O Brasil registrou 10 mortes por acidentes aéreos em 2025. Todos os aviões envolvidos em ocorrências fatais no ano eram de pequeno porte e realizavam atividades de transporte privado ou agrícolas. Ao todo, já se somam 21 acidentes nos primeiros 38 dias do ano.
Os dados são do painel do Sipaer (Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) e foram acessados nessa sexta-feira (7). O site é administrado pelo Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos).
O acidente ocorrido na Barra Funda nessa sexta (7), em São Paulo, que resultou na morte de duas pessoas, ainda não aparece do sistema do Sipaer. O motivo é que o sistema só inclui uma ocorrência depois do Cenipa concluir os primeiros relatórios do acidente. Para o infográfico, o acidente foi incluído na categoria “privada”, como consta nas informações do avião registrado no sistema da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).
Acidentes com aviões de pequeno porte são os mais comuns no Brasil, especialmente as aeronaves que realizam operações agrícolas como de reconhecimento e pulverização de agrotóxicos. A última fatalidade registrada no painel do Sipaer foi um acidente em voo de reconhecimento agrícola em Cruzília (MG) em 27 de janeiro. No momento do pouso, o avião colidiu com o terreno e três pessoas a bordo morreram.
O último acidente de operação privada no painel do Sipaer ocorreu em 16 de janeiro. Um helicóptero decolou de São Paulo com um tripulante e três passageiros. Durante o voo, a aeronave colidiu contra um grupo de árvores e, posteriormente, contra o solo. Dois passageiros morreram.
Aviões privados lideram acidentes
Desde o ano passado, as aeronaves listadas como de atividade privada pelo Cenipa são as que mais se envolveram em acidentes. Ao todo, 71 dos 195 acidentes registrados tiveram aeronaves privadas envolvidas. Foram 71 ocorrências nos últimos 14 meses, que resultaram na morte de 54 pessoas.
Os aviões agrícolas são a segunda categoria com mais acidentes. Foram 68 no período, mas com uma taxa de fatalidade menor (13 mortes). A aviação comercial é a mais fatal por causa do acidente da Voepass em agosto de 2024 que matou 62 pessoas. Nos últimos 14 meses, foram reportados apenas dois acidentes com aviões comerciais, sendo que apenas o da Voepass registrou vítimas fatais.
Acidente na Barra Funda
Um avião de pequeno porte caiu nessa sexta-feira (7) na avenida Marquês de São Vicente, na Barra Funda, zona oeste de São Paulo. O impacto deixou dois mortos e seis feridos.
O Corpo de Bombeiros informou que duas pessoas que estavam a bordo do avião morreram carbonizadas. O veículo atingiu um ônibus que passava na via, o que causou ferimento em cinco passageiros. Um motoqueiro que passava no local também se feriu. Todos foram socorridos com ferimentos leves.
O avião era um King Air F90 de matrícula PS-FEM, com capacidade para oito passageiros. Saiu do Aeroporto Campo de Marte por volta das 7h15 e tinha como destino Porto Alegre.
A FAB (Força Aérea Brasileira) informou que acionou investigadores do Seripa 4 (Quarto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), do Cenipa, para investigar o acidente.
O Departamento de Estado dos Estados Unidos anunciou na sexta-feira (7) uma venda de armamento no valor de US$ 7 bilhões para Israel, contornando um processo de revisão do Congresso, de acordo com o deputado Gregory Meeks, o principal integrante do Partido Democrata no Comitê de Relações Exteriores da Câmara.
O anúncio, que inclui milhares de mísseis e bombas Hellfire, ocorre dias após o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, se encontrar com o presidente Donald Trump e outros funcionários importantes do governo em Washington, D.C..
Netanyahu foi o primeiro líder estrangeiro a se encontrar com Trump na Casa Branca em seu segundo mandato.
Durante o processo padrão de revisão do Congresso, o Comitê de Relações Exteriores da Câmara e o Comitê de Relações Exteriores do Senado são notificados da venda de armas e têm tempo para levantar questionamentos.
Entretanto, mesmo com perguntas pendentes de Meeks, o governo prosseguiu com a venda.
“Este movimento é mais uma rejeição de Donald Trump à prerrogativa legítima de supervisão do Congresso”, avaliou o congressista em uma declaração na sexta-feira.
“Além disso, [o secretário de Estado Marco] Rubio não forneceu justificativa ou documentação adequada para contornar o processo de revisão do Comitê do Congresso”, adicionou.
Um assessor do Congresso afirmou que a mudança do governo Trump os deixou “chocados, mas não surpresos” que a Casa Branca não respeita o papel do Congresso.
Primeira venda para Israel sob o governo Trump
O negócio multibilionário é a primeira venda de armas para Israel sob o governo Trump, mas Israel recebeu bilhões dos EUA em ações semelhantes sob o governo de Joe Biden.
A administração democrata havia aprovado, por exemplo, uma venda de armas no valor de US$ 20 bilhões para Israel, que incluiu mais de 50 caças F-15.
Na terça-feira (4), Trump alegou que encerrou um “embargo de armas” a Israel pelo governo Biden.
Porém, o ex-presidente Joe Biden reteve o envio de bombas de 900 kg no ano passado devido a preocupações de que o uso dos artefatos pelos militares israelenses em Gaza colocasse em risco civis palestinos.
E mesmo após essa suspensão, a Casa Branca estava trabalhando em outra venda de US$ 1 bilhão para Israel.
O Hamas libertou mais três reféns israelenses neste sábado (8), como parte da primeira fase do acordo de cessar-fogo com Israel. Ohad Ben Ami, Eli Sharabi e Or Levy foram escoltados por homens armados mascarados em um palco antes de serem entregues ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha.
Porém, a aparência abatida dos reféns chocou os israelenses. Os três homens pareciam magros, fracos e pálidos, e em pior condição do que os reféns que haviam sido libertados anteriormente.
Além disso, fizeram discursos em hebraico antes de serem entregues à Cruz Vermelha.
O governo israelense descreveu as cenas como “chocantes” e disse que “não passariam despercebidas”, enquanto o Fórum de Reféns e Famílias Desaparecidas de Israel disse que as aparências dos reféns libertados eram “perturbadoras”.
Ohad Ben Ami e Eli Sharabi foram sequestrados do Kibutz Be’eri durante o ataque do Hamas de 7 de outubro de 2023. Já Or Levy foi feito refém do festival de música Nova, no mesmo dia.
Israel liberta prisioneiros; alguns também aparentam estar debilitados
Em troca da libertação destes homens, Israel soltou 183 prisioneiros palestinos. Desses, 18 estavam cumprindo penas de prisão perpétua, enquanto 54 tinham penas menores e 111 foram detidos em Gaza depois de 7 de outubro, segundo o Hamas. As acusações contra os outros 111 não estão claras.
Algumas dessas pessoas foram levadas da prisão de Ofer, na Cisjordânia ocupada, para Ramallah. Um vídeo mostrou alguns detentos fracos e magros, com um homem parecendo tão fraco que precisou ser carregado.
O sistema carcerário de Israel foi criticado por reduzir intencionalmente as porções de comida para prisioneiros palestinos no que foi descrito como o mínimo necessário para a sobrevivência, por ordem do então Ministro da Segurança Nacional Ben Gvir no ano passado.
Em comentários feitos em abril de 2024, Gvir afirmou que os prisioneiros palestinos “deveriam ser mortos com um tiro na cabeça” e pediu que um projeto de lei permitisse que as execuções fossem aprovadas no Parlamento.
“Até lá, daremos a eles o mínimo de comida para sobreviver. Não me importo com isso”, comentou. Em outubro, a Suprema Corte de Israel decidiu que as condições no notório centro de detenção de Sde Teiman devem estar de acordo com a lei.
A CNN entrou em contato com o sistema carcerário de Israel e aguarda retorno.
O Tribunal de Justiça de São Paulo decretou na segunda-feira (3) a falência da Editora Três, que publicava as revistas Istoé e Istoé Dinheiro.
O que aconteceu
Editora descumpriu obrigações combinadas no plano de recuperação judicial. O juiz Paulo Furtado de Oliveira Filho justificou a decisão citando que a editora descumpriu as obrigações combinadas no plano de recuperação judicial. A administradora informou à Justiça sobre a ausência de pagamentos de determinados credores, especialmente os trabalhistas.
Juiz não aceitou o encerramento do processo de recuperação. Como a Editora Três não conseguiu apresentar comprovantes de pagamento, nem prestar esclarecimentos quanto ao descumprimento das obrigações, o juiz não aceitou o encerramento do processo de recuperação pedido pela editora e decretou a falência. A empresa terá dez dias para apresentar uma lista de seus credores e o balanço final de sua situação financeira. A dívida inicial ultrapassava R$ 264 milhões, segundo a Folha de São Paulo.
Salários atrasados e greve. O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo informou ao Estadão que a companhia não pagava os salários dos profissionais em dia havia muito tempo. A situação que gerou uma greve que já perdurava quase um mês.
Publicação impressa das revistas já havia sido encerrada. A publicação impressa das revistas Istoé e Istoé Dinheiro já havia sido encerrada em 24 de janeiro por causa da recuperação judicial da Editora Três. A primeira circulava desde 1976, a segunda desde 1997.
Site das publicações foi arrematado em um leilão. As duas revistas sobreviveram apenas em meio digital, assim como outras marcas da casa, mas sob a empresa Istoé Publicações Ltda. O site das publicações foi arrematado em um leilão por R$ 15 milhões, em 2022. Seguem no ar Revista Menu, Dinheiro Rural, Motorshow, Istoé Bem-Estar, Istoé Gente, Glow News, Istoé Mulher, Istoé Sua História, Istoé Esportes e Istoé Pet.
Desde sua fundação, em 1972, a Três também chegou a publicar outros títulos já extintos. Entre eles estão as revistas Go Outside, Select, Bicycling, Status, Istoé 2016, Istoé Platinum, Runner’s World, Women’s Health, Hardcore e Planeta.
As capas mais marcantes da Editora Três
Istoé Gente
Em 2006, o país continuava obcecado com a imagem de Sandy, que aos 23 anos ainda respondia perguntas sobre sua vida sexual ou seu comportamento. O assunto foi parar na capa da Istoé Gente.
Istoé
Em 1992, o ex-motorista do presidente Collor, Eriberto França, tornou-se uma improvável e marcante capa da publicação, ao revelar como funcionava o esquema de desvio do dinheiro de campanha pelo tesoureiro PC Farias para despesas pessoais da família Collor. Os escândalos envolvendo PC custariam o cargo ao presidente — e levantariam suspeitas mais tarde a respeito das circunstâncias do assassinato do tesoureiro.
Motorshow
Os anos 1990 foram a era de ouro do automobilismo brasileiro e, naquela época, as revistas do assunto faziam seus testes de carros com muito mais prestígio do que na atualidade: em uma das edições da Motorshow, Nelson Piquet foi quem pilotou uma Mercedes nova.
Istoé Gente
Em uma época em que ainda não era tão comum que estrelas admitissem ter câncer ou mostrassem a careca, a publicação estampou sua capa com Patrícia Pillar, então esposa de Ciro Gomes, que era candidato à presidência da República naquele ano. Ela exibia o rosto sem sua famosa cabeleira cacheada e ele conversou com a publicação sobre como o casal enfrentava a doença da atriz.
Istoé
Em 2021, uma capa que trazia o presidente Jair Bolsonaro retratado como Adolf Hitler, como crítica à sua atuação durante a covid-19, rendeu polêmica à Istoé. Por meio de uma notificação extrajudicial, a AGU pediu que a revista publicasse uma nota de autoria do governo, que lista ações do Executivo no combate à pandemia — e até sugeriu uma nova capa.
Istoé Dinheiro
Em 2007, a revista lançou uma capa marcante que comemorava a vinda de Steve Jobs, o fundador da Apple, ao Brasil e o lançamento de sua revolucionária tecnologia: o iPhone.
Istoé
Foi a Istoé a primeira revista a entrevistar e a colocar o então metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva na capa. Em conversa com o diretor de redação Mino Carta em 1978, Lula discutiu o sindicalismo, suas possíveis pretensões políticas e pensamentos sobre os partidos MDB, Arena e PTB, e sobretudo os direitos dos trabalhadores no Brasil.
Na sequência das crônicas domingueiras sobre os gênios musicais que fizeram canções consagradas para Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, destaco amanhã Onildo Almeida, autor de centenas de composições, entre elas “A feira de Caruaru”, reproduzida em 13 idiomas.
Aos 97 anos, Onildo esbanja saúde e vitalidade na sua apaixonante Caruaru. Posto amanhã de 7 horas. Não deixe de ler!
Em 25 dias à frente da Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência), o ministro Sidônio Palmeira mudou a cara da comunicação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Depois de pedalar para contornar o “Pixgate”, demorar a resolver a alta no preço dos alimentos e começar a segunda metade do mandato com rejeição recorde, o petista deu uma entrevista surpresa no Palácio do Planalto, engatou uma sequência de entrevistas para rádios e passou a adotar uma linguagem mais descontraída nas redes sociais.
Uma das principais mudanças na comunicação do governo é o direcionamento da Secom para que Lula e ministros usem seus discursos para mostrar as diferenças com a oposição e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A ideia é realçar as ações do petista para tentar alcançar a percepção dos apoiadores do ex-presidente. É a mesma estratégia usada pelo próprio Sidônio na campanha de 2022, quando o então marqueteiro lançou o vídeo “Dois lados”. À época, agradou petistas e aliados.
O vídeo mostrava cenas relacionadas a morte e a fome contrapostas a gestos de esperança – associando as mazelas a Bolsonaro e a mudança ao petista.
Lula
Outra estratégia adotada por Sidônio foi mobilizar o presidente e seus ministros mais próximos a aumentar o nº de entrevistas para rádios das capitais e do interior dos Estados. Em uma semana, Lula e ministros falaram com:
Lula – rádios Itatiaia, Mundo Melhor e BandNewsFM, de Minas Gerais, e Metrópole e Sociedade, da Bahia;
Fernando Haddad (Fazenda) – rádio Cidade, de Caruaru (PE);
Renan Filho (Transportes) – rádio Itatiaia, de Minas Gerais.
A estratégia mostra uma junção do gosto pessoal de Lula, que preferiu rádios locais em 2024 – deu 19 entrevistas no total –, e a intenção de aproximá-lo do povo, dada a capilaridade que entrevistas a rádios locais tem.
Duelo de bonés
A ideia de confeccionar bonés com a frase “O Brasil é dos Brasileiros” também teve a mão de Sidônio. Partiu do ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais), que pediu uma frase para o marqueteiro para bordar nos bonés. Eles foram usados durante a eleição da Mesa Diretora no último sábado (1) e provocaram a reação da oposição, que também apareceu com bonés no início das atividades do Legislativo dias depois.
O acessório, inicialmente em azul e agora também em branco, faz contraposição com o vermelho da campanha “Make America Great Again” do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (republicano). A ideia é polarizar para crescer.
Lula “TikToker”
A presença do presidente nas redes sociais – sobretudo nas mais usadas por jovens, como o TikTok e X (ex-Twitter) – também mudou com a chegada de Sidônio.
Apesar da queda de popularidade do petista, o novo ministro afirmou que Lula tem “uma capacidade incrível” para expor a marca do mandato nas redes, sendo um “motor do conteúdo”. O marqueteiro foi o protagonista de uma reunião do PT sobre comunicação nas redes.
Em 23 de janeiro, Lula postou um vídeo que mostra a entrega de casas do programa Minha Casa, Minha Vida. A gravação usa uma linguagem mais típica das redes, com expressões em “point of view”, ou ponto de vista em português.
O termo é utilizado pelos internautas, principalmente o público jovem, para contar o ponto de vista de alguém sobre algo. No vídeo, mostra a reação das pessoas beneficias pelo programa.
Mas é a oposição quem se sai melhor ao explorar a comunicação nas redes sociais. O exemplo mais recente foi o Pixgate, em que políticos da oposição espalharam que o governo iria taxar pessoas físicas que tivessem uma movimentação superior a R$ 5.000 no Pix.
Um vídeo do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) sobre o assunto atingiu centenas de milhões de visualizações e causou dor de cabeça para o governo, que no fim decidiu revogar a instrução normativa que tratava do aumento da fiscalização das movimentações por Pix.
A polêmica declaração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre um ainda muito mal explicado plano para retirar todos os palestinos de Gaza e retirar todos os estimados 2,2 milhões de palestinos do enclave virou o assunto mais discutido em Israel nos últimos dias. Ao contrário do que aconteceu ao redor do mundo, incluindo muitos países árabes aliados dos EUA, em Israel a fala de Trump encontrou eco no governo e, também, na sociedade.
Em um país no qual o medo está à flor da pele desde o ataque do grupo terrorista Hamas em 7 de outubro de 2023 e uma grande maioria vive na expectativa da libertação gradual de dezenas de reféns ainda em Gaza, uma pesquisa divulgada pela mídia local indicou que a proposta de Trump conta com o respaldo da maioria dos judeus israelenses.
De acordo com sondagem do Instituto de Política do Povo Judeu, que ouviu 650 israelenses judeus e 200 israelenses árabes, 52% dos judeus entrevistados sobre as declarações do presidente norte-americano afirmaram que se trata de “um plano pragmático que deveríamos tentar seguir”. Entre os árabes, apenas 8% deram a mesma resposta, com 52% classificando a proposta de “imoral” — segundo dados oficiais, dos 10 milhões de habitantes de Israel, 7,7 milhões são judeus, 2,1 milhões são árabes, e o restante é de grupos minoritários.
Além do apoio entre os judeus do país, o plano de Trump foi celebrado por membros da coalizão governista e até mesmo por dirigentes da oposição.
— Gaza em sua forma anterior não tem futuro. Outra solução deve ser encontrada, e é isso que o presidente Trump está tentando fazer — declarou o ministro das Relações Exteriores, Gideon Sa’ar ao plenário da Knesset, o Parlamento de Israel. — Desde que a migração seja realizada por livre e espontânea vontade de uma pessoa, e desde que haja um país disposto a aceitá-la, não se pode dizer que seja imoral ou desumana.
Mas países citados por Trump ou Israel como possíveis novos lares dos palestinos — como Egito, Jordânia, Irlanda, Espanha e Noruega — já deram enfáticos “não” à proposta, dizendo que o lugar dos palestinos é em Gaza.
Outros membros do Gabinete também elogiaram a ideia, e o ex-ministro da Segurança Interna, Itamar Ben-Gvir, sugeriu que sua sigla, o Poder Judaico, de extrema direita, voltará à coalizão se o premier Benjamin Netanyahu começar a implementar o plano de Trump para Gaza. Ben-Gvir deixou o cargo em 18 de janeiro por se opor ao acordo de cessar-fogo com o Hamas.
Além do apoio à proposta de realocação da população em Gaza — que o secretário-geral da ONU, António Guterres, classificou de “limpeza étnica” —, há também na sociedade israelense uma queda expressiva do alinhamento à chamada solução de dois Estados, que implica a criação de um Estado palestino independente vivendo lado a lado com Israel. Segundo dados do Instituto de Pesquisa de Segurança Nacional, de Israel, atualmente 65% dos israelenses se opõem à solução de dois Estados, e apenas 35% são a favor. Em 2022, a mesma pesquisa mostrou que 49% eram favoráveis à ideia, e 51% se opunham. Depois do ataque de 7 de outubro de 2023, uma minoria ainda fala em paz em Israel.
— O nível de oposição à solução de dois Estados nunca foi tão baixo — explica João Miragaya, Coordenador do Laboratório de História do Sionismo do Instituto Brasil-Israel (IBI), que vive há mais de 20 anos no país. — No imaginário popular israelense, a proposta de Trump é razoável.
Miragaya acredita que a proposta de Trump “fortalece o governo de Israel” em momentos de sérias dúvidas sobre o futuro do questionado Netanyahu — que é processado por corrupção — e sobre a segunda etapa do acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas, que deve começar a ser implementada em algumas semanas.
— Trump acalmou a extrema direita israelense — enfatiza o analista.
A sociedade israelense, no entanto, não está mais calma. Em conversas informais, fica claro que o que mais interessa aos israelenses é a libertação de reféns e, embora a revolta com Netanyahu e seu governo por motivos vários seja evidente, muitos ainda apoiam o premier porque têm como objetivo principal a libertação de todos os sequestrados — ou a devolução de seus corpos.
Numa vinícola no norte do país, a menos de um quilômetro da fronteira com o Líbano, Ariel Schneider faz um relato do medo que vive desde o ataque do Hamas, do impacto que a guerra teve em sua vida e de como hoje muitas pessoas estão tão assustadas que chegam ao ponto de apoiar uma proposta como a de Trump.
— [A ideia] foi bem recebida porque é vista por alguns como uma forma de pressionar o Hamas. Muitos se sentiam, até agora, abandonados pelos EUA. Agora sentem que [os americanos] estão do nosso lado — afirma Schneider, que durante mais de um ano conviveu com mísseis passando por cima de sua casa.
Segundo ele, a maioria da população “sabe que [a proposta de Trump] não é correta, mas a vê como uma forma de pressionar para a segunda etapa do acordo”.
Na aldeia drusa de Yanuch-Jatt, também no norte de Israel, o major reformado do Exército Mudi Saad afirma não ser a favor da proposta de Trump, mas arrisca dizer que, “se perguntarem aos palestinos, muitos vão querer sair de Gaza pela situação (de penúria)”. Ele se preocupa com o impacto que o plano de Trump possa ter sobre os reféns.
— Foi um erro Trump ter falado isso, e poderia prejudicar a situação dos reféns — frisa o major.
Na opinião de Ara Lee, um educador de 70 anos, “os que apoiam a proposta de Trump são de direita e entraram na loucura do presidente norte-americano”.
— Pensar que os palestinos vão deixar suas terras é uma loucura, uma completa loucura. Isso não vai acontecer — afirma o educador, que considera também “uma loucura” imaginar que “algum país vai querer receber essas pessoas”.
Ara Lee ainda acredita que a solução de dois Estados é o caminho, mas estudos recentes mostram que ele representa uma minoria em Israel. Em palavras de Miragaya, “o 7 de outubro modificou a corrente majoritária israelense”.
O trauma deixado pelo ataque do Hamas é revivido diariamente e, no dia em que reféns são libertados, as emoções são ainda mais fortes. Neste sábado, espera-se a libertação de outros três: Eliyahu Sharabi, Ehud Ben Ami e Or Levi. Ainda faltam mais de 70, e essa é a maior preocupação dos israelenses, que recebem visitantes estrangeiros no Aeroporto Internacional Ben-Gurion com fotos de reféns ainda mantidos em cativeiro e a mensagem que se vê por todo lugar no país: “Tragam-nos de volta”.
Brasília celebrou ontem o talento e a dedicação de dois jovens pernambucanos: José Ricardo e Clara Campos, ambos com 17 anos. Foram aprovados no concorrido vestibular de Direito da Universidade de Brasília (UNB).
José Ricardo Albuquerque é filho do casal José Carlos e Cecília, ele servidor de carreira da Câmara dos Deputados. Clara Campos é filha de Alex e Ana Campos, ele presidente da Compesa, atualmente residindo no Recife. Eufóricos, os pais compartilharam a alegria dos filhos, que agora ingressam em uma das mais respeitadas faculdades de Direito do País.
A comemoração começou assim que o resultado foi divulgado e se estendeu pela madrugada, com sorrisos, abraços e muita emoção. “É um sonho realizado, fruto de muito esforço e dedicação”, disse José Carlos, visivelmente emocionado.
Ana Campos também não escondeu a felicidade: “Sempre acreditamos no potencial da Clara, e vê-la alcançar essa vitória nos enche de orgulho”, afirmou. As celebrações não param por aí! No próximo final de semana, um grande churrasco no Iate Clube de Brasília reunirá as famílias dos aprovados, amigos e conterrâneos pernambucanos para brindar essa nova etapa na vida dos jovens estudantes de Direito.
Sem dúvida, um momento inesquecível para as famílias e uma inspiração para tantos outros que sonham em trilhar o mesmo caminho.
Na memória recente, a primeira grande inundação que impactou profundamente o Recife ocorreu em 1966. As águas do Capibaribe, em seu curso natural, retomaram os espaços que lhes pertencem há séculos ou milênios, lançando a cidade em desespero. O transbordamento encontrou um ambiente urbano marcado pela ocupação desordenada do solo, sem planejamento estratégico ou controle eficaz por parte da prefeitura e do governo estadual. Foi a primeira “cheia” amplamente divulgada pela mídia nos tempos modernos. Outras, ainda mais devastadoras, viriam na década de 1970, deixando um rastro de destruição e morte, semelhante ao cenário de bombardeios em tempos de guerra.
Hoje, em pleno século XXI, o Recife ainda não estruturou um plano urbano capaz de harmonizar suas características naturais com a necessidade de expansão habitacional. Ao longo dos anos, os espelhos d’água que marcaram a paisagem desde Maurício de Nassau foram sendo ocupados um a um, num processo de degradação ambiental não apenas ignorado, mas muitas vezes incentivado pelo poder público. A fiscalização ineficiente e planos diretores frequentemente alterados por interesses inconfessáveis contribuíram para o cenário caótico que persiste até hoje.
O desrespeito à natureza avançou sem limites e sem a mínima responsabilidade por parte da população e de suas lideranças. O improviso e a permissividade foram as diretrizes de um crescimento urbano descontrolado, cujas consequências se manifestam a cada temporada de chuvas. As tragédias, cíclicas e previsíveis, são atribuídas a “excepcionais” concentrações de nuvens, como se o clima tropical e suas precipitações intensas não fossem uma característica natural e conhecida da região. Trata-se, no fim, da velha “desculpa de amarelo”, como se dizia no século passado.
Mais curioso ainda são as reações. O prefeito da vez é sempre responsabilizado, como se fosse o único culpado pela desordem de um Recife que, periodicamente, vê suas águas reivindicarem o espaço que lhes pertence por determinação milenar da natureza. A realidade é outra: não é apenas o gestor atual, mas uma longa sucessão de prefeitos que fracassaram na organização do crescimento da cidade, permitindo que o problema se perpetuasse.
Mesmo os leigos em engenharia e planejamento urbano reconhecem que o sistema de drenagem do Recife está obsoleto diante da ocupação desordenada do solo. A inovação dependeria de um prefeito disposto a romper esse ciclo, convocando uma comissão técnica de alto nível – incluindo especialistas internacionais, se necessário – para desenvolver um projeto de médio e longo prazo. Esse plano deveria integrar a cidade às suas águas, com soluções modernas e eficazes, como já fizeram metrópoles seculares como Nova York, Buenos Aires e Londres. Transparência, publicidade em cada etapa e compromissos formais de execução garantiriam que as gestões futuras fossem obrigadas a dar continuidade ao projeto, em vez de perpetuar a inércia e o improviso.
Se assim fosse feito, o prefeito deixaria de ser o culpado – e livraria seus sucessores da culpa que, há mais de seis décadas, acompanha cada novo ocupante do cargo. O Recife, enfim, poderia sair da eterna briga perdida contra a natureza e começar a conviver com ela de forma inteligente.
Após quase 10 dias de atividades intensas, o Conexão Caatinga chega ao seu último dia neste sábado (8), com uma programação que promete fechar o evento com chave de ouro.
O encontro, que tem movimentado o audiovisual no Semiárido, reuniu cineastas, produtores, realizadores e entusiastas do cinema para oficinas, palestras, seminários e uma residência artística inédita na Caatinga.
Hoje, serão realizadas duas grandes atividades: as Mesas de Negócio e um bingo gratuito com prêmios para os participantes.
A partir das 9h, o evento recebe produtores, realizadores e especialistas do audiovisual para um espaço de trocas e conexões profissionais. As Mesas de Negócio são uma oportunidade para debater o mercado audiovisual no Semiárido, desafios da produção independente e formas de financiamento e distribuição de conteúdo.
Programação das Mesas de Negócio:
9h – Mesa 1: Produções Audiovisuais e Comunicação Popular – Para além do Estereótipo do Semiárido Com Fernando Pereira (Abajur Soluções Artísticas), Érica Daiane (Agência Chocalho) e Wllyssys Wolfgang (WW Filmes).
14h – Mesa 2: Viabilizando Projetos e Produções Audiovisuais na Caatinga Com Bárbara Pontes (Gestora de Cultura), Aluan Braga (Lampejante Produções) e James Jonathan (Produtor Audiovisual).
Segundo Thiago Rocha, diretor do evento, as Mesas de Negócio são um momento estratégico para o fortalecimento do audiovisual no Semiárido: “O Conexão Caatinga não termina aqui. As mesas são uma oportunidade real para expandir contatos, pensar em novos projetos e discutir formas de viabilizar produções na região. Queremos que esse encontro vá além do evento e gere frutos para o futuro do cinema sertanejo.”
Já para Wllyssys Wolfgang, diretor da WW Filmes, a proposta do evento é incentivar uma rede de produtores que continue ativa após o encerramento do Conexão Caatinga. “Queremos que esse encontro gere frutos. Que daqui saiam novas produções, colaborações e projetos que fortaleçam o audiovisual sertanejo e mostrem que o Semiárido tem histórias potentes para contar.”
Bingo gratuito com prêmios encerra o evento
O Conexão Caatinga se despede dos participantes com um momento de descontração e celebração: um bingo totalmente gratuito, onde as cartelas serão distribuídas sem custo. Entre os prêmios do bingo, estão: super caixa de som bluetooth, karaokê portátil com dois microfones, caixinha de som média, entre outros brindes surpresa.
Um evento que fortalece o cinema no Semiárido
O Conexão Caatinga é uma realização do Instituto Cultural Grafias da Caatinga, em parceria com as produtoras Caroá Produções e WW Filmes. O projeto foi contemplado nos Editais da Paulo Gustavo Bahia e conta com apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia, através da Secretaria de Cultura via Lei Paulo Gustavo, direcionado pelo Ministério da Cultura, Governo Federal.
As negociações adiantadas para que o deputado federal Túlio Gadêlha (PB) se filie ao PDT no próximo ano podem deixar a Rede Sustentabilidade sem representação na Câmara. Em 2022, o partido elegeu apenas dois representantes — o próprio Túlio e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que se licenciou do mandato e foi substituída por um suplente do PSOL, sigla federada à Rede.
Com a chegada da janela partidária entre março e abril do ano que vem, caso o deputado realmente deixe sua cadeira nove meses antes do fim do mandato, a pressão sobre o destino de Marina pode aumentar. Se quiser concorrer à reeleição na Câmara, seria preciso se descompatibilizar do ministério até seis meses antes do pleito.
Uma das porta-vozes nacionais da Rede, a ex-senadora Heloísa Helena afirmou ao GLOBO que não acredita que Gadêlha sairá do partido, mas ponderou que, caso seja seu desejo, não seria preciso sequer esperar até a janela partidária:
— Não acredito que o deputado vai sair da Rede. Entretanto, não tem juramento, tipo até que a morte separe. Quem quer sair, sai e busca militância política em outro partido, sem drama nem moralismo farisaico. Não perderá o mandato, pois isso já foi discutido antes.
Fontes ligadas ao diretório nacional do PDT confirmam o convite feito ao deputado federal, que já pertenceu à sigla no passado, entre 2007 e 2022.
No ano passado, ao não conseguir legenda para concorrer à prefeitura de Recife e ser preterido por Dani Portela (PSOL), Túlio chegou a acertar sua filiação e candidatura pelo PDT. Ele desistiu em cima da hora, com receio de ser processado por infidelidade partidária e perder seu mandato. Na ocasião, criticou o veto ao seu nome na disputa, mesmo sendo o único deputado federal da sigla.
A insatisfação do deputado no partido tem como pano de fundo um racha — ele pertence ao grupo de Marina Silva, que se contrapõe à atual direção nacional, representada pela ex-senadora Heloísa Helena. A divisão é numericamente acirrada. Marina angaria apoio de 47% do quadro, contra 53% de Heloísa.
Há mais de 50 anos a empresa Auto Viação Progresso monopoliza as linhas rodoviárias entre Petrolina e a capital Recife nesse estado de Pernambuco. Centenas de denúncias sobre o preço abusivo das passagens, as péssimas condições dos ônibus, a falta de manutenção, a perda de malas e pertences pessoais durante o trajeto são alguns dos problemas, refletindo a perturbação no tratamento dispensado pela Auto Viação Progresso aos seus forçados passageiros, resultado de uma política pública permissiva e maléfica.
Essas reclamações contra a Auto Viação Progresso sempre foram sufocadas pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). E as queixas que chegam à classe dirigente de Pernambuco, na Assembleia Legislativa, não têm sucesso. É um ciclo de omissão, indiferença e covardia pública com o povo pernambucano.
E todas as vezes que há uma mobilização contra esse monopólio descarado, ela ecoa, mas tem efeito retardado, até pela dependência econômica de alguns meios de comunicação, que são fustigados por períodos de publicidade e outros expedientes escusos. A Auto Viação Progresso age de modo desrespeitoso, muitas vezes em prejuízo econômico do passageiro, oprimido por uma política de preços praticada contra a sociedade consumidora.
É incrível a força que essa empresa de ônibus detém sobre a classe política. Carros quebrados na rodovia, atrasos inexplicáveis, ônibus sujo — com a presença incômoda de insetos no interior do carro em alguns casos.
A única exceção boa é o tratamento pessoal dos motoristas e bilheteiros, atenciosos e afetuosos. De certa forma, ainda há tempo, Alepe. Que seus deputados estaduais se sensibilizem com esse atraso do transporte coletivo público nesse tempo de evolução tecnológica e avanços ao bem moral. A Auto Viação Progresso é privilegiada de tudo, em prejuízo da democratização do serviço coletivo. É só ouvir o depoimento da população e perceber a omissão de governos e parlamento. Pernambuco carrega essa pendência pública. Não dá mais pra segurar esse caos.
O presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, o deputado Álvaro Porto (PSDB), passou o cargo ao vice-presidente da Casa, deputado Rodrigo Farias (PSB), neste sábado (8). Até o dia 21 deste mês, Porto cumpre licença de caráter cultural nos Estados Unidos.
Como determina o artigo 37 do Regimento Interno da Assembleia, está publicado no Diário Oficial de hoje o ofício em que o presidente comunica ao vice-presidente do Legislativo a sua ausência do território nacional.
“A Assembleia Legislativa estará muito bem presidida neste período. O deputado Rodrigo Farias tem o respaldo e a confiança dos pares e saberá comandar os trabalhos com competência, tranquilidade e disponibilidade para o diálogo”, afirma Porto.
Para Rodrigo Farias, assumir a presidência da Alepe inteirinamente é uma honra. “Recebo essa missão com grande senso de responsabilidade. Durante esse período, estarei em plena consonância com o presidente Álvaro Porto, garantindo a continuidade dos trabalhos com diálogo e compromisso com Pernambuco”, afirmou Farias.