Dez anos após protestos, política brasileira carrega marcas e consequências das jornadas de junho

Por Ricardo Fabrino Mendonça

Há dez anos, o Brasil foi tomado pelas chamadas “jornadas de junho”, série de manifestações que se iniciou com insatisfações sobre as tarifas de ônibus e depois agregou pautas e grupos difusos, virando a política brasileira de cabeça para baixo.

Na época, o país era presidido por Dilma Rousseff (PT), que ainda tinha considerável grau de aprovação popular. A partir daquele mês, contudo, um novo ciclo político se iniciaria: vieram, em sequência, a operação Lava Jato, o impeachment da petista e a eleição de Jair Bolsonaro (PL).

Por conta da série de acontecimentos que sucederam aqueles protestos, junho de 2013 passaria a ser chamado de “o mês que não terminou” para acadêmicos, políticos e parte da sociedade.

Para o cientista político e pesquisador da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Sérgio Praça, 2013 divide com 2016 (impeachment de Dilma) e 2018 (eleição de Bolsonaro) o status de anos mais importantes na política brasileira das últimas três décadas.

“Houve uma conjunção rara de fatores que impactou a política brasileira de forma decisiva: o início da crise econômica, as manifestações populares, e o início da ideia da Lava Jato”, diz, sobre o ano das jornadas. As informações são do G1.

Professor do Departamento de Ciência Política da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), Ricardo Fabrino Mendonça afirma que, de fato, é possível estabelecer laços entre os atos de 2013 e os acontecimentos políticos que os sucederam, mas destaca que “essas conexões não são de caráter simples e unilinear”.

“Não vejo junho de 2013 como a causa dos processos que sucederam aquilo ali, mas o período é atravessado por muitos dos fatores que se manifestam de outras formas nos anos subsequentes”, aponta.

Nessa mesma linha, a cientista política Deysi Cioccari acredita que aqueles atos ainda “não foram totalmente compreendidos” e, por isso, devem ser tratados com cuidado.

“Concordo, sim: 2013 não terminou. Foi o estopim para uma nova política brasileira, mas uma fase que ainda precisa de cuidado e análise crítica”, diz.

O Brasil nas ruas

O pontapé inicial para os atos de junho se deu no dia 2, quando passou a vigorar na cidade de São Paulo um reajuste de R$ 0,20 para as tarifas do transporte público— na época, a tarifa custava R$ 3. No dia 3 ocorreram as primeiras manifestações, ainda de pequeno porte.

Três dias mais tarde, o Movimento Passe Livre (MPL) realizou ato na Avenida Paulista contra o reajuste. Na mesma data, manifestantes ocuparam a Avenida Presidente Vargas, no Rio de Janeiro, também para protestar contra as tarifas. Voltaram a acontecer protestos nos dias 7 e 11, com registros de depredação.

“No dia 13 de junho, no entanto, ocorre a virada para os atos. O quarto protesto em São Paulo foi duramente reprimido pela Polícia Militar. Entre os feridos, em meio a pancadarias e tiros de bala de borracha, estavam jornalistas”.

“Houve uma solidariedade midiática, com uma série de jornalistas atingidos por bala de borracha, e uma sociedade civil que começa a apoiar aquela forma de se manifestar, vinculada a toda uma tendência de questionamento do sistema político”, afirma Ricardo Fabrino Mendonça.

O cientista político explica que a efervescência de 2013 se torna compreensível quando considerados fatores como o questionamento por parte da população de “uma ideia mediada de representação” e a “janela de visibilidade” aberta pela Copa das Confederações — que ocorria no Brasil naquele momento.

Ele dá destaque, contudo, ao cenário externo: “Junho de 2013 no Brasil acontece dentro de um ciclo de protestos que tem uma escala maior que o Brasil. Há reverberações do que tinha acontecido no Egito, nos EUA, na Espanha, na Turquia”.

Já no dia 15 de junho, durante o primeiro jogo da Copa das Confederações, em Brasília, a presidente Dilma Rousseff foi hostilizada. O momento marca a incorporação das críticas contra investimentos para eventos esportivos e a exigência de melhora dos serviços públicos às pautas dos atos — demandas que se arrastariam pelos anos seguintes.

Dois dias depois, em Brasília, se dá uma das cenas mais icônicas das jornadas de junho, quando manifestantes subiram a marquise do Congresso Nacional.

Com o avanço dos protestos pelo país, diversos grupos e pautas difusas passaram a integrar o movimento. No dia 20 ocorrem as maiores manifestações, com mais de 1 milhão de pessoas nas ruas de mais de 100 cidades brasileiras.

O professor da UFMG explica que o traço “diverso” daquelas manifestações fazem com que até hoje elas sejam “disputadas” por diferentes grupos.

“A disputa política sobre o que foram aquelas vozes ali nas ruas continua se desdobrando e empurrando junho de 2013 em direções diferentes, e é por isso que aquele mês não acaba”, explica.

As consequências das jornadas

Após semanas de protestos, parte das capitais, inclusive São Paulo, onde as manifestações começaram, anunciou a redução das tarifas. Na sequência, Dilma Rousseff fez pronunciamento na TV prometendo “pacto” com governadores e prefeitos para atender às demandas. Com isso, as tensões se arrefeceram, mas as “impressões digitais” das jornadas de junho já haviam se solidificado.

Um levantamento do Datafolha, divulgado no dia 29 de julho de 2013, mostrava a ascensão da insatisfação popular: a porcentagem dos brasileiros que avaliava o governo de Dilma como “bom ou ótimo” era de 30% naquele momento. Três semanas antes, o índice estava em 57%.

Em outra demonstração das mudanças de diretrizes acarretadas pelos atos, no dia 26 o Senado levou à frente projeto que endurecia punição para corrupção, enquanto a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara aprovou o fim do voto secreto para cassações de mandatos.

“Foi um movimento que certamente alterou a forma política brasileira e deu origem a novos líderes políticos”, analisa Deysi Cioccari. A especialista destaca, porém, que as pautas que ganharam espaço já habitavam no ideário de parte da população e somente passaram a ganhar eco em lugares como as redes sociais, por exemplo.

Sérgio Praça reitera o processo em que novas demandas surgidas naquela manifestação deu propulsão a grupos políticos de considerável relevância para os acontecimentos que viriam a seguir.

“Não sei se 2013 pode ser exatamente chamado “o ano em que nasceu o bolsonarismo”, mas certamente é o início do MBL — ou ao menos de sua ideia —, e do Vem Pra Rua. Como sabemos hoje, foram organizações importantes para o movimento conservador brasileiro – entre as quais podemos incluir o bolsonarismo”, conclui o pesquisador.

Disseminação nas redes

Segundo os especialistas consultados pela CNN, as características que envolvem os atos de dez anos atrás os colocam entre os mais marcantes da história do Brasil pós-redemocratização.

“Há algo que costura Diretas Já (1984), Caras Pintadas (1992) e os atos de 2013. Basicamente, eles têm em comum o volume, a diversidade e algum uso de uma ideia, ao menos nos desdobramentos, de nacionalidade”, analisa Ricardo Fabrino Mendonça.

Para Deysi Cioccari, há similaridades entre as manifestações de 1992, contra o então presidente Fernando Collor, e os atos de 2013, mas os protestos tiveram distinções importantes. Segundo a especialista, o advento das redes sociais é um dos fatores que permeiam essas diferenças.

“A principal diferença está entre os meios de comunicação que permitiram a cada uma reverberar. No caso de 1992, a manifestação ficou dependente da ótica dos meios de comunicação da época — o que não diminui sua credibilidade e importância. As jornadas de junho de 2013 tiveram uma possibilidade de amplificação das vozes”, explica, em referência às redes sociais.

Ricardo Fabrino Mendonça ainda destaca que, apesar do “volume e diversidade” que unem as manifestações de 1992 e 2013, é incorreto afirmar que não houve, nas ruas, atos de resistência popular relevantes durante este intervalo.

Vale ainda destacar que 2013 puxou uma série de atos volumosos que ocorreram nos anos 2010, como os protestos pelo impeachment de Dilma Rousseff, em 2016, além de manifestações favoráveis e contrárias a Jair Bolsonaro (PL) durante o mandato do ex-presidente.

Apesar da semelhança, os especialistas apontam que os atos que vieram a seguir carregaram essências diferentes, por seus perfis menos diversos.

*Cientista político

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Jaboatão dos Guararapes - Matriculas 2025

Antonio Lavareda renovou seu contrato com a CNN Brasil e estará à frente de um programa mensal que aprofundará o debate sobre a política brasileira até a corrida eleitoral de 2026. A partir de fevereiro, o fundador do Ipespe (Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas) combinará análises detalhadas e discussões para explorar os temas que vão movimentar a próxima campanha. 

Com o projeto, a CNN Brasil sai na frente e fortalece sua grade já no início de 2025 com 

informações qualificadas e completas sobre o próximo ciclo eleitoral. “Vamos mapear o caminho dos pré-candidatos para as próximas eleições gerais, analisando a corrida presidencial e as disputas por governos estaduais, Câmara e Senado. Ofereceremos uma visão detalhada sobre os cenários eleitorais em formação e as estratégias das principais candidaturas”, afirma Lavareda. 

A cada edição, o cientista político apresentará um painel inédito com todas as pesquisas de 

aprovação presidencial, permitindo visualizar as oscilações na popularidade do governo. Será dado destaque aos momentos de alta e baixa, relacionando-os com acontecimentos políticos e econômicos que marcaram o noticiário.  

O programa trará também uma síntese das ações mais relevantes do Congresso Nacional e do Judiciário, além das estratégias da situação e oposição e um debate aprofundado sobre as agendas e perspectivas de aprovações relevantes nas Casas legislativas.

Além do programa na TV — com transmissão em tempo real nas plataformas digitais — o cientista político estreará uma coluna mensal no site da CNN Brasil, com insights sobre a política brasileira e análises baseadas em dados. O material aprofundará discussões e complementará as análises apresentadas no programa da TV.   

Na nova fase, Antonio Lavareda reafirma sua posição como uma das principais vozes na análise política nacional, consolidando a parceria com a CNN Brasil e ampliando o acesso do público a conteúdo de alta qualidade e relevância. 

E, antes da estreia, Lavareda conversará no CNN Entrevistas com jornalistas da CNN Brasil para abordar a reforma política, alvo de debates no país há ao menos duas décadas. O programa será veiculado em janeiro (sábado), às 21h, na TV e no YouTube. 

Lavareda, o maior especialista brasileiro em eleições, comandou neste ano a análise do Índice CNN, agregador de pesquisas eleitorais compiladas pelo Ipespe Analítica que integrou os resultados de 100 cidades brasileiras com mais de 200 mil eleitores, incluindo capitais. 

O agregador foi o que mais se aproximou do resultado do 2º turno das eleições de 2024 em oito das 15 capitais onde foi realizado, projetando a intenção de voto para prefeito a partir dos levantamentos feitos por diversos institutos em todo o Brasil. 

Conheça Petrolina

A Prefeitura do Paulista iniciou, nesta terça-feira (10), a fresagem do último trecho das obras de duplicação da Avenida Dr. Cláudio José Gueiros Leite (PE-01). A intervenção ocorre entre o Residencial Morada do Mar e a rotatória da PE-22, marcando a fase final de uma obra que promete melhorar a mobilidade urbana na cidade.

Coordenados pela Secretaria Municipal de Infraestrutura e executados pela empresa Ancar, os trabalhos incluem a remoção do asfalto antigo para aplicação de uma nova camada. Além disso, outras atividades, como a imprimação da base, estão em andamento. O projeto completo, que abrange o trecho do Conjunto Beira Mar até a confluência com a PE-22, tem investimento de R$ 17 milhões.

Jaboatão dos Guararapes - Natal Solidário 2024

Por Letícia Lins
Do Oxe Recife

Nem só de praças e jardins (que são geridos pelo município) vive a vegetação ressecada do Recife, nesses tempos de verão em que a devida aguação não é efetuada. Pessoas que caminham e praticam esportes pela manhã no campus da Universidade Federal de Pernambuco reclamam que o bonito gramado verde desapareceu nesses dias quentes. E, claro, caminhar no meio de um um mato seco, não dá o mesmo prazer que a gente sente quando anda cercado de verde por todos os lados.

Como se não bastassem alguns parques e praças da cidade, o antes exuberante campus da UFPE está de fazer pena. Seus canteiros só mostram folhas secas. Tirando as árvores já adultas que seguram o tranco do verão, as plantas decorativas, as mudas e a grama já eram. Uma das pessoas que lamenta a paisagem é o aposentado Carlos Alberto Alves da Silva, que costuma caminhar por ali e que tem a saudável mania de plantar mudas por onde passa.

Já foram mais de mil, boa parte delas no campus da UFPE, onde chega a ser confundido com professor da entidade, diante de tanta dedicação. “Os pontos mais críticos são o canteiro central, a porta de entrada da UFPE e a pista de Cooper”, reclama. Ele tem razão, passei por lá nesta semana e vi a desolação. Está feio mesmo. No canteiro central inclusive não existem torneiras, e a aguação era feita com um mini pipa puxado por um tratorzinho. Mas o que se apurou é que o tratorzinho está quebrado.

O equipamento está fora de circulação há dois anos. Sem manutenção, sobra para os jardins e canteiros, também sem manutenção. Tem mais, pode até ter água na torneira. Mas algumas estão quebradas, como ocorre na pista de Cooper. Das oito, só duas funcionam. E não há mangueiras para a água correr. Triste com o que vê, inclusive o padecimento das mudas que plantou com tanto carinho, Carlinhos – como é chamado pelos amigos – resolveu molhar as plantas mais necessitadas. “Nâo consigo dar conta, o campus é enorme”, lamenta,enquanto tenta salvar, pelo menos, o que plantou. Mas, garante, está difícil.

Ele diz que há alguns oásis, como os jardins do Centro de Informática. Visto como “cricri”, quando o assunto é defesa do verde (eu também sou cricri…) ele já apelou para todas as esferas da UFPE para evitar que as plantas dos canteiros morram de inanição. De sede. Mas a desculpa é que o orçamento da UFPE está muito limitado. “Já fui a quase todas as esferas denunciar, a última foi a Ouvidoria”. O #OxeRecife encaminhou os questionamentos à assessoria de imprensa da UFPE na semana passada. Mas até o momento a resposta ainda não chegou.

Em 2022, depois de muito caminhar pelo campus, publiquei uma postagem aqui no Blog chamando a área verde tão exuberante de “Central Park da Zona Oeste do Recife”. Infelizmente, já não podemos dizer o mesmo. Na última vez em que lá estive até o famoso laguinho, um dos locais mais pitorescos da Universidade, estava quase seco. Uma pena. Não é brincadeira, gente, nesses tempos de mudanças climáticas e aquecimento global, a manutenção do verde da cidade não pode ficar em segundo plano. Tanto na iniciativa pública quanto na privada. É o verde que garante o ar que eu, você, todos nós respiramos.

A Sala do Empreendedor de Serra Talhada recebeu, nesta terça-feira (10), o Selo Ouro de Referência em Atendimento, concedido pelo Sebrae. O reconhecimento nacional destaca a qualidade dos serviços prestados pela iniciativa, vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo, que tem apoiado micro e pequenos empresários locais com consultorias, orientações para formalização de negócios e acesso a linhas de crédito, impulsionando o fortalecimento econômico da cidade.

“Essa conquista é prova do comprometimento de nossa equipe com cada empreendedor que passa pela Sala. Parabenizo o secretário Elyzandro Nogueira e todos os colaboradores por esse grande reconhecimento”, celebrou a prefeita Márcia Conrado. Para o secretário, a premiação reflete o trabalho árduo da equipe e o compromisso com o empreendedorismo local. “sse reconhecimento é um reflexo do trabalho árduo e da dedicação de toda a equipe da Sala do Empreendedor. Nosso objetivo é continuar sendo um suporte essencial para os empreendedores de Serra Talhada, promovendo um ambiente de negócios cada vez mais favorável”, afirmou.

O deputado estadual Izaías Régis (PSDB) celebrou os anúncios feitos pela governadora Raquel Lyra sobre o lançamento das licitações para importantes obras de saúde em Garanhuns. As iniciativas incluem a construção do Hospital Mestre Dominguinhos e de uma maternidade no município, atendendo a solicitações apresentadas pelo parlamentar ao Governo do Estado.

De acordo com a governadora, a licitação para o Hospital Mestre Dominguinhos será lançada em janeiro, enquanto o processo para a construção da maternidade será aberto nos próximos dias. Além disso, Raquel Lyra reforçou o compromisso com a instalação de uma unidade do Instituto Médico Legal (IML) em Garanhuns, uma antiga demanda da população local. Embora ainda não haja um projeto finalizado para o IML, a governadora garantiu que a obra é prioridade para a atual gestão.

Para Izaías Régis, as ações representam um marco para Garanhuns e região. “Essas obras são fundamentais para a população e, desde o início do meu mandato, venho lutando para que elas saiam do papel. Agradeço à governadora Raquel Lyra por atender essas demandas, que irão transformar Garanhuns em um verdadeiro polo de saúde e segurança para o Agreste Meridional”, destacou o parlamentar.

Por Igor Maciel
Do JC

Para que ninguém seja pego de surpresa e fique refém das narrativas políticas interessadas no futuro próximo, seria bom começar a imaginar a possibilidade de uma eleição em 2026 sem Lula (PT) e sem Bolsonaro (PL).

A coluna já levantou aqui a hipótese de o atual presidente não ser candidato à reeleição, e nunca teve nada a ver com a situação de saúde dele. A questão é o risco de ser derrotado e encerrar o percurso biográfico de sua trajetória em rejeição eleitoral.

Saúde
Mas, agora, as questões de saúde, por mais que se espere e que se torça pela pronta recuperação do presidente e por mais que os médicos digam e certifiquem sua boa condição, começam a fazer parte do ambiente eleitoral e jogam mais uma dúvida à sua disposição para uma campanha.

Não é fácil enfrentar uma maratona cheia de viagens aéreas, em 26 estados e no Distrito Federal, passando por dezenas de cidades para pedir voto. Esse desgaste, para alguém com idade já avançada, é muito grande.

Acredita-se, por exemplo, que o atual problema resolvido com uma nova cirurgia na cabeça se deu por causa da viagem realizada ao Uruguai há alguns dias. Imagine uma eleição.

Cansado
Lula já enfrentou e venceu um câncer, o da Laringe, e quando chegar o período da eleição de 2026 terá ultrapassado os 80 anos, chegando em 81.

Os próprios auxiliares do presidente, que despacham com ele, costumam dizer que Lula demonstra cansaço com muito mais frequência. É preciso que se tenha muito cuidado para que ele não seja candidato apenas pela falta de opção do PT e da esquerda.

Seria ruim para ele, um sacrifício cruel, e também seria muito ruim para o Brasil.

Bolsonaro
Do outro lado, Bolsonaro (PL) está inelegível e seguirá assim, principalmente depois do que foi exposto em relação à tentativa de golpe de 2022. Toda a argumentação que havia sobre pacificar as relações culminando numa anistia terminou submersa, afogada pelo inquérito da Polícia Federal.

É bem possível que o ex-presidente esteja preso ou perto de ser preso até meados de 2026.

Fogo no inimigo
Nos próximos meses, a movimentação do PT para dentro e para fora do partido será essencial para entender o que acontecerá. A tendência é que os petistas ataquem bastante os possíveis candidatos da oposição, tentando abatê-los antes que voem mais alto, evitando que iniciem a corrida mais cedo.

Tarcísio de Freitas (Republicanos) é um alvo potencial exatamente por isso. Quanto mais ele for criticado, maior é o indício de que Lula não será candidato e o PT está tentando ganhar tempo para viabilizar um oponente.

Vantagem
Acontece que se Lula não for candidato à reeleição esta será uma decisão a ser tomada já na reta final do atual mandato. Não vai dar tempo de preparar alguém com muita antecedência. Tarcísio, que governa o maior estado do país, seria o potencial candidato com a maior chance de ser eleito no país porque partiria com muito mais vantagem que qualquer petista.

Fogo no amigo
Por outro lado, Lula não ser candidato abriria uma avenida no campo da esquerda para um sucessor. Hoje, o potencial sucessor de Lula é Fernando Haddad (PT). O ministro da Fazenda, não por acaso, tem sido alvo de muito fogo amigo.

Quanto maior for a crise interna do PT, que ainda está na briga para indicar o substituto de Gleisi Hoffmann (PT) na presidência nacional, mais evidente fica que existe espaço para a sucessão lulista, com os petistas acreditando que ele não será mais candidato e lutando por suas oportunidades.

Risco
Sem Bolsonaro, e com Lula sendo uma dúvida para um novo mandato, a eleição de 2026 ficaria completamente aberta. E aí, tudo pode acontecer.

Há gente falando em Campos Neto, atual presidente do Banco Central. Há quem diga que seria, finalmente, a chance de Ciro Gomes. Há quem diga que é a oportunidade para o centrão ocupar o Executivo e até quem acredite que seria o momento para mudar o sistema de governo, a Constituição, e migrar para o parlamentarismo.

As possibilidades são muitas e o risco de não se discutir a possibilidade de uma eleição sem os dois principais representantes do polos antagônicos da política brasileira é a sociedade ser pega de surpresa e voltar a decidir eleições escolhendo no susto, tendo que lidar com as consequências negativas depois.

Os deputados federais Eduardo e Lula da Fonte receberam, nesta terça-feira (10), o conselheiro distrital de Fernando de Noronha, Milton Luna, e o cantor e compositor Marrom Brasileiro, que será homenageado no Carnaval do Recife 2025. O encontro ocorreu na sede do Partido Progressistas, no Recife, e abordou temas relevantes para a economia e o desenvolvimento de Noronha.

Durante a reunião, foram discutidas ações para fortalecer o turismo na ilha, ampliar as opções de voo e implementar políticas habitacionais, além de melhorias no porto local. “Estamos tratando de pautas importantes para Noronha. Os deputados estão engajados em articular em Brasília para acelerar essas ações e garantir avanços concretos para a população da ilha”, afirmou Milton Luna.

Na ocasião, Marrom Brasileiro, um dos homenageados do Carnaval 2025, encantou os presentes ao interpretar sucessos como “A Vida Inteira Te Amar” e “Arrea Lenha”. Eduardo da Fonte destacou a importância do turismo para o estado. “Fernando de Noronha é um patrimônio que precisa de atenção especial, e estamos determinados a conquistar mais avanços para a ilha e para Pernambuco”, ressaltou o parlamentar.

A família de uma promotora de Justiça do Ministério Público estadual que estava grávida, perdeu o bebê e morreu em decorrência da aplicação da vacina da Astrazeneca contra a Covid receberá R$ 1,1milhão de indenização por danos morais da empresa farmacêutica. Thais Possati tinha 35 anos, estava com 23 semanas de gestação, tomou a vacina em 23 de abril de 2021 e, já no dia seguinte, desencadeou uma série de complicações que evoluíram para um quadro de AVC hemorrágico associado a trombose de seio venoso.

A promotora foi a primeira grávida brasileira a morrer em decorrência da vacina astrazeneca. Após o ocorrido, o governo brasileiro suspendeu a sua aplicação grávidas, e o laboratório teria admitido que não havia testado o imunizante em gestantes. A decisão é do juiz Mauro Nicolau Junior, da 48ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Rio.

Do Jornal O Globo.

O município de Paulista se tornou o primeiro no estado a proibir armas de bolas de gel após o Projeto de Lei (PL) que veta sua comercialização ser sancionado pelo prefeito Yves Ribeiro (PT), nesta terça-feira (10).

De autoria do vereador Eudes Farias (MDB), o PL nº 154/2024 proíbe a fabricação, distribuição e comercialização de armas com bolas de gel no município.

A nova lei determina que os estabelecimentos que comercializarem tais objetos estarão sujeitos a sanções, suspensa do alvará de funcionamento e multas.

As armas de gel vêm sendo destaque negativo no estado nas últimas semanas.

Em entrevista nesta segunda (9), a SDS-PE informou que, por dia, mais de 10 ocorrências são atendidas devido as armas. A secretaria ainda pediu aos pais que controlassem os filhos quanto ao uso desses objetos.

A Fundação Altino Ventura (FAV), no Recife, também fez um alerta contra as armas de bolas de gel após registrar 63 casos de vítimas com lesões nos olhos entre 30 de novembro e esta terça.

Pernambuco ainda não adotou leis específicas sobre o assunto. Um projeto lei foi apresentado na Assembleia Legislativa (Alepe) na última semana, mas ainda não começou a ser discutida.

Enquanto isso, as ‘blasters’ estão disponíveis para compra no Centro do Recife, em feiras populares e em barracas, com valores entre R$ 90 e R$ 150.

Do Diario de Pernambuco.

A governadora Raquel Lyra participou da XVI Reunião do Fórum Nacional dos Governadores, nesta terça-feira (10), em Brasília.

Durante o encontro, que contou com a presença dos ministros Nísia Trindade (Saúde), Alexandre Padilha (chefe da Secretaria de Relações Institucionais) e Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública), os governadores apresentaram uma proposta conjunta que estabelece, entre os principais pontos, constitucionalizar o Fundo Nacional de Segurança Pública e Política Penitenciária.

Ao final do encontro ficou definido que esse documento e também uma proposta do Estado de Goiás serão analisadas pelo Governo Federal. Na ocasião também foram assinados os Planos de Ação Regional (PARs), do Programa Mais Acesso a Especialistas (PMAE), propostos pelos estados e aprovado pelo Ministério da Saúde.

“Discutimos o tema da segurança pública com a proposta da PEC, buscando integrar ainda mais os esforços dos estados e do governo federal no combate à violência. Além disso, a reunião com a ministra Nísia reforça o nosso compromisso com o fortalecimento do Sistema Único de Saúde. Todos os estados do Brasil aderiram ao Plano de Ação Regional, e Pernambuco vai poder receber mais recursos para proporcionar um melhor atendimento à população, garantindo acesso a serviços de qualidade, com dignidade e eficiência”, destacou Raquel Lyra.

Saúde

Ainda no encontro, foram assinadas pela ministra Nísia as portarias dos Planos de Ação Regional (PARs), do PMAE. Pernambuco já aprovou os planos em todas as 12 regionais de saúde, em parceria com os municípios.

A iniciativa garantirá ainda mais oferta e aplicação de recursos para um cuidado integral aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) no Estado. O programa proporcionará maior acesso a especialistas e promoverá um atendimento mais completo e eficiente para a população pernambucana. Acompanharam a governadora os secretários da Casa Civil, Tulio Vilaça, e de Defesa Social, Alessandro Carvalho.

Do Blog da Folha.

Foi aberto, hoje, em Triunfo, o último Congresso da União dos Vereadores de Pernambuco (UVP) de 2024. Celebrando os 49 anos da entidade, o evento reúne vereadores de todo o Estado para capacitações, palestras e debates sobre os desafios do legislativo municipal. A abertura foi marcada pela apresentação da UVP Jovem, iniciativa que reforça o compromisso da entidade com a renovação política. A governadora resolveu prestigiar os vereadores e confirmou sua presença na programação de amanhã pela manhã.

No primeiro dia de programação, o advogado municipalista Dr. Caio Novas Antunes abordou os precedentes do Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE-PE) que impactam as diretrizes legislativas municipais. Já a estrategista digital Katy Cavalcanti ministrou a palestra “Você foi eleito, e agora? A arte de se comunicar com o eleitor no digital”, destacando a importância das redes sociais para os mandatos parlamentares.

Amanhã, a governadora Raquel Lyra (PSDB) participará do evento, acompanhada de sua comitiva. Outros destaques da programação incluem o procurador-geral do Ministério Público de Contas, Ricardo Alexandre, a prefeita de Serra Talhada, Márcia Conrado, que discutirá “Igualdade de Gênero e a importância da mulher na política”, e Soraya Martins, advogada especialista em direito público, que abordará a eleição e função das mesas diretoras nas casas legislativas.

O vereador Cristiano Dantas também ministrará a palestra “Dicas práticas para exercer o seu melhor mandato”. Na quinta-feira, às 15h, apresentarei a palestra “O recado das urnas”.

Realizado no Hotel SESC Triunfo, o congresso segue até sexta-feira, consolidando-se como um espaço estratégico para troca de experiências e fortalecimento do legislativo municipal. Sob a liderança de Léo do Ar, presidente da UVP e da Câmara de Gravatá, o evento reafirma o papel da entidade como promotora do desenvolvimento político e institucional dos vereadores pernambucanos.