a população ficar sem coleta de lixo por três dias, haverá mau cheiro e lixo espalhado. Acho que as pessoas precisam ter um pouco mais de carinho, assim como Davi”, disse o gerente.
A família ainda fez outra celebração para a criança ontem e disse que os coletores foram convidados.
Repercussão
A mãe disse que postou os vídeos nas redes sociais pensando apenas em guardar como recordação, sem esperar a repercussão. Nos comentários, internautas admiraram o gesto da criança. “Não me canso de ver esse vídeo”, disse um internauta. “É lindo ver uma criança de coração bondoso”, escreveu outro seguidor.
Leia menosDos cinco municípios que cancelei o lançamento do meu livro Os Leões do Norte, ao longo da semana passada, em consequência da morte da minha cunhada Socorro Martins, pelo menos três já foram reagendados: Flores ficou para o próximo dia 23, no mesmo local e horário — a Câmara de Vereadores, às 19 horas.
Floresta será no dia seguinte, na quinta 24, no Espaço Cultural João Boiadeiro, às 19 horas. E Serra Talhada está agendado para a sexta-feira, 25, na Fundação Cultural, o antigo Cist, a partir das 18 horas. Triunfo e Afogados da Ingazeira, que completavam o roteiro, serão agendados para agosto.
Leia maisOs Leões do Norte, editado pela EuEscrevo Editora, é resultado de uma extensa pesquisa jornalística e historiográfica, envolvendo 22 minibiografias de ex-governadores de Pernambuco, que exerceram mandatos entre 1930 e 2023.
Trata-se de uma contribuição essencial para a preservação da memória política e institucional do Estado, destacando o papel de Pernambuco como berço de lideranças que marcaram a história nacional.
Com estilo acessível, lanço luz sobre trajetórias que extrapolam o cenário local, evidenciando figuras como Miguel Arraes, Agamenon Magalhães, Marco Maciel, Eduardo Campos, entre outros, que influenciaram e foram influenciados pelos rumos da política brasileira.
Há também bastidores e contextos que enriquecem a compreensão sobre as transformações políticas de quase um século. O prefácio é assinado pelo advogado e professor universitário Maurício Rands, que ressalta o valor da obra como registro histórico e instrumento de reflexão crítica sobre o passado e o presente da cultura política pernambucana.
“É uma contribuição necessária para que leitores e pesquisadores tenham mais elementos para interpretar a história do estado e identificar os desafios que ele enfrenta”, afirma.
O livro ainda conta com design gráfico, capa e caricaturas de Samuca Andrade, além de ilustrações de Greg. Os Leões do Norte homenageia os líderes que ocuparam o Palácio do Campo das Princesas e também promove o debate sobre seus legados, suas contradições e o impacto de suas gestões.
Em tempos de revisão da história e de busca por referências sólidas, o livro se firma como leitura indispensável para jornalistas, estudantes, pesquisadores e todos os que se interessam pela vida pública pernambucana.
Leia menosPor Marlos Porto*
Tenho muitas divergências com Eduardo Bolsonaro e o seu apoio a Israel é uma das mais importantes. Mas não posso deixar de parabenizá-lo pela atitude ousada, corajosa e firme na defesa de suas posições. Pois, como escreveu Guimarães Rosa, “a vida (…) o que ela quer da gente é coragem”.
A quem acusa Eduardo Bolsonaro de atentado à soberania em virtude de apoio a sanções econômicas, posso dizer apenas que deveria estudar mais o que diz o Código Penal (Art. 359-I).
Leia maisAtentado à soberania exige que os atos negociados junto a governo ou grupo estrangeiro tenham como finalidade “provocar atos típicos de guerra contra o País ou invadi-lo”.
Decididamente, impor tarifas comerciais à entrada de produtos brasileiros, conforme anúncio de Trump, jamais poderia ser considerado como ato típico de guerra contra o Brasil nem como invasão do nosso território.
Ou será que os alvos das críticas de Trump preparam mais alguma interpretação jurídica criativa para subverter o sentido das leis?
Aos governistas que viviam a ridicularizar o patriotismo, mas agora retorcem o significado de soberania para abarcar o encobrimento de abusos e mazelas de autoridades, lembro que calúnia é crime.
Ah, mas calúnia contra críticos dos abusos e das mazelas dessas autoridades parece ser um mal menor para esses senhores, não é mesmo?
É preciso unir o Brasil.
Anistia JÁ!
*Marlos Porto é bacharel em Direito.
Leia menosMesmo após denúncias e fiscalizações do Conselho Regional de Enfermagem de Pernambuco (Coren-PE), o Hospital Regional do Agreste (HRA), em Caruaru, continua enfrentando superlotação e falta de estrutura. Um vídeo enviado por um leitor mostra pacientes sendo atendidos em macas nos corredores da emergência, reflexo da escassez de leitos e insumos básicos.
O deputado federal Fred Linhares (Republicanos-DF) destinou emenda parlamentar de R$ 5 milhões para uma fundação sediada em Maceió (AL).
Apresentador da Record e político, Fred Linhares foi eleito deputado pela primeira vez em 2022, no Distrito Federal. Embora seja da capital do país, o parlamentar indicou a emenda milionária para uma entidade que fica a quase 2 mil quilômetros do DF. As informações são do portal Metrópoles.
A beneficiada com a emenda de R$ 5 milhões de Fred Linhares é a Fundação de Apoio ao Ensino, Extensão e Pesquisa de Alagoas (Fepesa), entidade de direito privado sem fins lucrativos.
O parlamentar confirmou que a instituição tem CNPJ registrado fora do Distrito Federal, mas disse que “o projeto será executado integralmente em Brasília, com foco no controle, erradicação e combate à dengue”.
A tarifa de 50% imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao Brasil deve prejudicar a indústria nacional das armas. Levantamento feito pelo Metrópoles mostra que o mercado estadunidense absorveu 61,3% das exportações brasileiras do setor em 2024.
Segundo dados da plataforma Comex Stat, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), o Brasil exportou US$ 528 milhões em itens da categoria “armas e munições; suas partes e acessórios”. Desse total, US$ 323 milhões foram para os EUA. As informações são do portal Metrópoles.
Leia maisEnquanto isso, o Brasil importou US$ 17,6 milhões dos EUA, nessa mesma categoria, em 2024. Ou seja, o mercado brasileiro vende para os norte-americanos 18 vezes mais do que o valor que a indústria estadunidense exporta para o mercado nacional.
O valor da exportação de armas para o país de Donald Trump supera em 11 vezes os US$ 27 milhões que o Brasil exportou para o seu segundo maior parceiro nessa categoria, os Emirados Árabes Unidos
Fontes do MDIC afirmaram que a taxação anunciada por Trump deve impactar a indústria de armas no Brasil, mas afirmam que ainda é cedo para cravar a dimensão desse impacto. Segundo os auxiliares do vice-presidente da República e ministro, Geraldo Alckmin, a Casa Branca não foi clara sobre a cobertura desse tarifaço.
Leia menosDo g1
A Procuradoria-Geral da República deve entregar, até amanhã, as chamadas alegações finais na ação penal contra o “núcleo crucial” da organização criminosa que atuou na tentativa de golpe de Estado em 2022.
O caso tem o ex-presidente Jair Bolsonaro como um dos réus. O documento resume o processo e traz a posição do Ministério Público Federal. Depois desta etapa, serão abertos prazos para que os oito réus no processo apresentem seus entendimentos.
Leia maisNo fim de junho, o ministro Alexandre de Moraes determinou a abertura de prazo para a apresentação dos documentos. A fase de alegações finais é a última etapa antes do julgamento que vai decidir se o grupo deve ser acusado ou absolvido.
A ação investiga a conduta de oito acusados — entre eles, o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Compõem este núcleo, além de Bolsonaro:
Eles respondem por cinco crimes:
Alegações finais
As alegações finais são a última oportunidade antes do julgamento para que acusação e a defesa apresentem argumentos, analisem provas e fatos apresentados durante a instrução processual.
As partes entregam ao Supremo suas informações por escrito, em memoriais. Nos documentos, eles resumem o andamento do processo e reforçam seus argumentos pela absolvição ou condenação, tendo como base as provas que foram produzidas ao longo da tramitação da ação.
São as últimas considerações antes do julgamento. Os documentos são analisados pelos ministros da Primeira Turma. No entanto, não são pronunciamentos que precisam ser obrigatoriamente seguidos: os ministros avaliam o caso de forma independente, apreciando as provas produzidas no processo como um todo.
O prazo é 15 dias e é contado de forma sucessiva: começou com a Procuradoria-Geral da República.
Na sequência, a defesa do tenente-coronel Mauro Cid terá outros 15 dias para se manifestar (por ter fechado acordo de colaboração no âmbito do processo, deve apresentar suas alegações antes dos demais réus). Depois, as defesas dos demais acusados terão prazo conjunto de 15 dias.
Como há réu preso — o general Braga Netto — os prazos correm mesmo durante o recesso do Judiciário, de 2 a 31 de julho.
Fases do processo
A denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o “núcleo crucial” foi apresentada em fevereiro deste ano.
Em março, ao admitir a acusação, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal permitiu a abertura da ação penal contra o grupo.
O processo passou pela fase de instrução — coleta de provas e depoimentos em abril, maio e junho. Também foram feitas acareações, como diligências adicionais.
Próximos passos
Encerrados os prazos de alegações, a ação estará apta a ser levada a julgamento na Primeira Turma da Corte, em data ainda a ser marcada no segundo semestre.
Esta deliberação vai definir se o grupo será condenado ou absolvido.
O colegiado julga por maioria, analisando a situação de cada acusado. Pode seguir por dois caminhos:
Nas duas circunstâncias, acusação e defesas podem recorrer da decisão ao próprio STF.
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