Coluna da quarta-feira

Meu último encontro com Patriota

Há 50 dias, tive meu último encontro com o deputado e conterrâneo pajeuzeiro José Patriota (PSB), que Deus levou, ontem, aos 63 anos. Quis o destino que fosse casual, mas ficou guardado na memória, na alma e no coração como uma despedida. Eu estava na loja de conveniência do posto Cruzeiro, em Arcoverde, parada obrigatória para quem vai ou vem do Sertão.

Patriota chegou de mansinho, com ar cansado, vindo do Recife em direção a Afogados da Ingazeira, na companhia do seu motorista. Calçava tênis e exibia uma meia preta até o joelho. Sentou-se ao meu lado, na mesma mesa em que estava o advogado Roberto Morais, também pajeuzeiro de Ingazeira. De supetão, desabafou: “Estou numa luta desigual contra o câncer e pela vida, só Deus sabe o que estou passando, um sofrimento terrível”.

Naquela manhã cinzenta, de ar rarefeito, Patriota fez algumas revelações. Contou que havia “fugido” de um hospital na semana passada por não aguentar mais ser furado e tratado de forma desumana. A fuga, segundo ele, foi do ambiente do hospital para uma suíte num hotel próximo ao Riomar, levando parte da equipe de médicos e enfermeiros que o assistia, para continuar o seu tratamento numa área mais confortável, para que ele tivesse controle da situação.

A cada revelação, um choro incontido, lágrimas discretamente contidas. Estava extremamente emocionado, mas resiliente. Lamentava ter sido “escolhido” por algo que não sabia a razão de estar pagando um preço tão caro. Ao mesmo tempo, lembro bem, destacou alguns personagens solidários com a sua causa, entre eles o prefeito do Recife, João Campos (PSB), que, segundo ele, ligava todos os dias para saber de notícias.

João, segundo Patriota, chegou a oferecê-lo tratamento nos Estados Unidos, tão envolvido emocionalmente estava com o drama enfrentado pelo amigo, que conheceu ainda garoto, através do seu pai, o ex-governador Eduardo Campos. Outro personagem citado foi o presidente da Assembleia Legislativa, Álvaro Porto (PSDB).

Porto, segundo as palavras de Patriota, não lhe deixou faltar absolutamente nada em todas as fases do tratamento. José Patriota ainda falou de política, de eleições e, sobretudo, do trabalho parlamentar que vinha desenvolvendo, com destaque para a pauta municipalista, temática que abraçou e se apaixonou desde quando governou sua cidade do coração por dois mandatos. Do coração, literalmente, porque ele nasceu em Tabira.

Ao final do encontro, olho no olho, regado a café e sucos (ele chegou a comer um sanduíche), no qual observei cada detalhe das suas reações emocionais, pedi para registrar uma foto ao seu lado. Patriota me pediu desculpas, preferiu não fazer e comentou: “Estou na fase do isolamento, não estou recebendo ninguém nem me expondo a qualquer ambiente público”.

Aceitei as ponderações, Patriota me deu um forte aperto de mão, agradeceu pelas minhas palavras de aposta e fé na sua recuperação, e assim se despediu referindo-se ao novo tratamento com uma vacina ao custo de R$ 20 mil a unidade: “Estou esperando um milagre, só um milagre me salva”.

Éramos revolucionários – José Patriota foi meu contemporâneo em Afogados da Ingazeira no início da década de 80, anos dourados para uns, para nós, entretanto, de muita luta. O conheci militando no movimento sindical da Fetape, a Federação dos Trabalhadores de Pernambuco, eu já na condição de correspondente do Diário de Pernambuco. Cobri todas as manifestações dos camponeses, inclusive ameaças de saque às feiras livres. Éramos revolucionários e não sabíamos. Ele, conscientizando os trabalhadores rurais para o despertar da luta pelos seus direitos, eu relatando tudo em matérias expressas que contrariavam o regime, sempre omisso na assistência ao campo.

Meu canal ao bispo vermelho – Naquela época, centenas de camponeses, com chapéu de palha na cabeça e enxada nas mãos, enchiam as ruas de Afogados da Ingazeira em protestos organizados pelo Sindicato dos Trabalhadores. Certo dia, um forte boato se espalhou pela região de que os agricultores, revoltosos, iriam saquear a feira livre, cansados de esperar pelas promessas do Governo. José Patriota me conduziu até o Palácio Episcopal, sede do bispado da região, para uma entrevista com Dom Francisco Mesquita, que à direita o chamava de bispo vermelho.

Saquear não é pecado nem crime – Após falar na Rádio Pajeú, num programa da igreja ao meio-dia, tranquilizando a população de que não haveria saque, mesmo achando que os camponeses tinham todo direito, em razão da omissão do Governo, Dom Francisco me recebeu ao lado de Patriota e deu uma entrevista bombástica, que o DP publicou na íntegra, ocupando uma página inteira, na qual afirmou que saquear não era crime. “Crime é morrer de fome. O trabalhador está no seu pleno direito”, disse ele. Lembro muito bem até hoje.

Agitos em Brasília – O sindicalismo fez escola no Pajeú para José Patriota. Mais tarde, já em Brasília, nos anos 90, atuando no Congresso Nacional como repórter do Correio Braziliense, me deparo com o revolucionário conterrâneo numa grande manifestação promovida pela Contag – a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura – na Esplanada dos Ministérios. Para mim, não foi surpresa alguma ele já ter alcançado um outro estágio e patamar da sua jornada de militante sindical – o movimento irmanado dos trabalhadores rurais de todo o País.

Um páreo duro – Do ex-governador Eduardo Campos, de quem José Patriota se aproximou pelas mãos do avô dele, o ex-governador Miguel Arraes, já ouvi testemunhos do apreço e admiração que tinha por ele. “Nunca dei uma missão a Patriota para não ser exitosamente cumprida”, me disse, certa vez, quando estávamos pousando em Afogados da Ingazeira para uma agenda do aliado já prefeito. Eduardo tinha tamanha afinidade com Patriota que ousava em provocá-lo com uma brincadeira, de que iria promover um concurso de beleza entre ele e Guilherme Uchôa, ex-presidente da Alepe. “Um páreo duro”, reagia o bem-humorado Patriota, isso na frente de Uchoa, que morria de rir.

CURTAS

DESPEDIDA – Afogados da Ingazeira vai parar hoje, literalmente, para prestar as últimas homenagens ao seu filho mais ilustre, o ex-deputado e ex-prefeito do município José Patriota, que perdeu a sua luta, ontem, contra o câncer.

GESTO – O velório começou ontem à noite no Ginásio de Esportes e deve se prolongar até às 17 horas, horário marcado para o sepultamento do cemitério da cidade. Prefeitos de toda região do Pajeú estarão presentes. Em respeito à memória do ex-deputado, todos os candidatos a prefeito da região cancelaram suas agendas de campanha.

COBERTURA– Desde o horário da confirmação da morte de Patriota, na manhã de ontem, num hospital do Recife, a Rádio Pajeú, sob a coordenação do seu diretor de jornalismo, Nill Júnior, faz uma programação especial em homenagem ao ex-deputado, que se constituiu, sem dúvida, na maior liderança política do município.

Perguntar não ofende: Quem vai, afinal, assumir a cadeira de Patriota na Alepe: o primeiro suplente, vereador Davi Muniz, hoje filiado ao PSD, ou Júnior Matuto, segundo suplente mantido no PSB?

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A prefeita de Floresta, Rorró Maniçoba, anunciou através das redes sociais o falecimento de seu irmão, Fernando Maniçoba, conhecido como Neguinho.

Fernando tinha 70 anos e lutava contra um câncer. Em função da morte do irmão, Rorró suspendeu as atividades de campanha até o domingo, dia 22.

“Me ausentarei das atividades de campanha até o próximo domingo (22), para estar ao lado da família, neste momento de grande consternação.

As palavras são insuficientes para expressar a dor que estamos sentindo, pois, Neguinho era um irmão presente e muito amado, mas, o seu legado e tudo que vivemos permanecerá vivo em nossas memórias”, escreveu a prefeita.

O candidato a prefeito pelo PL, Fernando Rodolfo, realizou ontem o maior ato de sua campanha até agora na capital do Agreste. A carreata percorreu os bairros de Santa Rosa e Vassoural, onde o candidato cumprimentou simpatizantes, sendo seguido por uma multidão de carros e motos. “Caruaru vai decidir por um novo caminho e vai ter a coragem de mudar”, afirmou o candidato.

Fernando falou sobre a importância do resgate econômico e da geração de empregos na cidade. Ele também criticou o prefeito Rodrigo Pinheiro, que se recusou a participar do debate na Universidade Federal de Pernambuco ao lado de educadores e jovens. “Quem se nega a debater o futuro em uma universidade, junto com aqueles que fazem educação e com a juventude que buscam esperança e ouvir as propostas do próximo prefeito, demonstra claramente a falta de compromisso com o futuro. Por isso, eu tenho certeza de que a população de Caruaru vai mudar. Mudar porque precisa de um novo caminho, algo diferente”, ressaltou.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deu sinal verde ao ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, para o retorno do horário de verão no país.

O petista só pediu para que a decisão seja estritamente técnica, não política. E que leve em consideração a mudança nos relógios apenas diante do quadro hídrico do país.

Nos últimos anos, setores como de restaurantes e hotéis têm defendido o horário de verão para a melhora de sua atividade comercial.

Lula vinha resistindo até então. O cenário de diminuição dos níveis dos reservatórios e represas, contudo, mudou a percepção.

Hoje, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) realiza reunião extraordinária sobre plano de contingência para evitar apagões no país até 2026.

O governo federal tem demonstrado preocupação com o assunto porque o Brasil passa pela pior seca dos últimos 94 anos e, com a chegada do calor, deve enfrentar picos mais altos de consumo.

Um dos principais desafios do setor elétrico tem sido justamente o chamado “horário de ponta”, de pico da demanda por energia, entre 18h e 19h.

É um momento em que os parques solares deixam de produzir energia fotovoltaica e as usinas eólicas costumam produzir menos, pela baixa intensidade dos ventos, que geralmente são mais fortes à noite e de madrugada.

Da CNN Brasil.

Quatro deputados e um senador dos EUA, todos republicanos, pediram formalmente que o visto de entrada no país do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), seja cancelado. A solicitação se estende também aos demais membros da corte.

Os parlamentares do partido do ex-presidente dos EUA Donald Trump argumentam que os magistrados do Supremo, em especial Moraes, usaram seus cargos para silenciar a liberdade de expressão. A principal citação no documento foi a determinação de bloqueio do X (ex-Twitter), expedida no fim de agosto.

O documento com o pedido foi assinado pelos deputados María Elvira Salazar, Christopher H. Smith, Rich McCormick e Carlos Giménez; e pelo senador Rick Scott. O texto foi enviado para o secretário de Estado do país, Antony Blinken.

“O juiz da Suprema Corte do Brasil, Alexandre de Moraes, tem um histórico bem documentado de restrição à liberdade de expressão, especialmente contra indivíduos e grupos com opiniões políticas conservadoras. As suas últimas ações representam o culminar de um padrão mais amplo de excesso judicial,” diz a carta assinada pelos republicanos.

“Respeitosamente pedimos que você negue qualquer pedido de visto americano ou admissão nos Estados Unidos, incluindo a revogação de qualquer visto existente, para o ministro da Suprema Corte brasileira, Alexandre de Moraes, e os demais membros da Suprema Corte do Brasil. O Brasil é cúmplice nestas práticas antidemocráticas”, diz ainda o texto.

Este não é o primeiro embate entre parlamentares dos EUA, simpatizantes do ex-presidente Jair Bolsonaro, e o ministro Alexandre de Moraes.

Da Folha de São Paulo.

Já estou em Caruaru para participar como um dos jornalistas com direito a perguntas do debate entre os candidatos a prefeito do município. É uma promoção da Rádio Cultura, dirigida por Júnior Almeida, e da TV Nova Nordeste, do meu amigo Pedro Paulo.

Começa de 9h e vai até 11h, com duas horas de duração. O prefeito Rodrigo Pinheiro (PSDB), que lidera as pesquisas, não confirmou presença. Estarão presentes José Queiroz, do PDT, Fernando Rodolfo, do PL, Michelle Santos, do Psol, e Armandinho, do Solidariedade.

Sandrinho em céu de brigadeiro

No mesmo dia em que a população de Afogados da Ingazeira, a 386 km do Recife, se despediu do agora ex-deputado José Patriota (PSB), o maior líder político do Sertão do Pajeú, o Instituto Opinião, em parceria com este blog, traz pesquisa apontando um cenário extremamente favorável para a reeleição do prefeito Sandrinho Palmeira (PSB), cria e afilhado político de Patriota.

De acordo com o levantamento, postado em matéria abaixo, Sandrinho abre 24 pontos de vantagem sobre o candidato do PSD, Danilo Simões, que agregou todas as oposições – 52% a 28%. A pesquisa estava programada para ser divulgada ontem, mas em razão da morte do ex-deputado, que consternou não apenas Afogados da Ingazeira, mas o Estado, adiamos para hoje.

Os números não surpreendem. Escolhido por Patriota como sucessor em 2020, Sandrinho tem uma gestão bem avaliada, resultado da continuidade dos dois mandatos do seu padrinho político, que ontem levou uma multidão às ruas para o último adeus. Patriota foi sepultado no cemitério local sob um ambiente de muita emoção.

Danilo Simões, por sua vez, embora seja filho de dois ex-prefeitos do município – Orisvaldo Inácio e Giza Simões – se constitui numa cara nova na política afogadense. Ao invés de registrar seu nome como Danilo de Giza, optou pelo sobrenome Simões, detalhe que dificultou a ligação do seu nome, por parte do eleitorado, com a mãe, que, prefeita, era apontada como a mãe dos pobres, em razão do seu trabalho focado na área social.

Mas sua introdução no cenário eleitoral fez com que Afogados da Ingazeira voltasse a ter disputa, campanha de fato e emoção, o que não ocorreu na eleição passada, na qual Sandrinho foi eleito sem oposição, enfrentando Zé Negão, que embora histórico oposicionista, não tinha capital nem envergadura política para o embate, que virou extremamente desigual.

Emoção, choro e dor – No último adeus a José Patriota, uma multidão participou do cortejo fúnebre, ontem, em Afogado da Ingazeira, onde seu corpo foi velado da noite de terça-feira até às 16 horas de ontem, sendo sepultado no cemitério local. Muita gente simples, sobretudo trabalhadores rurais, não conteve a emoção e foi vista chorando compulsivamente. Lideranças de praticamente todos os municípios da região foram se despedir do líder político, que governou o município por dois mandatos. Ele também foi vereador, presidente da Associação Municipalista de Pernambuco e deputado estadual.

Na luta do povo – Tão logo tomou conhecimento da morte de José Patriota, na manhã da última terça-feira, o prefeito do Recife, João Campos (PSB), suspendeu todos os atos da sua campanha de reeleição e foi consolar a família enlutada, a viúva Madalena e os quatro filhos de Patriota. Seguiu de carro à noite para pernoitar em Afogados da Ingazeira, e por lá ficou boa parte do velório, mas não quis falar nos funerais, de tão abalado que estava emocionalmente. “Patriota foi um grande amigo, uma pessoa que sempre acreditou na organização da luta do povo, exemplo de alguém que fez muito em vida e será lembrado por tudo que deixou entre nós”, disse João.

Debate sem graça – O debate entre os candidatos a prefeito do Recife, ontem, promovido pela Associação dos Docentes da UFPE, foi marcado por críticas à direita e à esquerda, e, em diversos momentos, os participantes tiveram suas falas interrompidas por causa de vaias da plateia, inclusive em várias vezes em que o prefeito João Campos, que faltou, era mencionado.  Gilson Machado, candidato do PL, reclamou da ausência de João Campos e disse que foi silenciado pela Justiça Eleitoral, após perder a maior parte de seus guias eleitorais e inserções. “Recife hoje é a capital da intolerância política. Tiraram meu guia do ar porque estou falando a verdade”, protestou.

O rabo da gata – Primeiro a falar no debate da UFPE, o candidato do PSD, Daniel Coelho, apoiado pela governadora Raquel Lyra (PSDB), disse ser “inexplicável Recife ser a única capital do Brasil que não teve debates até esse momento” e afirmou que João Campos faltou ao debate porque não quer se explicar sobre o que chamou de “máfia das creches” e disse que existia uma “censura” sobre o caso. A fala raivosa de Daniel, na TV e no debate de ontem, é rejeitada pela população. Tanto que está no rabo da gata, quase sendo ultrapassado nas pesquisas por Dani Portela (Psol).

Loyo vê melhora na saúde – Presidente estadual do PSDB, o empresário Fred Loyo, que hoje, ao lado do ex-senador Armando Monteiro, começa mais um giro pelo Estado para reforçar o palanque de prefeitos aliados, com agenda em pelo menos 18 municípios, está confiante no bom desempenho dos postulantes apoiados pela governadora Raquel Lyra nas eleições de 6 de outubro. A população, segundo ele, já assimila com muita propriedade as mudanças no Estado para melhor. “A descentralização na política de saúde, por exemplo, deu uma guinada na melhoria dos hospitais regionais. Tenho ouvido depoimentos emocionantes de pessoas que foram salvas ou tiveram pacientes atendidos com pleno êxito nas emergências dos hospitais regionais, como o de Serra Talhada e o de Arcoverde”, disse Loyo.

CURTAS

VOLTA – O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, ontem, que voltará a governar o Brasil em 2026. Em encontro com mulheres em Imperatriz (MA), o líder da direita brasileira disse não ter “obsessão” pelo poder, só “amor” pelo País. Ele estava acompanhado da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, da vice-governadora de Brasília, Celina Leão (PP), e da senadora Damares Alves (Republicanos-DF).

PRIVILEGIADO – O diretório do PL destinou R$ 135.134,62 para a campanha de Jair Renan Bolsonaro (PL). O filho “04” do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que concorre ao cargo de vereador em Balneário Camboriú. A doação representa quase 90% do limite estabelecido pela Justiça Eleitoral para a candidatura de vereador na cidade, que é de R$ 150.149,58.

LUZ CARA– O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica, Sandoval Feitosa, afirmou, ontem, que a conta de luz deve seguir com cobrança extra até o final do ano. Por causa da seca severa que afeta as hidrelétricas, a bandeira tende a continuar vermelha ou no máximo cair para amarela.

Perguntar não ofende: Pablo Marçal vai despencar em São Paulo depois da cadeirada?

Faltando 18 dias para as eleições, o prefeito de Afogados da Ingazeira, Sandrinho Palmeira (PSB), aparece numa posição bastante confortável para emplacar a reeleição. Segundo pesquisa do Instituto Opinião, em parceria com este blog, se o pleito fosse realizado hoje ele teria 52,6% dos votos, enquanto Danilo Simões (PSD), candidato que aglutinou as oposições, ficaria com 28,3% dos votos, uma frente de 24 pontos.

Brancos e nulos seriam 4,6% e indecisos chegariam a 14,5%. Na espontânea, modelo que o entrevistado é obrigado a lembrar o nome do seu candidato preferido sem o auxílio da lista contendo todos os postulantes, Sandrinho também aparece numa dianteira, bem folgada, com 48,6% das intenções de voto ante 23,4% de Danilo. Neste cenário, brancos e nulos seriam 4% e indecisos sobem para 24%.

No quesito rejeição, Danilo lidera. Entre os entrevistados, 36,6% disseram que não votariam nele de jeito algum, enquanto 29,7% afirmaram que não votariam de jeito nenhum em Sandrinho. Já entre os que afirmam que não mudariam seu voto, 45,7% são eleitores do prefeito e 23,7% são eleitores do candidato oposicionista.

Estratificando o levantamento, Sandrinho tem seus maiores percentuais de intenção de voto entre os eleitores com grau de instrução superior (73,7%), entre os eleitores jovens, na faixa etária entre 16 e 24 anos (64,7%) e entre os eleitores com renda familiar acima de dois salários (63,4%). Por sexo, 55,2% dos seus eleitores são homens e 50,3% dos seus eleitores são mulheres.

Já Danilo pontua melhor entre os eleitores na faixa etária entre 35 e 44 anos (35,7%), entre os eleitores com grau de instrução até o ensino médio (30,8%) e entre os eleitores com renda familiar de até dois salários (29,4%). Por sexo, 29,1% dos seus eleitores são homens e 27,6% dos seus eleitores são mulheres.

O levantamento foi a campo entre os dias 11 e 12 de setembro, sendo aplicados 350 questionários. O intervalo de confiança estimado é de 95,0% e a margem de erro máxima estimada é de 5,2 pontos percentuais para mais ou para menos sobre os resultados encontrados no total da amostra.

A modalidade de pesquisa adotada envolveu a técnica de Survey, que consiste na aplicação de questionários estruturados e padronizados a uma amostra representativa do universo de investigação. Foram realizadas entrevistas pessoais (face a face) e domiciliares. A pesquisa está registrada sob o protocolo PE-09889-2024.

Em meio ao ambiente de comoção pela morte do ex-deputado José Patriota em Afogados da Ingazeira, a 386 km do Recife, este blog traz daqui a pouco, exatamente à meia-noite, pesquisa de intenção de voto para prefeito do município, feita pelo Instituto Opinião. 

Na verdade, era para ter sido divulgada ontem, mas resolvemos adiar para hoje em respeito ao momento de dor e emoção. Um motivo a mais para a população dormir um pouco mais tarde.

Na tarde desta quarta-feira (18), o debate promovido pela Adufepe contou com a presença dos candidatos a prefeito do Recife, exceto o atual prefeito João Campos (PSB), que não compareceu. O candidato Gilson Machado (PL) iniciou sua fala enfatizando a situação crítica da capital pernambucana.

Gilson classificou Recife como “a capital do abandono”, citando problemas como a violência urbana, engarrafamentos e a intolerância política. Ele criticou a gestão de João Campos, afirmando que o prefeito ignora as denúncias sobre as condições das creches na cidade. “São 35 creches irregulares, com pessoas condenadas administrando. Isso é inaceitável”, destacou.

O candidato também revelou que seu guia eleitoral foi censurado após denunciar as irregularidades nas creches, um ato que ele classificou como “censura prévia”. Gilson acredita que este tema, crucial para a população, não deveria ser silenciado.

Além das críticas, Gilson Machado apresentou propostas concretas, como a criação de parcerias público-privadas para zerar as filas de exames, consultas e cirurgias em até 16 semanas, garantindo também a valorização dos profissionais de saúde. Em relação à segurança, ele alertou que Recife está entre as dez cidades mais perigosas do Brasil e propôs medidas como armar e qualificar a guarda municipal, melhorar a iluminação nas ruas e implantar câmeras de reconhecimento facial.

“Eu vou chamar para mim essa responsabilidade. A gestão atual falhou nos problemas estruturais do Recife”, finalizou Gilson.

A candidata a prefeita de Olinda pelo PL, Izabel Urquiza, realizou uma caminhada no bairro de Amaro Branco, na tarde de hoje (18). Durante a caminhada, a candidata falou sobre como pretende mudar a educação da cidade. Ela assumiu o compromisso de, se eleita, dobrar o número de escolas de tempo integral no município no primeiro ano do seu governo. Atualmente, a cidade tem apenas 8 escolas em tempo integral, de um total de 74 escolas municipais. Izabel afirmou que, em seu governo, as escolas em tempo integral trarão formação complementar aos estudantes. “Iremos dobrar o número de escolas em tempo integral e realizar a formação cultural e artística para os estudantes, que é a essência da nossa cidade e o que nos faz diferentes”, disse Izabel.

A candidata ainda destacou que o município não pode se limitar por ter poucos recursos e que entregará a ampliação da rede de escolas em tempo integral com parcerias. “Iremos buscar emendas, parcerias com o governo federal, com o governo estadual. Disposição da minha parte para buscar recursos não faltará”, afirmou Izabel. A perspectiva apontada pela candidata também é de, ao longo dos 4 anos de mandato, tornar metade da rede municipal composta por escolas de tempo integral, fortalecendo a qualidade do ensino e ampliando os horizontes e as perspectivas dos estudantes.

O deputado Coronel Meira (PL) apresentou, nesta terça-feira (18), uma Moção de Aplausos à cantora e empresária Jojo Todynho, na Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados, em reconhecimento – segundo o parlamentar – à sua “coragem em defender causas de relevância para a sociedade brasileira”. 

Jojo foi alvo de uma série de ataques nas redes sociais após aparecer em uma foto ao lado da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. A artista, que é uma figura pública de destaque e mulher negra, foi criticada por parlamentares de partidos de esquerda e recebeu mensagens racistas e acusações de traição devido ao seu posicionamento político. 

“Esse reconhecimento é importante, inclusive para que outros artistas também se sintam encorajados a defender nossa liberdade, Jojo Todynho defendeu publicamente a segurança pública e a liberdade, afirmando que suas escolhas políticas são guiadas pelo que considera ser o melhor para o país”, ressaltou o deputado.

Em um marco histórico para a advocacia pernambucana, o movimento “Advocacia Popular Democrática” anunciou, após assembleia realizada nesta segunda-feira (16), sua posição de oposição à atual gestão da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Pernambuco (OAB-PE). O grupo, que reúne mais de 100 advogados, criticou duramente a condução da OAB-PE nas últimas quase duas décadas.

Com uma pauta progressista, o grupo denunciou a ineficácia da gestão atual diante das mudanças no Tribunal de Justiça de Pernambuco e da crescente precarização do exercício da advocacia. Eles afirmam que a cúpula da OAB-PE estaria alinhada a uma minoria elitista, distanciando-se das reais necessidades da classe e da sociedade.

“A advocacia popular tem sido negligenciada, suas prerrogativas sistematicamente violadas”, destacou o manifesto divulgado pelo grupo após deliberação em assembleia. O manifesto fala ainda sobre “falta de apoio eficaz para que todas as advogadas e advogados exerçam a profissão, sem constrangimento, independentemente da sua condição econômica e social”. O documento também criticou a falta de transparência na gestão financeira da entidade.

Um dos pontos centrais do manifesto é o afastamento da OAB-PE de seu papel histórico como defensora dos direitos fundamentais e das liberdades democráticas. “A OAB-PE tem falhado em seu dever de ser uma entidade representativa, ignorando as demandas populares por uma Justiça mais acessível e célere, e por uma advocacia mais forte e combativa, especialmente em tempos de retrocessos sociais e políticos”, aponta o manifesto.

Entre as principais reivindicações do movimento estão a defesa de uma OAB-PE que atue com transparência financeira, implementando um modelo de prestação de contas semelhante ao de portais da transparência de governos, e o combate à  precarização da profissão, especialmente para advogados negros, mulheres, mães e advogados LGBTQIAPN+. O grupo também propõe medidas de flexibilização do pagamento da anuidade, garantindo maior acessibilidade econômica e social para os profissionais da advocacia.

O advogado Almir Reis, candidato visto como grande favorito na eleição para presidência da OAB-PE que deve ser realizada em novembro, e que representa a oposição à gestão atual, receberá o manifesto da Advocacia Popular Democrática nos próximos dias e será convidado a debater sobre as pautas propostas pelo grupo.

O movimento conclui o manifesto convocando advogados e advogadas a se unirem à luta por uma OAB-PE comprometida não apenas com a advocacia, mas com a sociedade como um todo. Eles reafirmam o juramento feito por todos os profissionais da área, de defender a Constituição e lutar pela justiça social, reiterando que a OAB deve ser uma entidade que atue ativamente em prol da sociedade, especialmente dos menos favorecidos. 

A Advocacia Popular Democrática promete ser uma força de oposição significativa nas eleições deste ano para presidência da OAB-PE, mobilizando a classe e exigindo uma nova forma de gestão, mais inclusiva, democrática e alinhada com os valores da advocacia progressista.