A Comissão de Economia do Senado está com pressa: marcou para a manhã desta terça-feira a votação de um projeto que libera do mercado de cigarros eletrônicos, mais conhecidos como “vapes”.
A impaciência de alguns senadores está aditivada pela ansiedade das empresas do setor em inaugurar uma nova frente de negócios, de valor estimado em sete bilhões de reais ao ano.
Para indústria de tabaco equivaleria a um renascimento, com perspectiva de lucro maior que o obtido com cigarros convencionais — em parte porque pagariam menos tributos.
Para o governo significa a porta da esperança para alguma arrecadação adicional e imediata, o que talvez explique a sua opção preferencial pelo silêncio sobre um problema relevante de saúde pública.
O relator do projeto, o senador Eduardo Gomes (PL-TO) diz que o governo vai obter uma receita de 670 milhões anuais em tributos no mercado de cigarros eletrônicos.
Essa conta não foi feita por ele nem pelo governo. O senador relata ter recebido da Federação das Indústrias de Minas Gerais, que, segundo ele, prevê “benefícios da regulamentação a 0,2% do Produto Interno Produto (PIB)”.
O projeto para liberar o mercado de cigarros eletrônicos foi apresentado um ano atrás pela senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), candidata à presidência do Senado no ano que vem e à reeleição em 2026. O rito previsto é terminativo, ou seja, será submetido a três comissões – Economia é a primeira —, sem necessidade votação no plenário.
A pressa política, a ansiedade empresarial e a omissão do governo contrastam com o rigor científico e legislativo adotado pelo Brasil há três décadas sobre a produção e o comércio de cigarros.
O Ministério da Saúde e a Anvisa são contrários à liberação do mercado de “vapes”, por considerar o produto muito mais prejudicial à saúde do que o cigarro convencional.
Outro aspecto é o impacto econômico. A legitimação dos cigarros eletrônicos tende a multiplicar os gastos do Sistema Único de Saúde com tabagismo.
Dados coletados pela Fiocruz em parceria com o Instituto de Efetividade Clínica e Sanitária, da Argentina, sugerem que na década passada os gastos públicos já superavam 57 bilhões (não há atualização disponível). E sete em cada dez reais eram consumidos na assistência direta aos doentes.
Se os estudos do Ministério da Saúde, da Anvisa e da Fiocruz são corretos — e nada indica que não sejam — a omissão política governamental nesse debate vai custar caro ao país.
Primeiro, porque haveria aumento exponencial no número de vítimas (156 mil ao ano na década passada).
Depois, porque o governo aceitaria uma aposta de arrecadação no curto prazo, talvez de 670 milhões de reais, mas contrataria uma despesa quase noventa vezes maior no médio e longo prazos. O custo final tende a ser muito maior do que o benefício prometido.
A precipitação na decisão legislativa induz o Senado a garantir lucro privado e socializar prejuízos.
Antes de José Patriota, que Deus já levou, a Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe) era uma instituição esvaziada, falida, sem poderes, não tinha sequer o respeito dos seus próprios associados, os prefeitos, que não pagavam em dia, em sua grande maioria, a contribuição mensal.
Patriota deu régua e compasso ao órgão representativo da gestão municipal, que ganhou peso político e vitrine. Fortalecida, com poderes de decisão em instâncias estaduais e federais, principalmente quando se colocam em discussão os interesses dos municípios, a Amupe virou alvo de cobiça.
A renovação da sua diretoria, no próximo mês, será num bate-chapa, algo que já não acontecia há muito tempo, porque os presidentes eram escolhidos de forma consensual. O atual presidente, Marcelo Gouveia (Podemos), ex-prefeito de Paudalho, não conseguiu unir a categoria.
Vai ter que disputar o cargo no voto. Já tem um adversário em campanha, o prefeito de Aliança, Pedro Freitas (PP), integrante do grupo político do presidente estadual do PP, Eduardo da Fonte. Em dezembro passado, Dudu, como é mais conhecido, fez uma aliança com o PSB e conseguiu derrotar o deputado Gustavo Gouveia, irmão de Marcelo, que disputou a reeleição para Primeira-Secretaria da Assembleia Legislativa, mas perdeu para Francismar Pontes (PSB).
Na eleição da Amupe, Dudu e os Gouveia estão novamente medindo forças. Pedro Freitas, gestor de primeiro mandato, depois de atuar no mundo financeiro como superintendente da CEF, foi lançado por Dudu e já aparece como favorito. Esta polarização, entretanto, está por um fio: o ex-prefeito de Carnaíba, Anchieta Patriota (PSB), estimula o surgimento de uma terceira via na disputa pela presidência da instituição. O terceiro candidato ainda não está definido, mas falam na prefeita de Serra Talhada, Márcia Conrado (PT), e nos prefeitos de Garanhuns, Sivaldo Albino, e de Afogados da Ingazeira, Sandrinho Palmeira, ambos do PSB.
Teoricamente, Marcelo seria o candidato apoiado pela governadora Raquel Lyra e Freitas sem carimbo, ou seja, não se apresenta nem como nome da governadora nem tampouco do prefeito do Recife, João Campos (PSB). Quando Anchieta entra no jogo falando numa suposta terceira via, com dois nomes do PSB, certamente tem a intenção de transformar a eleição na Amupe numa guerra eleitoral entre Raquel e João.
GOLPE DE RAQUEL– Ainda em relação à eleição na Amupe, corre nos bastidores que a governadora daria um golpe fatal nas pretensões de Marcelo Gouveia em tentar a reeleição, indicando a prefeita de Igarassu, Elcione Ramos (PSDB), como candidata a vice na chapa de Pedro Freitas. Se isso ocorrer, provavelmente o atual presidente da instituição municipalista jogue a toalha, desistindo do projeto da reeleição.
Disputa pelo Coniape– Outra briga municipalista que promete é a renovação do comando do Coniape, o consórcio que agrega 34 prefeitos do Agreste Central e Setentrional. Candidato à reeleição, o presidente Josafá Almeida (UB), prefeito de São Caetano, terá como adversário o prefeito de Surubim, Cléber Chaparral, também do União Brasil, que teria sido estimulado a entrar na disputa pelo comando da instituição pela governadora Raquel Lyra (PSDB).
João insiste na adesão do PT– Em meio às primeiras discussões sobre 2026, alguns quadros do PT têm se posicionado em favor de que o partido deixe a oposição à Raquel Lyra. A movimentação parte da bancada petista na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), liderada pelo ex-prefeito do Recife João Paulo. “Há uma tendência de o PT mudar a posição, sair da oposição, que não está fazendo, nem o governo Lula, nem os ministros, nem os dois senadores, nem o deputado federal, e muito menos a bancada estadual. Aquela decisão de oposição foi em uma conjuntura, terminada a eleição, que foi bastante acirrada. O próprio ministro Rui Costa já disse que Raquel era da base, então no mínimo, o partido deveria rever a condição de oposição”, disse João Paulo, em entrevista ao JC.
Reajuste do magistério – Os novos prefeitos estão perdendo a cabeça com as notícias referentes a obrigatoriedade do reajuste do piso nacional do magistério. A Confederação Nacional de Municípios (CNM) diz que os sucessivos reajustes estabelecidos em Portarias publicadas pelo governo federal desde 2022 não têm amparo legal. Apenas entre 2022 e 2024, a União publicou reajustes que totalizam 58,71% para a categoria, com impacto de R$61 bilhões nos municípios. A folha de pagamento do magistério municipal corresponde a 29% do total gasto com pessoal nos municípios.
Campeão no leite– Uma boa notícia para a agropecuária estadual: Pernambuco superou a Bahia e virou o maior produtor de leite in natura do Nordeste, chegando próximo a marca de 1 bilhão de litros no ano passado, enquanto a Bahia caiu para 891 milhões de litros. Prefeito de Pedra, no Agreste, Júnior Vaz (PV) diz que seu município deu uma forte contribuição para isso, sendo hoje o maior produtor de leite do Estado. Segundo ele, a governadora Raquel Lyra (PSDB) também teve papel importante, ao isentar o ICMS dos laticínios do Estado, desde que priorizem o recebimento da produção de leite dos produtores locais. “Por parte dos produtores, houve investimentos no melhoramento genético”, diz ele.
CURTAS
QUEDA – O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) registrou queda de 6,4% no preço do leite pago ao produtor em novembro de 2024, com valor médio de R$2,6374 por litro. Na comparação com novembro de 2023, o preço acumula alta de 25,9%, já considerando o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do período. O Cepea afirma que a desvalorização do leite cru resulta da progressão da safra e do aumento sazonal da oferta.
IMPEACHMENT – Políticos da oposição já falam no impeachment do presidente Lula (PT), após o Tribunal de Contas da União suspender R$6 bilhões em recursos do programa Pé-de-Meia não previstos no Orçamento da União. A notícia que TCU manteve a cautelar do ministro Augusto Nardes de suspender os repasses do programa estudantil – uma das principais bandeiras do 3º mandato de Lula – levou políticos aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a ventilar a possibilidade de cobrar manifestações populares.
VINGANÇA – O deputado Luciano Bivar (UB) preparou um projeto de lei que deve ser apresentado à Câmara nos próximos dias para vedar a participação de parentes em partidos políticos. Ex-dono do União Brasil e que acabou extirpado da presidência do próprio partido por Antônio Rueda, que assumiu o comando seu lugar, Bivar pode atingir a irmã de Rueda, Maria Emília, que atua como tesoureira da legenda.
Perguntar não ofende: Quando, enfim, a governadora vai anunciar o novo secretário de Educação?
O prefeito de Camaragibe, Diego Cabral, anunciou avanços no abastecimento de água do município após uma reunião com o presidente da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), Alex Campos, nesta quinta-feira (23). Entre as principais medidas, estão a conclusão das obras das adutoras dos bairros do Viana e de Tabatinga, que receberam R$ 18 milhões em investimentos.
Durante o encontro, que contou com a presença do deputado estadual João de Nadegi (PV), dos vereadores Dra. Daiana e Heldinho Moura, e de Isabelle Craston, diretora Regional Metropolitana da Compesa, o prefeito destacou que a conclusão das adutoras será essencial para regularizar o fornecimento de água e melhorar o calendário de abastecimento. “Nosso compromisso é buscar soluções para que a população tenha água nas torneiras. As obras das adutoras e a sensibilidade da Compesa às nossas demandas são passos importantes nessa direção”, afirmou Diego Cabral.
O presidente da Compesa, Alex Campos, ressaltou os desafios enfrentados pela companhia, como o roubo de água nas tubulações e a falta de energia, que prejudicam o sistema de abastecimento. Contudo, garantiu que esforços estão sendo feitos para superar essas dificuldades. “Estamos avançando com uma gestão mais eficiente e de resultados. O governo estadual está atento às demandas de Camaragibe, e o abastecimento será regularizado para garantir mais dignidade à população”, concluiu Campos.
A Prefeitura de Serra Talhada deu início às obras do Residencial Lorena I, localizado às margens da PE-365. Nesta semana, começaram os trabalhos de preparação do terreno, etapa inicial para a construção de 150 residências que beneficiarão centenas de famílias do município. Além do investimento de R$ 3 milhões na desapropriação do terreno, a gestão municipal assumiu contrapartidas importantes, como terraplanagem, instalação de redes de esgoto e parte da iluminação pública.
A prefeita Márcia Conrado ressaltou a relevância do projeto para a cidade e a parceria com o governo federal. “O Residencial Lorena I é um sonho realizado para centenas de famílias. Graças ao apoio do presidente Lula e do deputado federal Fernando Monteiro, conseguimos viabilizar essa obra tão importante para a nossa cidade. A contrapartida da Prefeitura e a parceria com a empresa responsável pela obra são essenciais para garantir a entrega de moradias dignas à nossa população”, afirmou.
O Residencial Lorena I faz parte de um conjunto de iniciativas habitacionais em Serra Talhada. Ainda neste ano, a gestão municipal se prepara para inaugurar o Residencial Vanete Almeida, que beneficiará mais de 900 famílias.
A Prefeitura Municipal de Itambé publicou, no último dia 20 de janeiro, no Diário Oficial da Amupe, o Extrato de Contrato referente ao Processo nº 003/2025. O documento trata de uma dispensa emergencial no valor mensal de R$ 401.228,80, totalizando R$ 4,8 milhões em um ano. O contrato, destinado à prestação de serviços de transporte e limpeza urbana, foi firmado com a empresa Ecológica Saneamento e Locação LTDA, com sede no município de Água Branca, no estado do Piauí.
Moradores apontaram dúvidas sobre os critérios adotados para a escolha da empresa, além de destacarem a necessidade de maior transparência no processo. A contratação foi realizada sob dispensa emergencial, com base em legislações como a Lei 14.133/2021 e, em alguns casos, a Lei nº 8.666/1993, que regulamentam contratações públicas emergenciais.
A Rádio Cultura FM, de São José do Egito, deu início às transmissões em caráter experimental na nova frequência, 94,7 MHz, na manhã de ontem (22). A rádio migrou da amplitude modulada (AM) 1320. Na estreia da transmissão, a emissora entrou em rede com a Rádio Pajeú, a pedido do diretor João Carlos Rocha e do técnico Paulo André de Souza.
Nos próximos dias, a emissora divulgará a data oficial de estreia de sua grade de programação e anunciará os comunicadores que comporão a equipe da Cultura FM. Além disso, o público poderá acessar o conteúdo da rádio via streaming pelo site oficial e pelos principais aplicativos de rádio, ampliando o alcance para ouvintes em qualquer lugar do mundo.
Fundada em 4 de janeiro de 1990, a Rádio Cultura tem como proprietário o ex-deputado estadual e atual vice-prefeito de São José do Egito, José Marcos de Lima. A primeira música tocada pela emissora foi “Rádio Pirata”, da banda RPM, marcando o início de uma trajetória de mais de três décadas de atuação no cenário radiofônico do Sertão.
A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), confirmou nesta quinta-feira (23) o retorno do Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana do Recife (CONDERM). A declaração foi feita durante uma visita às obras do programa PE na Estrada, no Cabo de Santo Agostinho, litoral sul do Estado.
Segundo a tucana, a retomada do CONDERM será essencial para melhorar o planejamento e a execução de políticas públicas nos 14 municípios que compõem a Região Metropolitana do Recife (RMR).
“A gente tem, sim, a decisão de retomar o Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana. Falávamos isso vindo para cá, da importância dos consórcios, dos conselhos de desenvolvimento, para que a gente possa ter metas únicas e gastarmos a nossa energia numa direção só (…) a gente gastar nosso dinheiro de maneira mais eficiente”, afirmou a governadora.
O CONDERM é um órgão deliberativo e consultivo que reúne prefeitos da RMR, representantes do Governo do Estado e membros consultivos, como vereadores e deputados estaduais. Sua função é promover a integração entre os municípios da região em temas como trânsito, infraestrutura, saúde e educação, além de questões relacionadas ao litoral, como projetos de engorda de praias.
A reativação do Conselho foi tema recente de diálogo entre Raquel Lyra e a prefeita de Olinda, Mirella Almeida (PSD), durante reunião no Palácio do Campo das Princesas. Mirella ressaltou a importância de fortalecer o debate metropolitano e destacou o compromisso da governadora com a iniciativa.
Para o Secretário de Planejamento, Gestão e Desenvolvimento Regional, Fabrício Marques, o retorno do CONDERM representa um avanço significativo para a governança na região. Em contato com a Folha de Pernambuco, ele afirmou que o diálogo com os prefeitos será o próximo passo para a concretização da proposta. “Não há data exata, mas a governadora deve definir isso ao dialogar com os prefeitos da Região Metropolitana. É uma pauta muito positiva”, declarou.
A diretoria do Sindicato dos Trabalhadores Vigilantes de Pernambuco (SINDESV-PE) intensificou as ações nesta semana para cobrar a regularização dos salários e benefícios atrasados dos trabalhadores da empresa BBC Vigilância, que presta serviços à Secretaria de Educação de Pernambuco (SEDUC) e outros contratos públicos e privados. As pendências incluem atrasos no pagamento de salários e vale-alimentação, que afetam não apenas o contrato com a SEDUC, mas também outras operações da empresa.
Na terça-feira (21), representantes do sindicato, acompanhados de uma comissão de trabalhadores, se reuniram com setores do RH, financeiro e operacional da BBC Vigilância para buscar respostas sobre a situação. A empresa informou que os pagamentos relacionados ao contrato da SEDUC seriam realizados ainda no mesmo dia, enquanto os demais contratos teriam seus pagamentos liberados até esta sexta-feira (24). A questão das férias acumuladas, com até cinco períodos pendentes para alguns trabalhadores, permanece em tratativa junto à Superintendência Regional do Trabalho, com o objetivo de garantir o pagamento integral dos direitos sem ônus para os funcionários.
Na quarta-feira (22), a diretoria do SINDESV-PE esteve na sede da Secretaria de Educação para cobrar explicações do Governo de Pernambuco, tomador do serviço, sobre o atraso nos repasses à empresa. Já nesta quinta-feira (23), o sindicato voltou à sede da BBC Vigilância para insistir em uma posição concreta sobre a regularização das pendências. De acordo com a empresa, o contrato com a SEDUC ainda não disponibilizou os valores necessários, mas há um compromisso de regularização até a próxima terça-feira (28).
O advogado Carlos Henrique Rosa de Souza ingressou com uma ação popular questionando o repasse de R$ 3 milhões do Governo de Pernambuco para a realização da 14ª Bienal da União Nacional dos Estudantes (UNE), que acontecerá no Recife entre os dias 29 de janeiro e 2 de fevereiro de 2025.
O evento, que também abrigará o 16º Conselho Nacional de Bases da UNE (CONEB), abordará eixos temáticos como ancestralidade, sustentabilidade e diversidade. Na ação, o advogado argumenta que o evento possui arrecadação própria suficiente para cobrir seus custos e critica o uso de recursos públicos em meio a problemas estruturais no estado.
Segundo a ação, o valor de R$ 215 cobrado pela inscrição dos participantes, aliado a patrocínios, já garantiria uma arrecadação de aproximadamente R$ 3 milhões, o que tornaria desnecessário o repasse público.
O advogado também aponta que a transferência dos recursos foi inicialmente aprovada pela Secretaria da Criança e Juventude, mas, após alterações internas no governo, a verba foi realocada para a Secretaria de Educação. Ele destaca que a decisão gerou revolta entre professores da rede estadual e deputados, considerando o contexto de escolas sucateadas e professores com salários atrasados.
A ação ainda levanta suspeitas sobre a transparência do processo. O advogado afirma que a documentação da licitação foi colocada sob sigilo, descumprindo a Lei de Licitações, e critica a falta de publicação no portal da transparência.
“O repasse de recursos da educação para uma entidade estudantil com vínculos políticos é imoral e não possui respaldo legal”, argumenta o advogado, destacando que a UNE e o Instituto Cuca da UNE não são entidades filantrópicas para justificar o recebimento de recursos estaduais. O caso segue para apreciação judicial, com pedidos de suspensão imediata do repasse e análise da legalidade do ato administrativo.
A entrega de 50 casas populares em Ingazeira, destinadas a famílias em situação de vulnerabilidade social, gerou controvérsias após a divulgação da lista de contemplados. Segundo denúncias, entre os beneficiados estão pessoas que já possuem casa própria, algumas que teriam vendido imóveis recebidos em programas habitacionais anteriores e até casos de irregularidades nos critérios de seleção.
De acordo com informações, há casos de beneficiários que já foram contemplados em outros dois projetos habitacionais e, mesmo assim, voltaram a figurar na lista para uma nova casa. Além disso, pessoas que residem em imóveis próprios, embora não registrados em seus nomes, também aparecem entre os contemplados. Outro ponto de crítica é a exigência de que os beneficiários não tenham restrições de crédito, um critério considerado incompatível com a realidade de famílias vulneráveis, para quem o projeto deveria ser direcionado.
A comunidade local cobra explicações sobre como foi conduzido o processo de seleção e questiona a eficácia dos critérios adotados. A situação levanta dúvidas sobre a fiscalização e a equidade na distribuição das casas. Parte da população sugere que o Ministério Público investigue o caso para assegurar que o objetivo do programa habitacional seja cumprido, garantindo que os imóveis cheguem às mãos de quem realmente precisa.
Na composição da nova Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, a ser eleita consensualmente em 1 de fevereiro, a poderosa Primeira-Secretaria, hoje ocupada pelo pernambucano Luciano Bivar (UB), vai continuar sendo espaço do Estado. O sucessor de Bivar será o deputado Carlos Veras, indicado pela bancada do seu partido, o PT. Natural de Tabira, no Sertão do Pajeú, Veras está no seu segundo mandato e integra o grupo petista liderado pelo senador Humberto Costa.
Pernambuco terá um segundo representante na Mesa Diretora: o deputado Lula da Fonte será o segundo-vice-presidente da Casa, indicado pela bancada do seu partido, o PP, que no Estado é presidido pelo seu pai, o deputado federal Eduardo da Fonte.
Como primeiro-secretário da Câmara dos Deputados, Carlos Veras vai administrar um orçamento da ordem de R$ 8 bilhões. Na prática, o primeiro secretário é o prefeito da Casa. Por ele, passará o destino e controle dessa montanha de dinheiro a partir de fevereiro.
A bancada de oposição na Câmara Municipal do Recife divulgou, nesta quarta-feira (22), uma nota de repúdio contra a Prefeitura do Recife por, supostamente, impedir o vereador Thiago Medina de fiscalizar as obras da Creche AeroClube. O grupo classificou a ação como “arbitrária” e uma “afronta direta à Lei Orgânica do Município”.
De acordo com os vereadores, o artigo 59 da Lei Orgânica do Recife determina que impedir a atividade fiscalizadora dos parlamentares é uma infração político-administrativa. Eles afirmam que a prefeitura emitiu uma circular com o objetivo de restringir a fiscalização, atitude que consideram como um “ataque aos pilares da democracia e ao dever de transparência na gestão pública”.
Segundo a nota, a obra em questão, a Creche AeroClube, já acumula atrasos de 15 meses e sofreu aditamentos que totalizam R$ 1.116.203,97. Para os vereadores da oposição, “a obstrução à fiscalização representa uma tentativa de esconder problemas na execução da obra, cerceando o dever constitucional de monitorar o uso dos recursos públicos”. “A fiscalização é essencial para assegurar que o dinheiro público seja empregado corretamente, e atitudes como essa ferem os princípios básicos da democracia e da legalidade”, destacou a bancada.
A oposição exigiu que a Presidência da Câmara Municipal tome providências imediatas para garantir o pleno exercício do mandato parlamentar e que ações desse tipo não voltem a ocorrer.
Nesta quinta-feira (23), a Associação Brasileira de Recursos Humanos em Pernambuco (ABRH-PE) dá início a um novo capítulo em sua história, com a posse da gestão 2025-2027 liderada, pela primeira vez, por um trio de mulheres. A CEO do Hub Ser.Tão People, Dani Maciel, assume a presidência, enquanto Márcia Gonçalves, diretora de Gente e Gestão do Grupo Iquine, integra o Conselho Deliberativo, e Andrea Queiroz, Head de Capital Humano do CESAR, ocupa o Conselho Fiscal. A cerimônia acontece no auditório do CESAR – Moinho, no bairro do Recife, e conta com a participação de líderes empresariais, profissionais de RH e convidados.
A nova gestão traz como missão fortalecer a gestão estratégica de pessoas em Pernambuco, com ênfase na humanização e na inovação. Dani Maciel, especialista em Clima e Cultura Organizacional, destacou a importância de abordar temas como diversidade, inclusão e saúde mental nas empresas. “Queremos criar ambientes equitativos e representativos, onde cada pessoa se sinta valorizada. Vamos investir em práticas que promovam saúde mental, emocional e física, entendendo que felicidade organizacional vai muito além de benefícios corporativos”, afirmou a presidente. A palestra “Reflexões inspiradoras sobre o futuro do RH”, ministrada pelo CEO do Ecossistema GPTW, Ruy Shiozawa, integra a programação da posse.
A nova diretoria também pretende fomentar o debate sobre os impactos da inteligência artificial no mercado de trabalho, destacando a tecnologia como aliada na valorização das pessoas. Além disso, a gestão priorizará a formação de líderes estratégicos e o desenvolvimento de empresas mais humanas e preparadas para os desafios futuros. “Nos próximos três anos, enfrentaremos desafios e oportunidades, sempre com o compromisso de transformar as relações de trabalho e construir um futuro mais colaborativo e inovador para o RH em Pernambuco”, concluiu Maciel.