O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, busca apoio do Congresso para diluir o desgaste da fala do presidente Lula (PT) da última sexta-feira, sobre ser difícil zerar a meta fiscal de 2024. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), assim como o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), tem sinalizado a Haddad que mais importante do que zerar ou não a meta é estabilizar os juros. A preocupação sobre juros é ponto de convergência entre Lula, Haddad e Lira.
O presidente da Câmara também tem falado do tema com o presidente do Banco Central, Campos Neto. A fala de Lula preocupou Haddad, e o PT veio a público reforçar a ideia de que o presidente estaria se posicionando dessa forma para “proteger” Haddad. A tese foi lida como piada entre integrantes da equipe econômica. Quando o governo foi enviar o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024, Rui Costa e a Ester Dweck defendiam um déficit entre 0,5% e 0,75% do Produto Interno Bruto (PIB) para acomodar os investimentos.
Leia maisNaquele momento, Lula bateu o martelo a favor de Fernando Haddad, e a LDO foi mandada com previsão de déficit zero, mas agora mudou de ideia. Haddad, com a fala de Lula, ficou exposto e, agora, no foco: o ministro da Fazenda – que vinha fazendo um esforço hercúleo para manter o discurso de seguir a meta – terá de dar um cavalo de pau para se equilibrar entre o chefe e o seu próprio posicionamento. Ou seja, explicar que Lula está apenas refletindo que não cortar investimentos e programas sociais é a marca do governo, mas perseguindo a responsabilidade fiscal.
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