As montadoras e os nossos dados
A tecnologia tornou o acesso a nossos dados pessoais uma esculhambação, digamos assim: pegam nossas informações e as vendem, como as farmácias, e aí recebemos ligações, e-mails e informações via redes sociais sem pedirmos. As montadoras também usam esses “sistemas inteligentes”, recolhem informações sobre o que fazemos, para onde vão nossos carros etc. São dados importantes e valiosos que devem ser bem guardados e protegidos – ou pelo menos deveriam.
Levantamento do Motor 1 mostra que estudo recentemente publicado pela Mozilla Foundation revela que as montadoras oferecem pouca proteção quando se trata de garantir a privacidade dessas informações. O grupo pesquisou 25 marcas e classificou todas com o rótulo de advertência de privacidade não incluída da fundação. Na prática, significa que as montadoras fizeram um péssimo trabalho no gerenciamento de dados e no fornecimento de segurança.
Leia maisSegundo a Mozilla, os carros foram classificados como a pior categoria de produtos já analisada. Ainda de acordo com o estudo, todas as montadoras pesquisadas coletam dados pessoais que vão além das informações necessárias para operar o veículo. Ou seja, captam detalhes sobre modo de condução, velocidade percorrida e destinos. Além disso, também extraem informações por meio dos serviços conectados usados no carro, incluindo fontes terceirizadas de empresas como Google ou Meta, donas das principais redes sociais que usamos.
O levantamento mostrou que 84% das montadoras compartilham ou vendem dados de clientes a terceiros, incluindo prestadores de serviços, corretores de dados e outras empresas. Além disso, 56% dos fabricantes de automóveis afirmam que partilham informações com autoridades governamentais em resposta a ordens judiciais, mandados ou pedidos informais. É mole?
Novo Peugeot 208 1.0 turbo – E finalmente o simpático hatch 208 da Peugeot chega com o motor 1.0 turbo da Stellantis e – pela primeira vez num Peugeot vendido por aqui – com câmbio CVT. Serão três configurações com a nova motorização: a de entrada, a Allure, tem preços (promocionais, segunda a marca) a de R$ 100 mil. A Style parte de R$ 110 mil. A topo de linha Griffe custa R$ 115 mil. Como tem ocorrido com frequência no mercado, a Peugeot fixou as três primeiras revisões em R$ 530 (na soma). O 1.0 turbo de três cilindros já é usado em outros modelos das marcas Stellantis, como o Pulse, o Fastback e a Strada. Com injeção direta, ele entrega até 130 cv de potência e torque de 20,4 kgfm.
A primeira versão já vem central multimídia de 10,3” com conexão wireless (Android Auto e Apple CarPlay), ar-condicionado automático e digital, direção com assistência elétrica, vidros elétricos nas quatro portas, volante Sport Drive com comandos de som, sensor de estacionamento, câmera de ré, controles de tração e de estabilidade, DRL em LED e as novas rodas Kanobi aro 16” com acabamento Black Diamond. O modelo ainda pode receber teto panorâmico, carregador por indução, iluminação interior traseira, revestimento em couro para volante, painel de porta, bancos e apoio de braço para o motorista e por aí vai.
Grand Cherokee vem aí – Lançado nos Estados Unidos no ano passado, onde custa a partir dos US$ 40 mil, o Jeep Grand Cherokee finalmente virá ao mercado brasileiro. E será numa versão eletrificada híbrida plug-in e, segundo a Stellantis, mais luxuoso, tecnológico e confortável. O modelo é baseado na plataforma 4xe, e combina um 2.0 turbo a gasolina de 274cv de potência a um elétrico de 136 cv – num total 380cv e 64,9 kgfm de torque. O câmbio é automático de 8 velocidades.
Ranger ganha versão de entrada – A nova geração da picape da Ford, que está nas concessionárias desde junho, agora tem uma versão mais simples, de entrada, por R$ 240 mil. É uma 2.0 turbodiesel XL 4×4 de 170 cavalos e câmbio manual. Assim, a linha da picape fica também com a XLS 4×2 automática, de R$ 235 mil, a XLS 2.0 automática com 4×4, a partir de R$ 260 mil e, por fim, a XLS V6 motor 3.0 V6 turbodiesel automática com 4×4, que sai por R$ 280 mil. Esta última tem transmissão automática de 10 velocidades e gera 250 cv, com 61,2 kgfm de torque. Desde a versão XL 4×4, a Ranger tem um bom pacote tecnológico e de segurança, com sete airbags, multimídia com tela de 10” e conexão sem fio com Android Auto e Apple CarPlay, painel de instrumentos digital configurável de 8”, ajuste elétrico de altura, piloto automático, limitador de velocidade e degrau de acesso à caçamba. Além (na versão de R$ 240 mil para cima) sistema de conectividade FordPass Connect, controle automático de descidas e preparação elétrica para reboque.
Mustang Mach-E no Brasil – E por falar em Ford, a marca prometeu para outubro no Brasil o novo Mustang 100% elétrico. Ele vem na versão topo de linha GT Performance, a missão de ser o primeiro modelo elétrico vendido pela marca – e é um dos dez lançamentos programados pela marca este ano no mercado brasileiro. O Mustang Mach-E já é um sucesso nos Estados Unidos e na Europa.
Volvo EX30: para dobrar o tamanho da marca – A Volvo Car Brasil, pioneira na eletrificação em território nacional, acaba de abrir a pré-venda do seu novo Volvo EX30. O preço começa em R$ 220 mil. “O preço será competitivo na versão de entrada para chegarmos a novos clientes de carros a combustão”, destaca Marcelo Kronemberger, diretor Comercial Volvo Car Brasil. Revelado em junho, o EX30, conta com quatro versões: Core Single Engine (51 kWh), Core Single Engine Extended Range (69 kWh), Plus Single Engine Extended Range (69 kWh) e Ultra Single Engine Extended Range (69 kWh). Os valores vão até 280 mil. Quem comprar durante a oferta de pré-venda vai receber como benefício um carregador portátil e um wallbox de 7,4 kw.
O Volvo EX30 chega ao Brasil com uma série de novidades em relação aos outros veículos do mesmo segmento. Uma delas é o design do interior do carro. Os clientes poderão optar por quatro interiores personalizáveis, todos compostos de materiais reciclados e renováveis como jeans reciclado, linho e lã. O sistema de som é inspirado no design de áudio doméstico, reunindo vários alto-falantes e preenchendo toda a cabine com um som premium, para que músicas e podcasts possam ser ouvidos com excelente qualidade de áudio. O porta-luvas posicionado abaixo da tela central foi ampliado e colocado estrategicamente para que possa ser acessado tanto pelo motorista quanto pelo passageiro.
No quesito segurança, o EX30 vem equipado com a tecnologia Safe Space, que alerta em caso de abertura de portas próximo a ciclistas ou motociclistas. Ele é equipado ainda com um novo sistema avançado de alerta de motorista. O carro conta com um sensor especial, que funciona com algoritmos poderosos e fica localizado atrás do volante. Ele é capaz de detectar movimentos dos olhos e do rosto cerca de 13 vezes por segundo. Dessa forma, o carro pode tentar entender se você está distraído, sonolento ou desatento, mesmo que não tenha notado. O Volvo EX30 é o SUV mais compacto da Volvo, com 4,2m de comprimento e 1,8m de largura. Ele é apenas 0,2m menor em comprimento do que o outro modelo da marca, o XC40. Ele tem potência de 272 cavalos, com 35kgfm de torque e é capaz de fazer de 0 a 100 em 5,7s (versão de entrada).
EX30 Core Single (51kWh) – R$ 220 mil
EX30 Core Single (69kWh) – R$ 240 mil
EX30 Plus Single (69kWh) – R$ 265 mil
EX30 Ultra Single (69kWh) – R$ 280 mil
Financiamento de veículos – E os brasileiros estão gastando bastante para comprar carros (e principalmente motos) parcelados. Segundo a B3, as vendas financiadas de veículos em agosto somaram 550 mil unidades, entre novos e usados. O número, que inclui autos leves, motos e pesados em todo o país, representa um crescimento de 11,8% em relação a julho deste ano e de 11,9% na comparação com agosto de 2022. No segmento de autos leves, a alta foi de 6,3% ante julho. Comparado com o mesmo período do ano passado, o crescimento foi de 8,2%. Já o financiamento de veículos pesados – o que indica aumento na atividade econômica – cresceu 15,8% na comparação com julho. O segmento que mais cresceu nos dois comparativos foi o de motos. O número de financiamentos em agosto foi 30,6% maior do que no mês anterior e 28,2% maior do que no mesmo período de 2022.
Indústria de motos volta aos níveis de 2012 – A produção de motocicletas no Brasil cresceu em agosto, segundo a Abraciclo, a associação que reúne os fabricantes. Foram 164.008 unidades saindo das linhas de montagem instaladas de Manaus, num volume 12,4% superior ao de julho (145.852 unidades) e 33,4% maior do que o registrado em idêntico mês do ano passado (122.923). A Abraciclo diz ter sido o melhor resultado para o mês desde 2012 e também o maior acumulado do ano em 11 anos. Foram fabricadas de janeiro a agosto total de 1.051.422 motos, evolução de 14% sobre o mesmo período de 2022 (921.921 unidades). A entidade mantém projeção de produzir 1.560.000 unidades até o final de 2023, alta de 10,4% na comparação com 2022. No varejo, os emplacamentos atingiram 142.770 unidades em agosto, crescimento de 20,4% na comparação com o mesmo mês do ano passado (118.545) e de 16% em relação a julho (123.085 unidades). Foi o melhor resultado para o mês desde 2011, quando 181.539 motocicletas foram comercializadas no Brasil.
Tanque de gasolina consumiu 6,5% da renda – No segundo trimestre de 2023, encher o tanque de gasolina consumiu, em média, 6,5% da renda das famílias brasileiras. É o que mostra o Indicador de Poder de Compra de Combustíveis, calculado pela Fipe com base em dados da PNAD Contínua (IBGE). O indicador representa a proporção da renda domiciliar mensal que seria necessária para custear o abastecimento de um tanque de 55 litros com gasolina comum no trimestre de referência. Os resultados evidenciam as diferenças regionais relevantes no peso dos combustíveis no bolso dos brasileiros. De acordo com o levantamento, no segundo trimestre de 2023 esse peso era maior no Nordeste (10,6%), região representada por Maranhão (12,1%), Alagoas (11,7%) e Bahia (11,3%). Os três lideram o ranking de estados de acordo com o percentual da renda domiciliar necessário para arcar com o custo de um tanque de gasolina.
Em contraste, as regiões Sudeste e Centro-Oeste apresentaram o menor percentual: o valor do tanque de gasolina correspondeu a 5,3% da renda domiciliar no segundo trimestre de 2023, destacando-se, nesse caso, o percentual calculado para aqueles que vivem e abastecem no Distrito Federal (3,5%). Estados do Sudeste e Sul completaram a lista de estados onde o custo de um tanque de gasolina representa a menor média da renda dos brasileiros, com percentuais apurados de 4,8%, em São Paulo, 5,3%, em Santa Catarina, e 5,4%, no Rio Grande do Sul.
Comparativamente, entre as capitais, os percentuais encontrados são menores, em razão do maior nível de renda. No levantamento do segundo trimestre de 2023, a cidade de Porto Velho (RO) registrou o maior percentual no ranking, com 9,0%, seguida por Rio Branco (AC), com média de 7,6%, e Manaus (AM) com 8,3%. Já as capitais onde o custo de um tanque de gasolina comum pesou comparativamente menos no bolso dos brasileiros incluíram: Florianópolis, com 3,3%; São Paulo, com 3,5%, seguida por Brasília e São Paulo, ambas com 3,5%. Na média das capitais brasileiras, o custo de se abastecer um tanque de gasolina equivaleu a 4,2% da renda domiciliar mensal.
Na avaliação dos percentuais médios nos grandes centros urbanos, como é o caos das capitais, é importante notar que o consumo – e a frequência de reabastecimentos necessária em um mês, também tende a ser maior nessas localidades, visto que há uma diversidade de fatores, incluindo: maior dependência e intensidade no uso dos veículos para deslocamento, maiores distâncias percorridas (por exemplo, entre local de moradia e trabalho), maior incidência de congestionamento, tipo e modelo do veículo, condições do terreno, entre outros.
Trânsito: 3 dúvidas comuns dos motoristas – As leis de trânsito deveriam, mas não são simples. Há dúvidas a granel, tanto para motoristas experientes quanto para recém-habilitados. Afinal, são 341 artigos no Código de Trânsito Brasileiro e mais de 81 milhões de condutores habilitados, segundo dados do Ministério do Transporte. CEO da Help Multas, rede de franquias especializada em recursos de multas, Roberson Alvarenga esclarece alguns dos questionamentos mais comuns entre os motoristas.
O que é multa e o que é infração de trânsito? Há diferença?
Essa é uma das principais dúvidas dos condutores e, sim, são duas coisas diferentes. A infração é quando se viola as leis de trânsito enquanto a multa é uma das penalidades ocasionadas pela infração. Ou seja, uma resulta na outra. “Também é comum surgirem dúvidas sobre autuação e penalidade. A autuação é um documento preenchido por um agente de trânsito sobre alguma infração cometida pelo condutor e a penalidade é a cobrança por essa infração cometida”, ressalta Alvarenga.
Em que casos ocorre a suspensão da CNH?
Suspensão da CNH é ter o direito de dirigir interrompido durante um determinado tempo. Essa medida não é definitiva e, após seu término, o condutor pode reaver sua CNH após o curso de reciclagem. “Um dos motivos mais comuns é o acúmulo de pontos, já que, uma vez atingidos 20 pontos dentro de 12 meses, o condutor pode ter sua carteira suspensa”, afirma o CEO. “A suspensão também pode ocorrer quando o motorista é flagrado na operação Lei Seca, em que a CNH e o veículo são apreendidos e o condutor sofrerá um processo de suspensão do direito de dirigir”, completa.
É possível recorrer a uma multa de trânsito?
Sim. De acordo com Constituição Federal Brasileira, todo cidadão tem direito à ampla defesa e recorrer às multas pode ficar mais fácil com a contratação de um serviço especializado. “Um profissional garante soluções ágeis para recorrer, já que possui eficácia em elaborar uma defesa administrativa, com os documentos necessários a serem apresentados aos Órgãos de Trânsito. Esse auxílio de alguém que entende sobre direito de trânsito é de extrema valia, já que o conhecimento sobre as leis e seus trâmites pode acelerar a solicitação do recurso”, destaca Roberson.
Renato Ferraz, ex-Correio Braziliense, tem especialidade em jornalismo automobilístico.
Leia menos