Buscas feitas em computadores e celulares da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), ainda em outubro do ano passado, levaram a Polícia Federal a indícios suficientes para embasar as buscas de hoje contra o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Abin.
Naquele momento, segundo investigadores que acompanham o inquérito, a PF recolheu dados dos telefones funcionais de servidores e de computadores da agência. Essas informações apontam Ramagem como o responsável por autorizar a espionagem ilegal de autoridades.
Leia maisOs dados também indicam que o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (União-RJ) estaria entre as autoridades espionadas ilegalmente.
As buscas em outubro levaram também à prisão de dois servidores que, por terem conhecimento do suposto esquema, coagiram colegas para evitar uma possível demissão: Rodrigo Colli e Eduardo Arthur Yzycky.
Na operação, a PF também recuperou os acessos ilegais no First Mile – sistema israelense comprado pela gestão Michel Temer e usado pelo governo Jair Bolsonaro – da localização de autoridades, sem aval da Justiça.
Segundo investigadores, havia uma espécie de “sistema paralelo” na Abin na gestão de Ramagem – em que parte da estrutura da agência era usada para fazer dossiês e monitorar pessoas e desafetos políticos de forma ilegal.
Segundo as investigações, a “necessidade” de monitorar essas pessoas era criada sem qualquer lastro técnico e sem autorização judicial.
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