Terceira maior economia do Nordeste, o Ceará criou como estratégia de governo, a atração de investimentos em duas áreas estratégicas: a produção de hidrogênio verde e a geração de energia eólica off shore onde o estado – cujo então governador e hoje senador Camilo Santana trabalhou ativamente para sua regulamentação – deseja se consolidar como líder no Nordeste e um dos grandes no Brasil.
Atualmente, ao menos 21 projetos de produção energia off shore estão aguardando licenciamento ambiental do Ibama. Se eles se forem implantados, o total de investimentos chegará US$ 100 bilhões, ou R$ 500 bilhões.
São projetos de médio prazo. Mas no Ceará eles começaram a ser trabalhados poucas semanas após a definição do marco regulatório que orientará a construção das usinas eólicas dentro do oceano em agosto último. As informações são do colunista Fernando Castilho, do JC.
Leia maisAs dificuldades estão por conta das equipes do governador eleito do PT, Elmano Freitas, e sua visão sobre a questão ambiental embora se estime que somente após 2030 os parques eólico off shore estejam funcionando. A previsão leva em conta a mudança do Governo Federal e como o ministério do Meio Ambiente vai se comportar sobre o tema.
Entre os 21 projetos cearenses que se encontram sob análise do Ibama, ao menos um, o Caucaia, da Bi Energia Ltda, que prevê 48 geradores Haliade-X, cada um com capacidade de 12 MW, com potência total de 576 MW, provocou polemicas.
O Ibama indeferiu o pedido de licença prévia para instalação de 11 geradores semi-offshore do empreendimento, com a instalação de aerogeradores no final dos molhes – paredão que se constrói para proteção da violência das águas como quebra-mar. Mas o órgão analisa a proposta dos mega geradores dentro o mar.
O projeto liderado pelo empresário Lúcio Bomfim, sócio-proprietário da BI Energia com a italiana Imprese e Sviluppo é um dos mais ousados do mundo já que prevê, além das 11 turbinas que o Ibama não aprovou, a construção e instalação de 48 turbinas Haliade-X, cada um com capacidade de 12 MW produzidas pela GE e consideradas as maiores do mundo.
A maior turbina eólica do mundo será um marco na história da energia renovável e contará com características impressionantes, sendo capaz de abastecer 16 mil lares.
Entretanto, a maioria dos projetos trabalha com usinas menores. O caso da Haliade-X é impressionante porque uma vez instaladas no mar, elas terão 260 metros acima do nível do mar. Isso é pouco menos que a altura da Torre Eiffel, em Paris que tem 364 metros. Além da BI Energia estão querendo se instalar no litoral do Ceará as empresas, Total Energies, Qair, Cemig, Shinzen e Neoenergias Renováveis.
No caso do hidrogênio verde, o Ceará o Governo do Estado já aprovou um Plano Diretor no complexo cearense de Pecém numa área de dois quilômetros quadrados destinada ao instalação de hub com capacidade de produzir cerca de um milhão de toneladas de H2 por ano.
Parte dessa produção deve suprir a demanda de grandes empresas instaladas no próprio porto de Pecém, como cimenteiras e siderúrgicas.
O documento aprovado objetiva concentrar diversas empresas ligadas à produção dessa fonte limpa de energia e deve se tornar uma porta de saída estratégica no mercado internacional além de formar um hub que terá conexão direta com o Porto de Roterdã, na Holanda, o maior da Europa que é parceiro do Porto de Pecém.
Esta semana, já na esteira do projeto de produção hidrogênio verde, a EDP Brasil produziu a primeira molécula de hidrogênio verde (H2V) em sua nova unidade de geração no município de São Gonçalo do Amarante (CE). O desenvolvimento da planta é um marco para a geração de energia limpa no País e faz parte dos compromissos com a transição energética do Grupo EDP.
A produção da molécula é a primeira etapa estratégica do desenvolvimento do Projeto Piloto de H2 no Complexo Termelétrico do Pecém (UTE Pecém), cujo lançamento oficial ocorrerá em janeiro de 2023. Com investimento de R 42 milhões, a unidade é a primeira do Estado e a primeira do Grupo EDP.
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