As expectativas por Lula na COP27 e os enormes desafios ambientais no país

Às vésperas da eleição, o New York Times, um dos jornais mais importantes do mundo, divulgou uma videorreportagem defendendo a ideia de que a preservação da Amazônia dependia da vitória de Lula. Na peça, de seis minutos, a publicação classificou o 30 de outubro — data do segundo turno das eleições — como o dia “mais importante para o planeta Terra e sua sobrevivência” e enumerou retrocessos do governo Bolsonaro, destacando que a reeleição do atual mandatário seria um incentivo à destruição definitiva da floresta.

Um pouco de exagero, é verdade. Mas, após o triunfo do petista, é seguro dizer que a perspectiva de uma guinada nas políticas do Brasil no meio ambiente, ao menos no cenário internacional, foi imediata. No dia seguinte ao resultado do pleito, a Noruega anunciou que retomaria os investimentos no bioma e, dias depois, a Alemanha acompanhou a decisão dos nórdicos. As informações são da revista Veja.

A expectativa criada pela troca de governo é proporcional aos desafios que o Brasil enfrenta. Durante a campanha, Lula prometeu empoderar índios, com a criação inédita de um Ministério dos Povos Originários, chegar ao desmatamento zero na Amazônia e eliminar garimpos ilegais.

Disposto a transformar ações bem-sucedidas no meio ambiente no principal cartão-postal de seu governo no exterior, dentro de uma política que entende como oportunidade de recuperar o protagonismo do Brasil lá fora, Lula dará seu primeiro grande passo nessa direção na COP27, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. Ele foi convidado pelo presidente do Egito para participar do evento, além de ter sido incluído na lista da comitiva de governadores da Amazônia.

A expectativa é que o presidente eleito marque presença por lá na próxima quarta, 16. “Lula vai cumprir papel importante no chamamento de responsabilidade dos países no âmbito do clima, em contrapartida com uma agenda ambiental que estava abandonada. Todos têm clareza de que o programa do Lula vai enfrentar o desmatamento”, diz o deputado federal eleito Nilto Tatto (PT-SP), que atuou como coordenador da campanha petista para o meio ambiente e que já está participando da conferência.

Também devem acompanhar Lula as ex-ministras do Meio Ambiente Marina Silva e Izabella Teixeira, o ex-ministro das Relações Exteriores Celso Amorim e o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) — além de uma comitiva de parlamentares que inclui os senadores Jaques Wagner (PT-BA) e Jean Paul Prates (PT-RN).

Reservadamente, membros da cúpula petista não descartam a possibilidade de que o nome do futuro titular da pasta do Meio Ambiente seja anunciado por Lula durante a COP. Uma das possibilidades aventadas para o posto é Randolfe, nome que brilha aos olhos do PT devido à sua aguerrida atuação na campanha. Mas, inegavelmente, a favorita para o cargo é Marina Silva. Ela chegou a romper com Lula após desentendimentos que começaram em 2006, quando a Casa Civil era chefiada por Dilma Rousseff — à época, a pasta acusava a então ministra de atrasar licenças ambientais e de, com isso, frear o desenvolvimento econômico do país.

Os atritos ganharam contornos mais sérios quando, em 2008, o PAS (Plano Amazônia Sustentável) foi destinado à Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos da Presidência, chefiada por Roberto Mangabeira Unger. No mesmo ano, Marina pediu demissão e voltou ao Senado. Após a recente reaproximação com Lula, anunciada pouco antes do primeiro turno, grande parte das arestas foi aparada.

Na campanha, ela se destacou pelo empenho e disponibilidade e, no trabalho de transição do governo, indicou pessoas de sua confiança para tratar do meio ambiente, como o ambientalista João Paulo Capobianco, vice-presidente do Instituto Democracia e Sustentabilidade.

“Lula assumiu de forma muito intensa o compromisso com a questão ambiental”, elogia Capobianco. Ele lembra que o plano de prevenção e controle ao desmatamento foi um grande sucesso na gestão do petista na Presidência, reduzindo em mais de 83% a destruição entre 2004 e 2012. “A expectativa é de que esse plano seja retomado, devidamente atualizado e posto em prática”, completa.

Apesar do ânimo em torno de Marina, a recondução da ex-ministra ao cargo não é unanimidade entre a cúpula petista. O que mais preocupa é o histórico de “inflexibilidade” da ex-senadora ao ser confrontada com decisões contrárias do governo, como foi a sequência de eventos que levou ao seu pedido de demissão. Embora os tempos tenham sido outros — bem como o conjunto de acontecimentos que se sucederam à época em que esteve à frente do ministério —, sua reação foi um prelúdio do que poderá vir a ser um desacordo caso não tenha apoio na condução de suas pautas.

Capobianco, que foi braço direito de Marina no Meio Ambiente, defende a ideia de que nenhum ministro consegue executar agendas de forma adequada e relevante sem os apoios necessários da Presidência e da Casa Civil, mas avalia que a preocupação com a questão ambiental, hoje, passou a ser central para a agenda do governo, e não mais transversal, como era há quase quinze anos. “Os dados científicos e os acontecimentos que vêm ocorrendo nos últimos anos mostram que essa é uma agenda prioritária”, diz.

Independentemente de quem assumir a pasta do Meio Ambiente, algumas medidas prioritárias já estão definidas, como a do “revogaço”, apelido que se deu à revisão de decretos, portarias e demais dispositivos considerados “antiambientais” assinados na era Bolsonaro. Isso é visto como peça essencial para o plano de desmatamento zero da Amazônia. “Há cerca de 120 medidas que podem ser derrubadas já no começo do governo”, afirma Carlos Minc, ex-ministro de Lula e um dos conselheiros do presidente eleito para essa área. Um exemplo disso, segundo ele, é o fim do ato que facilitou a exportação de madeira sem fiscalização.

Ainda no tema desmatamento, outro ponto a ser tratado pelo futuro governo é a articulação da bioeconomia sustentável. “Tecnicamente, é possível zerar o desmatamento ilegal na Amazônia, mas o governo Bolsonaro deixou essa jornada muito mais longa e difícil por ter estrangulado as agências de extensão rural, que levam tecnologia para o campo, e as agências de controle — como ICMBio, Ibama e Funai —, além de ter facilitado a vida de quem abre novas áreas de forma criminosa”, enumera Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima.

Segundo ele, estudos mostram que o país tem uma grande quantidade de terras que um dia foram produtivas, mas que acabaram abandonadas. De acordo com ele, isso seria suficiente para dobrar a produção de alimentos.

No entanto, recuperar esses espaços — uma tarefa mais cara e demorada do que abrir novas áreas — envolve esforços que foram enfraquecidos no atual governo: o combate rigoroso ao crime de roubo de terras (grilagem e apropriação de áreas públicas) e a disponibilização de tecnologia de ponta para os produtores.

Outra revisão urgente e necessária envolve a questão dos crimes ambientais, que deixaram de ser enfrentados tanto pela expressiva queda na aplicação de multas como pela proibição de que os fiscais destruam os maquinários e os produtos das atividades ilegais apreendidos na floresta. “Um sujeito que entra numa terra indígena para fazer garimpo investe 60 milhões de reais em maquinário e logística para acessar a área”, lembra Astrini.

“É preciso inutilizar a operação dele, mas o governo proibiu a ação de inutilização. Então, o criminoso tem certeza de que vai reaver o valor investido. O grileiro, o garimpeiro e o madeireiro ilegal têm, hoje, a certeza da impunidade e do lucro”, completa o especialista.

Há ainda um consenso fortalecido nos últimos anos em torno de políticas para o meio ambiente de que não basta apenas combater esse tipo de criminalidade. É preciso ir além e levar desenvolvimento social para a região. “Para dar sustentabilidade às medidas de comando e controle, que já sabemos fazer desde a Rio-92, precisamos cuidar dos aproximadamente 26 milhões de brasileiros que vivem na Amazônia. Levar infraestrutura, comunicação, saneamento, oportunidade de trabalho.

Já há experiências boas, como na área de cosméticos. Isso vai permitir que as ações de comando e controle tenham sustentabilidade e não tenham um novo retrocesso lá na frente”, diz Paulo Hartung, ex-governador do Espírito Santo e presidente da associação Ibá (Indústria Brasileira de Árvores). O deputado federal Nilto Tatto ressalta ainda que a preocupação com trabalhadores do garimpo e de madeireiras, por exemplo, deve ser um dos pontos centrais.

Ele lembra que, segundo estimativas do Ibama, há cerca de 100 000 pessoas dependentes da exploração de garimpo e de madeiras. “Não há a possibilidade de enfrentar o desmatamento sem pensar alternativas econômicas para quem está envolvido na própria cadeia do clima, que são os trabalhadores”, diz.

No campo político, o novo governo terá o desafio de dialogar com as forças mais retrógradas do agronegócio e da mineração, que vinham defendendo a desregulamentação ambiental sob a justificativa de destravar a produção desses setores. Parte dos empresários do setor assegura que não haverá oposição imediata, mas paira no ar certa preocupação.

O presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins da Silva Junior, afirmou que espera que o governo atue para “proteger a produção nacional das barreiras ao comércio (internacional) abertas ou disfarçadas de preocupações com a saúde e o meio ambiente”. Também disse que o novo governo deve garantir segurança jurídica para o produtor, defendendo-o de invasões de terra — em referência ao MST, historicamente próximo do PT.

O coordenador da comissão de meio ambiente da bancada ruralista no Congresso, deputado Zé Vitor (PL-MG), sustenta que o agronegócio também quer zerar o desmatamento ilegal, mas há um ponto que desagrada ao setor. “Somos contrários à burocracia, que não estabelece prazos para análise de processos de licenciamento e autorizações”, critica.

O setor do agro, em peso, apoiou a tentativa de reeleição de Bolsonaro. Não por acaso, o presidente teve votação acima da média nas regiões Norte e Centro-Oeste, que concentram a produção no país. Na campanha presidencial, Bolsonaro tentou desmentir que o petista tenha sido mais eficiente no combate ao desmatamento na Amazônia, o que não é verdade. Dados do Inpe mostram que o petista assumiu seu primeiro mandato, em 2003, com altas taxas de desmatamento, e que elas começaram a cair de maneira expressiva a partir de 2005. Sob Bolsonaro, em sentido inverso, a área devastada aumentou entre 2019 e 2021.

Apesar dos avanços da gestão de Lula, no entanto, a destruição da floresta, que havia atingido o menor patamar em 2012, voltou a crescer no ano seguinte, sob Dilma Rousseff, caindo novamente em 2014. De 2015 em diante, o desmatamento só aumentou (com exceção de 2017). Relacionados a isso, a ocupação irregular do bioma, o fortalecimento do crime organizado na região amazônica e a explosão de garimpos ilegais aumentaram exponencialmente os desafios para convencer o mundo de que o Brasil tem capacidade de cuidar de seu patrimônio e cumprir uma agenda verde estabelecida em acordos internacionais.

A presença de Lula na COP27 é um ótimo cartão de visitas, mas representa ainda o passo inicial para o imenso desafio que o país terá pela frente para proteger seu patrimônio e limpar sua manchada imagem no exterior no campo ambiental.

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Diante de tantos atos de agressões, tentativas de homicídios e até assassinatos, os diretórios do PT e do PSB lançaram uma nota conjunta repudiando a violência nas eleições deste ano.

Confira abaixo na íntegra:

Diferentemente de tudo o que se poderia imaginar e desejar, a campanha eleitoral em Pernambuco volta a ser notícia não pela festa democrática de cores, propostas e esperança que invade os municípios, mas por episódios graves de violência.

Há cerca de dez dias, vivenciamos momentos de angústia após a tentativa de homicídio sofrida pelo prefeito de Sertânia, Ângelo Ferreira (PSB), vítima da intolerância de um opositor político. E na noite da última sexta-feira (6), novamente nos vimos aflitos, desta vez, com a notícia de um atentado a tiros praticado contra Neto de Véia, candidato a vereador de Surubim pelo PSB.

Nos dois municípios, o PSB e o PT estão juntos apresentando projetos marcados pelo forte apelo popular: em Sertânia, com Rita Rodrigues (PSB) e Dr. Orestes (PT), e em Surubim, com Véia de Aprígio (PSB) e Ivete do Sindicato (PT). Pelo visto, isso está incomodando quem está acostumado a achar que o poder do dinheiro e de uma arma na cintura vence as eleições.

Mais do que nos solidarizar, dar total apoio e desejar pronta recuperação às vítimas, nós do PSB e do PT repudiamos veementemente esses episódios de violência e voltamos a cobrar das autoridades policiais providências céleres e enérgicas para esses casos, no que concerne à prisão dos agressores e ao reforço da segurança nesses municípios. A população pernambucana precisa ter a garantia de que poderá ir às urnas no dia 6 de outubro com a certeza de que sua vontade soberana será respeitada.

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, comentou hoje (7) a demissão do ex-ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida. A demissão ocorreu após denúncias de assédio sexual suspostamente cometido por ele contra mais de uma dezena de mulheres.

“A parte política já passou com a demissão. Agora, como todas as pessoas, [ele] tem direito à ampla defesa e, depois, se fará justiça”, afirmou Barroso. A declaração foi dada na saída do desfile cívico-militar de 7 de Setembro, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.

O presidente da suprema corte disse ainda que o colegiado da Primeira Turma do STF tem competência regimental para analisar os recursos apresentados pela rede social X (antigo Twitter) e por outras plataformas contra decisões do ministro do Supremo Alexandre de Moraes, relacionadas ao bloqueio de perfis na internet e da própria rede social no país.

Ontem (6), a Primeira Turma do STF negou recursos do X, manteve a suspensão da rede social e o bloqueio de perfis na internet. 

Dia da Independência

O presidente do STF avaliou como positiva a participação de representantes dos três poderes da República no desfile. “Foi uma cerimônia muito bonita, com a presença dos chefes dos três poderes, demonstrando que o país vive a mais plena normalidade institucional. É um bom momento para a nacionalidade.”

Declaração semelhante foi dada pelo ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, sobre a data. “O Dia da Independência tem que ser uma vitória da democracia”, afirmou.

Perguntado sobre o simbolismo da presença dos presidentes do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco, e do Supremo, Luís Roberto Barroso, no desfile em Brasília, Múcio disse que “é o fortalecimento da democracia, a força da política.”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não deu declarações ao deixar o local. Apenas cumprimentou populares que estavam nas arquibancadas para assistir aos desfiles. 

Da Agência Brasil

O deputado estadual Alberto Feitosa (PL) acompanhou a mobilização encabeçada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e pelo pastor Silas Malafaia, na Avenida Paulista. O parlamentar estava acompanhado do candidato a prefeito do Recife, Gilson Machado, do deputado federal Pastor Eurico e dos candidatos a vereador do Recife Gilson Filho e Netinho Eurico – além do vereador de Caruaru, Val Lima.

“Um evento pacífico que reuniu, mais uma vez, milhares de brasileiros. Hoje se comemora historicamente o dia da independência do Brasil, mas é preciso novamente fazer história. Os brasileiros que se mobilizaram hoje não só aqui na Paulista, como em outras cidades , diz não a um País onde querem impor a ditadura. A exemplo da Venezuela, Cuba, Guatemala. Pela liberdade do Brasil, pelo respeito à constituição, pela preservação de nossa soberania. Eu estive em mais esse ato democrático. Ficou claro nessa mobilização de hoje que esse desejo é de milhares de brasileiros. Estamos juntos e cada vez mais fortes!”, ressaltou Feitosa.

O candidato a prefeito de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB), participou do ato organizado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores, na Avenida Paulista. Ele não foi o único: Marina Helena (Novo) também deu as caras na manifestação, mas nenhum dos dois discursou. Diferente do atual prefeito e candidato à reeleição, Ricardo Nunes, que estava ao lado do líder da direita brasileira e fez uso do microfone.

Marçal chegou à avenida após o discurso de Bolsonaro. Aplaudido por manifestantes, ele circulou pela área próxima ao carro de som em que estava Bolsonaro, mas não chegou a subir. O prefeito Nunes não estava mais no veículo quando o adversário apareceu.

Marçal e Nunes estão empatados tecnicamente com Guilherme Boulos (PSOL) na disputa pela Prefeitura de São Paulo, segundo a última pesquisa Datafolha.

O candidato do PL a prefeito de Caruaru, Fernando Rodolfo, deu um timing na sua campanha e participou em São Paulo da manifestação bolsonarista em defesa da democracia. Atendeu ao convite do próprio Bolsonaro, que já esteve em Caruaru participando de atos do aliado. “O Brasil já deu o seu grito de independência, Caruaru vai fazer isso no próximo dia 6 , se libertando de 40 anos nas mãos dessas famílias que tiraram o protagonismo da nossa cidade”, disse, numa conversa com o blog.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) participou, neste sábado (7), de um ato contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na Avenida Paulista, em São Paulo. Também estavam presentes o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o prefeito da capital e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), o pastor Silas Malafaia, fiador do evento, e parlamentares.

Os manifestantes vestiam, em sua maioria, camisas verdes e amarelas e carregavam cartazes em que pediam intervenção militar, o que é inconstitucional, e criticavam o bloqueio da rede social X e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autor da decisão – posteriormente referendada por outros ministros da Corte.

Em seu discurso, Bolsonaro voltou a defender a anistia para os condenados pelos ataques de 8/1, disse crer na reversão, pelo Congresso, da sua inelegibilidade, e chamou de ditador o ministro Moraes, relator de inquéritos nos quais o ex-presidente é investigado.

“Eu espero que o Senado Federal bote um freio em Alexandre de Moraes, esse ditador que faz mais mal ao Brasil que o próprio Luiz Inácio Lula da Silva”, disse o ex-presidente.

Confira o discurso do ex-presidente:

Manifestantes se reúnem na tarde deste sábado (7), dia da Independência, na Avenida Paulista, para o ato convocado por bolsonaristas contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

O ato, organizado pelo pastor Silas Malafaia, conta com a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e outros políticos e parlamentares da direita.

A Avenida Paulista foi fechada para receber o público, que se concentra em frente ao Masp. O primeiro a falar, em cima de um carro de som, foi o deputado federal Eduardo Bolsonaro.

Vestindo a camiseta do X e ao lado do pai, Eduardo pediu o fim das “prisões políticas”, a anistia para todos os “presos políticos”, o encerramento do que chamou de “inquéritos ilegais derivados do inquérito do fim do mundo” e terminou pedindo o impeachment do ministro Alexandre de Moraes. Alguns participantes do ato também seguravam cartazes com pedido de impeachment do ministro.

Bolsonaro falou por volta das 16h. O ex-presidente se referiu ao ministro Alexandre de Moraes como “ditador” durante seu discurso e pediu que o Senado “coloque freio no ministro” do STF.

Além de Bolsonaro e Eduardo, discursaram no evento o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o pastor Silas Malafaia, o senador Magno Malta (PL-ES), os deputados federais Nikolas Ferreira (PL-MG), Bia Kicis (PL-DF), Gustavo Gayer (PL-GO).

Sem citar o nome do ministro Moraes, Tarcísio criticou o banimento do X em seu discurso, disse que a manifestação é uma “oportunidade de construir a história” em defesa da liberdade e gritou “volta, Bolsonaro”.

De acordo com a âncora da CNN Tainá Falcão, a Polícia Federal (PF) vai monitorar eventuais “ataques à democracia ou ameaças contra autoridades”.

Da CNN

O ex-deputado estadual e ex-prefeito das cidades do Cabo de Santo Agostinho e do Jaboatão dos Guararapes, Elias Gomes, celebrou, em mensagem enviada ao empresário João Carlos Paes Mendonça, os 35 anos de atividade da Fundação Pedro Paes Mendonça.

Marcada pela inauguração, em 1989, no Lar Dona Conceição, a instituição atualmente atende a 280 crianças e jovens que estudam na escola em horário integral, com quatro refeições diárias, fardamento e material didático.

“Muitas das boas experiências ali executadas certamente servirão como inspiração na adoção de parcerias análogas aqui, na nossa amada cidade do Jaboatão dos Guararapes, onde nasceu a pátria e o exército brasileiro”, registrou Elias Gomes.

Após a Justiça suspender a veiculação de informações “difamatórias, caluniosas e inverídicas” sobre a gestão das creches da cidade, como publicado por este blog, a assessoria do candidato a prefeito do Recife, Gilson Machado (PL), afirmou que “as notícias abordadas em sua propaganda eleitoral e nas redes sociais são baseadas em fatos verídicos e continuam sendo discutidas”.

“A verdade é que houve liminares solicitando a suspensão de algumas peças publicitárias, alegando ofensa. Dessa forma, a Justiça, liminarmente, determinou a suspensão de algumas peças publicitárias para evitar ofensa a pessoas específicas, mas não proibiu a discussão do tema das creches. Na realidade, não há fake news nas críticas, visto que o próprio prefeito João Campos (PSB) reconheceu irregularidades nas creches (como confirmou na sabatina JC 90,3)”, complementou a campanha de Gilson.

O candidato reafirmou o seu compromisso com a verdade, transparência e justiça. Ele destacou ainda que não se deve combater uma crítica fundamentada em fatos verídicos com alegações de fake news.

O ex-presidente Jair Bolsonaro foi atendido, neste sábado (7), no Hospital Albert Einstein, no Morumbi, Zona Sul de São Paulo. “Por conta de uma gripe estava sem voz , passou rapidamente pelo Hospital”, escreveu nas redes sociais o advogado do ex-presidente Fabio Wajngarten.

De acordo com a publicação, Bolsonaro foi atendido pelo médico Leandro Echenique, o mesmo que vem tratando o ex-presidente desde a facada sofrida por ele na campanha de 2018.

Wajngarten confirmou a presença do ex-presidente no ato da tarde deste sábado na Avenida Paulista. O ato foi convocado pelo próprio Bolsonaro, contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Além do pedido de impeachment de Moraes, responsável pela decisão que bloqueou o acesso à rede social X no Brasil, o ato promete movimentar a campanha pelas eleições municipais em São Paulo.

Réplicas do boné usado pelo candidato do PRTB à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal, tomaram a Avenida Paulista. Bolsonaro, por sua vez, apoia oficialmente Ricardo Nunes (MDB), mas disse, em vídeo, que qualquer candidato poderia subir ao palanque, já que o ato é “suprapartidário”.

Durante a semana, Marçal fez suspense sobre sua presença na manifestação, sem cravar que não estaria presente. Ricardo Nunes, pela manhã, participou do desfile de 7 de Setembro ao lado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Do Metrópoles

Por Larissa Rodrigues

Repórter do blog

Se havia alguma dúvida de que o PT em Pernambuco entraria de cabeça na campanha à reeleição do prefeito do Recife, João Campos (PSB), o senador Humberto Costa, um dos líderes de peso da legenda no Estado, fez questão de afastar qualquer imagem de hesitação do partido ao projeto, na noite de ontem. Após uma caminhada na comunidade de Roda de Fogo, na Zona Oeste do Recife, o senador subiu ao palco ao lado de João e do candidato a vice-prefeito na chapa socialista, Victor Marques (PCdoB), e fez um discurso exaltando a trajetória de Campos.

“É um prazer muito grande estarmos aqui, na prática dando o primeiro passo de rua na campanha do prefeito João Campos, que é não somente o candidato do PSB, mas é o candidato do PT nesta eleição”, afirmou Costa. “A eleição de João Campos é uma eleição que todo o Brasil está acompanhando. Primeiro, pela larga diferença que ele tem mostrado até agora nas pesquisas de opinião. Segundo, pelo reconhecimento da sua administração. É um reconhecimento com toda razão de ser, pois o prefeito trabalhou em todas as áreas. Você, sem dúvida, terá a maior votação que um prefeito já teve. Estamos juntos e o presidente Lula (PT) quer manter com você essa grande participação”, enfatizou Humberto Costa. O presidente do diretório municipal do PT, Cirilo Mota, também esteve na caminhada e, assim como Humberto, garantiu a participação em mais atos de João Campos.

Comitê sem PT

No dia 18 de agosto deste ano, João inaugurou o comitê central de campanha, no Poço da Panela, sem a presença de líderes petistas, o que chamou a atenção pelo fato de a chapa ser apoiada pelo presidente Lula. Na ocasião, os petistas informaram outros compromissos. Humberto Costa cumpria agenda do Parlamento do Mercosul em Foz do Iguaçu, no Paraná. Já a senadora Teresa Leitão estava de licença médica.

O deputado estadual João Paulo (PT), por sua vez, não disfarçou o racha existente no PT local em relação ao apoio a João Campos, sobretudo por causa do desgastante processo de escolha do candidato a vice da chapa, no qual o PT saiu rifado. “Observei a ausência do PT e sua militância na inauguração do comitê de João Campos. Eu havia alertado e previsto o que aconteceria quanto à importância do PT na chapa e fui muito mal entendido. Parceria política não é um ato de arrogância, mas sim solidário e o PSB não entendeu isso”, afirmou João Paulo em nota no dia da inauguração do comitê.

João Paulo, inclusive, tem feito gestos à candidata da Federação Psol/Rede, Dani Portela, com quem posou nas redes sociais no último dia 31, depois de presenteá-la com um quadro do Recife. A candidata é ciente da insatisfação de alguns petistas e tem como comitê central de campanha uma casa estrategicamente localizada exatamente na frente da sede do PT, no bairro de Santo Amaro, na Zona Norte do Recife.